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Farmacologia do SNC

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Programa de Pós-Graduação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Pós-Graduação lato sensu em 
FARMACOLOGIA 
 
 
 
 
Pós-graduando: 
 
 
 
EAD – Educação a Distância 
Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
2
Programa de Pós-Graduação a Distância 
 
 
 
 
 
 
Curso de Pós-Graduação lato sensu em 
FARMACOLOGIA 
 
Módulo IV 
Farmacologia do 
Sistema Nervoso Central 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Hipnóticos e Sedativos; 
Ansiolíticos; Antidepressivos; Opioides; Tratamento 
do Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson; 
Anticonvulsivantes; Neurolépticos. 
 
 
 
3
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A Psicofarmacologia é a parte da Farmacologia voltada para o estudo dos 
efeitos das drogas que atuam no Sistema Nervoso Central, ocasionando alterações 
das funções mentais, principalmente relacionadas ao humor, emoções e atividade 
psicomotora. 
Os Psicotrópicos são fármacos que atuam no Sistema Nervoso Central 
que, de alguma maneira, modificam o funcionamento do cérebro. 
 
 
1.1 PSICOFÁRMACOS 
 
 
Segundo a Psicofarmacologia, droga é qualquer substância capaz de 
promover algum tipo de alteração nos processos biológicos. Já o fármaco é uma 
droga com ação biológica que faz parte da composição de um medicamento. 
A classificação dos psicofármacos é baseada em vários critérios como: 
estrutura química definida, efeitos clínicos, efeitos adversos, dentre outros. Uma 
maneira de classificar os psicofármacos englobando a maioria das drogas que 
atuam no Sistema Nervoso Central é com base em seu mecanismo de ação. 
Neste caso pode se distinguir quatro divisões: Psicoanalépticos, 
Psicolépticos, Psicodislépticos e Parapsicotrópicos. 
 
 
1.2 PSICOANALÉPTICOS OU ESTIMULANTES DO SNC 
 
 
São fármacos que excitam o psiquismo reduzindo a depressão, elevando o 
humor, melhorando a cognição, induzindo o estado de vigília e inibindo a ingestão 
de alimentos. 
 
 
4
 
1.2.1 Convulsivantes ou Analépticos 
 
 
• São fármacos que excitam o Sistema Nervoso Central e, na sua 
maioria, sem finalidade terapêutica. 
• Podem ser de origem natural ou sintética. 
• Apresentam margem de segurança estreita e efeitos colaterais graves 
o que limitam o seu uso. 
• Exemplos: Pentilenotetrazol (PZT), Bicuculina, Picrotoxina, Estricnina e 
Ácido 3-Mercaptopropiônico. 
• Pentilenotetrazol 
 
Útil como instrumento laboratorial. 
Válido para fins de diagnóstico de quadros de 
epilepsia em que é capaz de ativar o 
Eletroencefalograma (ECG). 
 
• Bicuculina – alcaloide extraído da Corydalis cava (Figura 1). Atua 
como antagonista específico e reversível do ácido gama-aminobutírico (GABA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
FIGURA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.wikipedia.org>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
• Estricnina (Figura 2) – é um potente indutor de convulsão, sendo este 
efeito atribuído à sua ação inibitória em receptores de glicina. 
o Não apresenta indicação clínica. 
o No passado foi usada no tratamento da constipação. 
o O seu sabor amargo é responsável por aumentar o estímulo das 
papilas gustativas, aumentando o apetite e a secreção gástrica. 
 
FIGURA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
• Picrotoxina 
o Isolada de Anamirta cocculus (Figura 3). 
o Apresenta ação em todas as partes do Sistema Nervoso Central. 
o Apresenta ação antagonista dos receptores do GABA (ácido γ - amino-
butírico). 
o Mistura de duas substâncias: Picrotoxinina e Picrotina. 
o Não apresenta emprego clínico. 
 
 
 
FONTE: Disponível em:<www.difossombrone.it>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
• Ácido 3-mercaptopropiônico 
o O GABA (ácido gama aminobutírico) é o principal neurotransmissor 
inibitório do SNC. Apresenta efeito modulador da atividade de vários 
neurotransmissores, incluindo serotonina, dopamina e noradrenalina. 
o O ácido 3-mercaptopropiônico age inibindo a glutamato 
descarboxilase, enzima responsável pela síntese do GABA, produzindo convulsões. 
 
 
 
 
 
 
 
7
1.2.2 Drogas Inibidoras do Apetite ou Anorexígenas 
 
o As principais indicações são em transtornos de déficit de 
atenção/hiperatividade, na redução da sonolência na narcolepsia e no controle da 
obesidade. 
o Principais representantes: mazindol (Figura 4), fenfluramina (figura 5), 
fenproporex (Figura 6) e dietilpropiona (Figura 7). 
 
FIGURA 4 FIGURA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 6 FIGURA 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
1.2.3 Drogas Estimulantes da Vigília 
 
 
São drogas empregadas com a finalidade de proporcionar apenas o efeito 
de hiperexcitabilidade e insônia, principalmente, por pessoas que, pela atividade 
profissional, precisam ampliar o tempo de trabalho e permanecer em “estado de 
alerta”. 
Os principais representantes são: d-anfetamina (Figura 8) e d-metanfetamina 
(Figura 9). 
 
 
FIGURA 8 FIGURA 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.4 Drogas estimulantes Maiores ou Psicoestimulantes 
 
 
o Cocaína (Figura 10) 
• Não empregada clinicamente. 
• Efeitos decorrentes de ações em terminações dopaminérgicas, 
aumentando a liberação de dopamina na fenda sináptica ou bloqueando a captação 
neuronal de noradrenalina. 
FONTE: Erythroxylon coca (Figura 11). 
 
 
 
 
 
9
 
FIGURA 10 FIGURA 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.difossombrone.it>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
o Catinona 
 
 
 
 
 
• Substância de origem vegetal obtida da Catha edulis (Figura 12) 
• Apresenta efeitos semelhantes ao das Anfetaminas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
FIGURA 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.fkog.uu.se>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
1.2.5. Drogas Estimulantes Menores ou Xantinas 
 
 
Destes compostos metilxantínicos, a cafeína (Coffea arabica – Figura 13) é o 
mais destacado principalmente pelo seu vasto consumo em bebidas como café, 
chás e refrigerantes e também por ser o mais potente entre eles, superando a 
teobromina e teofilina. 
 
FIGURA 13 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.bio.tamu.edu>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
 
 
 
 
11
1.2.6 Drogas Antidepressivas 
 
 
Fármacos usados no tratamento da depressão e elevação do humor. As 
principais classes são: 
 
 
Inibidores da Monoamonooxidase (IMAO) 
 
 
 
 
 
Fenelzina 
 
 
 Moclobemida 
 
 
Antidepressivos Bicíclicos 
 
 
 
 
 
 
Caroxazona 
 
 Oxitriptan 
 
 Oxitriptan 
 
 
 
 
 
 
 
12
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imipramina Amitriptilina 
 
 
Antidepressivos Tetracíclicos 
 
 
 
 
 
 
 
Metralindol Mianserina 
 
 
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) 
 
 
 
 
 
 
 
Fluoxetina Fluvoxamina 
 
 
 
 
 
 
13
 
2 PSICOLÉPTICOS OU DEPRESSORES DA ATIVIDADE DO SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL 
 
 
As principais características destes fármacos são a redução da atividade do 
encéfalo, resultando em ações que vão desde a vigília, capacidade cognitiva, 
reações emocionais e ansiedade. 
 
 
2.1 Neurolépticos 
 
 
São também chamados de antipsicóticos, psicóticos ou impregnantes. 
Atuam seletivamente sobre as células neuronais, atenuando as percepções e 
diminuindo os quadros psicóticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clorpromazina Clozapina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14
2.2 Hipnóticos 
 
 
São também denominados de soníferos, sedativos ou indutores do sono. 
São fármacos capazes de produzir o sono que se assemelha ao fisiológico ou 
mesmo criar ciclos artificiais do mesmo. Podem ser divididos em Hipnóticos 
Benzodiazepínicos (Figura 14) e os Não Benzodiazepínicos (Figura 15). 
 
FIGURA 14 FIGURA 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diazepam Fenobarbital 
 
FIGURA 15 
 
Prometazina 
 
 
 
 
15
2.3 Ansiolíticos 
 
 
São fármacos usados no tratamento da ataraxia ou ansiedade. Antigamente 
recebiam a designação deatarácticos. São também denominados de calmantes ou 
tranquilizantes menores. 
Incluem as subclasses: benzodiazepínicos (Figura 16), barbitúricos (Figura 
17), noradrenérgicos (Figura 18) e anti-histamínicos (Figura 19). 
 
FIGURA 16 FIGURA 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oxazepam Pentobarbital de sódio 
 
 
FIGURA 18 FIGURA 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propranolol Clorfeniramina 
 
 
 
 
 
16
 
2.4 Analgésicos opioides 
 
 
São compostos de origem natural, semissintéticos ou sintéticos que agem 
sobre o Sistema Nervoso Central promovendo o alívio da dor sem ocasionar a perda 
de consciência. São denominados de hipnoanalgésicos ou analgésicos de ação 
centrais ou analgésicos narcóticos. 
Exemplos: morfina (Figura 20), codeína (Figura 21), Meperidina (Figura 22), 
Metadona (Figura 23), dentre outros. 
 
FIGURA 20 FIGURA 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 22 FIGURA 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
2.5 Anticonvulsivantes 
 
 
São fármacos usados para o tratamento da epilepsia. São denominados de 
Antiepilépticos ou Anti-ictiais. São divididos em duas categorias: 
• Clássicos – Fenitoína (Figura 24), clonazepam (Figura 25), nitrazepam 
(Figura 26) e carbamazepina (Figura 27). 
 
FIGURA 24 FIGURA 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 26 FIGURA 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18
• Nova Geração – progabida (Figura 28), lamotrigina (Figura 29), entre 
outros. 
 
 
FIGURA 28 FIGURA 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 PSICODISLÉPTICOS, ALUCINÓGENOS, PSICOTICOMIMÉTICOS OU 
PERTURBADORES DA ATIVIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
 
Compreendem a classe de drogas sem uso terapêutico. São responsáveis 
pela geração de fenômenos psicopatológicos que apresentam relação com o 
pensamento e a atividade motora. 
Exemplos: maconha, heroína, psilocibina, mescalina, ecstasy, LSD, dentre 
outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19
 
4 PARAPSICOTRÓPICOS 
 
 
São medicamentos de emprego frequente na clínica psiquiátrica e/ou 
neurológica. Os principais grupos são: 
 
 
4.1 Estabilizadores do humor 
 
 
Fármacos que regulam o humor na psicose maníaco-depressiva. Esses 
agentes eram inicialmente restritos aos sais de lítio ou Litioterapia. Contudo diversos 
outros medicamentos passaram a fazer parte do arsenal terapêutico por 
apresentarem alto índice terapêutico e menor toxicidade. 
Entre os medicamentos usados com esta finalidade estão a carbamazepina, 
gabapentina, tiagabina, todos pertencentes ao grupo dos anticonvulsivantes. 
 
 
4.2 Drogas antiparkinsonianas 
 
 
Fármacos usados no tratamento do Parkinson, mas que não apresentam 
qualquer efeito no sentido de impedir a progressão da doença. 
Os principais antiparkinsonianos são: carbidopa (Figura 30), L-dopa (Figura 
31), bromocriptina (Figura 32), amantadina (Figura 33), benserazida (Figura 34), 
dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
20
 
 
FIGURA 30 FIGURA 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 32 FIGURA 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
5 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: VANDER, et al., 2001. 
 
 
 
 
FONTE: VANDER, et al. 2001. 
 
 
 
22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: OSBORNE, et al. 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23
 
FISIOLOGIA DO NEURÔNIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: OSBORNE, et al. 2004. 
 
 
24
 
6 HIPNÓTICOS E ANSIOLÍTICOS - BENZODIAZEPÍNICOS 
 
 
6.1 HISTÓRICO 
 
 
Desde a antiguidade, porções e bebidas contendo láudano e várias ervas 
foram usadas na indução do sono. 
Um dos primeiros agentes específicos introduzidos como hipnótico sedativo 
foi o brometo. O hidrato de cloral, o para-aldeído, o uretano e o sulfonal (Figura 
35) entraram em uso antes da introdução do barbital em 1903 e do fenobarbital 
(Figura 36) em 1912. 
A separação entre as propriedades sedativas, hipnóticas, anestésicas e 
anticonvulsivantes presentes no fenobarbital contribuiu com a pesquisa de novos 
agentes que fossem mais seletivos sobre o Sistema Nervoso Central. Em 
consequência foram desenvolvidos novos anticonvulsivantes não sedativos como a 
fenitoína e a trimetadiona, na década de 1930 e início de 1940. 
Na década de 1950 foi desenvolvida a clorpromazina (Figura 37) e o 
meprobomato que serviu de base para a síntese do clordiazepóxido (Figura 39) 
por Sternbach neste mesmo ano. 
 
FIGURA 35 FIGURA 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25
A introdução do clordiazepóxido na medicina clínica deu início a chamada 
“Era dos Benzodiazepínicos”. 
A maioria dos benzodiazepínicos chegou ao mercado devido às suas 
propriedades ansiolíticas elevadas em relação à sua ação depressora do SNC. 
Entretanto, todos os benzodiazepínicos apresentam propriedades hipnótico-
sedativas, em graus variados, sendo usados para facilitar o sono. Estes agentes 
substituíram os barbitúricos como hipnóticos sedativos. 
 
 
6.2 CARACTERÍSTICAS DOS BENZODIAZEPÍNICOS 
 
 
Derivam o seu nome de sua estrutura molecular. Compartilham um efeito 
comum sobre os receptores denominados de receptores benzodiazepínicos, os 
quais modulam a atividade do ácido γ-aminobutírico (GABA). 
Apresentam efeitos ansiolíticos e sedativos rápidos, os quais são utilizados 
em tratamentos imediatos da insônia, ansiedade aguda, agitação e da ansiedade 
associada a transtornos psiquiátricos. 
Alguns benzodiazepínicos também são usados como anestésicos 
anticonvulsivantes e relaxantes musculares. 
O seu uso em longo prazo deve ser acompanhado de psicoterapia devido ao 
risco de causar dependência psicológica e física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26
6.2.1 Principais Representantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2.2 Mecanismo de Ação dos Benzodiazepínicos 
 
Os benzodiazepínicos aumentam a frequência das aberturas dos canais de 
cloreto, modulando os efeitos do GABA (ácido gama amino butírico) (Figura 37), 
sendo todos os compostos depressores do Sistema Nervoso Central. 
 
 
 
 
 
 
GABA (Ácido Ү- amino butírico) 
 
 
O ácido gama amino butírico (GABA) é produzido a partir do aminoácido 
precursor glutamato por ação de uma enzima denominada ácido glutâmico 
descarboxilase (Figura 38). 
 
 
Alprazolam Clonazepam 
Diazepam Clordiazepóxido 
Lorazepam Oxazepam 
Prazepam Triazolam 
Temazepam Flurazepam 
Midazolam Quazepam 
Mitrazepam Lormetazolam 
Loprazolam Clozabam 
Flunitrazepam Brotizolam 
 
 
 
27
 
FIGURA 37 - RECEPTORES DE GABA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S. 2002. 
 
FIGURA 38 - SÍNTESE DO GABA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S. 2002. 
 
 
28
 
6.2.3 Ações Farmacológicas 
 
 
Os benzodiazepínicos são completamente absorvidos de forma inalterada 
pelo trato gastrointestinal. A absorção e o tempo necessário para atingir o pico das 
concentrações e o início de ação são mais rápidos para o diazepam (Figura 39), 
lorazepam (Figura 40), alprazolam (Figura 41), triazolam (Figura 42) e o estazolam 
(Figura 43). 
O início de ação rápido é importante para pessoas que usam dose única de 
benzodiazepínico principalmente quando se necessita acalmar um surto de 
ansiedade ou para adormecer rapidamente. 
 
FIGURA 39 FIGURA 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29
 
FIGURA 41 FIGURA 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diazepam, clonazepam, flurazepam (Figura 44), quazepam (Figura 45), 
halazepam (Figura 46) e clordiazepóxido (Figura 47) apresentam meias-vidas 
plasmáticas de 30 até mais do que 100 horas, sendo denominados 
benzodiazepínicos de longa duração.30
As vantagens destes fármacos de apresentar meia-vida longa sobre os de 
meia-vida curta incluem: uso de doses menos frequentes, menores concentrações 
plasmáticas e síndrome de abstinência menos grave. 
 
FIGURA 44 FIGURA 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 46 FIGURA 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31
 
As desvantagens destes medicamentos de meia-vida longa incluem: 
acúmulo destes no organismo, aumento do comprometimento psicomotor diurno e 
aumento da sedação diurna o que não acontece com os de meia-vida curta. 
Efeitos como a insônia de rebote e amnésia são mais evidentes com os 
medicamentos de meia-vida curta. 
 
 
6.2.4 Mecanismo de Ação 
 
 
Os benzodiazepínicos exercem a maior parte dos seus efeitos interagindo 
com receptores de neurotransmissores ativados diretamente por GABA. Os 
receptores de GABA são proteínas ligadas a membranas que podem ser divididas 
em dois subtipos: GABAA e GABAB. 
Os receptores de GABAA são constituídos de cinco subunidades que se 
dispõem de maneira a formar um canal e são responsáveis pela grande parte da 
neurotransmissão inibitória. Já os receptores de GABAB metabotrópicos são 
receptores acoplados à proteína G. 
Os benzodiazepínicos atuam nos receptores de GABAA, mas não nos de 
GABAB, ligando-se diretamente a um local específico distinto do ponto de ligação do 
GABA. Estes compostos não ativam diretamente os receptores de GABAA, mas sim 
requerem GABA para expressar seus efeitos, isto é, são moduladores da ação do 
GABA. Os benzodiazepínicos são considerados análogos do GABA e aumentam a 
quantidade da corrente de íons cloreto (Figura 48) gerada pela ativação do receptor 
de GABAA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptor de GABA 
FONTE: Disponível em: <www.homepage.psy.utexas.edu>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
FIGURA 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, 2000. 
 
 
 
 
 
 
33
MMeeccaanniissmmoo ddee AAççããoo ddooss AAggoonniissttaass BBeennzzooddiiaazzeeppíínniiccooss ee ddoo 
AAnnttaaggoonniissttaa BBeennzzooddiiaazzeeppíínniiccoo –– FFlluummaazzeenniill 
 
II.. LLiiggaaççããoo ddee GGAABBAA aaoo rreecceeppttoorr GGAABBAAAA ((SSTTHHAALL,, SS..,, 22000022)).. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IIII.. SSííttiioo ddee LLiiggaaççããoo ddoo BBeennzzooddiiaazzeeppíínniiccoo ((BBZZDD)) ((SSTTHHAALL,, SS.. 22000022)).. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34
 
IIIIII.. LLiiggaaççããoo ddoo BBeennzzooddiiaazzeeppíínniiccoo ((BBZZDD)) nnoo rreecceeppttoorr ((SSTTHHAALL,, SS..,, 22000022)).. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IIVV.. LLiiggaaççããoo ddoo FFlluummaazzeenniill AAnnttaaggoonniissttaa BBeennzzooddiiaazzeeppíínniiccoo nnoo rreecceeppttoorr ddee BBZZDD 
((SSTTHHAALL,, SS..,, 22000022)).. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35
6.2.5 Indicações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2.6 Tolerância, Dependência e Abstinência 
 
Quando usados por períodos curtos e em doses moderadas não apresentam 
efeitos significativos de tolerância, dependência ou abstinência. 
A Síndrome de Abstinência também denominada de Síndrome de 
Descontinuação ou Retirada depende do tempo de ingestão e da meia-vida do 
composto. Ela consiste de ansiedade, nervosismo, sudorese, inquietação, fadiga, 
irritabilidade, cabeça oca, tremor, insônia e fraqueza. 
A interrupção brusca, principalmente dos benzodiazepínicos de meia-vida 
curta, geralmente está associada com sintomas graves de abstinência que podem 
incluir depressão, paranoia, delirium e convulsões. 
Os pacientes devem ser despertados de forma gradativa. 
Se o paciente não responder após uma dose acumulada de 5 mg de 
flumazenil, provavelmente a causa principal da sedação não seja ocasionada por um 
agonista dos receptores benzodiazepínicos. 
Os medicamentos benzodiazepínicos devem ser retirados gradativamente. 
Estudos têm demonstrado que o uso concomitante de carbamazepina permite uma 
suspensão do benzodiazepínico de forma mais rápida e mais bem tolerada, sendo a 
faixa de dosagem de carbamazepina usada para facilitar essa retirada de 400-500 
mg por dia. 
• Insônia; 
• Transtornos da Ansiedade Generalizada; 
• Transtorno de Pânico; 
• Fobia Social; 
• Transtorno misto de ansiedade-depressão; 
• Transtorno bipolar; 
• Acatisia. 
 
 
36
 
 
6.2.7 Reações Adversas 
 
 
Mais comum efeito adverso dos benzodiazepínicos é a sonolência. Por esta 
razão os pacientes que fazem uso desta classe de fármacos devem ser orientados e 
advertidos a ter cuidado ao dirigir veículos ou operar máquinas. 
Os efeitos adversos mais sérios ocorrem quando são ingeridos 
concomitantemente com álcool que podem levar à sonolência acentuada, 
desinibição ou até mesmo depressão respiratória. 
Outros efeitos colaterais incluem fala arrastada, confusão, ataxia, dispneia e 
hiporreflexia. 
 
 
6.2.8 Interações Medicamentosas 
 
 
A interação mais comum e potencialmente mais perigosa dos agonistas dos 
receptores benzodiazepínicos é a sedação excessiva e depressão respiratória 
quando estes compostos são administrados concomitantemente com outros 
depressores do Sistema Nervoso Central, como álcool, barbitúricos, antidepressivos 
tricíclicos e tetracíclicos, opioides e anti-histamínicos. 
A cimetidina, dissulfiram, isoniazida, estrógenos e os anticoncepcionais orais 
aumentam as concentrações plasmáticas do diazepam, clordiazepóxido, flurazepam, 
prazepam e do halazepam. 
Preparações sem prescrição do fitoterápico Kava podem potencializar a 
ação dos agonistas dos receptores de benzodiazepínicos pela superativação 
sinergística dos receptores de GABA. 
Antiácidos e alimentos podem reduzir a concentração plasmática dos 
benzodiazepínicos. 
 
 
 
37
 
6.2.9 Flumazenil – Antagonista dos Receptores Benzodiazepínicos 
 
FIGURA 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Usado para reverter os efeitos adversos psicomotores, amnésicos e 
sedativos dos agonistas dos receptores benzodiazepínicos. 
É administrado por via intravenosa e tem uma meia-vida de 7 a 15 minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O efeito adverso sério mais comum encontrado com o uso de flumazenil é a 
precipitação de crises convulsivas, principalmente, em indivíduos com transtornos 
Efeitos Adversos mais comuns do Flumazenil: 
Náuseas; 
Vômitos; 
Tonturas; 
Agitação; 
Labilidade Emocional; 
Vasodilatação Cutânea; 
Dor no local da Injeção; 
Fadiga; 
Perturbação da Visão; 
Cefaleia. 
 
 
38
convulsivos ou que são dependentes fisicamente e que tenham ingerido grande 
quantidade de benzodiazepínicos. 
Quando usado de forma isolada pode haver comprometimento da memória 
de evocação. 
Para o manejo inicial de uma overdose de benzodiazepínico conhecida ou 
suspeitada recomenda-se a dose inicial de 0.2 mg (2 mL) administrado por via 
intravenosa durante o tempo de 30 segundos. 
Se a consciência desejada não for obtida após 30 segundos, recomenda-se 
a administração de uma dose adicional de 0.3 mg (3.0 mL) no mesmo intervalo de 
tempo. 
 
Precauções em relação ao uso do Flumazenil: 
• Não deve ser administrado de forma apressada; 
• Deve-se estabelecer uma via aérea garantida e um acesso intravenoso 
antes de sua administração. 
 
 
6.3 NOVOS AGONISTAS DOS RECEPTORES BENZODIAZEPÍNICOS 
 
Os hipnóticos desta classe incluem a zopiclone, o zolpidem, zaleplona e 
indiplona (sob revisão pelo FDA, segundo GOODMAN & GILMAN, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
ZOLPIDEM 
Estes compostos não apresentam estrutura química semelhante aos 
benzodiazepínicos, mas compartilham o mesmo mecanismo de ação, ou seja, a sua 
N
N
N
O
CH 3
C H 3
CH 3
C H 3
 
 
 
39
eficácia terapêutica se deve a efeitos agonistas sobre os locais dos 
benzodiazepínicos no receptor de GABAA. 
A Zaleplona e o Zolpidem são eficazes em aliviar a insônia ocasionadapela 
incapacidade de conciliar o sono. São aprovadas, segundo o FDA, para uso durante 
o período de 7 a 10 dias. 
Apresenta uma eficácia hipnótica prolongada sem que haja ocorrência de 
insônia de rebote quando interrompidos de forma abrupta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em:< www.usp.br.>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zolpidem 
• Meia-vida curta (Figura 50). 
• Cobre a maior parte de um período típico de 8 horas de sono. 
• Aprovado apenas para uso ao deitar. 
• Quando administrado muito tarde à noite, pode haver ocorrência 
de sedação matutina. 
 
FIGURA 50 
 
 
 
40
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em:< www.vidaempaz.files.wordpress.com.>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
Zaleplon 
• Meia-vida mais curta que o Zolpidem. 
• Oferece a possibilidade de uma dose segura mais tarde à 
noite, até 4 horas previstas antes de levantar. 
• Cobre a maior parte de um período típico de 8 horas de 
sono. Aprovado para uso imediato ao deitar. 
 
• Não ocorrem tolerância, nem insônia de rebote com 
sintomas de abstinência após a interrupção do fármaco. 
 
 
Eszopiclone 
• Isômero estereosseletivo da Zopiclone. 
• Apresenta rápida absorção e meia-vida de 6 horas sendo indicado 
tanto para iniciar o sono como para sua manutenção. 
• Menor probabilidade de ocorrência de sonolência residual diurna e 
problemas de memória quando comparado com o Zopiclone. 
• Único hipnótico aprovado para uso em longo prazo. 
 
 
41
7 HIPNÓTICOS E ANSIOLÍTICOS: BARBITÚRICOS E OUTROS COMPOSTOS 
 
 
Os barbitúricos já foram extensamente usados como hipnóticos sedativos. 
Atualmente foram substituídos pelos benzodiazepínicos por ser muito mais eficaz e 
seguros. 
 
 
7.1 QUÍMICA DOS BARBITÚRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
Ácido Barbitúrico 
 
 
O ácido barbitúrico é um composto que carece de atividade depressora 
central. 
A presença de grupos alquila e arila na posição cinco confere atividade 
hipnótico-sedativa. 
Os barbitúricos nos quais o oxigênio em C-2 é substituído por um enxofre 
são chamados de tiobarbitúricos, sendo mais lipossolúveis que os correspondentes 
oxibarbitúricos. 
Geralmente as prováveis alterações que aumentam a lipossolubilidade 
diminuem a duração de ação, reduzem a latência do início de atividade, aceleram o 
catabolismo e aumentam a potência hipnótica. 
 
 
 
 
 
42
 
7.2 ESTRUTURAS E PRINCIPAIS INDICAÇÕES DOS DERIVADOS DO ÁCIDO 
BARBITÚRICO 
 
 
 
 
Ácido Barbitúrico 
 
 
 
Composto Estrutura Química Vias de 
Administração 
Usos Terapêuticos 
AAmmoobbaarrbbiittaall 
 
 
 
 
 
Intramuscular 
Intravenosa 
Insônia, sedação pré-operatória, conduta 
de emergência nas convulsões. 
Butabarbital 
 
 
 
 
 
Oral Insônia e Sedação Pré-operatória 
Fenobarbital 
 
 
 
 
 
Oral 
Intramuscular 
Intravenosa 
Desordens convulsivas, estado epiléptico 
e sedação diurna 
Mefobarbital 
 
 
 
 
Oral Desordens convulsivas e sedação 
diurna. 
N
H
NH
OO
O 
 
 
 
 
 
 
43
Pentobarbital 
 
 
 
 
Oral 
Intramuscular 
Intravenosa 
Retal 
Insônia, sedação pré-operatória e 
conduta de emergência nas convulsões. 
Secobarbital 
 
 
 
 
 
 
Oral Insônia, sedação pré-operatória
Tiopental 
 
 
 
 
 
 
 
Intravenosa Indução e ou manutenção de anestesia, 
sedação pré-operatória e conduta de 
emergência nas convulsões. 
 
 
 
 
 
 
7.3 PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DOS BARBITÚRICOS 
 
 
7.3.1 Sistema Nervoso Central 
 
 
Os barbitúricos agem por todo o Sistema Nervoso Central, onde o local de 
inibição é ora pós-sináptico, como nas células piramidais cerebelares e corticais, no 
núcleo cuneado (Figura 51), substância negra (Figura 52) e neurônios de 
retransmissão talâmicos ou pré-sinápticos, como na medula espinhal (Figura 53). 
A intensificação da inibição ocorre primariamente nas sinapses onde a 
neurotransmissão é mediada pela ação do GABA sobre os receptores de GABAA 
(Figura 54). 
 
 
 
44
FIGURA 51 FIGURA 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.sistemanervoso.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
FONTE: Disponível em: <www.fisioterapianoblog.blogspot.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
 
 
FIGURA 53 FIGURA 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.lookfordiagnosis.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
FONTE: Disponível em: <www.ff.up.pt>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45
 
7.3.1.1 Mecanismo de Ação 
 
 
O mecanismo de ação dos barbitúricos sobre os receptores de GABA parece 
ser diferente dos do GABA ou benzodiazepínicos. 
Os barbitúricos intensificam a ligação do GABA com os receptores de 
GABAA de modo dependente de cloreto e promovem a ligação dos 
benzodiazepínicos. Também os barbitúricos potencializam as correntes de cloreto 
induzidas por GABA, prolongando os períodos durante os quais ocorre abertura do 
canal, em vez de aumentar a frequência desses surtos, tal como fazem os 
benzodiazepínicos. 
Para a ação destes compostos são necessárias apenas as subunidades α e 
β e os aumentos induzidos pelos barbitúricos na condutância de cloreto não são 
afetados pela eliminação dos resíduos de tirosina e treonina na subunidade β que 
governa a sensibilidade dos receptores de GABAA à ativação por agonistas. 
Os compostos barbitúricos podem produzir todos os graus de depressão do 
Sistema Nervoso Central variando desde leve sedação até anestesia geral. Também 
apresentam baixo grau de seletividade e baixo índice terapêutico. A percepção e a 
reação à dor são poupadas até o momento da quase inconsciência e, em pequenas 
doses, aumentam a reação aos estímulos da dor. 
 
 
7.3.2 Tolerância, dependência e uso abusivo 
 
 
Pode haver tolerância farmacocinética e farmacodinâmica aos barbitúricos. 
A tolerância aos efeitos sobre o humor, a sedação e a hipnose ocorre mais 
prontamente e é maior que a tolerância aos efeitos anticonvulsivantes e letais. À 
medida que ela aumenta, o índice terapêutico diminui. 
 
 
 
 
46
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.idt.pt>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 
 
7.3.3 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 
7.3.3.1 Eletroconvulsoterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um dos agentes usados com frequência como um agente 
anestésico para a eletroconvulsoterapia é o metoexital. 
Este composto apresenta menor risco cardíaco que outros 
anestésicos barbitúricos. Quando usado por via intravenosa, o 
metoexital produz inconsciência rápida e uma breve duração de 
ação (5-7 minutos). 
Também pode ser usado para abortar convulsões 
prolongadas na eletroconvulsoterapia. 
 
 
47
 
7.3.3.2 Convulsões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3.3.3 Sono 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fenobarbital é o barbitúrico mais usado com frequência no 
tratamento de convulsões generalizadas tônico-clônicas e parciais 
simples. 
 
 
 
Também são usados no manejo de emergência de 
convulsões, independente da causa. 
Pode ser usado por via intravenosa de forma lenta para o 
estado do mal epiléptico. 
 Os barbitúricos reduzem a latência do sono e o número de 
despertares. 
 A interrupção dos barbitúricos leva a aumentos de rebote 
das medidas do sono pelo Eletroencefalograma (EEG) e à piora da 
insônia. 
 
 
48
 
7.3.3.4 Narcoanálise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3.4 PRECAUÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS 
 
 
Alguns dos efeitos adversos dos barbitúricos são similares aos dos 
benzodiazepínicos, incluindo disforia, hiperatividade e perturbação cognitiva. 
Efeitos adversos raros associados à utilização dos barbitúricos são: 
• Síndrome de Steven Johnson; 
• Anemia Megaloblástica; 
• Neutropenia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Um barbitúrico usado como auxiliar de diagnóstico em várias 
condições clínicas, como reações de conversão, catatonia, estupor 
histérico e mutismo inexplicável é o amobarbital.Também é usado para diferenciar o estupor da depressão, da 
esquizofrenia e de lesões cerebrais estruturais. 
 Características dos Barbitúricos: 
• Baixo índice terapêutico; 
• Risco significativo de potencial de abuso e desenvolvimento de 
tolerância e dependência. 
 
 
49
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3.5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
 
A principal preocupação em relação às interações medicamentosas são os 
efeitos potencialmente cumulativos de depressão respiratória. 
Devem ser usados com grande cuidado juntamente com medicamentos 
prescritos para o Sistema Nervoso Central, tais como os antidepressivos e 
antipsicóticos, além daqueles não prescritos como é o caso do álcool. 
Deve-se ter bastante cuidado ao se administrar barbitúricos em pacientes 
que estejam usando medicamentos que sejam metabolizados no fígado, como os 
medicamentos cardíacos e anticonvulsivantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intoxicação por Barbitúricos 
o Sinais Clínicos: 
• Confusão; 
• Sonolência; 
• Irritabilidade; 
• Hiporreflexia ou Arreflexia; 
• Ataxia; 
• Nistagmo.
 
 
50
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os medicamentos que podem ter seu metabolismo aumentado pela 
administração de barbitúricos são: 
• Opioides 
o Morfina e seus derivados 
• Agentes Antiarrítmicos 
o Digitálicos 
o Lidocaína 
o Mexiletina 
• Antibióticos 
o Cloranfenicol 
o Metronidazol 
o Rifampicina 
o Tetraciclina 
o Griseofulvina 
• Anticoagulantes 
o Varfarina 
• Anticonvulsivantes 
o Carbamazepina 
o Fenitoína 
• Antidepressivos 
o Amitriptilina 
o Desipramina 
o Paroxetina 
o Protriptilina 
 
 
 
 
 
 
Cuidado 
com as 
Interações 
 
 
51
 
 
 
 
7.4 Outros Medicamentos de Ação Similar aos Barbitúricos 
7.4.1 Paraldeído 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Antagonistas dos Receptores β-Adrenérgicos. 
o Labetalol 
o Propranolol 
o Metoprolol 
• Antagonistas dos Receptores de Dopamina 
o Haloperidol. 
o Tioridazina 
• Anticoncepcionais Orais. 
o Todos contendo Estrógenos. 
• Imunossupressores. 
o Corticosteróides 
o Ciclosporina 
o Ciclofosfamida 
• Xantinas 
o Aminofilina 
o Cafeína 
o Teofilina 
• Benzodiazepínicos 
o Clonazepam 
o Diazepam 
• Anti-hipertensivos 
o Metildopa 
• Analgésicos 
o Acetaminofeno 
o Fenoprofeno 
 
 
 
 
52
 
7.4. Outros Medicamentos de ação similar aos barbitúricos 
 
7.4.1 PARALDEÍDO 
 
 
Trata-se de um éter cíclico usado pela primeira vez em 1882, devido à sua 
ação hipnótica. Também foi usado para o tratamento da epilepsia, para sintomas de 
abstinência do álcool e para delirium tremens. 
Apresenta baixo índice terapêutico e foi substituído pelos benzodiazepínicos. 
 
 
7.4.1.1 PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS 
 
 
É rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal e a partir de injeções 
intramusculares. 
É metabolizado para acetaldeído pelo fígado e o restante que não é 
degradado é expirado pelos pulmões. 
A sua meia-vida relatada é de 3.4 a 9.8 horas e o início de ação ocorre 
dentro de 15 a 30 minutos. 
 
 
7.4.1.2 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 
Atualmente não está indicado como ansiolítico ou hipnótico e tem pouco 
espaço na Psicofarmacologia atual. 
 
 
53
 
7.4.1.3 PRECAUÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS 
 
 
Frequentemente este medicamento causa mau hálito devido à parte do 
composto não metabolizado ser expirado pelos pulmões. Também pode causar 
tosse e inflamação dos capilares. 
Ao ser administrado por via intravenosa pode causar tromboflebite local e 
com a administração oral, os pacientes podem experimentar náuseas e vômitos. 
Doses excessivas ou overdose produz acidose metabólica e diminuição da 
excreção renal. 
 
 
7.4.1.4 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
 
O dissulfiram inibe a desidrogenase do acetaldeído e reduz o metabolismo 
do paraldeído, levando a uma concentração tóxica deste composto. O paraldeído 
tem efeito sedativo cumulativo em combinação com álcool e com os 
benzodiazepínicos. 
 
 
7.4.2 MEPROBAMATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54
Foi introduzido um pouco antes dos benzodiazepínicos para o tratamento da 
ansiedade. Também é usado devido aos seus efeitos músculos-relaxantes. 
 
 
7.4.2.1 AÇÕES FARMACOLÓGICAS 
 
 
Este composto é rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal e por via 
intramuscular. 
É metabolizado principalmente pelo fígado e uma pequena parte é eliminada 
pela urina. 
A sua meia-vida é de aproximadamente 10 horas. 
 
 
7.4.2.2 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 
O meprobamato está indicado para o tratamento de curto prazo dos 
transtornos da ansiedade. Também é usado como hipnótico e relaxante muscular. 
 
 
7.4.2.3 PRECAUÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS 
 
 
Pode causar depressão do Sistema Nervoso Central e morte por dose 
excessiva ou overdose. 
Risco de abuso por pacientes com dependência de drogas ou de álcool. 
A interrupção abrupta subsequente após uso prolongado pode levar à 
Síndrome de Abstinência, incluindo convulsões e alucinações. 
Pode exacerbar a porfiria aguda intermitente. 
Outros efeitos colaterais raros incluem: reações de hipersensibilidade, 
sibilos, máculas, excitação paradoxal e leucopenia. 
 
 
55
7.4.2.4 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
 
Apresentam efeitos sedativos aumentados quando usados em combinação 
com outros depressores do Sistema Nervoso Central, como álcool, barbitúricos ou 
benzodiazepínicos. 
 
 
7.4.3 HIDRATO DE CLORAL 
 
 
 
 
 
 
7.4.3.1 AÇÕES FARMACOLÓGICAS 
 
 
É bem absorvido pelo trato gastrintestinal. O metabólito ativo produzido no 
fígado é o tricloroetanol que possui uma meia-vida de 8 a 11 horas. 
Uma dose de hidrato de cloral induz o sono em cerca de 30 a 60 minutos e o 
mantém por 4 a 8 horas. 
 
 
7.4.3.2 MECANISMO DE AÇÃO 
 
 
Potencializa a neurotransmissão GABAérgica que suprime a excitabilidade 
neuronal. 
 
 
 
 
 
 
56
7.4.3.3 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 
• Indução do sono e não deve ser usado por mais de dois a três dias 
devido ao aumento da incidência e de gravidade dos efeitos adversos. 
• Pode haver desenvolvimento de tolerância após duas semanas de 
tratamento. 
 
 
7.4.3.4 PRECAUÇÕES E EFEITOS ADVERSOS 
 
 
• Efeitos sobre o Sistema Nervoso Central, o Sistema Gastrointestinal e 
a Pele. 
• Doses elevadas podem estar associadas a estupor, confusão, ataxia, 
quedas ou coma. 
• Efeitos gastrintestinais incluem irritação inespecífica, náuseas, vômitos, 
flatulência e um sabor desagradável. 
• Doses excessivas podem ocasionar gastrite e úlcera gástrica. 
• Pode haver tolerância e dependência com sintomas semelhantes aos 
da dependência do álcool. 
 
 
7.4.3.5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
 
• Pode deslocar a varfarina das proteínas plasmáticas e aumentar sua 
atividade anticoagulante. Portanto deve-se evitar esta combinação. 
 
 
 
 
 
57
 
FIGURA 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
8 ANTICONVULSIVANTES E ESTIMULANTES CENTRAIS 
 
 
8.1.1 EPILEPSIAS 
 
 
As epilepsias são distúrbios comuns e frequentemente devastadores, sendo 
identificadas mais de 40 formas distintas desta doença. 
As crises convulsivas epilépticas causam comprometimento transitório da 
consciência, deixando o indivíduo sob risco de lesão corporal. 
O tratamento é sintomático, porém não se dispõe de cura. 
Uma das maiores dificuldades é a adesão à medicação haja vista a 
necessidade de terapia em longo prazo, além dos efeitos adversos. 
 
 
 
 
 
58
8.1.2 DEFINIÇÃO DE CONVULSÃO 
 
 
Refere-se à alteração transitória do comportamento decorrente do disparo 
rítmico, sincrônico e desordenado de neurônios cerebrais. 
Já o termo epilepsia está relacionado a um distúrbio da função cerebral 
caracterizado pela ocorrência periódica e imprevisível de convulsões. 
As epilepsias podem ser não epilépticas ou epilépticas. As não epilépticas 
são aquelas que ocorrem em um cérebro normal por tratamentos,como 
eletrochoque ou convulsivantes. 
Já as epilépticas ocorrem sem nenhuma provocação direta. 
 
 
8.1.3 NATUREZA E MECANISMOS DAS CONVULSÕES 
 
 
• Epilepsias Parciais 
o Surgem de regiões localizadas do córtex cerebral 
• Epilepsias de Início Generalizado – Crises de Ausência 
o Originam-se do disparo recíproco do tálamo (Figura 56) e do córtex 
cerebral. 
o Entre as diversas formas de convulsões generalizadas, as crises de 
ausência têm sido estudadas mais intensamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59
 
FIGURA 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: VANDER, et al. 2001. 
 
 
8.1.4 FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES 
 
8.1.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
O anticonvulsivante ideal deveria suprimir todas as convulsões sem causar 
efeitos indesejáveis. 
Porém, os medicamentos usados atualmente não apenas deixam de 
controlar a atividade epiléptica em alguns pacientes, como também causam efeitos 
colaterais cuja intensidade varia desde o comprometimento mínimo do Sistema 
Nervoso Central à morte por anemia aplásica ou insuficiência hepática. 
Com a finalidade de diminuir a toxicidade, prefere-se a monoterapia. 
Se as convulsões não forem controladas pelo agente inicial, a substituição 
por um segundo agente é sempre preferível à administração concomitante de 
ambos. 
 
 
 
60
Quando o paciente apresenta dois ou mais tipos de convulsões, a politerapia 
se faz necessária. 
 
 
8.1.4.2 PRINCIPAIS CLASSES DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES 
 
 
8.1.4.2.1 IMINOESTILBENOS – CARBAMAZEPINA E OXCARBAMAZEPINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Carbamazepina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oxcarbazepina 
 
 
8.1.4.2.1.1 CARBAMAZEPINA 
8.1.4.2.1.2 PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
61
 
A carbamazepina foi usada inicialmente para o tratamento da epilepsia de 
início parcial ou generalizado e neuralgia trigemial. 
Agente de primeira linha para o tratamento agudo e de manutenção do 
transtorno bipolar. 
Um análogo da carbamazepina, a oxcarbazepina, tem sido usada no 
tratamento da epilepsia pediátrica. 
Estudos têm sugerido que a oxcarbamazepina possa ter propriedades 
estabilizadoras do humor. 
 
 
8.1.4.2.1.3 AÇÕES FARMACOLÓGICAS DA CARBAMAZEPINA 
 
 
A absorção da carbamazepina é lenta. Os alimentos aumentam a sua 
absorção. A meia-vida é de 18-54 horas, com uma média de 26 horas. 
Com a administração crônica, a sua meia-vida diminui para uma média de 
12 horas. Este fato se deve à indução das enzimas hepáticas CYP450 (Citocromo P-
450) por este fármaco e especificamente da autoindução do metabolismo da 
carbamazepina. 
O processo de indução de enzimas hepáticas atinge o nível máximo após 
cerca de 3 a 5 semanas de tratamento. 
A carbamazepina apresenta um perfil farmacocinético diferente para as duas 
preparações de longa duração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.1.4 MECANISMO DE AÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma formulação, o Tegretol XR, necessita dos alimentos 
para assegurar um tempo normal de trânsito gastrintestinal. 
 
Outra apresentação depende de uma combinação de 
grânulos de liberação intermediária, prolongada e muito lenta 
que a torna adequada para administração ao deitar. 
Os efeitos anticonvulsivantes são atribuídos principalmente à 
ligação a canais de sódio dependentes de voltagem em estado 
inativo, que prolongam sua inativação. Consequentemente reduz a 
ativação dos canais de cálcio dependentes de voltagem e, dessa 
forma, a transmissão sináptica. 
 Efeitos Adicionais incluem a redução de fluxos através dos 
canais receptores de glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA), um 
antagonista competitivo dos receptores de adenosina A1 e a 
potencialização da neurotransmissão de catecolaminas do SNC. 
 
 
 
63
 
 
8.1.4.2.1.5 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.1.6 Toxicidade da Carbamazepina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A carbamazepina é útil em pacientes com crises tônico-clônicas 
generalizadas e também nas crises parciais simples e complexas. 
• É o agente de escolha para o tratamento das neuralgias do 
trigêmeo e do glossofaríngeo. 
• Transtornos Bipolares 
o Episódios maníacos 
o Outros distúrbios 
 Auxilia no controle dos sintomas associados com abstinência 
aguda de álcool. 
 Também é eficaz no controle de comportamento impulsivo 
agressivo e indivíduos não psicóticos de todas as idades, incluindo crianças e 
idosos. 
 Indivíduos com transtornos esquizoafetivos e com 
comportamentos agressivos respondem de forma eficiente ao tratamento com 
carbamazepina. 
o Depressão Aguda 
 Pacientes refratários ao tratamento com antidepressivo responde 
bem à carbamazepina, principalmente aqueles com episódios mais graves e 
depressão menos crônica. 
 
 
64
 
 
8.1.4.2.1.6 TOXICIDADE DA CARBAMAZEPINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Stahl, S.S., 2002 
Reten 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A intoxicação aguda por este fármaco pode acarretar estupor ou coma, 
hiperirritabilidade, convulsões e depressão respiratória. 
 Terapia a longo prazo com carbamazepina acarretam os seguintes 
efeitos indesejáveis: sonolência, vertigem, ataxia, diplopia e visão turva. 
Em casos de superdosagem pode haver aumento da frequência de 
crises convulsivas. 
Outros efeitos adversos incluem: 
• Náuseas 
• Vômitos 
• Toxicidade hematológica 
o Anemia Aplásica 
o Agranulocitose 
• Reações de hipersensibilidade 
o Dermatite 
o Eosinofilia 
o Linfadenopatia 
o Esplenomegalia 
 Complicações tardias do tratamento com carbamazepina 
Retenção Hídrica com diminuição da osmolalidade e da concentração 
plasmática de íons sódio, especialmente em pacientes idosos portadores de 
cardiopatias. 
 
 
 
 
65
 
 
 
 
 
FONTE: OSBORNE et al., 2004. 
 
 
 
 
66
 
 
8.1.4.2.1.7 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
 
• Quando usada em combinação com o fenobarbital, fenitoína e valproato 
podem aumentar o metabolismo da carbamazepina por indução da CYPP3A4; 
• A carbamazepina pode aumentar também o metabolismo da fenitoína e 
diminui as concentrações de lamotrigina, tiagabina, topiramato e haloperidol. 
• O seu metabolismo pode ser inibido pelo propoxifeno, eritromicina, 
cimetidina, fluoxetina e isoniazida. 
 
 
8.1.4.2.2 IMINOESTILBENOS – OXCARBAZEPINA 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de um cetoanálogo da carbamazepina. Funciona como pró-
fármaco, pois é quase imediatamente convertido em seu principal metabólito ativo, 
um derivado 10-monoidroxi, que é inativado por conjugação a glicuronídeo e 
eliminado por via renal. 
Mecanismo de ação semelhante à carbamazepina. A oxcarbamazepina é um 
indutor enzimático menos potente que a carbamazepina. 
Tem a capacidade de induzir o CYP3A (citocromo P3A) e com isso reduzir 
os níveis de contraceptivos orais. 
Atualmente foi aprovada como monoterapia ou terapia adjuvante das crises 
parciais em adultos e em crianças de 4 a 16 anos. 
 
 
 
 
 
67
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.3 SUCCINIMIDAS 
 
8.1.4.2.3.1 Etossuximida 
 
 
 
 
 
 Agente primário no tratamento das crises de ausência. 
 
 
8.1.4.2.3.1.1 Efeitos Farmacológicos 
 
 
A característica mais proeminente deste fármaco em doses não tóxicas é a 
proteção contra crises motoras clônicas induzidas pelo pentilenotetrazol. Este perfil 
está correlacionado com a sua eficácia contra crises de ausência em seres 
humanos. 
Importante! 
Monitorar as funções 
hepáticas quando usar a 
carbamazepina e seu 
análogo, a oxcarbamazepina! 
 
 
 
 
68
 
 
8.1.4.2.3.1.2 Mecanismo de Ação 
 
 
O tálamo exerce um papel importante na geração de crises de ausência. Em 
concentrações relevantes, a etossuximida diminui as concentrações de cálcio 
(Figura 57) em neurônios do tálamo, acarretando uma melhora nos quadros clínicos 
dos pacientes em tratamento com este fármaco. 
 
FIGURA 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Osborne, et al., 2004. 
 
 
 
8.1.4.2.3.1.3Propriedades Farmacocinéticas 
A Absorção é completa com concentração plasmática máxima cerca de 3 
horas após uma dose oral única. 
Etossuccimida 
 
 
69
Sua concentração no líquido cefalorraquidiano é semelhante à plasmática. 
 
Metabolismo e Excreção da Etossuximida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: Adaptado de Lullmann et al., 2000. 
 
 
 
 
Derivado Hidróxietil 
Urina 
 
 
70
8.1.4.2.3.1.4 Toxicidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Queixas Gastrintestinais: 
o Náuseas; 
o Vômitos; 
o Anorexia. 
• Efeitos no Sistema Nervoso Central: 
o Sonolência; 
o Letargia; 
o Euforia; 
o Tontura; 
o Cefaleia; 
o Soluços; 
o Parkinson símile; 
o Fotofobia; 
o Inquietude; 
o Agitação; 
Os efeitos colaterais mais 
comuns relacionados com a 
dose! 
 
 
71
o Ansiedade; 
o Agressividade; 
o Incapacidade de concentração. 
 
8.1.4.2.4 ÁCIDO VALPROICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
As propriedades anticonvulsivantes do ácido valproico foram descobertas 
quando este composto foi empregado como veículo para triagem de atividade 
anticonvulsivante. 
 
 
8.1.4.2.4.1 Efeitos Farmacológicos 
 
 
Eficaz contra crises de ausência, bem como crises parciais e tônico-clônicas 
generalizadas em seres humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
72
8.1.4.2.4.2 Mecanismo de Ação 
 
Semelhante à etossuximida. 
 
8.1.4.2.4.3 Toxicidade 
 
• Sintomas gastrintestinais: 
o Náuseas; 
o Vômitos. 
• Sistema Nervoso Central: 
o Sedação; 
o Ataxia; 
o Tremores. 
• Exantema, alopecia e aumento do apetite. 
• Ganho ponderal de peso sob tratamento crônico. 
• Vários efeitos sobre a função hepática – elevação das transaminases 
hepáticas. 
• Complicação rara: hepatite fulminante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: OSBORNE et al., 2004. 
 
 
8.1.4.2.5 BENZODIAZEPÍNICOS 
 
A Farmacologia destes Compostos foi discutida anteriormente. 
 
8.1.4.2.6 BARBITÚRICOS 
 
A Farmacologia destes Compostos foi discutida anteriormente. 
 
8.1.4.2.7 OUTROS FÁRMACOS 
 
 
 
 
 
74
 
 
8.1.4.2.7.1 LAMOTRIGINA 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.7.1.1 Importância da Lamotrigina 
 
Trata-se de um derivado da feniltriazina desenvolvido inicialmente como 
antifolato, baseado na hipótese de que a redução do folato seria eficaz no combate 
às convulsões. 
Estudos comprovaram que a sua eficácia anticonvulsivante não está 
relacionada com suas propriedades antifolato. 
 
8.1.4.2.7.1.2 Mecanismo de Ação 
 
Apresenta efeitos antiglutaminérgicos e bloqueadores de canais de sódio 
(Figura 58). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 58 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002 
 
 
 
75
 
 
8.1.4.2.7.1.3 Farmacocinética 
 
Este fármaco é totalmente absorvido no trato gastrintestinal e metabolizado 
por glicuronidação. 
Apresenta meia-vida de 15 a 30 horas. Quando administrada 
concomitantemente com fenitoína, carbamazepina ou fenobarbital, este composto 
apresenta sua meia-vida reduzida. Já a associação com valproato aumenta a sua 
meia-vida plasmática. 
 
 
8.1.4.2.7.1.4 Uso Terapêutico 
 
A Lamotrigina é útil na monoterapia na terapia das crises parciais e, tônico-
clônicas generalizadas em adultos e na Síndrome de Lennox-Gastaut em crianças e 
adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.7.1.5 Toxicidade 
 
Os efeitos adversos mais comuns são tontura, ataxia, visão turva ou 
diplopia, náuseas, vômitos e exantema. 
Síndrome de Stevens-Johnson e CID (Coagulação Intravascular 
Disseminada). 
Maior incidência de exantema em crianças do que em adultos. 
OO qquuee éé aa SSíínnddrroommee ddee LLeennnnooxx--GGaassttaauutt?? 
 
Distúrbio pediátrico caracterizado por múltiplos tipos de 
convulsões, retardamento mental e refratariedade à medicação 
anticonvulsivante. 
 
 
76
 
8.1.4.2.7.2 GABAPENTINA 
 
 
 
 
 
8.1.4.2.7.2.1 Mecanismo de Ação 
 
Aumenta indiretamente os níveis do ácido gama aminobutírico (GABA) no 
cérebro por um mecanismo mal compreendido (Figura 59). 
 
FIGURA 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
8.1.4.2.7.2.2 Usos Terapêuticos 
 
É eficaz para as convulsões parciais, com ou sem generalização secundária. 
Também é usada como agente hipnótico devido aos seus efeitos sedativos. 
Apresenta propriedades ansiolíticas beneficiando pacientes com ataques de 
pânico e transtorno de ansiedade social. 
 
 
 
77
Aprovada pelo Food Drug and Administration (FDA) para o tratamento da 
neuralgia pós-herpética. 
Outras condições dolorosas que respondem a este medicamento incluem 
neuralgia trigeminal, síndromes de dor central e neuropatias por compressão, como 
a Síndrome do Túnel do Carpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IImmppoorrttaannttee!! 
 
 
AA GGaabbaappeennttiinnaa éé eexxccrreettaaddaa ppoorr vviiaa rreennaall.. PPoorr eessttaa rraazzããoo éé uumm 
ffáárrmmaaccoo aaddeeqquuaaddoo ppaarraa sseerr uussaaddoo eemm ppaacciieenntteess ccoomm ddooeennççaa 
hheeppááttiiccaa
 
Curiosidades! 
Análogo da Gabapentina – Pregabalina foi aprovada 
para o controle da dor neuropática associada com 
neuropatia periférica diabética e neuralgia pós-herpética. 
Porém a experiência com este composto ainda é 
limitada. 
 
 
78
 
 
8.1.4.2.7.2.3 Toxicidade 
 
A gabapentina é bem tolerada e os efeitos adversos mais comuns são 
sonolência, tontura, ataxia e fadiga. 
Os efeitos adversos são de intensidade leve a moderada e tendem a 
diminuir no período de duas semanas após o início do tratamento. 
 
8.1.4.2.7.3 TOPIRAMATO 
 
8.1.4.2.7.3.1 Mecanismo de Ação 
 
É um inibidor seletivo dos receptores GluAMPA, bloqueia os receptores de 
sódio e tem uma atividade GABAérgica indireta. Potencializa a ação do GABA em 
um receptor de GABAA não benzodiazepínico e não sensível aos barbitúricos 
(Figura 60). 
 
FIGURA 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
79
 
 
8.1.4.2.7.3.2 Indicações Terapêuticas 
 
Relatos iniciais de propriedades estabilizadoras do humor, mas não foi 
encontrada até o momento qualquer evidência de atividade antimaníaca. 
É usado e explorado na Psiquiatria principalmente para compensar o 
aumento de peso provocado por vários medicamentos psicotrópicos. 
É eficaz no tratamento da dor neuropática e da enxaqueca. 
Usada no tratamento da bulimia. 
É eficaz nas crises parciais refratárias e secundárias generalizadas. 
 
8.1.4.2.7.3.3 Toxicidade 
 
Lentidão psicomotora 
Problemas de fala e linguagem, especialmente dificuldade de encontrar 
palavras. 
Sonolência. 
Tonturas, ataxia, nistagmo e parestesias. 
Fadiga e nervosismo. 
Dificuldade de concentração e confusão. 
Depressão 
Anorexia e ansiedade. 
Transtornos do Humor. 
Perda de peso e tremor. 
Desenvolvimento de cálculos renais. Portanto, os pacientes com risco para 
cálculos devem ser orientados a ingerir bastante líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
80
 
8.1.4.3 HIDANTOÍNAS 
 
8.1.4.3.1 Fenitoína 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.4.3.1.1 Importância 
 
É eficaz contra todos os tipos de crises parciais e tônico-clônicas, mas não 
contra as crises de ausência. 
 
8.1.4.3.1.2 Efeitos Farmacológicos 
 
Exerce atividade anticonvulsivante sem causar depressão geral do Sistema 
Nervoso Central. 
Em doses tóxicas produz sinais excitatórios e em doses letais um tipo de 
rigidez de descerebração. 
Efeito mais significativo é a sua capacidade de modificar o padrão de 
convulsões por eletrochoque. 
 
8.1.4.3.1.3 Mecanismo de Ação 
 
A fenitoína limita o disparo repetitivo de potenciais de ação provocado pela 
despolarização persistente de neurônios da medula espinhal. Tais efeitos são 
evidentes em concentrações na faixa de níveis terapêuticos no líquido 
cefalorraquidiano. 
 
 
81
Não são detectadas quaisquer alterações da atividade espontânea de GABA 
ou Glutamato.8.1.4.3.1.4 Toxicidade 
 
Alterações do comportamento. 
Sintomas Gastrintestinais. 
Hiperplasia Gengival. 
Osteomalacia. 
Anemia megaloblástica. 
 
8.2 ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
8.2.1 Química 
 
O termo anfetamínicos refere-se ao grupo de substâncias constituídas pelas 
anfetaminas e seus derivados. Apresentam o esqueleto básico da β-fenetilamina 
(Tabela 1). Atuam como aminas simpatomiméticas. 
 
TABELA 1 - Β-FENETILAMINA E SEUS DERIVADOS 
Substância Estrutura Química 
Anfetamina 
Clorfentermina 
 
 
 
 Dietilpropiona 
 
 
 
 
 
 
 
 
82
Efedrina 
 
 
 
 
Fenfluramina 
 
 
 
 
Fenilefrina 
 
 
 
 
Feniprazina 
 
 
 
 
 
Femproporex 
 
 
 
 
Fentermina 
 
 
 
Metanfetamina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83
 
8.2.2 Farmacocinética 
 
A anfetamina é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal. O pico de 
concentração plasmática ocorre em 1-2 horas, sendo que a absorção geralmente se 
completa em 4-6 horas. 
Os anfetamínicos são amplamente distribuídos e as altas concentrações no 
cérebro estão relacionadas à penetração, por difusão passiva, na barreira 
hematoencefálica. 
Os anfetamínicos são biotransformados no fígado e apresentam como 
principais vias de biotransformação a hidroxilação aromática, β-hidroxilação na 
cadeia lateral, desaminação oxidativa, N-desalquilação. 
Os produtos hidroxilados são normalmente excretados conjugados com 
sulfato. 
A maioria dos anfetamínicos, durante os processos de biotransformação, 
pode ser convertida em anfetamina e ou metanfetamina. 
Cerca de 30% das anfetaminas é excretada inalterada na urina em 24 horas. 
Porém a quantidade real de anfetaminas vai depender do pH urinário para ser 
eliminada. Em pH ácido aproximadamente 60% da dose de anfetamina é excretada 
inalterada em 48 horas, enquanto que em pH básico 3-7% é eliminada inalterada no 
mesmo período. 
 
8.2.3 Mecanismo de Ação 
 
 As anfetaminas e seus derivados atuam ao nível de receptores α e β- 
adrenérgicos, em potências variáveis, de acordo com as diferenças estruturais. 
O mecanismo de ação mais provável é a liberação direta dos 
neurotransmissores das vesículas sinápticas, inibição da recaptação dos 
neurotransmissores e, consequentemente, aumento dos mesmos na fenda sináptica. 
A norepinefrina cerebral liberada é responsável pela estimulação locomotora 
induzida pela anfetamina enquanto que a dopamina está relacionada ao 
comportamento estereotipado da psicose (Figura 61). 
 
 
84
 
FIGURA 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
8.2.4 Dependência e Tolerância 
 
 
Os anfetamínicos apresentam potencial de abuso e propiciam 
desenvolvimento de farmacodependência. Esse processo é decorrente do aumento 
extracelular de dopamina no núcleo acumbens (área límbica) e núcleo caudado 
(área subcortical motora). Este mecanismo ainda se encontra não elucidado. 
 
 
 
 
 
85
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tolerância aos efeitos anorexígenos das anfetaminas e 
derivados é profunda e rápida, sendo considerada a ocorrência 
da taquifilaxia, ou seja, diminuição da sensibilidade do 
organismo frente à ação do medicamento. Geralmente ocorre 
com a primeira dose ingerida de anfetamina e derivados. 
 
 Síndrome de retirada do medicamento, após uso crônico, 
é caracterizada pela fadiga, hiperfagia, apatia, letargia, 
ansiedade, distúrbios do sono e severa depressão. 
 
 
 
 
 Os efeitos tóxicos ocorrem principalmente nos sistemas 
cardiovascular e neuropsíquico. 
 
 
 
86
 
 
8.2.5 Intoxicação por anfetaminas e seus derivados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MMaanniiffeessttaaççõõeess ccllíínniiccaass SSeevveerriiddaaddee 
Agitação, irritabilidade, 
insônia, tremor, sudorese, midríase 
e rubor. 
+ 
Hiperatividade, confusão, 
hipertensão, taquipneia, 
taquicardia, extrassístoles, febre 
fraca e sudorese. 
++ 
Delírio, mania, 
autoescoriações, hipertensão 
pronunciada, taquicardia e arritmia.
+++ 
Delírio, mania, 
autoescoriações, hipertensão 
++++ 
 
Atenção! 
 
Cuidado! 
 
 
Alerta! 
 
 
87
pronunciada, arritmia, hiperpirexia, 
acidemia, falência renal, convulsão 
ou coma, colapso circulatório ou 
morte. 
 
 
9 Neurolépticos 
 
 
9.1 Definição de Psicose 
 
 
Trata-se de um termo difícil de ser definido. É uma síndrome ou conjunto de 
sintomas associados a diferentes transtornos psiquiátricos. Então psicose significa, 
no mínimo, delírios e alucinações. Também incluem comportamentos e discursos 
desorganizados e distorções grosseiras da realidade. 
A mais comum e mais conhecida das doenças psicóticas é a Esquizofrenia. 
As dimensões sintomatológicas da Esquizofrenia incluem os sintomas 
positivos e negativos e os cognitivos, agressivo-hostis e sintomas ansiosos e 
depressivos (Figura 62). 
FIGURA 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
88
 
9.2 Base da Esquizofrenia 
 
 
9.2.2 Neurotransmissor responsável – Dopamina 
 
 
 
 
 
 
9.2.2.1 Vias Dopaminérgicas envolvidas com a Esquizofrenia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Stahl, S.S., 2002. 
 
 
 
89
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Via Dopaminérgica mesolímbica hiperativa na Esquizofrenia – medeia 
os Sintomas Positivos da Esquizofrenia. (Adaptado de Stahl, S.S., 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Via Dopaminérgica Mesocortical – medeia os Sintomas Negativos da 
Esquizofrenia. (Adaptado de Stahl, S.S., 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
91
9.2.2.2 Anormalidades do Neurodesenvolvimento na Esquizofrenia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As Anormalidades do Neurodesenvolvimento na Esquizofrenia podem incluir: 
lesões tóxicas ou genéticas seguida de função neuronal inadequada e/ou morte da 
 
 
92
célula; migração reduzida de neurônios durante o desenvolvimento cerebral do feto; 
seleção de sinapses inadequadas; inervação recebida de outros neurônios 
ineficiente (Adaptado de Stahl, S.S., 2002). 
 
 
9.3 Antipsicóticos usados na Esquizofrenia 
 
 
Os primeiros antiesquizofrênicos foram descobertos casualmente na década 
de 1950 quando foi observado que um composto anti-histamínico, a clorpromazina 
(Figura 63), tinha efeitos antipsicóticos quando testados em pacientes 
esquizofrênicos. 
FIGURA 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
A clorpromazina apresenta atividade anti-histamínica, mas suas ações 
terapêuticas na esquizofrenia não são mediadas por esta propriedade. 
De maneira em geral, a clorpromazina e outros antipsicóticos produzem 
neurolepsia, isto é, lentificação ou ausência de movimentos motores, indiferença 
afetiva e embotamento emocional. 
Todos os neurolépticos diminuem as alucinações e ilusões (sintomas 
positivos) associadas à esquizofrenia. Possuem efeito calmante e reduzem 
movimentos físicos espontâneos. Os efeitos antipsicóticos em geral demoram várias 
semanas para iniciar. 
 
 
 
 
93
 
9.3.1 Mecanismo de Ação dos Antipsicóticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Stahl, S.S., 2002. 
 
Os antipsicóticos convencionais apresentam no mínimo quatro ações 
farmacológicas: bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2; bloqueio dos 
receptores muscarínicos (M1); bloqueio dos receptores α1; bloqueio dos receptores 
histaminérgicos (H1) (Figura 64) 
 
FIGURA 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado Stahl, S.S., 2002. 
Bloqueadores dos 
 
 Receptores D2 
 
 
 
94
9.3.2 Principais Antipsicóticos 
Antipsicóticos 
Convencionais 
Antipsicóticos 
Convencionais 
Acetofenazina Carfenazina 
Clorpromazina Clorprotixeno 
Trifluopromazina Flufenazina 
Haloperidol Loxapina 
Mesoridazina Molindona 
Perfenazina Pimozida 
Piperacetazina Proclorperazina 
Tioridazina Tiotixeno 
Trifluoperazina 
 
 
9.3.3 Efeitos Colaterais dos Antipsicóticos ConvencionaisFONTE: Stahl, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
95
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Stahl, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96
O bloqueio dos receptores de dopamina na via nigroestriatal causa sintomas 
tipo Parkinson indesejado, tais como: distonias, acatisia e discinesia tardia, isso 
ocorre com o tratamento crônico. Os neurolépticos atípicos demonstram menor 
incidência desses sintomas. 
 
9.4 Antipsicóticos Atípicos 
9.4.1 Mecanismo de Ação 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Stahl, S.S., 2002. 
9.4.2 Principais Representantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
Clozapina Risperidona 
Olanzapina Quetiapina 
Ziprasidona 
 
 
 
 
97
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Stahl, S.S., 2002. 
 
 
 
 
Os fármacos atípicos parecem exercer parte da sua ação pela inibição de 
receptores de serotonina, mas também são antagonistas dos receptores de 
dopamina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98
 
10 ANTIDEPRESSIVOS E ESTABILIZADORES DO HUMOR 
 
10.1 Base Biológica da Depressão 
10.1.1 Hipótese Monoaminérgica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
99
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
100
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
101
Fonte: Stahl, S.S., 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Stahl, S.S., 2002. 
 
 
10.1.2 Hipótese Serotoninérgica 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Stahl, S.S., 2002 
 
 
 
 
 
102
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
103
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
104
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
10.2 PRINCIPAIS FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS 
 
 
10.2.1 Inibidores da Monoaminooxidase (IMAO) 
 
Os primeiros antidepressivos efetivamente descobertos foram os Inibidores 
da monoamina oxidase (MAO). Estes fármacos foram descobertos ao acaso quando 
se observou que o tuberculostático iproniazida ajudava no tratamento da depressão 
em pacientes tuberculosos. Descobriu-se que essa droga era também 
antidepressiva e inibia a Monoamina oxidase (MAO). 
 
 
 
105
Atualmente os inibidores da MAO são agentes terapêuticos usados em 
determinados transtornos de ansiedade, pânico e fobia social. 
Os IMAO podem ser classificados em: 
 Inibidores Clássicos da Monoamina oxidase irreversíveis e não 
seletivos. 
o Fenelzina. 
o Tranilcipromina. 
o Isocarboxazida. 
 
 Inibidores Reversíveis da Monoamina oxidase A (IRMA) 
o Moclobemida. 
 Inibidores Reversíveis da Monoamina oxidase B 
o Deprenil (Selegilina). 
 
10.2.1.1 Mecanismo de Ação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Stahl, S.S., 2002. 
 
 
IIMMAAOO
 
 
106
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Stahl, S.S., 2002. 
10.2.2 Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interação dos IMAO com alimentos que contêm Tiramina 
 
 
 
Clomipramina 
Imipramina 
Amitriptilina 
Nortriptilina 
Protriptilina 
Maprotilina 
Amoxapina 
Doxepina 
Desipramina 
Trimipramina 
Drogas 
Sujas! 
 
 
107
 
10.2.2.1 Mecanismo de Ação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
108
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Stahl, S.S., 2002. 
 
Os antidepressivos tricíclicos inibem a captação neuronal de norepinefrina e 
serotonina no terminal nervoso pré-sináptico. 
Também bloqueiam os receptores alfa adrenérgico, histamínico e 
muscarínico, porém não é conhecido se alguma dessas ações contribui para o efeito 
terapêutico. Contudo, as ações nesses receptores provavelmente são responsáveis 
por muitos dos vários efeitos indesejados dos antidepressivos tricíclicos, tais como 
visão borrada, xerostomia, retenção urinária, constipação, agravamento de 
glaucoma e de epilepsia. 
 
10.2.2.2 Usos terapêuticos 
 
Depressão grave. 
Alguns distúrbios do pânico. 
 
 
 
 
 
 
110
 
 
10.2.3 Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (5-HT) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2.3.1 Mecanismo de ação 
 
 
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina bloqueiam a captação 
de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda 
sináptica e, à maior atividade neuronal pós-sináptica. Tipicamente precisam de duas 
semanas para produzir melhora no humor. Esses fármacos não produzem 
estimulação do SNC, nem melhoram o humor em indivíduos normais. 
 
10.2.3.2 Usos terapêuticos 
 
Depressão. 
Distúrbio obsessivo compulsivo. 
Pânico. 
Ansiedade generalizada. 
Distúrbio disfórico pré-menstrual e bulimia nervosa. 
 
Fluoxetina 
Sertralina 
Paroxetina 
Fluvoxamina 
Citalopram 
Mecanismo 
de Ação! 
 
 
111
 
10.2.3.3 Farmacocinética 
 
O alimento tem pouca influência na absorção dos inibidores de recaptação 
de serotonina. A maioria dessa classe de fármacos tem meia-vida entre 16 e 36 
horas. Ocorre extensa biotransformação por enzimas dependentes do sistema P450 
e conjugação com glicuronídeo ou sulfato. A excreção ocorre principalmente pelos 
rins, excetuando a paroxetina e sertralina, que também podem sofrer excreção fecal. 
As dosagens dos fármacos devem ser ajustadas em pacientes com insuficiência 
hepática. 
 
10.2.3.4 Efeitos adversos 
 
 Embora os efeitos adversos sejam menos graves do que os antidepressivos 
tricíclicos e IMAO, eles podem causar efeitos gastrintestinais, disfunções sexuais, 
distúrbios do sono e interações medicamentosas. 
 Em doses excessivas todos os inibidores da recaptação de serotonina têm 
potencial para causar a síndrome da serotonina caracterizada por hipertemia, rigidez 
muscular, mioclonia, alterações do estado mental e dos sinais vitais quando usados 
concomitante com IMAO. Recomendam-se períodos prolongados de eliminação de 
cada classe de fármaco antes de administrar uma nova classe. 
 
 
10.2.4 Bloqueadores dos Receptores de Noradrenalina e Dopamina 
 Bupropiona 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112
 
10.2.4.1 Ações Farmacológicas 
 
 
 Disponível para o tratamento da depressão maior. 
 Três formulações: liberação imediata (ingerida três vezes ao dia); 
liberação prolongada (ingerida duas vezes ao dia) e liberação estendida (ingerida 
uma vez ao dia). 
 Efeitos sobre o controle do tabagismo. 
 
10.2.4.2 Indicações Terapêuticas 
 Depressão; 
 Interrupção do Tabagismo; 
 Transtornos Bipolares; 
 Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade; 
 Desintoxicação de cocaína; 
 Transtorno do desejo sexual hipoativo 
 
10.2.4.3 Reações Adversas 
 Cefaleia; 
 Náuseas; 
 Boca seca; 
 Tremor; 
 Inquietação; 
 Agitação; 
 Irritabilidade; 
 Sintomas psicóticos: alucinações, delírio e catatonia. 
 
 
 
 
 
 
 
113
10.2.5 Inibidores da Recaptação de Serotonina-Norepinefrina 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duloxetina Venlafaxina 
 
 
10.2.5.1 Indicações 
o Depressão; 
o Transtorno da Ansiedade Generalizada; 
o Transtorno de Fobia Social; 
o Transtorno Obsessivo-compulsivo; 
o Transtorno do Pânico; 
o Agorafobia; 
o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade; 
o Dependentes de Cocaína. 
 
 
10.2.5.2 Reações Adversas 
o Náuseas, sonolência, boca seca, tontura, anorexia, visão turva, 
obstipação, ejaculação e orgasmos anormais, distúrbios eréteis e impotência. 
o Sudorese é mais comum com a venlafaxina. 
o Interrupção abrupta pode provocar: 
 Tonturas; 
 Ansiedade; 
 Náuseas; 
 Sonolências; 
 
 
 
 
114
 Parestesias; 
 Insônia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AAtteennççããoo!!Pacientes que fazem uso de Venlafaxina devem ser 
monitorados pelo Oftalmologista! 
A Venlafaxina pode produzir midríase em pacientes com 
Glaucoma. 
 
 
115
 
Você sabia abia? 
 
A Duloxetina foi o primeiro medicamento aprovado pelo FDA para o 
tratamento da dor neuropática associada com Diabete. 
Atualmente está sendo empregada no tratamento da incontinência 
urinária de esforço, principalmente em mulheres. Sua ação na incontinência 
urinária está associada aos seus efeitos sobre a medula sacrospinal que 
aumentam a atividade do esfíncter estriado uretral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: STAHL, S.S., 2002. 
 
 
 
 
116
 
10.3 ESTABILIZADORES DO HUMOR 
 
10.3.1 Histórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3.2 Definição de Estabilizador de Humor 
 
Os estabilizadores de Humor são medicamentos usados com a função de 
manterem o humor estável em pacientes portadores de Transtorno Afetivo Bipolar. 
Não são medicamentos curativos, mas previnem as oscilações entre euforia e 
depressão observados em pacientes maníacos-depressivos. 
Quanto à classe de medicamentos, os mesmos têm sido usados, tanto o lítio 
quanto o ácido valproico. 
Em razão à semelhança dos sintomas psicóticos apresentados durante a 
mania com àqueles observados na esquizofrenia, os antipsicóticos também têm sido 
usados com sucesso no tratamento da mania. 
Os antiesquizofrênicos e ácido valproico já foram discutidos em seções 
anteriores. 
 
 
 
 11994499 –– ppeessqquuiissaaddoorr aauussttrraalliiaannoo oobbsseerrvvoouu qquuee oo llííttiioo 
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lleevvaannttoouu--ssee aa hhiippóótteessee qquuee ppuuddeessssee sseerr uussaaddoo eemm 
ppaacciieenntteess mmaannííaaccooss.. 
 11997700 -- hhiippóótteessee ddee qquuee aa mmaanniiaa ppooddeerriiaa eessttaarr 
rreellaacciioonnaaddaa ccoomm aa eeppiilleeppssiiaa,, ppooiiss aammbbooss ooss ddiissttúúrrbbiiooss 
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117
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 10 jul. 2009. 
 LLííttiioo 
oo AAddmmiinniissttrraaddoo nnaa ffoorrmmaa ddee ccaarrbboonnaattoo ddee llííttiioo.. 
oo EEmm ccoonncceennttrraaççõõeess tteerraappêêuuttiiccaass ppeenneettrraamm nnaass ccéélluullaass ppoorr mmeeiioo ddooss 
ccaannaaiiss ddee ssóóddiioo.. 
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ssiinnaalliizzaaççããoo,, oo DDiiaacciillgglliicceerrooll ((DDAAGG)) ee oo iinnoossiittooll 11,, 44,, 55--
ttrriiffoossffaattoo ((IIPP33)) 
 AA ssiinnaalliizzaaççããoo ddoo IIPP33 éé iinntteerrrroommppiiddaa ppeellaa ssuuaa ccoonnvveerrssããoo eemm 
iinnoossiittooll 44,,55--ttrriiffoossffaattoo ((IIPP22)) ddiirreettaammeennttee.. 
 LLííttiioo iinniibbee aa iinnoossiittooll ffoossffaattaassee qquuee ddeessffooffoorriillaa oo IIPP22 aa ffoossffaattoo ddee 
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ssiinnaalliizzaaççããoo ddoo ffoossffaattiiddiilliinnoossiittooll nnoo ccéérreebbrroo.. 
 
 
118
 
10.3.3 Indicações do Lítio 
 
 Transtorno Bipolar 
o Episódios Maníacos 
o Depressão Bipolar 
 Transtorno Depressivo Maior 
 Transtorno Esquizoafetivo e Esquizofrenia. 
 
10.3.4 Reações Adversas 
 
 Trato Gastrintestinal 
o Náuseas, redução do apetite, vômitos e diarreia que são minimizados 
com a ingestão juntamente com alimentos. 
 Efeitos Neurológicos. 
o Tremores e feitos cognitivos. 
 Efeitos renais proeminentes – polidipsia e poliúria. 
 Efeitos cardiovasculares – deprime a atividade do marca-passo do 
nodo sinusal levando a arritmias sinusais e episódios de síncope. 
 
 10.3.5 Toxicidade 
 Os principais sintomas são: 
o Convulsões generalizadas; 
o Oligúria e insuficiência renal; 
o Morte. 
 
 10.3.6 Tratamento da Intoxicação por Lítio 
 
Deve ser interrompido imediatamente e a desidratação tratada. 
Pode ser removido pelo TGI pela ingestão de sulfato de poliestireno ou de uma 
solução de polietilenoglicol. Nos casos mais graves, a hemodiálise é aconselhada. 
 
 
 
119
 
 
11. OPIOIDES 
 
 Opioides – drogas naturais e sintéticas com propriedades semelhantes 
à morfina. 
 Opiáceos – substâncias derivadas do ópio, tais como a morfina. 
 Ópio – derivado de “opos”, uma palavra grega para suco. É o exsudato 
de sementes de Papaver sominferum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.forensic-education.org>. Acesso em: 11 jul. 2009. 
 
 Tolerância – estado em que doses cada vez maior de opioides são 
necessárias para a obtenção de um efeito. 
 Síndrome de Abstinência – caracterizada pela necessidade contínua 
de tomar a droga para evitar a Síndrome de Abstinência. 
 Dependência – necessidade compulsiva de obter a droga para 
satisfazer um desejo individual de bem-estar. 
 
 
120
 
11.1 Tipos de Receptores Opioides 
 
 São classificados em cinco tipos: 
 μ (mu), δ (delta), σ (sigma), ε (epsilon) e k (kappa). 
 
11.2 Principais localizações destes receptores 
 Corno Dorsal da Medula espinhal. 
 Hipotálamo. 
 Núcleo de rafe. 
 Região ventral superior do bulbo. 
 Locus ceruleus. 
 Amígdalas e córtex cerebral. 
 Medula suprarrenal. 
 Gls. Exócrinas do estômago e intestino. 
 
11.3 Mecanismo de Ação 
 
Inibe a passagem do estímulo nervoso, hiperpolarizando as membranas 
celulares. Isso está relacionado ao aumento da saída de potássio ou a diminuição da 
entrada de cálcio das terminações sinápticas e uma menor liberação de 
neurotransmissores excitatórios (NA, ACh, DA, 5-HT) na fenda sináptica. 
 
11.4 Receptores Opioides 
11.4.1 μ (mu) 
 Responsável pela maioria dos efeitos analgésicos (supraespinhal, 
espinhal e periférica). 
 Responsável por alguns efeitos indesejáveis. 
 Depressão respiratória. 
 Constrição pupilar. 
 Motilidade do TGI reduzida. 
 
 
121
 Euforia. 
 Sedação. 
 Dependência Física. 
 
11.4.2 δ (delta) 
 Importantes na periferia. 
 Contribuem também para a analgesia (espinhal). 
 Efeitos colaterais 
o Depressão respiratória. 
o Motilidade do TGI reduzida. 
11.4.3 K (kappa) 
 Analgesia ao nível espinhal e periférica. 
 Efeitos colaterais 
o Motilidade do TGI reduzida. 
o Disforia. 
o Sedação. 
o Não contribuem para a dependência. 
 
11.5 Principais fármacos 
 Morfina e seus derivados – morfina, codeína e diamorfina. 
 Agonistas parciais – nalorfina e levalorfan. 
 Antagonistas – naloxona. 
 Derivados sintéticos. 
o Série da fenilpiperidina – petidina (meperidina), fentanil e sulfentanil 
(ação mais curta e mais potente – usada por via IV para tratar a dor severa ou como 
adjuvante da anestesia). 
o Série da metadona – metadona e dextropropoxifeno. 
o Ação mais longa do que a morfina. 
o Usada para tratar a dor branda ou moderada. 
o Série do benzomorfan – pentazocina e ciclazocina. 
 
 
122
o Série semissintética da tebaína – etorfina (agonista parcial) e 
buprenorfina. 
o Loperamida – não penetra no cérebro e não possui atividade 
analgésica; inibe a peristalse e é usado

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