Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CAMPUS: SANTOS-CONSELHEIRO DISCIPLINA: J883 - LITERATURA COMPARADA CURSO: 49625 – LETRAS (Licenciaturas Línguas Portuguesa e Inglesa). PROFESSORA: CYNTHIA BRANDÃO TURMA: LL6P82/LL7P82 ALUNO: LETICIA BOZA ASSUMPCAO - RA: N13429-1 DATA DE ENTREGA: 04/04/2020. Segue a segunda atividade extraclasse de Literatura Comparada, que deverá ser entregue até o fim desta semana: 04/04. Usem o modelo de cabeçalho enviado anteriormente. Esta segunda atividade extraclasse tem como pré-requisito a primeira (leitura e resumo dos capítulos 2 a 5 do livro da referência bibliográfica básica. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SANT’ANNA, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & cia. 3. ed. São Paulo: Ática, 2006. ATIVIDADE: Analise comparativamente os dois poemas a seguir, baseando-se nas noções de paródia e paráfrase estudadas. O primeiro poema “Meus oito anos” é de Casimiro de Abreu, poeta da segunda geração do Romantismo. Já o segundo poema é de autoria do poeta modernista Oswald de Andrade. MEUS OITO ANOS - Casimiro de Abreu. Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! [...] MEUS OITO ANOS - Oswald de Andrade. Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra! Da rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais [...] Análise comparativa. Os poemas têm em comum o tema abordado, a infância e a saudade dela. Os dois autores falam sobre o quanto a infância foi um momento marcante em suas vidas. Como Casimiro escreveu antes, Oswald fez uma paráfrase de seu poema, não com a intenção de continuá-lo, mas sim com a intenção de reafirmar o sentido da obra de Casimiro. Porém, como podemos perceber, a versão de Casimiro é mais idealizada, uma infância perfeita e nostálgica, isso por que o mesmo escreveu durante o romantismo, diferentemente de Oswald que escreveu seu poema durante o movimento modernista, mostrando mais realidade em sua descrição sobre a infância e fazendo certa crítica social quanto ao local em que reside, afinal, seu ambiente se passa num quintal de terra, algo mais simples. Já no poema de Casimiro falam-se coisas como no “Que amor, que sonhos, que flores” coisas que certamente, uma criança não estaria pensando enquanto brinca, pois geralmente não tem consciência sobre coisas específicas e sentimentais. Isso faz com que o poema de Oswald se torne uma paródia, por que ele brinca com esse fato de que crianças não amam ou sonham (conscientemente), elas correm rua abaixo brincando o dia inteiro sem se preocupar com nada. Não é como se a infância fosse perfeita e que tudo fosse melhor naquela época, é como se a infância fosse uma parte especial de nossas vidas que sentimos falta por que tínhamos “horas”. Indo mais além se pode considerar que os poemas têm em comum também certo apego pela infância de brincar e viver na rua, livre para poder se divertir, algo que se uma criança que passasse por algum tipo de situação perigosa dentro de casa e fosse obrigada a ficar presa consideraria como sonho ou uma utopia.
Compartilhar