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Transparência no Setor Público

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RICARDO DE OLIVEIRA GONÇALVES
TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
Maringá
2011
RICARDO DE OLIVEIRA GONÇALVES
TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá.
Orientador: Profº.Ademir Massahiro Moribe.
Maringá
2011
RICARDO DE OLIVEIRA GONÇALVES
TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
Aprovado em ___/___/2011
Professor Ademir Massahiro Moribe, Dr. (orientador)
Assinatura
Professor........................................................., Dr.
Assinatura
Professor .........................................................,Dr.
Assinatura
Maringá
2011
TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
Ricardo de Oliveira Gonçalves
RESUMO
Atualmente a administração pública deve ser vista como uma prática social de muito valor, uma vez que a sociedade depende dela para crescer e se desenvolver. O objetivo principal desse estudo foi mostrar a necessidade de transparência no setor público seguido pelos principais desafios enfrentados pelos gestores públicos em cultivar a transparência dos atos administrativos ao contexto político, econômico e social. A metodologia foi baseada em uma análise bibliográfica e documental. A revisão da literatura está constituída a princípio, por um estudo da Transparência no setor público e suas ações de transparência, abordando os principais fatos que ocasionaram o tema como aposta de melhoria no setor, a fim de expor a relevância da transparência nos atos públicos e o papel e responsabilidade fiscal dos gestores. Ligados pelo histórico de fraudes e corrupção em nosso país, ressaltou-se o quanto a transparência tem se tornado um ponto fundamental para que os gestores consigam transmitir para o a sociedade toda a credibilidade que esta deseja. Considerando que a administração pública não pertence aos gestores, mais sim à sociedade, que delega aos administradores, a responsabilidade de administrar o que é público. Conclui-se com a pesquisa que a deficiência na transparência dentro das organizações públicas é que ainda temos um país com incapacidade de governança.
PALAVRAS-CHAVE: Administração Pública, Gestão Pública, Transparência.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................5
2 TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO .............................................................5
2. 1 AÇÕES DE TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO .......................................5
2.2 PRESTAÇÃO DE CONTAS ...................................................................................9
2.3 IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA ...................................................................13
2.3.1 Governança Corporativa no Brasil ...............................................................14
2.4 ASPECTOS DA CORRUPÇÃO E FRAUDE E OUTROS VÍCIOS DA GESTÃO PÚBLICA....................................................................................................................15
2.5 A RESPONSABILIDADE FISCAL DOS GESTORES .........................................17
2.5.1 Dos profissionais contadores .......................................................................18
2.5.2 Do poder legislativo .......................................................................................18
2.5.3 Da Câmara dos Deputados ............................................................................19
2.5.4 Do Senado Federal .........................................................................................20
2.5.5 Das Assembléias Estaduais ..........................................................................20
2.5.6 Das Câmaras de Vereadores .........................................................................20
2.6 CONTRIBUIÇÃO DA ONG CONTAS ABERTAS ................................................20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................21
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................21
5 REFERÊNCIAS ......................................................................................................23
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a administração pública deve ser vista como uma prática social de muito valor, uma vez que a sociedade depende dela para crescer e se desenvolver. Ou ainda pode ser definida como atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a realização e alcance dos objetivos de interesses coletivos.
Assim, a transparência nos atos públicos tornou-se peça chave das mudanças que estão a moldar o mundo. Já que esta talvez seja a única maneira de gerar confiança. Em decorrência da deficiência na transparência dentro das organizações públicas é que se tem um país com incapacidade de governança.
Surge então a constatação da idéia de que a administração pública não pertence aos gestores, e sim à sociedade, que simplesmente delega aos administradores, essa responsabilidade de administrar o que é público de acordo com os princípios e fundamentos da lei. 
Neste sentido percebe-se então que atualmente os gestores sentem a necessidade em utilizar meios que dêem transparência aos seus atos, como maneira de aumentar a confiabilidade na política no Brasil. Em continuidade ao processo as entidades fiscalizadoras agem com o intuito de fiscalizar os atos dos gestores públicos. 
Assim este trabalho objetiva contribuir com a idéia da necessidade de transparência no setor público dando suporte e orientação aos administradores públicos, acadêmicos, e também qualquer cidadão no entendimento deste assunto, além de deixar mais claro os conceitos de transparência pública, através da lei de responsabilidade fiscal e na fundamental parceria e acompanhamento pelas entidades e agentes fiscalizadores. 
2 TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
2.1 AÇÕES DE TRANSPARÊNCIA NO SETOR PÚBLICO
A transparência é um conceito extremamente moderno. Que define uma virtude, daquilo que se deixa atravessar pela luz. Num sistema óptico é a propriedade de ser transparente, isto é, que permite passar luz. Significa ainda ser translúcido, algo que se permite conhecer, iluminar – esta referência entre os termos revela, a apreensão, respectivamente, pelos sentidos e pela razão. Desta forma, pode se considerar o termo norteador (transparência), como uma condição racional. Estando conectada com o conhecimento, e portanto, dando margem à informação. Esta afirmação é que possibilita o entendimento de como a transparência se articula com o mundo contemporâneo.
De acordo com Amora (2008, p.733), a transparência é a qualidade de transparente, ou seja, é o ato de tornar algo claro e evidente. Em complemento, Culau e Fortis (2006, p.2), afirmam que conferir transparência, além de se constituir em um dos requisitos fundamentais da boa governança, cumpre a função de aproximar o Estado da sociedade, ampliando o nível de acesso do cidadão às informações sobre a gestão pública.
De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU, 2004, p.27), a transparência pode ser definida como o ato de sabermos onde, como e por que o dinheiro está sendo gasto. É quando tudo acontece de maneira clara sem obscuridade, sem mistérios, de maneira adequada.
As transformações contemporâneas evidenciam a informação como um instrumento de poder. Pode se afirmar que nesta era, em que a difusão e generalização dos processos informativos foram potencializadas, obteve-se uma nova revolução tecnológica no circuito comunicativo. Como resultado, todas as esferas mundiais estão interligadas, redimensionando as relações entre distância e tempo, como parâmetros da convivência humana. Desta forma, a informação se tornou mais decisiva como decifração do comportamento do indivíduo.
De uma forma geral, é esperado que todas as pessoas que exercem algum tipo de responsabilidade social sobre a vida de outras, definam suas ações com total responsabilidade. Neste âmbitoestão envolvidas as organizações e também o Estado, isto porque essa demanda por transparência se dirige indistintamente ao poder público. O dever de transparência é um imperativo ético-jurídico, que se apresenta sobre a lógica de que o Estado o deva ser. Logo, o indivíduo que atua representando a força estatal deve ser tal e qual ao instrumento que pertence. Sendo assim, nada mais justo que o dever de transparência esteja presente em suas ações.
No entanto, a transparência pública não pode ser confundida com o ato de publicidade, que fundamenta o moderno Estado de direito. Trata-se de duas ações distintas, ainda que o anúncio implica ao poder público uma certa transparência. A diferença está na exigência da publicidade, atendida com a publicação dos atos do poder público, ao passo que a transparência é mais exigente. Ela é percebida nas atitudes comportamentais, nas relações cotidianas, no conhecimento do outro.
A transparência exige do indivíduo, o seu desprotegimento em relação aos que o rodeiam, expor como se é, e dar total conhecimento externo daquilo que não é aparente. É tornar-se visível e sujeito de referência. Quando o detentor de poder dá transparência ao seu exercício, o mesmo submete-se à crítica e, como consequência, ao controle social, da parte daqueles sobre os quais o poder se exerce. Portanto, dar transparência ao poder implica compartilhá-lo, o que tem um impacto positivo. Este fato, dá significado a socialização, a democratização, levando ao aperfeiçoamento, e a lucidez no exercício do poder público. Logo, dar transparência ao poder implica melhorá-lo.
Há ainda, outro item significativo da transparência sobre a relação de poder. Implica na valorização daqueles sobre os quais o poder se exerce. A transparência convida essas pessoas a envolverem-se no exercício do poder, assumindo a posição ativa de protagonistas dessa relação. Ao conhecerem por dentro como o poder funciona, essas pessoas passam a ter condições de participar do seu exercício, interferindo sobre ele, cobrando ou exigindo que se faça isso ou aquilo. A democratização que a transparência confere ao poder incorpora também esta dimensão, de uma relação que, ganhando transparência, passa a se travar em pé de igualdade, entre sujeitos que originalmente eram desiguais. Portanto, dar transparência a uma relação de poder significa promover o seu equilíbrio.
No Brasil o acesso às informações por meio da transparência é um direito assegurado pela Constituição Federal, através dos princípios que norteiam a gestão pública, com a finalidade de garantir a sociedade uma maior confiabilidade em analogia à seriedade das ações administrativas.
No caso da gestão pública, a transparência exige uma política específica. A legislação brasileira define o direito de informação e impõe um determinado padrão ético à Administração Pública em todas as esferas de poder governamental e níveis federativos. Entretanto, essa ética formal, está longe de impor ou mesmo estimular um compromisso ostensivo fiel por parte dos gestores públicos brasileiros com a transparência. Verifica-se um despreparo em relação a essa questão, ou mesmo a falta de compromisso, que se pode atribuir não só aos gestores públicos, de modo geral, mas como no caso brasileiro, à cidadania.
Qualquer política de transparência para a gestão pública deve considerar a exigência de abertura por parte de quem detém o poder, no sentido de remover obstáculos ao acesso à informação. E também, à disposição de informar, de disponibilizar informação suficiente ao pleno esclarecimento do poder diante daqueles sobre quem ele se exerce.
No Brasil, muito ainda está por se fazer nesta questão. O Estado brasileiro não informa de forma eficaz a sua sociedade. A qualidade da informação prestada pelo poder público no Brasil está longe do ideal. É óbvio que a legislação deveria evoluir para fazer constar uma exigência clara nesse sentido. O que é mais grave, os cidadãos públicos, não se sentem na obrigação de informar, mesmo quando seja necessário. A Administração Pública sempre foi tradicionalmente fechada sobre si mesma, e só recentemente começou-se a libertar-se desse conceito. A instalação de ouvidorias em vários segmentos públicos é um indício desse movimento.
Há também que se assegurar que a atuação do poder público não se incorpore com a confidencialidade. Esta é característica da vida privada, deve ser levada em consideração apenas na proteção de interesses individuais indisponíveis. Não se justifica o recurso ao sigilo quando se trata da realização do interesse público. Nem mesmo quando se invoca a chamada razão de Estado. O interesse público deve ser configurado sob o conhecimento de todos.
Incumbe ao gestor público brasileiro, em face desse seu dever constitucional de informar, uma atribuição que escapa à maioria dos órgãos públicos do país. Na mesma medida em que geram ações para cumprir cada qual a sua função, eles deveriam, concomitantemente, produzir informação sobre si próprios, sobre a sua atuação e levar essa informação aos cidadãos. Esse processo de comunicação deveria ser desenvolvido por todo órgão público, independentemente da sua função. 
Essa atividade informativa é uma condição com a qual os órgãos públicos brasileiros não estão acostumados. Deveriam funcionar como autênticos centros de informação, ao lado do desempenho das suas funções formais. Isso não significa designar um setor da organização pública para cuidar dessa atividade. Ela deve ser compartilhada por todos os segmentos da organização. A transparência não deve ser incumbência de alguns gestores do órgão público, mas sim uma política organizacional, dentro da estrutura hierárquica do órgão público.
O desenvolvimento da tecnologia da informação oferece novas possibilidades de ganho de transparência pelas organizações. O emprego dos novos recursos tecnológicos da informatização pode melhorar a qualidade da informação produzida pela organização, como, por outro lado, independentemente disso, tem, sem sombra de dúvida, impacto extraordinário sobre o seu acesso, haja vista que, por meio da informatização, a organização pode conhecer-se melhor. 
No entanto, o instinto de defesa do poder formal acaba se expressando de modo inconsciente, na maioria das situações. Não raramente, a autoridade se depara com fatos, que vem ao seu conhecimento, que é preferível não divulgar. O sigilo acaba triunfando, pela acomodação que o poder. Como não há no Brasil uma efetiva obrigação legal de informar, a autoridade sente-se liberada para divulgar a informação que lhe convém. É o que, certamente tem acontecido nas organizações, em face do avanço dos processos de informatização, os quais são uma tendência inevitável dos dias atuais.
2.2 PRESTAÇÃO DE CONTAS
A prestação de contas cabe a todos aqueles que administram bens e patrimônio de terceiros e mesmo bens comuns. As situações que geram esta obrigação são inúmeras. No entanto, algumas merecem destaque: 
a) obrigação do síndico em relação ao condomínio;
b) obrigação de sócio-gerente aos demais sócios, relativamente à administração de pessoa jurídica;
c) obrigação de tutor e curador em relação ao tutelado e curatelado. E mesmo em relação ao Ministério Público.
d) obrigação do inventariante aos herdeiros da gestão empreendida no período que está entre a assinatura do termo de compromisso e a desocupação efetiva do cargo.
A ação de prestação de contas visa à extinção dessa obrigação, apurando-se o saldo porventura existente. A iniciativa pode caber a quem tem o direito de exigir as contas como àquele que tem a obrigação de prestá-las. Por isso, pouco importa quem tome a iniciativa da demanda, se o credor ou devedor.
Esta ação deve seguir a forma mercantil, seja, conforme a escrituração contábil, com os lançamentos de valores recebidos e pagos aplicados, seus rendimentos e frutos, e o eventual saldo remanescente. Além disso, exige-se que sejam acompanhadas dos documentos justificativos, quer dizer, aqueles que se referem a cada lançamento da operação realizada (art. 917 do CPC). Todavia,podem-se ser aceitas as contas prestadas de outro modo, desde que alcancem a sua finalidade, a exata demonstração da administração do patrimônio.
A primeira modalidade da ação de prestação de contas, prevista no art. 914, I do CPC é daquele que tem o direito de exigi-las. Assim se divide em duas fases nítidas: a primeira se constata a obrigação de prestar contas, e na segunda, caso existente a obrigação, analisa-se as contas, em si.
A petição inicial deve ser devidamente instruída de prova que o réu tem ou teve bens do autor em administração. O prazo para resposta do réu é especial, é de cinco dias. Quando o réu poderá assumir uma dessas situações: Apresentar as contas, aceitando a sua obrigação de fazê-lo. Assim, encerra-se a primeira fase do processo, sem necessidade de se proferir a sentença. Apresentadas as contas, o autor será intimado para em cinco dias se manifestar. Se o autor expressamente as aceitar como corretas, ou não se manifestar, ocorrerá o julgamento antecipado da lide, com imediata prolação da sentença, aprovando as contas apresentadas, e se for o caso, declarando o saldo existente.
Se, todavia, o autor impugnar as contas apresentadas, o feito seguirá o procedimento ordinário, cabendo ao juiz verificar se há necessidade de produção de provas, com o que será necessária a designação de audiência de instrução e julgamento, ou se pode ocorrer o julgamento antecipado, se a matéria for unicamente de direito, ou se a prova documental for suficiente para o julgamento.
Se o réu não apresentar as contas e nem contestar negando a obrigação de prestá-las, estando presentes os efeitos da revelia, ocorrerá o julgamento antecipado. A sentença reconhecerá a obrigação de prestar contas e condenará o réu a prestá-las no prazo de quarenta e oito horas, sob pena de não o fazendo, não poder impugnar as contas que o autor vier a trazer aos autos (art. 915, segundo parágrafo do CPC).
Se o réu acatar o comando da sentença dentro do prazo estipulado, o procedimento seguirá como se tivesse espontaneamente prestado, ou seja, o autor será intimado para que em cinco dias se manifeste sobre as contas, ocorrendo aceitação, sobrevém o julgamento antecipado; ocorrendo impugnação seguirá o procedimento ordinário. Caso contrário, deixando de atender ao comando expresso da sentença, o autor terá a possibilidade de apresentá-las no prazo de dez dias (art. 915, terceiro parágrafo do CPC), não sendo mais lícito ao réu impugnar.
Desta forma, em seguida julgará o juiz as contas, se não houver necessidade de provas, ou determinará a perícia contábil, ou mesmo qualquer outra prova que repute necessária para conhecimento dos fatos. Pode também o réu apresentar as contas e contestar para controverter sobre a obrigação de prestá-las bem como qualquer outra alegação, como por exemplo, o fato de que as contas não foram exigidas anteriormente, ou que as ofertou mas o autor não aceitou o conteúdo das contas apresentadas. Poderá o réu ainda, não apresentando as contas, contestar a obrigação de prestá-las, e o feito não alcançará a segunda fase, sem a definição dessa questão controvertida. Se o pedido for julgado procedente, com o reconhecimento de que o réu tem a obrigação de prestar as contas, passar-se-á a segunda fase do terceiro parágrafo, ou seja, a sentença condenará o réu a prestá-las, em 48 h, sob pena de não poder impugnar quando prestadas pelo autor, quando o procedimento será o ordinário.
Quando alguém tem interesse em prestar as contas para obter a quitação e se ver liberado desse encargo, estipula o art. 916 do CPC. Além dos requisitos típicos das petições iniciais contidos no art. 282 do CPC, cumpre o autor apontar a origem de sua obrigação de prestar contas, juntando os documentos demonstrativos do ato ou do negócio que gerou a obrigação.
Isso faz nascer o interesse de agir ou interesse processual e a ação só terá cabimento se ocorrer a recusa na oferta das contas. Eventualmente, ainda que o réu conteste o pedido, essa questão será resolvida de juntamente com a validade das contas em uma única sentença. O prazo para resposta é especial, ou seja, dez dias. Poderá então o réu assumir as seguintes posturas: aceitar as contas, a consequência é o julgamento antecipado da lide, acarretando a sentença à extinção do feito com resolução do mérito.
Por se tratar de ato de rendição, somente pode ser praticado por quem tem poderes de transigir. Poderá o réu quedar-se inerte, e estarão presentes os efeitos da revelia. E se não ocorrerem, seguirá a ação o procedimento ordinário. Essa situação não é idêntica a anterior (a de aceitação de contas) porque a revelia não vincula o juiz. Apenas afasta a necessidade de produção de provas, mas não obriga o juiz necessariamente julgar procedente o pedido. Caberá ao julgador analisar os fatos apresentados (que não precisaram ser provados se, o juiz assim entender) para extrair-lhe a consequência jurídica exata, independentemente da contestação.
Se o réu contestar, pouco importando se aceitou as contas, e se a contestatória se refere a outras questões (falta de oferta espontânea, por exemplo), ou se impugnou as contas, tornando contraditória uma ou algumas ou todas as parcelas apresentadas, ou mesmo apenas impugnando o saldo verificado, o procedimento converte-se em ordinário.
Pode ocorrer o julgamento antecipado da lide, ou havendo necessidade de produção de prova oral, ser designada a AIJ (art. 916, segundo parágrafo do CPC). É comum a necessidade de perícia contábil nesse tipo de demanda. Qualquer que for a modalidade adotada, ou a reação do réu, a nota especial fica por conta do art. 918 do CPC, depois que julgado procedente o pedido, o saldo credor deverá ser declarado em sentença que valerá como título executivo, sendo nula a sentença que não declarar o saldo.
Ressalto o art. 918 CPC o caráter dúplice da ação de prestação de contas e o saldo apurado tanto poderá ser a favor do autor, como do réu, e da mesma forma, valerá como título executivo judicial.
2.3 IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA
A governança corporativa surge com a intenção de superar o chamado conflito de agência, que surge a partir do fenômeno da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. Esse conflito ocorre uma vez que o titular da propriedade, delega ao agente o poder de decisão sobre essa propriedade, pois os interesses daquele que administra a propriedade nem sempre estão em sintonia com os de seu titular. Assim visou-se criar mecanismos eficientes para assegurar que o comportamento dos executivos esteja alinhado com o interesse dos acionistas.
Os princípios de transparência, equidade e responsabilidade pelos resultados praticados pelos fundadores, sócios e herdeiros contribuem para evitar situações desagradáveis causadas por conflitos típicos de empresas familiares ao longo do tempo. Hoje em dia é grande o número de empresas que enfrentam problemas deste tipo.
Esses conflitos são valorizados pela falta desses valores de governança corporativa, pondo em risco a sobrevivência de muitas empresas, principalmente de natureza familiar, onde a falta de transparência, o tratamento distinto entre os familiares com direitos iguais, e o entendimento do negócio pelos familiares que não estão dentro da administração da empresa levam ao fracasso da empresa.
A adoção de boas práticas de governança corporativa é considerada pelo Banco Mundial e pelo FMI como fundamental na recuperação dos mercados mundiais, abatidos pelas sucessivas crises em seus mercados de capitais. Praticamente em todos os países surgiram instituições empenhadas a promover debates em torno da governança corporativa.
No setor público os princípios fundamentais da boa governança são: Transparência; Equidade; Prestação de Contas; Cumprimento da lei; Ética. A prática desses princípios tem o principal objetivo de preservar e aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade.
2.3.1 Governança Corporativa no Brasil
No Brasil o modelo empresarial encontra-se num período mudanças. De grandes oligopólios
, caminha-separa uma nova estrutura de empresa, marcada pela participação de investidores institucionais, fragmentação do controle acionário e pelo foco na eficiência econômica e transparência de gestão. São vários os fatores que de pressionam a favor dessas mudanças: As privatizações; O movimento internacional de fusões e aquisições; O impacto da globalização; Necessidades de financiamento e, conseqüentemente, o custo do capital; A intensificação dos investimentos de fundos de pensão; e a postura mais ativa de atuação dos investidores institucionais nacionais e internacionais.
Essa nova característica empresarial foi percebida a partir da pesquisa Panorama da Governança Corporativa do Brasil
 em 2001. Nesta é possível perceber que as empresas nacionais, premidas por necessidades de financiamento e pelos desafios criados pela competição global, estão modificando as práticas de governança corporativa.
Em resposta a desconfiança dos investidores, e após escândalos financeiros e os abusos contábeis descobertos nos anos anteriores, em julho de 2002 foi assinada a Lei Sarbanes-Oxley. Sua abrangência vai de questões sobre governança corporativa e responsabilidade dos administradores até regras para a negociação de títulos e transparência.
2.4 ASPECTOS DA CORRUPÇÃO E FRAUDE NA GESTÃO PÚBLICA
As fraudes no setor público de certa forma podem ser equiparadas com as fraudes internas nas grandes empresas. Nos dois casos são fatores recorrentes, determinantes e fundamentais, a existência de oportunidades, a corrupção, o conflito de interesses e a falta de controles eficientes. Dessa maneira grande parte dos métodos utilizados no combate às fraudes internas também são utilizados no combate às fraudes no setor público. Porém no setor público existem algumas características peculiares nas medidas de combate a fraudes.
A principal é a transparência na administração e a divulgação e acesso público as informações
. Não há justificativa válida para não se ter transparência, para ocultar dado e ou impedir o acesso a este tipo de informações por parte de representantes da sociedade. Dados que deveriam ser sistematicamente divulgados em todos os níveis, sendo ele municipal, estadual, federal, repartições e entidades, e cujo acesso deveria ser simples, são: arrecadação
, despesas
, resultados
 e a produtividade
.
Também muito importante refere-se aos sistemas de compra ou contratação de serviços e obras utilizados pelas repartições públicas. O ideal é o leilão ou licitação com menor preço, embora sejam necessários sistemas de controle, divulgação dos dados, resultados e transparência, superiores aos atuais.
Vale notar que os dados divulgados, para atenderem sua funcionalidade, deveriam ser organizados e apresentados de forma mais simples. Atualmente é possível se ter acesso à grande parte dos dados de gestão dos governos, mas estes são expostos de forma tão técnica e complexa que somente especialistas no assunto conseguem acompanhar e entender as informações disponibilizadas.
Quanto às situações em que o mau funcionamento ocasiona o surgimento de fenômenos de corrupção ou conflitos de interesses, estas podem basicamente ser divididas na categoria institucional ou administrativa.
Alguns exemplos que propiciam o aparecimento de corrupção no Brasil na questão institucional são:
· A negociação entre os executivos municipais, estaduais e federal e os parlamentares em torno de emendas aos orçamentos para realização de obras públicas, muitas vezes realizadas tendo em vista o futuro direcionamento das licitações;
· A promulgação de projetos de lei beneficiando setores ou grupos econômicos, que acabam tendo vantagens sobre seus concorrentes;
· O mecanismo de nomeação dos membros de Tribunais de Contas, órgãos encarregados do controle das ações do Executivo, que muitas vezes acontece sem debate suficiente, o leva à indicação de pessoas cujos comprometimentos políticos prejudicam a independência de suas decisões;
· A criação de programas de intervenção do governo em setores privados com finalidades teóricas de sustentação de empresas, mas que fatalmente terminam beneficiando alguém e prejudicando outros;
· O loteamento político dos cargos das empresas estatais que faz com que estes cargos sejam uma fonte de renda para os "padrinhos" na forma de favores ou benefícios que o "indicado" deverá prover;
· O fornecimento a poucos de informações privilegiadas que possam ser aproveitadas para realizar lucros em detrimento de concorrentes ou mercados.
No que se referem às falhas administrativas que podem levar à corrupção, estas são inúmeras e variadas, mas se destacam os seguintes exemplos:
· A falta de racionalidade dos mecanismos tributários e de coleta de impostos, facilitando a ação individual de funcionários sem escrúpulos;
· A existência de rotinas administrativas que criam dificuldades e, assim, propiciam a oportunidade de se venderem facilidades;
· A existência de mecanismos que permitam driblar as exigências de transparência e controle nas contratações e nas despesas dos governos e entidades públicas;
· A pouca transparência sobre as decisões do Estado, o que não apenas dificulta a vigilância da sociedade e dos órgãos de imprensa, como desgasta a eficiência da própria administração.
Entre os três níveis de poder, uma pesquisa da Transparência Brasil em 2002 revelou que a esfera municipal aparece como a mais contaminada. Entre os agentes públicos levantados nessa pesquisa os que estão mais sujeitos a corrupção são: Policiais; Fiscais tributários; Funcionários ligados a licenças; Parlamentares; Funcionários ligados a licitações; Agentes alfandegários; Fiscais técnicos; Primeiro escalão do executivo; Funcionários de bancos oficiais; Juízes.
Quanto aos impostos onde acontece maior corrupção, com pedidos de propina, são: ICMS (64% das empresas receberam pedido de propina); ISS (41%); Trabalhistas/INSS (38%). Já entre os benefícios que os funcionários corruptos em troca de propinas se destacam: Relaxamento de inspeções; Agilização em processos administrativos ou burocráticos; Suspensão de ameaças; Ignorar valores não declarados; Ignorar Fraudes; Consultorias e aconselhamentos; Cancelamento de multas; Isenção de impostos e taxas. Por fim, além do dinheiro, os corruptos podem pedir: empregos para amigos e parentes, financiamento de campanhas políticas, presentes e mordomias e outros tipos de benefícios.
2.5 A RESPONSABILIDADE FISCAL DOS GESTORES
A Lei de Responsabilidade Fiscal veio para estimular à prática do orçamento participativo ao estabelecer como condição prévia à participação popular e a realização de audiências públicas na elaboração e discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual. Onde o orçamento participativo oportuniza expor a situação financeira, seus problemas operacionais, planos e prioridades e permite à população indagar e questionar as aplicações dos recursos. 
A obrigatoriedade da transparência do planejamento e da execução da gestão fiscal é uma das características marcantes da Lei de Responsabilidade Fiscal, com linguagem simples e objetiva. As informações contidas nos relatórios exigidos, além de estabelecer parâmetros e metas para a Administração Pública, permitem avaliar a gestão fiscal dos Poderes Executivo e Legislativo. Para que se tenha uma eficaz administração pública, é necessário que governo e sociedade tenham uma boa interação, podendo ser facilitada com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Uma grande vantagem entre as vantagens da Lei é o impedimento da herança fiscal, ou seja, os governantes não poderão contrair obrigação de despesa nos últimos 8 (oito) meses de mandato, que não possa ser quitadas integralmente nesse período. Assim não poderão ser feitos contratos de última hora que onerem ou deixem a obrigação do pagamento para o próximo mandato. Dessa forma a nova administração iniciará uma gestão já podendo atuar diretamente com o novo plano de governo não tendo que esperar até quitar dívidas do mandato anterior.
2.5.1 Dos profissionais contadores
A Lei nº 4.320/64 estabelece como objetivolegal da Contabilidade Pública: Evidenciar perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.
O que compete a Contabilidade Pública refere-se ao balanço orçamentário, que estuda e controla a despesa e a receita, ou melhor, de que maneira foi feito cada arrecadação e de que forma foi feita sua aplicação. Cabe aos contadores orientar e acompanhar os gestores públicos para que sejam cumpridas as normas e regras, sempre obedecendo a um planejamento eficiente.
2.5.2 Do poder legislativo
O Poder Legislativo possui funções legislativas, administrativas e fiscalizadoras, e exerce ainda algumas funções de assessoramento, além de outras funções parecidas com funções do Poder Judiciário.
Quanto às funções legislativas compete à elaboração de leis a assuntos de sua competência, o direito de apresentar projetos de lei, moções, emendas aos projetos de lei, aprovar ou rejeitar projetos, aprovar ou rejeitar vetos do prefeito, governador ou presidente da República.
Entre as funções fiscalizadoras está à fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo (prefeito, vice-prefeito, secretários municipais e estaduais, governadores, vice-governadores, Presidente da República e ministros) assim como os atos de toda a administração pública a que representam. Esta função fiscalizadora é feita por meio da elaboração e apresentação de requerimentos de informação sobre a administração, criação de Comissões Parlamentares de Inquérito para apuração dos fatos, realização de vistorias e inspeções aos órgãos públicos e podem ainda acontecer por meio de convocação de autoridades públicas a prestar esclarecimentos em depoimentos.
Quanto às funções administrativas estão à organização dos seus serviços internos, regulamentação de seu funcionalismo, estruturação e direção de seus serviços auxiliares, como composição da Mesa Diretora, constituição das comissões, bancadas partidárias, etc.
2.5.3 Da Câmara dos Deputados
A maioria das atividades legislativas concentra-se nas comissões permanentes ou temporárias. Os principais objetivos das comissões permanentes são analisar as proposições legislativas, realizar audiências públicas com representantes da sociedade civil, convocar e tomar depoimentos de ministros de Estado, prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; determinar a realização de diligências, perícias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos três Poderes, da administração direta e indireta etc.
Já as Comissões Temporárias tem a finalidade de apreciar determinado assunto, extinguindo-se ao término da legislatura, quando alcançada sua finalidade ou expirado seu prazo de duração. Entre elas estão as Comissões Parlamentares de Inquérito. Dentro de sua área de competência, cada Comissão exerce papel fundamental na análise, discussão e votação das matérias a elas pertinentes. 
2.5.4 Do Senado Federal
O Senado Federal é a câmara representativa dos Estados federados. O Senado é composto de representantes dos estados e do Distrito Federal. As competências do Senado Federal são diferentes das da Câmara e entre elas, ressalta-se a atribuição de autorizar operações externas financeiras, dispor sobre os limites legais para operações de crédito dos estados e outros assuntos do interesse dos estados membros e da União.
2.5.5 Das Assembléias Estaduais
Em cada Estado, o Poder Legislativo é representado por uma Assembléia Legislativa, esta se localiza na respectiva capital. A Assembléia do Distrito Federal, é denominada por Câmara Legislativa.
2.5.6 Das Câmaras de Vereadores
Os membros do Poder Legislativo no município são os vereadores que representam este poder através das Câmaras Municipais. Estas são constituídas por, no mínimo, nove vereadores e, no máximo, cinqüenta e cinco. A quantidade de vereadores em cada município é definida proporcionalmente à população do município.
2.6 CONTRIBUIÇÃO DA ONG CONTAS ABERTAS
A Associação Contas Abertas lançou em 2010 o Índice de Transparência do Executivo Federal e dos estados. Este foi criado por um comitê de especialistas em contas públicas, este Índice de Transparência tem como principal objetivo avaliar, se os governos estão sendo transparentes ou não na divulgação das informações orçamentárias.
O Índice foi lançado após a edição do decreto que regulamentou a Lei Complementar 131, conhecida como Lei de Transparência ou Lei Capiberibe. Essa lei sugere que, a partir de 28 de maio de 2010 a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios com mais de 100 mil habitantes são obrigados a divulgar on-line, informações pormenorizadas sobre a sua execução orçamentária e financeira.
A ação principal do Comitê de Transparência será criar um ranking das as administrações públicas quanto a sua transparência. Com base na lei complementar, pretende-se estabelecer uma comparação saudável entre os gestores federais, estaduais e municipais, com a finalidade de estimulá-los a divulgar como utilizam e aplicam o dinheiro público.
Os parâmetros para as notas dadas pelo comitê aos portais públicos são: o nível de detalhamento da despesa, as possibilidades de download dos dados e informações, a frequência de atualização e as facilidades na navegação. Tendo como resultado uma nota de zero a dez.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica, que se destinou ao registro de dados e conteúdos pertinentes ao tema. Ela se constitui uma espécie de certidão de identidade desse documento. A pesquisa está embasada por textos elaboradas pela Controladoria Geral da União (Leis complementares 101 e 131), bem como livros, sites e artigos científicos de autores como: Amora (2008); Culau (2006); Fortis (2006); Lima (2004) e Souza (2009), os quais abordam informações importantes a Administração Pública em todas as esferas governamentais e a relevância da transparência nos atos públicos.
4 CONCLUSÃO
A aposta na transparência nos processos como método de mudança organizacional se justifica pelo potencial de transformação, que tem este novo conceito, na vida das pessoas e das organizações. De modo geral as pessoas de admiram a transparência e esperam que os sujeitos com quem se relacionam, sejam transparentes. Segundo Lima (2008, p.4) apud Souza, Santana, Cruz e Silva (2009) um elemento que se mostra importante para caracterizar a transparência é a possibilidade de participação do cidadão nas decisões, permitindo que se conheça como se gasta os recursos obtidos da sociedade.
Dessa forma busca-se na transparência um meio para moldar organizações melhores. Essa idéia de transparência gera um impacto positivo na vida organizacional, a qual começa a ser percebida pelo setor público, o qual tem um vasto campo de iniciativas para promover a transparência pública.
Mesmo assim, ainda falta muito para o Estado livrar-se dos seus hábitos de ter seu funcionamento ainda voltado para dentro de si mesmo. As organizações de modo geral e grande parte das organizações públicas ainda não têm tradição de transparência, porque não tem uma cultura de transparência. De modo amplas perspectivas se abrem para esses processos de reforma do Estado por via da transparência, em termos de resultados quanto à melhoria da gestão pública, e consequentemente, dos serviços públicos.
Talvez também a eficiência seja parte da crença que explica e justifica essa aposta na transparência como veículo de mudanças. Mas certamente uma outra justificativa na preocupação e aposta na transparência pública se afirma pela dimensão ética que ela incorpora ao setor público. Atualmente a população reclama cada vez mais um Estado ético, além de eficiente. A ênfase na transparência pública não decorre de outra razão, senão da convicção de que um Estado ético, transparente é um Estado melhor.
Todo processo de mudança comportamental Organizacional, exige participação e envolvimento das pessoas. Essa mudançadeve ser preparada. Devem ser criadas as condições para a mudança. Deve-se programar um processo de sensibilização deve dos responsáveis pela mudança. É preciso convencer, estimular as pessoas dentro das organizações públicas a praticarem a transparência. Essa mudança cultural deve ser estimulada por iniciativas que surgem de dentro das próprias organizações públicas.
Por fim, um governo transparente é aquele que respeita o cidadão, expõe as suas contas para toda a população. Que publica seus atos oficiais, que tem audiência pública pra seu povo dar sua opinião, respeitando seu direito de pedir e reclamar. É transparente quando o povo sabe onde seu dinheiro está, abre suas contas para serem fiscalizadas, onde suas ações são claras.
5 REFERÊNCIAS
ABERTAS, Contas. Contas Abertas Website. Disponível em <http://contasabertas.uol.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=197>. Acesso em 20 de outubro de 2011.
AMORA, A. S.. Minidicionário Soares Amora da Língua Portuguesa. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
ACIONISTA. Governança no Setor Público – Transparência. Disponível em <http://www.acionista.com.br/editorial/070705_governanca_no_setor_publico_transparencia.htm>. Acesso em 20 de outubro de 2011.
BRASIL. Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
BRASIL. Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009. Acrescenta dispositivos à Lei Complementar  no 101, de 4 de maio de 2000 que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
BRASIL. Lei Nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil.
CGU. Olho vivo no dinheiro público: um guia para os cidadãos garantir os seus direitos. Brasília: Controladoria Geral da União, 2004
CULAU, A. A.; FORTIS, M. F. A.. Transparência e controle social na administração pública brasileira: avaliação das principais inovações introduzidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. In: Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, 11, Ciudad de Guatemala, 2006. Anais.Ciudad de Guatemala: CLAD, 2006.
FRAUDES, Monitor das. Fraudes e corrupção no setor público: As razões e fatores estratégicos de incentivo. Disponível em <http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=177>. Acesso em 25 de outubro de 2011.
PESQUISA, S.. Oligopólio. Disponível em <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/oligopolio.htm>. Acessado em 25 de outubro de 2011.
SEPLAN, S. P. G.. Planejamento e gestão. Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/planejamento_gestao>. Acesso em 20 de outubro 2011.
SOUZA, A. C.; SANTANA, J. A. O.; CRUZ, M. P. S.; SILVA, C. E.. A relevância da transparência na gestão pública municipal. Revista Campus, Paripiranga, v.2, n.5, p.6-20, 2009.
TRANSPARÊNCIA, Índice de. Índice de Transparência. Disponível em <http://www.indicedetransparencia.org.br/>. Acesso em 20 de outubro de 2011.
Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora:
� Lattes: � HYPERLINK "http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4177389A5" �http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4177389A5�.
Email: rikardobarros@hotmail.com.
� Oligopólio é um termo utilizado em economia que deriva do grego, onde oligo significa poucos e polens significa comércio. Este termo é usado quando um grupo empresas domina o comércio de um determinado produto ou serviço. Para os consumidores a formação de oligopólios não é boa, pois dificulta a entrada de outras empresas no setor dominado. Desta forma, a concorrência diminuí e os preços podem ficar altos.
� A pesquisa é realizada em parceria pela McKinsey & Co. e Korn Ferry International, onde são enfocadas características da estrutura de propriedade e liderança das empresas nacionais e a organização e as práticas dos Conselhos de Administração.
� Medidas que na indústria privada não são viáveis, por problemas de concorrência e/ou segredos industriais ou comerciais, no setor público são perfeitamente viáveis e até desejáveis.
� Impostos, taxas, cobranças, direitos, empréstimos, lucros etc.
� Salários, alugueis, contas, serviços, obras, juros, pagamentos etc.
� Serviços prestados, trabalhos realizados, obras executadas etc.
� Índices comparáveis e comparativos de custo, eficiência e produtividade por cada setor.

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