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Índice 1. Introdução ................................................................................................................................... 2 1.1 Objetivos ............................................................................................................................... 2 1.1.1 Geral ............................................................................................................................... 2 1.1.2 Específicos ..................................................................................................................... 2 1.2 Metodologia .......................................................................................................................... 2 2. Contextualização ......................................................................................................................... 3 2.1 Demanda turística ................................................................................................................. 4 2.2 Segmentação da demanda ..................................................................................................... 7 2.2.1 Segmento geográfico ..................................................................................................... 8 2.2.2 Segmentação demográfica e socioeconômica ................................................................ 8 2.2.3 Segmentação psicográfica .............................................................................................. 9 2.2.4 Segmentação comportamental ....................................................................................... 9 2.2.5 Padrões de consume ..................................................................................................... 10 2.3.1 Quanto ao espaço ......................................................................................................... 10 2.3.2 Quanto ao meio de transporte utilizado ....................................................................... 10 2.3.3 Quanto ao motivo da viagem ....................................................................................... 11 2.3.4 Quanto à forma de organização ................................................................................... 11 2.3.5 Quanto à quantidade de pessoas .................................................................................. 11 2.3.6 Quanto à idade ............................................................................................................. 11 2.4 Características da demanda turística ................................................................................... 12 2.5 Determinantes da procura turística ..................................................................................... 13 2.5.1 Fatores Econômicos ..................................................................................................... 14 2.5.2 Fatores Sociocuturais dos Consumidores .................................................................... 14 2.5.3 Condicionantes socioculturais ..................................................................................... 15 3. Conclusão .................................................................................................................................. 16 Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 17 1. Introdução O presente trabalho procura abordar questões relacionadas a demanda ou procura turística, enquadrando seus conceitos, suas características, a sua classificação e por fim os fatores condicionantes do mesmo. No sentido estritamente económico do termo, procura turística relaciona-se com as diferentes quantidades de bens e serviços turísticos que os consumidores querem e podem comprar num determinado momento. Esta assunção pressupõe a existência de uma procura real sendo o consumo por oposição a uma procura potencial dita possível mas não realizada. A procura turística também se relaciona com a averiguação das causas que estão na origem das escolhas e motivações individuais aquando da tomada de decisão de empreender uma viagem. Sem esquecer que relacionam-se igualmente com a prosperidade e sustentabilidade de dado destino, o que nos remete para os impactos da referida procura. Vários autores salientam que um número elevado de turistas e a escala dos seus gastos têm efeitos consideráveis no rendimento, emprego, receitas estatais, balança de pagamentos, ambiente e cultura das áreas de destino. 1.1 Objetivos 1.1.1 Geral Analisar a demanda turística e seu impacto na sociedade. 1.1.2 Específicos Conceituar a demanda turística; Classificar a demanda turística em todos seus pontos: Compreender as suas características; Perceber quais são os fatores condicionantes da demanda turística. 1.2 Metodologia Para o trabalho, usar-se-á o método Bibliográfico. Pesquisa bibliográfica Segundo Lakatos (1992,p.191): “O Método bibliográfico consiste em pôr o pesquisador a obter conhecimentos, procurando encontrar informações em livros ou em documentos escritos. É importante porque facilita, não só a coleta de dados, atualização do assunto e aprofundar os conhecimentos do pesquisador, como também permite compreender tendências ou críticas de vários autores sobre o tema”. 2. Contextualização O turismo surge atualmente como uma das atividades económicas mais importante, revelando assim uma dimensão internacional. A Organização Mundial do Turismo (OMT) define o setor do turismo como o terceiro sector exportador mundial, apenas ultrapassado pelas indústrias petrolífera e automóvel. O Turismo tem vindo assumir cada vez mais uma maior importância, representando por todo o mundo bons resultados nos investimentos realizados, o que resulta na criação de emprego e na possibilidade dos países que têm este potencial natural e histórico-cultural de desenvolverem grandes eventos e negócios visando a oportunidade de entrar e competir no mercado internacional. O conceito de turismo pode ser definido como “a atividade ou as atividades económicas decorrentes das deslocações e permanências dos visitantes.” (Cunha, 2009), no entanto analisando esta definição ao pormenor torna-se demasiado vaga e de contornos ilimitados. Do ponto de vista conceptual, os autores Mathieson e Wall (Tourism: Economic, Physical and Social Impacts, 1990, p. 43) propuseram uma definição mais esclarecedora considerando o turismo como “o movimento temporário de pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalho e de residência, as atividades desenvolvidas durante a sua permanência nesses destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades”. Segundo esta definição o turismo é considerado como uma vasta e variada atividade que engloba as deslocações das pessoas e de todas as relações que estabelecem nos locais visitados, tal como os serviços desenvolvidos para responder às suas necessidades. É um conceito que abrange em simultâneo a oferta e a procura turística (Cunha, 2009, p. 30). Este aumento dos fluxos físicos de turistas tem a ver com três características da procura identificadas pela OMT (1993, p. 6). A primeira das características apontadas está ligada à diminuição do ritmo de crescimento económico, que tem por consequência imediata o aparecimento de “sobrecapacidades” em alguns sectores de actividade, entre os quais o turismo (OMT, 1993: 6). A segunda consiste na mundialização da procura, ou seja, no facto da procura evidenciar as mesmas tendências de evolução no conjunto do mundo ocidental. O estudo em reflexão adianta como exemplos: - a forte atenção atribuída à qualidade com a emergência de temas como a preservação do ambiente e o retorno à exigência dos preços a qual tempera um pouco a atenção dada à qualidade; - a rapidez das modificações em funçãode fenómenos de moda, fazem com que haja um maior interesse pelos verdadeiros valores em detrimento dos fenómenos artificiais; - o desenvolvimento das estadias de curta duração e ao mesmo tempo a procura por destinos longínquos” (OMT, 1993, p. 6). A terceira assenta no desenvolvimento de tendências individualistas que se repercutem no desejo de cada indivíduo “encontrar” um produto à sua medida. Vimos então surgirem produtos, cada vez mais diferenciados, ao lado dos produtos standardizados da indústria (OMT, 1993, p. 6). Neste contexto, a procura tende a assumir-se progressivamente como um fenómeno heterogéneo. Heterogéneo pela diversidade de tipos de indivíduos (clientelas) a viajar em função do sexo, idade, estado civil, estrato sócio-económico e profissional, nível de instrução, número de pessoas pertencentes ao agregado familiar, local de residência, rendimentos, personalidades, etc.; pela diversidade das motivações que estão na base da decisão de viajar, pela diversidade dos comportamentos desses diferentes tipos de turistas (Py, 1992: 43), entre outros aspectos. A heterogeneidade traduz-se na segmentação da procura. Uma vez que as mentalidades e comportamentos dos consumidores evoluem, será de esperar que os segmentos nos quais estão agrupados também evoluam, cabendo às políticas dinamizadas interiorizarem a natureza dinâmica da procura em referência. A existência de vários segmentos de procura confluentes num determinado destino é um aspecto positivo, na medida em que torna esse mesmo destino menos dependente de alterações nas preferências dos indivíduos pertencentes a determinado segmento. 2.1 Demanda turística A procura turística no espaço urbano é um segmento com grande e crescente peso relativo na procura turística, não só em termos dos fluxos que envolve mas também em termos da sua importância como destino de férias. Por demanda turística pode-se entender como: “A quantidade de bens e serviços que um consumidor e/ou turista está apto e disposto a adquirir por determinado preço, com determinada qualidade, por determinado período de tempo e em determinado local” A demanda por turismo vem apresentando tendências bastante interessantes nos últimos anos. Primeiro, as pessoas estão viajando mais em todo o mundo; segundo, o transporte aéreo de passageiros também apresenta a mesma tendência; terceiro, a duração das viagens e o tempo de permanência nos locais visitados vêm diminuindo para uma semana ou dez dias; quarto, as pessoas fazem mais viagens durante o período de um ano; e quinto, há uma mudança de turismo de massa para turismo de nichos, ou seja, os turistas estão buscando uma forma de diferenciação e diversificação de suas viagens, o que obriga as empresas a saciarem demandas específicas. Observem que as especificações das demandas supracitadas compõem um perfil de comportamento económico bastante variado. No primeiro exemplo, tem-se um perfil profissional e, caso se agreguem serviços de entretenimento para esse grupo, eles podem ser desnecessários. No segundo grupo, o entretenimento é o objectivo e, caso se agreguem serviços mais elaborados, eles somente elevariam os custos da viagem. Certamente, as empresas e as localidades se aprimoram em criar serviços para nichos cada vez mais específicos. O mercado de turismo é um sector de concorrência monopolística, o que significa a busca de um monopólio específico em um nicho de mercado. Todas as operadoras e agências concorrem entre si, mas uma delas pode ser especializada, por exemplo, em um destino, em uma faixa etária etc. Shaw e Williams (1994) referem que o estudo da procura turística deverá considerar tipos de consumidores/visitantes, a motivação dos visitantes e o comportamento desses visitantes. Porém, a heterogeneidade que caracteriza a dita procura conduz a que só possa ser cabalmente perspetivada através de múltiplas óticas, muito embora se distingam, num extremo, a psicológica ou psicográfica e noutro a abordagem económica. A primeira delas - a abordagem psicológica - preocupa-se em determinar as escolhas e motivações individuais que estão na base da procura. Por conseguinte, a compreensão do comportamento do turista bem como a identificação de diferentes tipos desse comportamento, são aspectos fulcrais nesta análise. A segunda - a abordagem económica - tem como preocupação central determinar (estimar) as respostas dos fluxos turísticos (procura ou, por vezes, gastos turísticos) a alterações nas variáveis económicas, nomeadamente preços e rendimentos, dando pouca ênfase a mudanças nos gostos e preferências, os quais são considerados exógenos ou fixos, pelo menos no curto prazo. Contudo, no âmbito da recreação e turismo, existe uma procura por recursos e externalidades que não tem preço, o que aponta para uma especificidade que se deverá considerar. A abordagem económica tem igualmente como preocupação reflectir sobre as medidas de procura com repercussões no bem-estar social e providenciar um guia eficiente de afectação dos recursos. No entanto, as especificidades do sector turístico nem sempre encontram resposta na teoria económica tradicional - teoria do comportamento do consumidor e teoria do comércio internacional (assenta na imobilidade de um factor e geralmente omite os custos de transporte que têm grande importância no turismo) - o que conduz à necessidade de se incluírem mais determinantes qualitativos. Existem ainda outras perspectivas, situadas entre a psicológica e a económica, preocupadas em estabelecer considerações espaciais e em detectar os papéis dos turistas (em função da idade, nível educacional, local de residência, integração num determinado estrato social que vai condicionar a sua escala de valores com reflexos nas prioridades que estabelece para os seus gastos, etc.), onde se destacam trabalhos de geógrafos, sociólogos e outros. O estudo da procura turística passa então pela detecção dos diferentes tipos de utilizadores da cidade, dando ênfase aos turistas. Distinguem-se abordagens a que Ashworth (1992) designa por abordagens na óptica do utilizador/consumidor/turista, as quais entram em linha de conta com os seguintes aspetos: Quem visita os destinos turísticos; O que é que os turistas fazem nas cidades; Porque é que os turistas visitam as cidades; Modo como estes destinos são apercebidos pelos turistas. No que respeita ao primeiro dos aspectos referidos, quem visita os destinos urbanos, é estreita a relação que entretece com a preocupação em estabelecer tipologias e segmentos de turistas. A identificação dos turistas urbanos, conducente à segmentação dos mercados e consequente estruturação de tipologias, exige, no entanto, grande disponibilidade de informação estatística (características demográficas, sociais e localizacionais dos visitantes) e respectivo tratamento, o que nem sempre é possível a um nível tão desagregado. O segundo aspecto, o que é que os turistas fazem nas cidades, remete-nos para a averiguação do comportamento dos turistas nas ditas cidades, o que deixa implícito a existência de uma ligação entre a procura turística e os recursos e equipamentos/infraestruturas ofertados nestes espaços. Como existem vários tipos de consumidores, protagonistas de diferentes necessidades (as quais apelam para diferentes modos de ser satisfeitas), os comportamentos que se podem detectar também são múltiplos implicando complicadas técnicas para os determinar que nem sempre os conseguem traduzir com a fidelidade desejada. A determinação do comportamento dos turistas não pode ser dissociada da investigação das variáveis sócio-económicas que lhe estão subjacentes. O terceiro aspecto, porque é que os turistas visitam as cidades, tem a ver com a questão das motivações que estão na base da decisão de visitar determinada cidade. Na medida em que a cidade é multifuncional, ela irá ao encontrode múltiplas motivações, visto que se podem satisfazer vários objectivos na visita a este espaço. Quanto ao quarto e último aspecto referido, modo como os destinos são apercebidos, ele tem a ver com a imagem que o destino-cidade transmite, na medida em que o consumo do produto urbano incorpora uma dimensão simbólica à qual não podemos ficar alheios. Neste aspecto, dá-se ênfase às percepções do consumidor relativamente à cidade, não só antes do produto urbano ter sido consumido, mas especialmente à medida que o consumo vai sendo efectivado. 2.2 Segmentação da demanda Definir o perfil dos turistas que já visitam ou que pretendem visitar uma localidade ajuda no planejamento da oferta e diversificação dos produtos e serviços. Ajuda também a atender as expectativas dos visitantes e conseguir que retornem, ou que fiquem com uma imagem positiva da experiência que tiveram. Para isso, é importante entender o comportamento de compra e as motivações que fizeram os visitantes irem até outra cidade, região ou país. Segmentar é dividir a demanda em grupos diferentes nos quais todos os clientes compartilham características relevantes que os distinguem de clientes de outros segmentos (Lovelock; Wright, 2001). A sociedade está constituída por um número substancial de pessoas com necessidades básicas já satisfeitas e que estão canalizando seu tempo, dinheiro e esforços para satisfazer outras necessidades e desejos, como o lazer, a viagem, o turismo (Trigo, 2003). Os consumidores podem ser categorizados de acordo com várias dimensões, como as questões geográficas, demografia (os aspectos objetivos de umapopulação, tais como idade e gênero), o uso que fazem do produto, e psicografia (características psicológicas e de estilo de vida). A escolha do segmento vai ajudar na estruturação de produtos e elaboração de roteiros, pois a identidade dada a cada roteiro será criada levando emconsideração o público ao qual se destina. 2.2.1 Segmento geográfico Segmentar o público geograficamente significa dividir a demanda em diferentes regiões geográficas emissoras, como cidades, estados ou países. Não significa que o foco deve ser voltado apenas para uma localidade, mas sim que em cada localidade os indivíduos podem ter preferências e demandas distintas e, portanto, oportunidades de negócios diferentes. Existem várias abordagens para a segmentação geográfica, como o tamanho da área geográfica, a densidade populacional e o clima. Note que o conhecimento da área geográfica escolhida direciona para a criação de produtos e serviços adequados para gerar maior atração para os moradores de uma localidade. Assim, segmentar ajuda a entender quais destinos são grandes emissores de turistas para sua localidade, quais outras regiões precisam de maiores investimentos, pois apresentam grande potencial de emissão de visitantes e geração de novos negócios, e quais devem ser descartadas, ou colocadas em segunda prioridade em seu plano estratégico. 2.2.2 Segmentação demográfica e socioeconômica Para segmentar um perfil de demanda, não se pode apenas identificar qual é o destino emissor, pois também é necessário analisar o perfil dos consumidores de acordo com as características demográficas. planejamento do turismo deve tentar atenuar os efeitos negativos que a concorrência e a sazonalidade exercem sobre um destino, e, portanto, conhecer o perfil dos visitantes ajuda a executar melhor este planejamento (Petrocchi, 1998). Para definir o perfil do público de uma região, diversos fatores devem ser considerados, como: Idade e Ciclo de Vida; Gênero; Renda; e, Formação e Nível Educacional. 2.2.3 Segmentação psicográfica As análises geográficas, demográficas e socioeconômicas são relacionadas aos moradores como parte de um grupo ou área, mas não os considera como indivíduo com preferências próprias e distintas do restante da população. Por isso, a segmentação psicográfica tenta entender como se comportam e convivem as pessoas na área geográfica escolhida. Nem todas as pessoas moradoras de um dado destino, por exemplo, com o mesmo nível de renda familiar, terão o mesmo estilo de vida, preferências e interesses. Diferentes religiões indicam diferentes comportamentos, assim como as pessoas da zona rural têm estilo de vida distinto do modo urbano. Deve-se entender a motivação que incentiva o turista a consumir um produto turístico ou a viajar para determinada localidade para satisfazer as demandas dos visitantes. Uma classificação utilizada para entender o perfil dos turistas considera a existência de dois tipos básicos de turistas: aqueles com perfil aventureiro (“alocêntricos”) e aqueles com perfil dependente (“psicocêntricos”), se forem consideradas a forma como escolhem os destinos de suas viagens (PLOG, 2001). Os dependentes são mais conservadores em relação à escolha do destino, procurando localidades mais populares como destinos. Além disso, controlam mais os gastos, e preferem estar na companhia da família e de amigos. Já os aventureiros são curiosos e buscam sempre novos lugares para conhecer, tomam as decisões com maior facilidade e estão dispostos a gastar um pouco mais. Além disso, gostam de atividades variadas e não se incomodam em estar, ou em viajar, sozinhos. 2.2.4 Segmentação comportamental Mais do que identificar o grupo ou segmento que um indivíduo faz parte, entender quais os comportamentos que as pessoas têm em relação aos produtos consumidos ajuda a compor a oferta de produtos e serviços. Nem todas as pessoas de uma mesma faixa etária, renda ou lugar de moradia terão as mesmas reações ou motivações em relação a um produto ou localidade. Assim, entender os fatores de comportamento de um grupo de pessoas ou de um indivíduo é fator relevante no processo de segmentação do mercado. São eles: Ocasiões; Benefícios; e, Status do Usuário. 2.2.5 Padrões de consume Esta segmentação é facilmente notada no mercado turístico, quando se percebe que alguns são viajantes compulsivos, e o fazem de forma frequente e para diferentes destinos. Já outras pessoas viajam com menos frequência, mas ainda o fazem com regularidades e outro grupo opta por viajar apenas em ocasiões especiais. Esta segmentação pode também ser relacionada com as motivações de viagem ou com o perfil do turista. Alguns podem ter alto consumo de viagens em função da atividade profissional que exercem, sendo então heavy-users com foco em turismo de negócios, porém light-users para o turismo de lazer. Outros podem ser medium-users, viajando com frequência mediana, em função da baixa disponibilidade financeira, mas sempre com foco em turismo de lazer. Assim, entender a diferenciação da demanda é fundamental para a composição dos produtos de uma localidade, direcionando-os para diferentes segmentos, movidos por diferentes apelos. É importante ficar claro para quem estiver definindo ou analisando um segmento para atuação, que a segmentação da demanda não pode ser feita só com a análise de um dos fatores de segmentação (geográfica, demográfica, psicográfica ou comportamental). 2.3 Clasificacao da Demanda Turistica 2.3.1 Quanto ao espaço Nacional ou Doméstico; e, Internacional. 2.3.2 Quanto ao meio de transporte utilizado Automóvel particular; Automóvel alugado; Carona; Trem; Ônibus rodoviário; Ônibus turístico; Vôo comercial; Vôo fretado; Marítimo; e, Misto. 2.3.3 Quanto ao motivo da viagem Descanso e lazer; Tratamento médico ou terapêutico; Participação em congressos, cursos e seminários; Participação em feiras e exposições; Cultural; Religioso; Desportivo; Comercial ou de negócios (Businesstourism); Profissional; Ecológico; e, Visitas a parentes e/ou amigos. 2.3.4 Quanto à forma de organização Por agências e operadoras; e, Sem agências e operadoras. 2.3.5 Quanto à quantidade depessoas Excursões (grupos); Família; Casal; Individual. 2.3.6 Quanto à idade Turismo infantil; Turismo para jovens; Turismo para adultos; e, Turismo para terceira idade. 2.4 Características da demanda turística As demandas dos diferentes mercados turísticos são variadas, de acordo com os tipos de ofertas turísticas. Todas, no entanto, em menor ou maior grau de intensidade, possuem as seguintes características: a elasticidade, a sensibilidade, a sazonalidade, a disponibilidade do tempo dos turistas, disponibilidade económica, fatores demográficos e os fatores sociais. A elasticidade – O turismo é um fenómeno dinâmico marcado por contínuos movimentos de crescimento e diminuição em sua demanda, em fluxos irregulares, motivados pelos diferentes graus de sensibilidade às mudanças provocadas pela oscilação das condições financeiras e económicas do mercado. Instabilidade que influi na própria formação das estruturas de preços ao empresário e ao consumidor. A sensibilidade – as alterações ou mutações nos campos diversos da atividade humana criam situações individuais e grupais tão diversificadas e profundas que tornam instáveis as realidades e os relacionamentos turísticos. Repugna ao turismo conviver com riscos ou incertezas, situações instáveis e problemas sociais de porte significativo ou de expressiva gravidade, pois é sensível a qualquer tipo de flutuação capaz de afetar tanto a oferta como a demanda, visto que uma não existe sem a outra. A sazonalidade – As épocas das temporadas ou as estações altas ou mais apreciadas do ano, cada qual com suas características próprias, também se constituem em factores importantes de influência no volume e na qualidade da demanda turística. As condições climáticas favoráveis e as épocas reservadas às férias escolares (quando as famílias, em geral, podem viajar completas), tanto quanto os feriados prolongados e os fins-de-semana, concentram os grandes fluxos de demanda que, nas demais épocas e circunstâncias do ano, costumam diminuir de forma muito sensível. Disponibilidade de tempo dos turistas- Deve-se considerar qual o tempo livre que eles têm para realizar a visita: férias, finais de semana, feriados. Deve-se entender a disponibilidade dos visitantes para compor os produtos turísticos adequados às possibilidades de viagem destes clientes. Assim, pode se tornar inviável montar pacotes de cinco dias para visitantes que só possuem disponibilidade de finais de semana para realizar seus passeios; Disponibilidade econômica- Muitas vezes deve existir aumento da disponibilidade de renda do público para que possam ser realizados gastos com a viagem. Oferecer pacotes de viagem para o final do ano, quando existe aumento da disponibilidade financeira por causa do décimo terceiro salário pode se tornar uma boa opção para desenvolver um destino; Fatores demográficos- A idade, o gênero, o estado civil e a composição familiar são fatores que devem ser considerados para compor o produto turístico de forma a gerar maior atração. A oferta de cruzeiros marítimos para solteiros muitas vezes pode não atrair o público da melhor idade, ou mesmo casais com filhos. Desta forma, o perfil dos visitantes influência no potencial de aceitação dos produtos oferecidos ou na visitação de uma localidade; Fatores sociais- O ato de viajar está ligado ao conceito de ascensão em termos de status e aceitação nos grupos sociais. Assim, a viagem em si, ou a visitação a algum destino específico pode contribuir para a melhoria do relacionamento com grupo de convívio. O que se pode concluir é que a demanda turística está vinculada a diversos fatores, alguns relativos às preferências e motivações dos visitantes, e outros atrelados a aspetos relacionados ao macroambiente e ao mercado do qual o destino turístico faz parte. 2.5 Determinantes da procura turística As motivações que estão na base da procura turística dependem, segundo Brian e Cooper (1994), de três grandes conjuntos de factores. O primeiro tem a ver com a perspectiva mundial da propensão para viajar e incorpora factores de ordem sócio-económica, demográfica e política. Os dois factores sócio-económicos distinguidos são a “crescente integração entre o trabalho e o turismo” (patente no aumento de congressos, viagens de incentivo, reuniões profissionais e de negócios) e “a alteração nas relações de trabalho” compatível com o crescente número de casais bi-activos (cabe ter presentes os rácios turismo/trabalho e turismo/lazer). Tal como é sugerido por Guitard (1982), Pearce (1982), Mayo e Jarvis (1981) e muitos outros, a explicação dos determinantes da procura turística, sem a consideração das motivações e mudanças sociais, não poderá compreender cabalmente os movimentos turísticos (in Brian e Cooper, 1994). As implicações das alterações sociais pode ser discutida tendo por referência as relações expressas nos rácios turismo/trabalho25 e turismo/lazer26 (Ryan, 1991, p. 14). O aumento da procura turística deve-se, em grande parte, a uma combinação entre um aumento no rendimento e aumentos no tempo destinado ao lazer. Adicionalmente, a introdução de modelos mais flexíveis de trabalho permitiu que muitas pessoas planeassem curtos descansos em alguns fins-de-semana (Ryan, 1991, p. 15). 2.5.1 Fatores Econômicos Nível de renda disponível: De acordo com o aumento da renda há uma probabilidade do aumento do consumo de produtos turísticos; Nível dos preços: O aumento dos preços em um determinado destino turístico implica a diminuição de sua demanda, que tenderá a continuar gastando com o turismo, mas em outro destino; Política fiscal e controle dos gastos de turismo: O aumento da pressão fiscal nos centros emissores provoca a diminuição da renda disponível para viagens de turismo, produzindo a diminuição da demanda por produtos turísticos; Financiamento: A possibilidade de financiar as viagens a longo prazo permite ao viajante realizar mais gastos com o turismo e com maior freqüência; e, Taxas de Câmbio: Quando a moeda do centro emissor está fortalecida em relação ao dólar, gera uma demanda deste para os centros receptores onde a moeda local está enfraquecida em relação á moeda americana. 2.5.2 Fatores Sociocuturais dos Consumidores Motivação: A decisão pelo consumo de um produto turístico é subjetiva do ponto de vista do consumidor, estando diretamente relacionada à: Sua atitude ao valorizar, positiva ou negativamente, determinados fatores ou objetos; Suas percepções; Sua personalidade; e, Suas experiências anteriores. O risco financeiro na compra de um produto turístico é alto, pois o consumidor adquire um produto intangível, que está distante do seu entorno habitual e que exige um certo planejamento prévio para o consumo. 2.5.3 Condicionantes socioculturais Faixa etária Profissão Tipo de ocupação / emprego Nível de escolaridade Status Tempo de lazer; Costumes de épocas de viagens = sazonalidade; Crenças ideológicas, religiosas ou políticas; Fatores políticos; Fatores demográficos Grau de urbanização das áreas emissoras Nível de desemprego Índice de natalidade Índice de envelhecimento Fatores Aleatórios / Conjunturais Crises políticas Guerras Cataclismos: terremotos, tsunamis, vulcões, etc. 3. Conclusão Apos a compilação do presente trabalho observou-se que considerando a importância do turismo para o desenvolvimento econômico e os impactos (positivos e negativos) na comunidade, os produtos turísticos vêm sendo demandados por consumidores que exigem práticas sustentáveis na sua composição. Assim, a produção turística deve ser pensada e criada de forma a incorporar tais práticas, prevendo harmonia com o meio ambiente e as culturas locais, garantindo que a região turística seja beneficiária do processo de desenvolvimentoe não apenas espectadores deste processo. Constatou-se que a demanda turística despõe de inúmeros fatores determinante que se encontram divididos em classe sendo eles: Económicos, Socioculturais, políticos, demográficos e outros mais. Considerando os fatores que influenciam a demanda, mencionados acima, pode-se perceber que o deslocamento dos visitantes até o destino está diretamente associado ao conceito de valor percebido dos produtos oferecidos. Por isso, o turista escolhe seu destino dependendo da disponibilidade financeira, de tempo, ou do status que a viagem pode proporcionar. Esta relação de fatores é que cria características peculiares para a demanda turística, fazendo com que ela se torne instável e se modifique de forma constante. Por fim notou-se que as características principais da demanda turística, que determinam as alterações no volume e na qualidade da demanda sãos a elasticidade, sazonalidade e a sensibilidade. . Referências Bibliográficas BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. CUNHA, L. (2001), Introdução ao Turismo, Verbo, Lisboa. CUNHA, L. (2003). Perspectivas e Tendências do Turismo. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas. DIAS, Reinaldo. Introdução ao Turismo. São Paulo: Atlas, 2005. LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços: Marketing e Gestão. São Paulo: Saraiva, 2001. MOTA, K. (2002). Gestão estratégica da sazonalidade turística: transformando ameaças em oportunidades. In: Congresso Brasileiro de Turismo. São Paulo: Roca, 14- 18, mai. 2002. Planejamento e gestão em turismo, pp.15-27. OLIVEIRA, Antonio Pereira. Turismo e desenvolvimento: planejamento e organização. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. 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