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psicofarmacologia slides1

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Psicofarmacologia 
aplicada
Drª Érika Leonardo de Souza 
Medicalização
Medicalização
Definição: “processo pelo qual determinadas condições 
humanas passam a ser consideradas condições médicas. Pode 
ser um reflexo de novos conhecimentos científicos ou artifícios 
sociais e econômicos de alguma ordem”
Aspectos gerais
Rápida transformação da psiquiatria nos últimos 30 anos:
psicanálise psiquiatria biológica
Surgimento de novas medicações e novos usos para as já existentes
Desafio: integrar abordagens biológicas e psicoterápicas
Duas abordagens equivocadas
psicofarmacologia como essência da psiquiatria
medicamentos simplesmente mascaram doenças, atuam de forma contrária à resolução de 
conflitos, interferem na terapia, ...
Aspectos gerais
Uma nova psiquiatria como especialidade médica
teorias psicossociais
psicobiológicas
psicofarmacologia
Drogas psicotrópicas
benefícios na cognição, humor comportamento
nem sempre modificam o processo mórbido subjacente
fatores de estresse intrapsíquicos, interpessoais e psicosociais
Resultados finais benéficos
redução de sintomas
promoção das capacidades em adaptar-se às exigências de sua vida
Saúde mental
Saúde em geral
O tratamento de diversas doenças clínicas têm incorporado abordagens
psicosociais
hipertensão, artrite reumatóide, diabetes juvenil
Psiquiatras que imaginam que a psicofarmacologia é o princípio e o fim
de tudo
clínico que acredita que tratar hipertensão é prescrever diurético
Psicanalistas não devem esperar a cura de sintomas vegetativos em
pacientes deprimidos endógenos sem o uso de medicação adequada
CONCEITOS BÁSICOS
• Droga:
– Substância que atua no organismo
– Uso corrente como entorpecentes ou substâncias com potencial de dependência
• Fármaco:
– droga com finalidade terapêutica, princípio ativo da medicação.
– Atuam sobre proteínas-alvo com especificidade: enzimas, transportadores, canais de 
íons, receptores
São substâncias com certo grau de especificidade. Quanto menor a especificidade 
com o seu alvo, maior a gama de efeitos colaterais.
CONCEITOS BÁSICOS
• Psicofármaco:
– drogas que atuam mais seletivamente nos processos psíquicos (normais ou 
patológicos).
• Medicamento:
– fármaco preparado para o uso (concentração, forma farmacêutica, via de 
administração, posologia e indicação terapêutica).
CONCEITOS BÁSICOS
• 
O que uma medicação precisa para ser 
aceita para uso? 
Ensaios clínicos com mais de 1000 indivíduos
4 fases:
I – efeitos colaterais
II – Eficácia
III – eficácia em relação ao tratamento standard
IV – uso real
* ≠ entre eficácia e tolerabilidade
MEDICAMENTOS
• Referência: 1º no mercado (inovador). Em geral detém a
patente da droga. Pode ser mais confiável. Ex: Prozac®. $$$
• Similar: Mesma droga, fabricada por outro laboratório. Paga
direito de uso ou espera vencer a patente. Fiscalizado, e bioequivalente. Ex: Daforin®. $$
• Genérico: Mesma droga, produzida após quebra da patente.
Vendida pelo princípio ativo. Fiscalizado pela ANVISA e bioequivalente. Ex: Fluoxetina. $
• Formulado: Não fiscalizado ou regulamentado.
MEDICAMENTOS
Equivalência Farmacêutica
Dois produtos são farmaceuticamente equivalentes, se contêm a mesma quantidade 
da mesma substância ativa, na mesma forma farmacêutica, se têm padrões idênticos 
ou comparáveis e se estão indicados para administração pela mesma via.
Bioequivalência
Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados 
sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que tenham comparável biodisponibilidade, 
quando estudados sob um mesmo desenho experimental.
MEDICAMENTOS
Biodisponibilidade
Indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de 
dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua 
excreção na urina.
MEDICAMENTO IDEAL
• Efeito terapêutico específico.
• Isento de efeitos colaterais.
• Mecanismo de ação completamente conhecido.
• Baixo custo.
• Posologia simples.
• Baixa toxicidade.
• Pouca interação medicamentosa.
Escolha da medicação
Diagnóstico
Identificação de sintomas alvo
Dentre as drogas apropriadas para um dado diagnóstico
história de resposta prévia no paciente
história de resposta prévia em familiares
perfil de efeitos colaterais
experiência clínica
FARMACOCINÉTICA
• Forma como as drogas “caminham”, se “movimentam” pelo corpo.
– Absorção
– Distribuição
– Metabolismo ou biotransformação
– Excreção
FARMACOCINÉTICA
• Forma como as drogas “caminham”, se “movimentam” pelo corpo.
– Absorção
– Distribuição
– Metabolismo ou biotransformação
– Excreção
ABSORÇÃO
• É a passagem da droga de seu local de aplicação para a corrente sanguínea.
• A aplicação por via oral (VO) é a mais comum e as drogas ministradas por essa via 
terão sua absorção influenciada por:
– concentração da droga
– lipossolubilidade (facilidade com que a droga pode penetrar em uma membrana 
biológica)
– motilidade e superfície de absorção do tubo gastrointestinal, presença de alimentos 
no tubo
– droga administrada em solução ou forma sólida.
ABSORÇÃO
• A aplicação intravenosa (IV) promove ação mais rápida, pois a droga chega 
diretamente ao sangue, mas acarreta maiores riscos.
• A aplicação intramuscular (IM) também fornece ação rápida, mas com algumas 
limitações.
• Outras formas de aplicação são transcutânea (pomadas, adesivos, cremes), 
respiratória (medicações em pó e spray), intraretal (supositórios, clisteres), 
intradérmica (insulina), oftalmológica (colírios), sublingual e mucosa
DISTRIBUIÇÃO
• É a chegada da droga aos diferentes tecidos do corpo.
• Depende de:
- solubilidade da droga no plasma.
- ligação às proteínas plasmáticas.
- afinidade dos diferentes tecidos pela substância.
-da irrigação sangüínea do tecido.
-da lipossolubilidade.
• Os psicofármacos são lipossolúveis, por isso podem
atravessar a BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
• Podem também atravessar a barreira hematoplacentária
METABOLISMO
• Conjunto de alterações químicas que as drogas sofrem no organismo e que a tornam 
aproveitável ou permitem a excreção.
• Ocorrem principalmente por vias enzimáticas (oxidação,
redução, hidrólise e conjugação)
• O fígado é o principal responsável pela metabolização das drogas.
• A metabolização das drogas pode ser influenciada pela função hepática e pelo uso 
de outras drogas ao mesmo tempo, causando indução ou inibição enzimática
EXCREÇÃO
• É a eliminação da substância pelo organismo.
• A principal forma de excreção dos fármacos é a urina, mas também ocorre pelas 
fezes, saliva, lágrimas, suor, bile e leite.
• Quase todos os psicofármacos são excretados no leite materno.
FARMACODINÂMICA
• Mecanismos de ação das drogas.
– Receptores, enzimas, processos intracelulares (gênicos, membranas etc).
– Relação dose-efeito e potência.
– Índice terapêutico e intoxicação.
– Tolerância, dependência e síndrome de abstinência.
– Fenômenos de neuromodulação.
MEIA VIDA
• Tempo necessário para que metade da concentração plasmática de uma droga seja 
metabolizada e/ou excretada pelo organismo
• Determina o tempo necessário para alcançar o “estado de equilíbrio” da droga 
(quantidade recebida = excretada).
• Drogas de meia vida curta duram menos tempo no organismo que aquelas de meia 
vida longa.
MECANISMO DE AÇÃO
MECANISMO DE AÇÃO
• Todos os psicofármacos atuam na modulação da
neurotransmissão.
– Alterando a concentração dos NT na sinapse (síntese, liberação, recaptação ou 
degradação), ou seja agonistas ou antagonistas indiretos.
Agonistas: mimetizam a ação dos neurotransmissores em seus receptores
Antagonista: se refere aos compostos químicos que se ligam a determinados receptores 
neurológicos porém sem ativá-los, impedindo que os componentes que o ativariam de se ligarem
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITO PLACEBO
• Efeito não atribuível à ação farmacológica.
• Resultante das interações humanas e dasexpectativas do paciente.
• Até 50% do efeito antidepressivo.
• Efeito nocebo (sugestão de efeitos negativos)
FARMACODINÂMICA
• Potência: dose necessária para se obter efeito terapêutico.
• Nível plasmático efetivo (NPE) é a concentração mínima do fármaco no plasma 
necessária para que ocorra um efeito terapêutico.
• Concentração máxima tolerada (CMT) como o nível máximo do fármaco no plasma 
acima do qual ocorrerá efeito tóxico.
• Janela ou índice terapêutico: intervalo entre NPE e CMT. Ex: Lítio = 0,6 e 1,2 mEq/l
INTOXICAÇÃO
• Doses superiores à CMT = intoxicação
– Fármaco: quanto maior o índice terapêutico (IT), mais segura a droga.
Anticonvulsivantes e Lítio têm IT baixo.
Benzodiazepínicos e ISRS tem IT alto.
– Constituição física.
– Idade.
– Farmacodinâmica e farmacocinética.
– Meia vida e interações medicamentosas.
– Função hepática e renal.
– Hidratação e estado nutricional.
NEUROMODULAÇÃO
• Down-regulation: o uso crônico de uma droga diminuiria a sensibilidade dos 
receptores neuronais ao longo do tempo.
Isso explica em parte a tolerância.
• Up-regulation: aumento na síntese dos receptores em vigência do uso crônico. Ex: 
hipersensibilidade dos receptores de dopamina em vigência de antipsicóticos típicos, 
levando à discinesia tardia (movimentos involuntários – musculatura oro-língua-facial) 
*como se a droga fizesse muito efeito
OUTROS CONCEITOS
• Tolerância: diminuição do efeito com o uso frequente (precisa ↑ dose).
– Comportamental, metabólica e neuroadaptativa.
– BZD, narcóticos, opióides, álcool.
• Sensibilização: aumento do efeito com o uso frequente. (fissura, compulsão?)
• Abstinência: diminuição abrupta da dose causando sintomas físicos e psíquicos que 
podem ter repercussões clínicas graves.
CLASSES DE PSICOFÁRMACOS
• Antidepressivos
– ADT, iMAO, ISRS, outros
• Antipsicóticos (neurolépticos)
– Típicos (1ª geração) e atípicos (2ª geração)
• Benzodiazepínicos/Hipnóticos
• Estabilizadores do humor
• Estimulantes
• Medicações para demência
• Medicações clínicas com uso psiquiátrico
Classes de psicofármacos
Classe Nome genérico
Antipsicóticos típicos haloperidol
Antipsicóticos atípicos Olanzapina, risperidona
Antidepressivo tricíclico Amitriptilina, clomipramina, imipramina
Antidepressivo ISRS Fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram,
excitalopram
Antidepressivos duais (ou 
mais neurotransmissores)
Venlafaxina, mirtazapina
Psicoestimulantes metilfenidato
Benzodiazepínicos Clonazepan, bromazepan, alprazolan
Estabilizador de Humor Litio
Anticonvulsivantes Divalproato, lamotrigina, carbamazepina
PRESCRIÇÃO
• Todos os psicofármacos são prescritos em receita com retenção na farmácia 
(controle especial).
• Benzodiazepínicos e sibutramina são prescritos em receita azul (receitas controladas 
B1 e B2).
• Anfetamínicos são prescritos em receita amarela (receita controlada A1).
Prescrição
Prescrição
Psicofarmacologia dos 
transtornos depressivos
Depressão
ALEGRIA
DEPRESSÃO
Critérios Diagnósticos
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 2 semanas e 
representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor 
deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex., sente-
se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora muito).
Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades.
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso corporal em 1 mês), 
ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias.
Nota: Em crianças, considerar falha em apresentar os ganhos de peso esperados
Critérios Diagnósticos
(4) insônia ou hipersonia quase todos os dias
(5) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não meramente 
sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento)
(6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os 
dias (não meramente auto-recriminação ou culpa por estar doente)
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato 
subjetivo ou observação feita por outros)
(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um 
plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio
Graus de depressão
LEVE
Apresenta angústia, rendimento menor, mas não para suas 
funções completamente
MODERADA
Desempenho fica marcadamente comprometido pois tem muita 
dificuldade de desenvolver as suas atividades domésticas e 
profissionais
SEVERA
Predomínio de angústia, agitação ou lentificação, sentimentos de 
inutilidade, baixa autoestima, culpa, pensamentos de morte, risco 
de suicídio
Tipos de depressão
Melancólico
depressão mais severa (anedonia), sintomas vegetativos proeminentes, flutuação circadiana dos sintomas
melhor resposta à medicação
Atípico
humor reativo, sintomas vegetativos invertidos (ganho de peso, hipersônia)
melhor resposta a alguns medicamentos
Sazonal
períodos do ano com menor incidência de luz (hemisfério norte)
fototerapia
Psicótico
alucinações, delírios
tratamento combinado antidepressivos + antipsicóticos
ECT
Tratamento da depressão
Psicoterapias
intervenções dirigidas para tratamento de depressão
técnicas cognitivas (ou comportamentais)
duração limitada
Antidepressivos
inibidores seletivos de recaptura de serotinina (ISRS)
venlafaxina
bupropiona
mirtazapina
tricíclicos
outros: IMAOs, antagonistas 5HT2 (…)
Histórico - antidepressivos
Antidepressivos clássicos foram descobertos por acaso
início da década de 1950: iproniazida - droga usada no tratamento da tuberculose, IMAO
MAO - degrada noradrenalina e serotonina
Antidepressivos tricíclicos - ATC (1958)
imipramina: em investigação para tratamento da esquizofrenia - elevação do humor sem aliviar psicose
Pesquisa da indústria farmacêutica por drogas com a eficácia dos ATC, sem muitos efeitos
adversos (cardiotoxicidade)
droga protótipo - 1972
fluoxetina - 1988 (EUA) - primeiro inibidor seletivo da recaptura de serotonina (ISRS)
Histórico antidepressivos
Pesquisa por drogas mais seletivas originou a descoberta de novas classes de 
antidepressivos
venlafaxina = inibidor seletivo de recaptura de serotonina e noradrenalina
mirtazapina
reboxetina = inibidor seletivo de recaptura de noradrenalina
Novas drogas
segurança e tolerabilidade
ainda com latência de resposta (3 semanas ou mais)
ANTIDEPRESSIVOS
• Indicações:
– Síndromes depressivas (depressão, distimia, TB*).
– Transtornos ansiosos (pânico, TOC, TAG, fobias, TEPT, tricotilomania).
– Bulimia nervosa.
– TDAH.
– Enurese noturna e ejaculação precoce.
– Comportamento impulsivo, agressivo ou auto-mutilatório.
– Síndromes dolorosas, fibromialgia, TPM.
ANTIDEPRESSIVOS ISRS
• Inibem seletivamente a recaptação de serotonina na fenda sináptica.
• Seu desenvolvimento foi um grande avanço da psiquiatria.
• São a 1a linha terapêutica atualmente.
• Baixa toxicidade e menor potencial de interação medicamentosa.
• Menos efeitos colaterais, menor taxa de descontinuação.
• Em geral podem ser tomados em dose única diária.
• Preço variável.
ISRS
Fluoxetina, paroxetina, citalopram (escitalopram), sertralina
Efeitos colaterais
gastro-intestinais: náusea, diarréia, azia
disfunção sexual: ↓ libido, orgasmo retardado
cefaléia
insônia/sonolência
Segurança
geralmente seguros em doses excessivas (convulsões raras)
Indicações
depressão, transtornos de ansiedade, bulimia, transtorno disfórico pré-menstrual
ISRS
Dose e administração
dose inicial já é ou está próxima da dose eficaz
avaliar resposta inicial em 3- 4 sem
aumentos de dose a cada 2sem até dose max
Benefícios totais em 4-8 semanas
Suspensão abrupta
parestesias, náuseas, cefaléia, sintomas gripais (1 a 7 dias) - menos prováveis com 
fluoxetina
Venlafaxina
Inibidor seletivo da recaptura de serotonina e noradrenalina
Efeitos colaterais
~ ISRS (mais insônia, náusea)
hipertensão: 5% com doses até 200mg/d
menor inibição de enzimas microssomais (menos interferência com outros medicamentos)
Dose a administração
formulação XR permite dose única
iniciar com dose baixa
requer ajustes de dose (3/3 dias, semanalmente)
meia-vida curta, suspensão deve ser feita gradualmente
Venlafaxina
Indicações
depressão
transtorno de ansiedade generalizada
condições dolorosas crônicas
outras condições:
TDAH
fobia social
transtorno de estresse pós traumático
Duloxetina (Cymbalta)
novo antidepressivo com mecanismo de ação semelhante, recém lançado
Bupropiona
Mecanismo de ação não é claro, parece envolver DA e NA (antidepressivo
“ativador”)
Preparação de liberação lenta
ainda requer doses divididas acima de um certo patamar - manhã / tarde
Efeitos colaterais:
insônia, boca seca, tremor
convulsões: <1% em doses <400mg/d (SR); uso de álcool, cocaína, estimulantes; bulimia/anorexia; 
antecedentes de convulsões, TCE
não interfere com apetite, não induz disfunção sexual
Tratamento do tabagismo
Mirtazapina
Ação NA/5HT
Efeito anti-histamínico
sedação, ↑ apetite
↑ peso em 20% dos casos
predomina em doses baixas
contrabalançado em doses mais altas por efeito noradrenérgico (ativador)
Baixo risco de interação medicamentosa
Poucos efeitos sexuais
Dosagem e administração
dose única à noite
doses mais baixas: insônia importante, idosos
ISRS – Nome comercial
ANTIDEPRESSIVOS ISRS
Nome Químico Nome Comercial
Fluoxetina Prozac, Daforim, Deprax, Fluxene, 
Nortec, Verotina
Nefazodona Serzone
Paroxetina Aropax, Cebrilim, Pondera, Benepax
Sertralina Zoloft, Tolrest, Novativ, Assert
Citalopram Cipramil, Procimax, Cittá
OUTROS ANTIDEPRESSIVOS
• Venlafaxina (Efexor®, Venlift®)
• Desvenlafaxina (Pristiq®)
• Duloxetina (Cymbalta®)
• Bupropiona (Zybam®, Wellbutrin®)
• Reboxetina (Prolift®)
• Maprotilina (Ludiomil®)
• Mirtazapina (Remeron®)
• Trazodona (Donaren®)
• Nefazodona (Serzone®)
• Agomelatina (Valdoxan®)
Tricíclicos
Imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortritpilina, 
(maprotilina)
Efeitos colaterais:
Anticolinérgicos: boca seca, obstipação, retenção urinária, visão turva
Ganho de peso, sedação
Disfunção sexual
Hipotensão ortostática, taquicardia, alterações de condução cardíaca
Risco de crises convulsivas
Sudorese
Segurança
letais em doses excessivas (arritimias cardíacas)
atualmente, 2a ou 3a linha
Tricíclicos
Dose e administração
iniciar com doses baixas
múltiplos ajustes antes de se chegar à dose eficaz (mais 2 semanas para observar resposta)
monitorar ECG
nível sérico - nortriptilina
Indicações
depressão
transtorno do pânico
TOC
síndromes dolorosas
profilaxia da enxaqueca
enurese
Interação com diversos medicamentos
Tricíclicos – Nome comercial
Amitriptilina - Tryptano, Amytril
Maprotilina - Ludiomil
Nortriptilina - Pamelor
CONTRA- INDICAÇÕES
– IMAO (2 semanas de washout)
– Contraindicado para pós-IAM
- Arritmias Cardíacas
– Cuidado em pacientes com glaucoma e convulsões
– Cuidado em usar com estimulantes, por aumentar risco cardíaco
– Cuidado com anticoagulantes: podem aumentar níveis plasmáticos
IMAOs
IMAOs de primeira geração (tranilcipromina) – Nome comercial - PARNATE
poucos efeitos sobre recaptação ou bloqueio de receptores
inibem a MAO em vários órgãos
MAO-A - NA, 5-HT
MAO-B - outras monoaminas (DA)
MAO-A também é encontrada na mucosa do trato gastro-intestinal
Inibidores seletivos e reversíveis da MAO
MAO-B: selegilina (l-deprenil)
MAO-A: moclobemida (IMAR)
IMAOs
Indicações
depressão (que não respondeu a outros medicamentos)
ansiedade social
transtorno do pânico
doença de Parkinson
Interações medicamentosas
opióides: crise hipertensiva (contra-indicado)
bupropiona: crise hipertensiva, convulsões
ISRS: síndrome serotoninérgica
carbamazepina: crise hipertensiva
simpatomiméticos: crise hipertensiva
tiramina = diversos alimentos
Escolhendo a medicação
Levar em conta efeitos colaterais (desejáveis e indesejáveis)
Considerar uso de outros medicamentos, condição de saúde
Eficácia antidepressiva comparável (50-70%)
Critério remissão (ao invés de “melhora”) - drogas de ação mais complexa > ISRS
Depressão melancólica - medicação essencial
Depressão atípica - ISRS, bupropiona; IMAOs
Pacientes geriátricos: citalopram, sertralina, venlafaxina e mirtazapina; se tricíclico, 
nortriptilina
Homens - drogas mais NA
Mulheres - drogas mais 5HT ?
Dose /
Duração do tratamento
Dose ideal = menor dose eficaz
menos efeitos colaterais
Sem melhora após 4 semanas
pequena probabilidade de reposta
Resposta parcial em 4 semanas
prediz resposta mais completa em 8 semanas, mesmo sem aumento de dose
aumentos graduais (2 sem)
Tratamento de um episódio
duração de 6-12 meses após a remissão
Episódiso recorrentes
considerar manutenção (dose mais baixa?)
Curva de Kupfer
Psicofarmacologia dos 
transtornos psicóticos
Transtornos Psicóticos
Esquizofrenia
Paranóide
Desorganizada
Indiferenciada
Catatonica
Residual
Transtorno esquizofreniforme (entre 1 mês e 6 meses; sem prejuízo)
Transtorno esquizoafetivo
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA A ESQUIZOFRENIA
1. Pelo menos um dos seguintes sintomas está presente durante pelo menos um mês:
Delírios
Alucinações
Discurso desorganizado (descarrilamento frequente ou incoerência)
Comportamento altamente desorganizado
Sintomas negativos (ex; humor não-modulado, falta de motivação, pobreza de fala, 
inabilidade de experimentar prazer)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA A ESQUIZOFRENIA
2. O funcionamento em áreas como trabalho, relações sociais e auto cuidado 
encontram-se marcantemente abaixo de níveis anteriores.
3. Os sintomas persistem durante pelo menos seis meses.
4. Os sintomas não são decorrentes de um transtorno de humor maior (depressão, 
mania).
5. Os sintomas não são decorrentes de abuso de substância, medicamentos ou de 
uma condição médica geral.
Delírios
Os delírios são pensamentos/juízos falseados caracterizados por:
Certeza inabalável
Irremovíveis
Incompreensíveis em sua origem
Alterações do pensamento – juízo de realidade
Vivência delirante - Saliência
Tipos de delírios
Persecutório
Auto-referente
Grandeza
Messiânico
De influência
De culpa e auto-acusação
Alucinações
São percepções sem que 
haja um estímulo 
apropriado.
Na esquizofrenia 
predominam as auditivas, 
seguidas pelas visuais
Sintomas negativos
São os As:
Atenção
Avolição
Alogia
Anedonia
Afeto achatado
Difíceis de compreender e lidar
Histórico antipsicóticos
Primeiro antipsicótico: clorpromazina (1950)
pesquisa de medicação pré-anestésica
indiferença em relação ao ambiente, tranqüilidade
1952: efetividade para tratar mania e esquizofrenia
inaugurada a era da psicofarmacologia moderna
incontáveis estudos confirmando achados originais
Inicialmente chamados de “tranqüilizantes maiores”
Drogas mais potentes são menos sedativas
ex. haloperidol
efeitos colaterais na motricidade (extrapiramidais)
“neurolépticos”
Histórico antipsicóticos
Termo “antipsicótico” descreve melhor o efeito
Não são exclusivos para o tratamento de psicoses: também são úteis no tratamento da 
mania, agitação psicomotora e alterações comportamentais na demência.
Antipsicóticos atípicos (década de 1990)
clozapina (década de 1970) 
risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol
praticamente tomaram o lugar das drogas “típicas”
menor risco de efeitos extrapiramidais
possibilidade de atuação em sintomas negativos
ANTIPSICÓTICOS
• Também conhecidos como neurolépticos. Dividem-se em típicos (1a geração), que são baratos e 
atípicos (2a geração), que são muito caros.
• Alguns possuem apresentações injetáveis de depósito .
• Indicações:
– Síndromespsicóticas.
– Delirium e agitação psicomotora.
– Controle do impulso.
– Como estabilizador no TB.
– Relatos de melhora de sintomas de ansiedade e depressão em pacientes refratários (atípicos).
– Como adjuvante em diversos quadros.
CONCEITOS CHAVE
• Todos os neurolépticos são igualmente eficazes em tratar
síndromes psicóticas, inclusive a esquizofrenia, mas diferem na sua tolerabilidade.
• Todos os neurolépticos bloqueiam um ou mais tipos de
receptores de DOPAMINA, mas diferem nos seus outros
efeitos neuroquímicos.
• Todos os neurolépticos têm uma demora significativa em se tornar eficazes.
• Todos os neurolépticos produzem efeitos adversos
significativos.
Mecanismo de ação
Bloqueadores razoavelmente potentes dos receptores
dopaminérgicos tipo D2 - exceto a clozapina (mais efeitos D1)
AP atípicos também bloqueiam receptores para serotonina 5-HT2
Efeito esperado: diminuição e remissão dos sintomas, em especial 
delírios e alucinações.
Vias dopaminérgicas
Bloqueio nigro-
estriatal: efeito 
AP e sintomas 
extra-
piramidais.
Bloqueio 
tuberoinfundibu
lar: aumento de 
prolactina
Bloqueio 
mesolímbico e 
mesocortical: 
efeito AP
Classificação
Antipsicóticos
Primeira geração 
ou típicos 
ou convencionais
Segunda geração 
ou atípicos
ou nova geração
Antipsicóticos atípicos
Eficácia
esquizofrenia (todos aprovados
pelo FDA)
esquizofrenia resistente ao
tratamento (clozapina)
mania (olanzapina aprovada pelo
FDA)
depressão, ansiedade, agitação
AP
atípicos
clozapina
risperidona
olanzapina
quetiapina
ziprasidona
aripiprazol
asenapina
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
• Olanzapina (Zyprexa®) também IM
• Risperidona (Risperdal®) 
• Clozapina (Leponex®)
• Quetiapina (Seroquel®)
• Amisulprida (Socian®)
• Aripiprazol (Abilify®)
• Ziprasidona (Geodon®) também IM
• Paliperidona (Invega®) 
Antipsicóticos atípicos
Efeitos colaterias
ganho de peso (menor com ziprasidona?)
sedação
acatisia
hipotensão ortostática
tonturas
↑ triglicérides
sintomas extrapiramidais (menos que drogas típicas)
síndrome neuroléptica maligna (rara)
agranulocitose (clozapina)
convulsões (clozapina)
Antipsicóticos atípicos
Benefícios integrais
4 semanas a 6 meses
Suspensão
sintomas físicos desagradávies
recidiva rápida
reduzir tão gradualmente quanto ocorreu o aumento
Antipsicóticos típicos
Clorpromazina, flufenazina, trifluoperazina, haloperidol, 
levomepromazina
Eficácia
esquizofrenia (sintomas positivos) - FDA
Mania (apenas clorpromazina - FDA)
Depressão psicótica (+ antidepressivos)
Psicose induzida por drogas
Agitação, náuseas e soluços
Antipsicóticos típicos
Efeitos colaterais
extrapiramidais - drogas de alta potência
boca seca, obstipação, retenção urinária, sedação, ganho de peso - mais comuns 
com drogas de baixa potência
endócrinos: ↑ prolactina, galactorréia
Princípios gerais de uso
Eficácia
Todos os antipsicóticos disponíveis são mais eficazes que placebo 
(esquizofrenia aguda e crônica)
Natureza e escala temporal da resposta clínica é insatisfatória sob muitos
aspectos
6 semanas: 75% melhoram (25% com placebo)
muitos nunca chegam a obter remissão completa
30% dos que não respondem a um antipsicótico típico respondem a clozapina em 12 
semanas
outros 15-30% respondem entre 6-12 meses
Tendem a agir de modo lento e gradativo
Efeitos colaterais devido ao 
bloqueio D2
Efeitos colaterais extrapiramidais
Mais prováveis com AP típicos e de alta potência
Também são possíveis com AP atípicos ou típicos de baixa potência
Distonia
primeiras horas ou dias
Pseudo-parkinsonismo
5 dias a 4 semanas
Acinesia
redução de movimentos espontâneos
Acatisia
sensação de inquietude
Discinesia tardia
movimentos involuntários, surge com tempos prolongados
Síndrome neuroléptica maligna
hipertermia, quadro extrapiramidal grave (ex. rigidez muscular), disfunção autonômica
Efeitos colaterais histaminérgicos
Efeitos colaterais anticolinérgicos

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