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Inteligência Coletiva

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Sociedade de inteligências coletivas – Para Pierre Levy, inteligência coletiva é toda forma de pensar e compartilhar seus conhecimentos por meio de recursos mecânicos como a internet. Neste exemplo, podemos considerar o Wikipedia, que tem conteúdos construídos pelos próprios usuários que interagem e acessam a página. A inteligência coletiva, portanto, é um princípio em que as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por um grupo de pessoas ou pela sociedade como um todo.
A inteligência coletiva 
Segundo Lévy (1996), a inteligência coletiva caracteriza-se pelo novo modelo de pensamento sustentável através de conexões sociais que se tornam possíveis a partir da utilização das redes abertas de computação da internet. Pode ser definida como uma inteligência distribuída em toda parte, continuamente valorizada e cooperada em tempo real. Emergente de processos cooperativos competitivos, a inteligência coletiva se baseia essencialmente na cooperação de agentes concorrentes. Logo, quanto mais se avança na cooperação, mais se abre o leque das formas de competição. Em contrapartida, a cooperação leva à concorrência e à cooperação no interior de um elo auto-criador que engloba uma realidade cada vez mais vasta, diversa e integrada, que é o movimento em si da inteligência coletiva, ou seja, nenhum de nós pode saber de tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades. 
Pierre Lévy afirma que as tecnologias da inteligência são representadas pelas linguagens, os sistemas de signos, recursos lógicos e pelas ferramentas das quais os seres humanos se servem. O nosso funcionamento intelectual é induzido por essas representações. Segundo ele, os seres humanos são incapazes de pensar sozinhos e sem o auxílio destas ferramentas.
De acordo com Lévy, “a inteligência coletiva desenvolve-se à medida que a linguagem evolui”. Em outras palavras, a inteligência coletiva pode ser dividida em inteligência técnica, conceitual e emocional. 
•  A inteligência técnica se realiza através do mundo concreto e dos objetos, como a engenharia; 
•  A inteligência conceitual se relaciona ao conhecimento abstrato e não ocorre sobre a materialidade física, como as artes e a matemática; 
•  A inteligência emocional concebe a relação entre os seres humanos, confiança e sinceridade que a envolve, e se vincula ao direito, a ética e a moral. 
De acordo com Lévy:
“Atualmente as ideias são o capital mais importante. A produção dos capitais mais importantes está alicerçada e só pode ser alcançada quando as pessoas pensam em conjunto. Quando isso acontece produzimos três capitais: o técnico, que vai dar suporte estrutural à edificação das ideias e pode ser explicado pelas estradas, prédios, meios de comunicação (coisa); o cultural, mais abstrato, constituído pelo conhecimento reservado em enciclopédias, livros e na World Wide Web (signo); o social, que representa o vínculo entre as pessoas e a cooperação e colaboração entre elas (cognição) ”. 
Assim, podemos entender que o capital intelectual é criado pelos capitais técnico, cultural e social. Destacando que o capital intelectual é representado por ideias idealizadas e disseminadas pela população e que, veiculadas, passam ao campo público, ou seja, é o centro de toda a inteligência coletiva. 
Considera-se então que, através da cooperação intelectual, como diz Lévy, a criação coletiva de ideias se dá fundamentalmente pela internet e mais particularmente pelo ciberespaço. Ele acredita que a conexão cada vez mais ativa entre os indivíduos colabora para ações coletivas. 
Com relação ao conceito de ciberespaço Lévy salienta que, muito mais que um meio de comunicação ou mídia, trata-se de um espaço de reunião de uma infinidade de mídias e interfaces, que podem ser encontradas tanto nas mídias como: jornal, revista, rádio, cinema, tv, bem como nas diferentes interfaces que permitem a interação ao mesmo tempo ou não, como os chats, os fóruns de discussão, os blogs, entre outros. O ciberespaço como suporte da inteligência coletiva é uma das principais condições de seu próprio desenvolvimento. 
A partir desses conceitos, o ciberespaço apresenta-se como o local onde a inteligência coletiva se forma por conta da interação entre as pessoas que, como sujeitos individuais que são, promovem o intercâmbio de ideias por meio de comunidades virtuais, cujo objetivo maior está em promover amplas conexões entre seus participantes. O que resulta disso é a transmissão e a construção de ideias que acaba por criar um outro conceito: o da cibercultura – um movimento social e cultural que estabelece uma relação nova com o conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e possibilidades de se aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da realidade
Também vemos surgir na órbita das redes digitais interativas diversos tipos de formas novas a saber:
· De isolamento e de sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da tela),
· De dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos virtuais),
· De dominação (reforço dos centros de decisão e de controle, domínio quase monopolista de algumas potências econômicas sobre funções importantes da rede etc.),
· De exploração (em alguns casos de teletrabalho vigiado ou é deslocalização de atividades no terceiro mundo),
· E mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou em comunidades virtuais, acúmulo de dados sem 	qualquer informação).
Devido a seu aspecto participativo, socializante, descompartimentalizante, emancipador, a inteligência coletiva proposta pela cibercultura constitui um dos melhores remédios para o ritmo desestabilizante, por vezes excludente, da mutação técnica. 
A inteligência coletiva que favorece a cibercultura é ao mesmo tempo um veneno para aqueles que dela não participam (e ninguém pode participar completamente dela, de tão vasta e multiforme que é) e um remédio para aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem controlar a própria deriva no meio de suas correntes.

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