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1 RELATÓRIO PSICOLÓGICO 1. Identificação Pessoa atendida: Rafael Gomes, do sexo masculino, 08 anos de idade e em condição de vulnerabilidade social; Interessado: 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital; Finalidade: Fornecimento do relatório psicológico em voga à meritíssima juíza Valéria Bezerra Pereira Wanderley; Relator: Arthur Badeaux 02/16842. 2. Descrição da demanda O que motivou a busca pelo processo de trabalho prestado, foi a solicitação do documento pelo Poder Judiciário, já denominado. Onde, as devidas informações e demandas utilizadas no processo que se sucede se foram advindas da, também já denominada, 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital. Tratando-se de uma demanda de abuso sexual, realizou-se a priori uma acolhida e, consequentemente, uma escuta ativa do sujeito supostamente vitimado. No decorrer da Avaliação Psicológica Pericial, se foram analisadas as demandas levantadas no processo judicial, a posição do “sujeito-criança” ante o trauma e a capacidade do púbere em participar de uma eventual oitiva judicial. Ou seja, coletou-se desta forma, à luz da ciência psicológica e da ética profissional, recursos para as devidas orientações e/ou recomendações e/ou encaminhamentos e/ou intervenções pertinentes à situação descrita. 3. Procedimento De forma pertinente ante a complexidade da demanda e a idade e maturidade do sujeito em análise, acolheu-se o mesmo, se observando o seu Modus Operandi, como: a sua expressão corporal, a sua fala, a sua articulação no sentido de expressão e afins. Pois, existem leis e princípios que se aplicam a todos os comportamentos humanos, não ocorrendo assim, a grosso modo, diferença entre criança-adulto (ROSE e GIL, 2003). Interessando aqui, aquilo que lhe escapa, no sentido de falha, do que lhe foge, ou seja, a 2 hiância. Pois, segundo Elia, Lacan afirma que o sujeito é consequência do significante/inconsciente. Logo, pode ser interpretado nas entrelinhas da sua fala, e logicamente desde que se proponha um dispositivo para permitir que tais condições venham a emergir (ELIA, 2004). Também se foi solicitado ao mesmo que, de forma livre, desenhasse. Logo, lidamos aqui com a espontaneidade/criação tão valiosa para a análise da situação em questão e ante a psicanálise resultando numa sublimação, conceito o qual nos mostra uma mudança do direcionamento pulsional; ou seja, uma tentativa de obstruir o caminho para lembranças de cenas primevas, de origem sexual (LAPLANCHE, 1980; FREUD, 1950). 4. Análise A evolução do trabalho em questão, num viés analítico, de forma generalista, baseando- se nos dados colhidos, a partir das técnicas utilizadas e em consonância com a demanda; temos que o sujeito com relação a “Condição Atenção, Contato Físico, Comentário” no decorrer da atividade do desenho ocorreram choros, comentários breves, borrões, tiques e afins denotando que toda a situação que veio se sucedendo provocou-lhe um “barulho” que o atrapalhava na elaboração da atividade, por exemplo (CROMBERG, 2001). No tocante da sublimação, o sujeito ainda desenhou uma figura fálica minúscula, de forma intensa, marcante e remarcada várias vezes no canto inferior esquerdo do papel; onde, o desenho potencializa a projeção e a expressividade dos sentimentos, e é o que o sujeito faz, ao colocar a expressividade na forma fálica desenhada, numa perspectiva de uma sexualidade perturbada e inadequada diante da sua idade (CORMAN, 1982). É sabido destacar aqui, ainda, a sua realidade de vulnerabilidade social, destacada pelo interessado do então documento. O que nos mostra também que, em sua obra O mal-estar na civilização, o efeito sublimatório já citado e agora resgatado é “um aspecto particularmente evidente do desenvolvimento cultural; é ela que torna possível às atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de um papel tão importante na vida civilizada” (FREUD, 1930[1929]:118). 3 5. Conclusão Por conseguinte, conclui-se que se constataram sinais de abuso sexual infanto-juvenil, mas que, orienta-se o encaminhamento do púbere para subsidiar o processo, através de testagens psicológicas com consequente emissão de Laudo Psicológico. Arthur Badeaux CRP: 02/16842 Recife, ____ de _______ de ______. .
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