Buscar

atividade discurssiva Direito Internacional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DISCIPLINA DE DIREITO INTERNACIONAL
ATIVIDADE DISCURSIVA
ATIVIDADE:
O Direito Internacional Privado é considerado um ramo do direito interno, pois suas normas são de natureza essencialmente nacionais. Tais normas são ainda de natureza indicativa, se prestam a determinar à lei aplicável ao caso concreto e não a resolução do mérito em si. Isso porque o objeto do Direito Internacional Privado é a resolução de conflitos de leis estrangeiras no espaço decorrentes que relações jurídicas que possuam conexão internacional.  Com base nisso, responda: 
1. No que consiste uma relação jurídica com conexão internacional? Explique e exemplifique. 
A globalização é um dos fenômenos sociais mais marcantes da história da humanidade. Dentre as suas características destaca-se a condição de aproximar as pessoas e estreitar relações a partir do desenvolvimento e especialização dos meios de comunicação, transporte, dentre outros fatores que colaboraram para aprimorar as relações políticas e econômica entre pessoas e nações. 
O Direito Internacional é salutar nesse contexto, uma vez que se tratando de relações estrangeiras é necessário não apenas conciliar interesses, mas também compatibilizar as normas jurídicas (diferentes) que regem cada país. Nas relações internacionais, mesmo que os interesses sejam comuns, é possível que haja conflitos relacionados ao sistema jurídico e o conjunto de normas para regimentar as relações.
No âmbito das relações entre particulares aplica-se o Direito Internacional, disciplina jurídica que trata das relações privadas com conexão internacional, tendo como objeto justamente as normas que permitem escolher o direito aplicável a lides geradas pela incompatibilidade de normas que regem os países onde se filiam as partes da demanda.
As trocas econômicas, políticas, culturais e as atividades humanas são fatos geradores de fenômenos jurídicos que devem ser resolvidos pelo Estado. O Direito Internacional Privado disciplina a escolha da norma a ser aplicada a uma relação jurídica com conexão internacional, tem como objeto de seu estudo a nacionalidade, a condição jurídica do estrangeiro, o conflito das leis no espaço e o conflito de jurisdições.
Portanto, uma relação jurídica com conexão internacional é aquela em que há interesse comum entre as partes em estabelecer determinado tipo de liame, sendo este dirimido por conflito jurídico segmentário, uma vez que se trata de pessoas, físicas ou jurídicas, de diferentes nacionalidades, mas que pode ser sanado se aplicado as regras de Direito Internacional.
Para se atestar a existência de relação jurídica com conexão internacional e então decidir quais normas se aplicam a cada caso é imprescindível a qualificação da relação jurídica e a verificação dos elementos de conexão. Primeiramente dá-se a qualificação da relação jurídica a fim de enquadrá-la em uma categoria jurídica, para depois então verificar qual a regra de Direito Internacional privado a ser aplicada ao caso concreto (MELO, 2017).
 Após a qualificação da relação jurídica, será localizada a sua sede jurídica, ou seja, qual o Direito Internacional Privado que irá sobre ela incidir, se o local ou o estrangeiro. Uma vez determinado, recorre-se às regras de conexão para identificar, por meio das normas do Direito Internacional Privado, qual a legislação aplicável passa dirimir o caso concreto em julgamento (MELO, 2017).
Os elementos de conexão possuem função ímpar na órbita das relações internacionais, tendo a função de solucionar o aparente conflito de leis no espaço internacional, definindo qual lei deve ser aplicada à relação jurídica internacional privada. Em suma, os elementos de conexão das normas indicativas são os vinculam internacionalmente a questão de Direito Internacional, tornando possível saber qual lei (se a nacional ou a estrangeira) deverá ser efetivamente aplicada ao caso concreto, a fim de resolver a questão principal; são os elos existentes entre as normas de um país e as de outro, capazes de fazer descobrir qual ordem jurídica resolverá a questão (material) sub judice (MELO, 2007). 
Os elementos de conexões podem ser pessoais, de domicílio e nacionalidade, lex fori, lex rei sitae, lex loci delicti comissi, lex loci executions, locusregitactum e autonomia da vontade. 
Como exemplo podemos citar o casamento celebrado fora do território nacional e a hipótese de reconhecimento de sua validade no ordenamento jurídico brasileiro. Toda relação matrimonial constituída no exterior, em conformidade com a forma estabelecida pela lei local de celebração do casamento, será reconhecida como válida no ordenamento brasileiro, salvo naqueles casos em que o ato realizado violar a ofensa à ordem pública ou fraudar a lei nacional. 
Outro exemplo versa sobre a norma jurídica a ser aplicada do domicilio dos envolvidos da relação jurídica em que possui, bem como a capacidade (atos da vida civil) e a pessoa física (conjuntos de atributos que distinguem uns indivíduos dos outros). O art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro dispõe: “A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e dos direitos de família” (BRASIL, 2019).
2. No que consiste um conflito de leis estrangeiras no espaço? Explique e exemplifique. 
O conflito de leis no espaço decorrente de relações jurídicas com conexão internacional é objeto próprio do Direito Internacional. Trata-se da existência de qualquer fato que atraia a possível aplicação de uma legislação estrangeira em território nacional. O elemento de estraneidade, ao atrair a aplicação de uma legislação estrangeira, causa o chamado “conflito de leis no espaço” (NOVO, 2018).
O conflito de leis no espaço centra-se em dois elementos fundamentais, o intercâmbio entre os diferentes países e a diversidade legislativa existente entre eles. Em outras palavras, o conflito de leis no espaço decorre da diversidade legislativa (cada sistema jurídico, autônomo e soberano, dá tratamento diferente a aspectos sociais) e da existência de uma sociedade transnacional (relações entre indivíduos vinculados a sistemas jurídicos diferentes). 
Quando identificados conflitos de leis estrangeiras no espaço, aplica-se o princípio da territorialidade e da extraterritorialidade, previstos respectivamente nos artigos 8º e 9º e nos artigos 7º, 10, 12 e 17, da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (BRASIL, 2019). 
No contexto dos conflitos de leis no espaço decorrentes de relações jurídicas com conexão internacional, observa-se que as normas de Direito Internacional consistem em designar qual a norma aplicável ao caso concreto, ou seja, sua aplicação não se atém à solução do mérito da causa, mas na indicação da norma a ser aproveitada para elucidação do conflito.
Para Savigny, o meio de encontrar a lei mais adequado era o critério da sede da relação, ou seja, o domicílio das pessoas quando a relação disser respeito à sua capacidade e estado, e a localização da coisa quando esta for o objeto da relação. Savigny defendia a busca pela natureza da relação jurídica que dá origem ao conflito de normas, contrariando, portanto, a ideia de soberania absoluta do direito nacional, e admitindo a sua derrogação para a aplicação da lei estrangeira, se essa fosse a que melhor correspondesse à natureza da relação (MELO, 2017).
Pode-se citar como exemplo a relação de trabalho do jornalista internacional (enviado especial e correspondente internacional). Esta relação apresenta elementos de conexão com mais de um ordenamento jurídico, seja em função do domicílio ou da nacionalidade das partes, seja em função do local da execução dos serviços. 
3. No caso de um conflito entre leis estrangeiras que envolva uma relação jurídica que tenha por objeto o direito de propriedade de um bem imóvel, como ele será resolvido? Explique e fundamente. 
Nas relações jurídicas tem-se como regra geral a aplicação do direito interno, pátrio. O direito estrangeiro é aplicado em vias de exceção, quando expressamente determinado pelalegislação interna e desde que não fira a ordem pública, a soberania ou os bons costumes. O direito estrangeiro também não deve ser apreciado quando percebida a tentativa de fraude da legislação interna por parte dos interessados.
Considerando os princípios a serem observados para qualificação da lide quando se aplicam interesses de pessoas com nacionalidades diferentes sobre bens imóveis, deve-se considerar as características do bem. Estando em território brasileiro, a competência é da autoridade judiciária brasileira, habilitada para conhecer ações relativas a imóveis situados no Brasil, conforme a LINDB. Caso o imóvel seja localizado em outro país, a competência passa a ficar a cargo da autoridade judiciária do local.
O Código Civil de 2002, com redação similar ao do artigo 89 do Código de Processo Civil de 73 (Lei nº 5.689/73) o dispõe sobre a competência exclusiva da Justiça Brasileira para as demandas relativas a imóveis situados no Brasil, as que envolvem a partilha de bens situados no Brasil nos casos de sucessão hereditária, de divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável (CARNEIRO, 2019). 
Fixada a competência exclusiva da Justiça Brasileira para julgar as ações, qualquer que seja o seu fundamento, relativas a imóveis situados no Brasil independentemente da nacionalidade das partes, não tendo validade no Brasil qualquer decisão proferida pela Justiça Estrangeira. Com isto afasta-se qualquer ingerência da Justiça Estrangeira no tocante aos bens situados em território nacional, independentemente da nacionalidade do seu titular.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de introdução às normas do direito brasileiro. Disponível em: < http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%204.6571942?OpenDocument>. Acesso em 20 out. 2019.
CARNEIRO, Raphael Funchal. A competência internacional no novo Código de Pocesso Civil. Disponível em: < https://raphaelfunchalcarneiro.jusbrasil.com.br/artigos/213481677/a-competencia-internacional-no-novo-codigo-de-processo-civil>. Acesso em 29 out. 2019.
DIREITO INTERNACIONAL. Conflito de leis no espaço. Disponível em: <http://direitointernacionall.blogspot.com/2008/09/conflitos-de-leis-no-espao.html>. Acesso em 29 out. 2019. 
MELO, Adryssa Diniz Ferreira de. Direito Internacional. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 
NOVO, Benigno Núñez. A aplicação do direito estrangeiro. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/63938/a-aplicacao-do-direito-estrangeiro>. Acesso em 29 out. 2019.

Continue navegando