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06/04/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/4 Arquitetura Pós-moderna A arquitetura pós-moderna inicia na década de 1960 e se estende até os anos 1980, como uma resposta de jovens arquitetos às posturas funcionalistas, universais e formais da arquitetura moderna (1920-1940) e do Estilo Internacional (1950-1960). É caracterizada, de um lado, pela busca de uma nova arquitetura, menos dogmática e universal e, por outro lado, pelo uso constante de referências formais do passado histórico, sem se preocupar em legitimar essas escolhas por razões lógicas. Essa postura crítica dos arquitetos pós-modernos era acompanhada, em certos momentos, de uma atitude irônica e caricatural, usando elementos antigos de maneira ousada e livre. Para compreender melhor a postura crítica e a busca de uma nova forma de fazer arquitetura por parte dos pós-modernos veja a seguinte comparação entre as propostas modernas, do início do século 20 e as características dos projetos pós-modernos. Os arquitetos modernos adotaram um conceito sobre o homem para propor uma arquitetura que fosse universal e pudesse se adequar a todas as culturas e a todo o mundo. Isso é visível, por exemplo, no trecho da Carta de Atenas, mostrado a seguir, em que todo o conceito de urbanismo se reduz a quatro funções. Essa simplificação da vida é característica da arquitetura e do urbanismo modernos: “O dimensionamento de todas as coisas no dispositivo urbano só pode ser regido pela escala humana. A medida natural do homem deve servir de base a todas as escalas que estarão relacionadas à vida e às diversas funções do ser. Escala das medidas, que se aplicarão às superfícies ou às distâncias; escalas das distâncias que serão consideradas em sua relação com o ritmo natural do homem; escala dos horários, que devem ser determinados considerando-se o trajeto cotidiano do sol. As chaves do urbanismo estão nas quatro funções: habitar, trabalhar, recrear-se (nas horas livres), circular.” Trecho da Carta de Atenas, de 1933, elaborada Assembleia do CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. A proposta arquitetônica pós-moderna teve várias vertentes, mas é possível fazer um resumo de algumas características comuns a todas elas: I – Crítica a homogeneidade e a padronização da arquitetura moderna, evitando ignorar os avanços produzidos por essa mesma arquitetura; II – Valorização da arquitetura histórica, usando referências formais e conceituais de estilos do passado: nos Estados Unidos muitos arquitetos se vinculavam a essa linha de raciocínio acrescentando a visão de que a arquitetura pode ser usada como meio de comunicação. III – Reinterpretação da arquitetura vernacular (arquitetura produzida localmente, cuja origem é popular e desenvolvida espontaneamente) local e tradicional. IV – Essa arquitetura surge em locais que tentam resistir à forte influência da 06/04/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/4 ideia de “universalização da forma de viver”, proveniente de alguns centros considerados mais desenvolvidos. Também é possível dividir a arquitetura pós-moderna em duas vertentes principais. Uma de caráter historicista, muito presente nos EUA, e da qual participam Robert Venturi e Charles Moore, entre muitos outros. Nessa vertente o uso de imagens populares, presentes na história da arquitetura ou nas edificações mais comuns da região, era uma maneira de tentar tornar os edifícios mais próximos das pessoas: era uma tentativa de usar o edifício como meio de comunicação. A outra, de caráter mais tipológico, buscava usar as formas arquitetônicas do passado e de outras culturas, porém buscando uma coerência com os contextos projetuais e urbanos. Essa vertente é mais comum na Europa, com arquitetos como James Stirling, Aldo Rossi, Ricardo Bofill e Paolo Portoghesi. A influência do pós-moderno chega ao Brasil, mas de maneira mais superficial. O pós-modernismo aparece com mais intensidade nas obras de Sylvio Podestá, Éolo Maia e Jô Vasconcellos nas décadas de 1970 e 1980. Arquitetura Pós-moderna – Robert Venturi Venturi é um arquiteto norte-americano, principal fundador do escritório Venturi, Scott Brown Associates e um dos mais influentes teóricos da arquitetura pós-moderna. Tão importante quanto seus projetos são os livros que publicou e que foram divulgados mundialmente: Complexidade e Contradição na Arquitetura e Aprendendo com Las Vegas. Mais do que criticar a arquitetura moderna (1920-1940) e o Estilo Internacional (1950-1960), Venturi propõe uma nova abordagem formal e espacial, evitando o racionalismo e buscando soluções na arquitetura popular e na historiografia. Seus projetos são pautados pelo uso de formas arquitetônicas do passado de maneira livre, evitando soluções universais. Figura 1: Residência de Vanna Venturi, projetada por seu filho Robert Venturi e construída entre 1962-1964 na Pensilvânia, EUA. Disponível em: <http://cdn.cstatic.net/images/gridfs/55a8188ef92ea12a4100e66d/ld2e05445-m1r.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016. 06/04/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/4 Arquitetura Pós-moderna – Charles Moore Dos arquitetos pós-modernos, Charles Moore é considerado um dos mais irônicos e sarcásticos. Ele acreditava que os edifícios podiam e deviam falar, estabelecendo ligações com o passado e contando histórias. No projeto da Piazza (praça) d’Italia, o arquiteto transportou cenários das cidades italianas e da história da arquitetura para Nova Orleans, nos EUA. O que se vê da praça não é funcional ou estruturalmente verdadeiro. Tudo é revestido e a própria praça não tem a função de local de reunião social. Ela é, de fato, um cenário com um discurso irônico e contraditório sobre a arquitetura. Além de atuar como autor de projetos, foi professor e escreveu vários livros. Sua forma de projetar é tão exagerada que é considerada kitsch por seus críticos. Figura 2: Piazza d’Italia, Nova Orleans, EUA (1978). Projeto de Charles Moore e Perez Architects. Disponível em: <http://www.gonola.com/images/piazza.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016. Arquitetura Pós-moderna – Paolo Portoghesi Paolo Portoghesi é um arquiteto italiano cuja carreira começa como estudioso da arquitetura clássica e barroca. A partir da década de 1960 abre um escritório de arquitetura, e com a ampliação dos seus estudos sobre arquitetura moderna, começa a buscar formas mais orgânicas, influenciado pelo seu colega, o historiador italiano Bruno Zevi. Uma das características de seus trabalhos é o uso coerente e cuidadoso de elementos históricos. Essa preocupação aparece claramente em suas obras, como a Mesquita de Roma. Nela, o uso dos sofisticados desenhos geométricos da arquitetura árabe aparecem na estrutura, assim como outros elementos típicos de uma mesquita, mas aplicados dentro de uma tecnologia construtiva atual. 06/04/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/4 Figura 3: Mesquita de Roma (1974), Itália, projeto de Paolo Portoghesi, Vittorio Gigliotti e Sami Mousawi. Disponível em: <http://www.mimoa.eu/images/1395_l.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
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