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A2 DE EXECUÇÃO

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Denise Calhau Ra: 2154008 Turma:03105B02 
 
Agravo de Instrumento nº 2143811-91.2017.8.26.0000 
19ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo 
 
1) Da leitura do acórdão, informe a fundamentação utilizada pelo 
tribunal ad quem para negar provimento ao recurso interposto, 
esclarecendo detalhadamente porque não restou configurada 
a fraude à execução. 5 pontos 
 
Resposta: 
 
O tribunal AD QUEM para negar provimento ao recurso interposto 
usou a argumentação que os imóveis foram doados 6 anos antes 
da ação contra a empresa devedora, portanto, não possuindo o 
requisito fundamental para a caracterização de fraude à execução 
que é a litispendência e a litigiosidade da coisa. 
 
Deram essa fundamentação com base ao artigo 792, IV do Código 
de Processo Civil. Nesse artigo deixa claro que a alienação do bem 
ou a oneração é considerada fraude à execução quando, ao tempo 
da alienação ou oneração, tramitava contra o devedor ação capaz 
de reduzi-lo à insolvência. 
 
Portanto, o tribunal AD QUEM chegou à conclusão que a 
litispendência ou a litigiosidade da coisa não estão presentes nesse 
caso, devido ao fato, que quando ocorreu a doação não tramitava 
nenhuma ação contra a empresa devedora capaz de levá-la à 
insolvência. E também, é a partir da citação válida e não do 
ajuizamento da ação que se caracteriza fraude à execução. 
 
O tribunal chegou à conclusão que essa doação, no máximo, 
poderia ser caracterizada uma fraude contra credores, por ter sido 
feita antes da citação válida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) No caso em análise, diante da construção dos fatos, seria 
possível falar em fraude contra credores? Explique e aponte as 
principais diferenças entre os institutos (fraude contra credores e 
fraude à execução). 5 pontos 
 
Resposta: 
Segundo o tribunal AD QUEM, essa doação, no máximo, poderia 
ser caracterizada uma fraude contra credores, por ter sido feita 
antes da citação válida. 
 
A fraude contra credores ocorre quando o devedor tem a intenção 
de fraudar de forma maliciosa uma futura cobrança ou execução, 
podendo ser utilizada duas ações a Ação Paulina ou Revocatória. O 
credor com essa alienação será prejudicado, portanto, terá o direito 
de provar o prejuízo oriundo desse ato que pretende anular. 
 
Para a caracterização da fraude contra credores no direito em geral, 
é imprescindível a existência do binômio: consilium 
fraudis e eventus damni. O primeiro pode ser definido como o 
conluio de vontades no intuito de fraudar credores e o segundo, 
propriamente define-se como a ocorrência de dano, isto é, prejuízo 
para credores. 
 
A ação pauliana ou revocatória, submetida em regra ao rito 
ordinário do Código de Processo Civil Brasileiro, visa sobretudo o 
desfazimento de atos jurídicos que visam o desvio de patrimônio do 
devedor para terceiro, no intuito de serem reputados como 
intangíveis em eventual execução ou cumprimento de sentença. 
 
Já na fraude à execução, deverá existir uma ação de conhecimento 
proposta ou uma execução em curso. Aqui, o devedor tem a 
intenção de fraudar, dilapidar o patrimônio, maliciosamente para 
esconder seu patrimônio da execução. Estando tipificada no Código 
de Processo Civil nos artigos 774,I e o 792, valendo ressaltar 
também, que há sua tipificação no Código Penal no artigo 179. 
O ato na fraude à execução será ineficaz perante o credor 
prejudicado, independente do ajuizamento de qualquer ação, 
cabendo apenas, demostrar a configuração dos requisitos que 
caracterizam a fraude nos artigos citados acima. 
Com base no artigo 774,I/CPC, fraude à execução é ato atentatório 
à dignidade da justiça a conduta omissiva ou comissiva do 
executado e fraude contra credores não é ato atentatório à 
dignidade da justiça.

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