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Resumo de Cascata de Coagulação 0 0 www.sanarflix.com.br Resumo Cascata de Coagulação Gabriel Campos Lobo Faculdade Santo Agostinho - FASA Resumo de Cascata de Coagulação 1 1 www.sanarflix.com.br 1. Introdução A coagulação é o processo que leva à formação de fibrina, que quando ocorre de forma fisiológica, recebe o nome de hemostasia. Já quando esse fenômeno ocorre de forma patológica, é denominado de trombose. Ainda, outro termo importante é o de fibrinólise, conhecido como processo de dissolução do coágulo, atuando sobre a fibrina formada. O processo de coagulação é complexo e vários componentes fazem parte dele, tais como: proteínas plasmáticas (zimogênios de serinoproteases e cofatores), células (plaquetas, endotélio e outras células sanguíneas) e os íons, em especial, o de cálcio. Sabe-se que o processo de coagulação tem a potencialidade de amplificar um pequeno estímulo inicial em um tampão hemostático, composto por fibrina e plaquetas ativadas, sendo um processo dinâmico, que envolve: iniciação, amplificação e propagação. 2. A Coagulação Iniciação → Essa etapa ocorre em resposta ao dano vascular, que expõe o subendotélio ao sangue. As plaquetas se aderem ao local danificado, e, uma vez próximas ao subendotélio se ligam ao colágeno pela glicoproteína GpVI, sendo que essa ligação é responsável por promover uma sinalização em cascata e ativação das integrinas plaquetárias, que mediam a ligação das plaquetas com o subendotélio. O fator de von Willebrand (FvW), que circula no plasma, pode se ligar ao colágeno exposto na matriz extracelular e à glicoproteína (Gp) Ib, presente na superfície plaquetária. Concomitante a isso, o fator tecidual (FT), presente no subendotélio, é exposto e se liga ao FVII circulante no plasma. O fator tecidual atua como receptor e cofator para o FVIII, e uma vez complexados, o FVII é rapidamente convertido em FVII ativado (FVIIa) e o complexo FT/FVIIa resultante ativa os fatores IX e X. O fator Xa se liga ao FVa e converte pequenas quantidades de protrombina em trombina. A quantidade de trombina formada de início é insuficiente para a formação Resumo de Cascata de Coagulação 2 2 www.sanarflix.com.br do coágulo, mas é suficiente para retroalimentar a coagulação através da ativação dos fatores V, VIII e IX e de receptores da superfície plaquetária. Amplificação → Inicia-se a partir do efeito de pequenas quantidades de trombina gerada na etapa de iniciação. A trombina liga-se avidamente a GpIb, e, com isso, a trombina sofre uma alteração conformacional, que permite a clivagem dos receptores ativadores de protease plaquetária (PAR) pela trombina. Dessa forma, observa-se que a interação da trombina com a PAR-1 engatilha um processo de sinalização em cascata, o que resulta na ativação plaquetária, que provoca várias alterações, como: mudança no citoesqueleto plaquetário, aumento da expressão de fosfatidilserina (FS) na superfície externa da plaqueta, um fato de extrema importância para o incremento da atividade coagulante e a degranulação plaquetária com liberação dos conteúdos dos grânulos alfa e denso. Diante disso, sabe-se que o conteúdo dos grânulos densos, em especial o difosfato de adenosina (ADP), exerce uma retroalimentação positiva nas plaquetas adjacentes para promover ativação plaquetária adicional. Enquanto isso, o FV parcialmente ativado, presente nos grânulos alfa, é convertido para sua forma completamente ativa por ação da trombina ou do FXa. Propagação → Após as duas etapas anteriores, as plaquetas se encontram em seu estado ativado. Logo, juntamente com os cofatores Va e VIIIa ligados em sua superfície, as plaquetas funcionam como plataforma para o ancoramento de proteínas e formação de complexos tenase e protrombinase. O FIXa, formado durante a etapa de iniciação, liga-se às plaquetas ativadas de duas formas: dependente e independente do FVIIIa, sendo que na ação dependente do FVIII, ocorre formação do complexo fixa/FVIIIa (complexo tenase), que ativa o fator FX. Ademais, o FXa ligado a plaqueta forma um complexo com o FVa também ligado a plaqueta (complexo protrombinase), que é capaz de converter a protrombina em trombina. Nesse contexto, a trombina cliva o fibrinogênio, formando assim, os monômeros de fibrina, os quais se agregam Resumo de Cascata de Coagulação 3 3 www.sanarflix.com.br espontaneamente em protofibrilas. Por último, outra função da trombina é a de ativar o FXIII, responsável por estabilizar essas protofibrilas e tornar o coágulo estável. Coagulação in vivo FONTE: ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO, Roberto Passetto; PASQUINI, Ricardo. Tratado de hematologia. São Paulo: Atheneu, 2013. A fibrinólise é o processo de lise do coágulo. A sua ocorrência depende do sistema fibrinolítico, que atua sobre a fibrina formada, envolvendo várias proteínas, tais como: a proenzima inativa, plasminogênio (Pg), seus respectivos ativadores: o ativador de plasminogênio tecidual (t-PA) e o ativador de plasminogênio urocinase (u-PA) e os inibidores da ativação de plasminogênio: inibidor do ativador de plasminogênio-1 (PAI- 1) e o inibidor do ativador de plasminogênio-2 (PAI-2), além dos inibidores de plasmina e o inibidor do sistema fibrinolítico, denominado de inibidor fibrinolítico ativado pela trombina (TAFI). Dessa forma, a fibrinólise tem início quando o plasminogênio circulante se adere ao coágulo e é convertido em plasmina através da ação do tPA, liberado pelo Resumo de Cascata de Coagulação 4 4 www.sanarflix.com.br endotélio vascular e a fibrina atuará como cofator para a conversão do plasminogênio em plasmina, o principal mediador da fibrinólise. Obs – Vias intrínseca e extrínseca: Observações experimentais e estudos clínicos demonstraram que as reações de coagulação ocorrem como processos simultâneos nas superfícies celulares. Logo, os componentes das denominadas vias intrínsecas e extrínsecas participam da iniciação e propagação da coagulação, respectivamente, assumindo papéis distintos e complementares. Dessa forma, observa-se que é pouco provável que essas vias operem de modo independente in vivo. FONTE:Hoffbrand, A. Victor. Fundamentos em hematologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. Obs – A via Comum, é aquela resultante tanto da via intrínseca quanto da via extrínseca. Resumo de Cascata de Coagulação 5 5 www.sanarflix.com.br Via Intrínseca Via Extrínseca FXII; Pré-calicreína; FXI; FIX; FVIII-FvW Fator Tecidual; FVII Via comum FX; FV; Protrombina; fibrinogênio → Fibrina. Referências Bibliográficas 1. Hoffbrand, A. Victor. Fundamentos em hematologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 2. ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO, Roberto Passetto; PASQUINI, Ricardo. Tratado de hematologia. São Paulo: Atheneu, 2013 Resumo de Cascata de Coagulação 6 6 www.sanarflix.com.br
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