Buscar

TCC TRAFICO DE ANIMAIS SILVESTRES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID 
 
 
 
NATHALIA DIAS FUNARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
2019 
NATHALIA DIAS FUNARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Direito, da Universidade Cidade de 
São Paulo - UNICID como requisito para a 
obtenção do grau de bacharel. 
Orientador: Profº Dr. Maurício Lazzarin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
2019 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente а 
Deus, por permitir minha caminhada até aqui, 
dedico também ao meu pai Wellington, minha mãe 
Kátia, aos meus avós, meu noivo Lucas e toda 
minha família. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde e força para superar todas 
as dificuldades enfrentadas durante esta jornada. 
Aos meus pais, por todo o amor que me deram, além do apoio, educação e 
esforços feitos para que eu pudesse chegar até aqui. 
Ao meu noivo, pela paciência que teve comigo no decorrer do curso e que 
sempre me incentivou a nunca desistir. 
A esta faculdade e todo seu corpo docente, além da direção e administração 
que me proporcionara as condições necessárias para que eu alcançasse meus 
objetivos. 
Ao meu orientador Maurício Lazzarin, por todo o tempo que dedicou a me 
ajudar durante o processo de realização deste trabalho, embora sua jornada fosse 
complicada. 
E enfim, a todos que contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado, 
seja de forma direta e indireta, fica registrado aqui o meu muito obrigada! 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho visa mostrar um estudo sobre o tráfico de animais 
silvestres, seja ele nacional ou internacional. Partindo da observação de que as penas 
são brandas, além de não ser tratado com a devida importância, pois não há 
mudanças na Lei e os praticantes normalmente saem impunes do ato infracional 
cometido. O formato escolhido fora a utilização do método Qualitativo e se apoiando 
em revisão bibliográfica, sendo demonstrado em seu decorrer como foi originado esse 
tráfico de animais no Brasil, demonstrando suas rotas e principais animais traficados, 
as medidas tomadas e órgãos responsáveis. Com tal trabalho, é esperado que os 
leitores percebam a importância real em tratar do referido assunto com mais seriedade 
e que esse crime precisa ser combatido com maior penalidade e mais visibilidade. 
Palavras-chave: Tráfico de animais silvestres; importância; Leis, mais 
visibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This school paper shows the study about the wildlife trafficking, national or 
international. Starting from the observation that the feathers are soft, in addition to not 
being treated with due importance, as there are no changes in the law and practitioners 
usually get away with the offense committed. The format selected is the utilization of 
qualitative method and relying on bibliographic review, demonstrating in it’s course 
how this animal trafficking originated in Brazil, showing it’s routes and main trafficked 
animals, the measures taken and the responsible organs. With this school paper, 
readers are expected to realize the real importance of treating the issue more seriously 
and that this crime needs to be tackled with greater penalty and more visibility. 
Key-words: Wildlife trafficking; importance; Law, more visibility. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
§ - parágrafo 
Art. – artigo 
P. – página 
Nº - número 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1- INTRODUÇÃO ................................................................................................11 
2 – CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL E A FAUNA......................................13 
2.1 - Princípios do que regem o Direito Ambiental......................................13 
2.1.1 - Princípio da Solidariedade Intergeracional............................14 
2.1.2 - Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental..........15 
2.1.3 – Princípio da Participação........................................................15 
2.1.4 – Princípio da Cooperação Internacional.................................15 
2.2 - Conceito Etimológico de Fauna............................................................16 
2.3 - Conceito Doutrinário de Fauna.............................................................16 
2.4 - Natureza Jurídica da Fauna...................................................................17 
2.5 - Principais causas de extinção das espécies de animais silvestres..18 
3 - DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES...........................................................18 
3.1 - Dos crimes contra a fauna brasileira.................................................... 
3.2 - Do tráfico nacional e internacional de animais silvestres..................20 
3.3 - Principais rotas do tráfico.....................................................................22 
3.4 - Das práticas de tortura para o tráfico dos animais.............................25 
4 - ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO NO COMBATE AO TRÁFICO DE ANIMAIS.26 
4.1 - Órgãos de proteção ambiental no Brasil.............................................26 
4.1.1 – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - 
ICMBio..................................................................................................27 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124490
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124492
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124493
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124495
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124505
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124506
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124507
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124508
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124509
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124510
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124511
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124512
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124513
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124514
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124515
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc4921245164.1.2 - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis - IBAMA ...........................................................28 
4.1.3 - Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres- 
RENCTAS.............................................................................................29 
4.1.4 – Centros de Triagem de Animais Silvestres – CETAS........... 
4.1.5 - Polícia Militar Ambiental..........................................................29 
4.2 - Cooperações Internacional Para A Preservação Do Meio Ambiente.30 
4.3 - Criação do Código Nacional da Fauna Silvestre................................32 
4.4 - Conscientização da população sobre a extinção das espécies devido 
ao tráfico de animais......................................................................................33 
5 - A EFICÁCIA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA NO COMBATE (AO CRIME) E 
PUNIÇÃO (DOS CRIMINOSOS) NO TRÁFICO DE ANIMAIS..................................34 
5.1 - Análise das legislações brasileiras atuais..........................................34 
5.1.1 - Comparação entre o artigo 29 da Lei 9.605/98 e o artigo 180, 
Caput do Código Penal......................................................................35 
5.1.2 - Artigo 30 da Lei 9.605/98........................................................37 
5.2 - Da Infração Administrativa na Lei 9.605/98........................................39 
5.2.1 - Advertência..............................................................................41 
5.2.2 - Multa.........................................................................................41 
5.2.3 - Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e 
flora, instrumentos, objetos e equipamentos ou veículos de 
qualquer natureza utilizados na infração.........................................43 
5.2.4 - Destruição ou inutilização do produto..................................43 
5.3 - As penas comidas são condizentes com os crimes praticados?....44 
6 - CONCLUSÃO.......................................................................................................45 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124517
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124517
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124518
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124520
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124521
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124522
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124523
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124523
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124524
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124524
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124525
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124526
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335070/artigo-29-da-lei-n-9605-de-12-de-fevereiro-de-1998
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036358/lei-de-crimes-ambientais-lei-9605-98
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615757/artigo-180-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124527
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11334628/artigo-30-da-lei-n-9605-de-12-de-fevereiro-de-1998
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036358/lei-de-crimes-ambientais-lei-9605-98
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124530
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036358/lei-de-crimes-ambientais-lei-9605-98
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124531
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124532
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124535
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124542
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124543
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................47 
11 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como finalidade compreender o funcionamento do 
Direito Ambiental em relação ao crime de Tráfico de Animais Silvestres, visando o 
conhecimento aprofundado das relações do Direito Ambiental com o crime acima 
citado. 
 A sociedade tem como direito e dever a proteção do meio ambiente, e 
não somente a atuação estatal tem, de certa forma, responsabilidade com isso, pois 
todos dependem do meio ambiente para a própria existência. 
 O trabalho que se segue terá como foco os Crimes contra a Fauna, em 
específico o Tráfico de Animais Silvestres, contidos na Lei 9.605/1998, conhecida 
como Lei de Crimes Ambientais. 
 Nosso país é considerado como o que possui maior biodiversidade 
devido ao seu ecossistema, pois possui grandes áreas territoriais com diversos 
biomas, por este motivo que o Brasil está entre os principais países do mundo onde 
ocorre a comercialização e exportação de espécies da fauna silvestre de maneira 
ilegal. 
 Pode ser considerada como a grande ameaça à biodiversidade brasileira 
a ação humana, tendo como principal meio o tráfico de animais, crime que abastece 
o mercado internacional com espécies raras de animais silvestres que, quanto mais 
ameaçados de extinção, mais valor comercial possuem. Tal atividade atinge a fauna 
brasileira com o passar dos anos e algumas espécies correm sério risco de extinção. 
12 
 
 É necessário que haja uma fiscalização mais eficaz com o aumento da 
quantidade de guardas ambientais. Cabe ao Governo a divulgação e ensino de 
educação ambiental em todas as escolas, como diz o Princípio da Educação 
Ambiental queestá no artigo 1ª da Lei nº 6938/81, conhecida como Lei da Política 
Nacional do Meio Ambiente, com a finalidade para que o comércio ilegal não seja 
estimulado. 
“Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do 
art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política 
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de 
formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.” 
 
 Atualmente, o comércio ilegal de animais é o maior negócio clandestino 
do mundo atual, estando interligado com problemas financeiros, educacionais e 
culturais da população, devido à falta de opções econômicas, fazendo com que tal 
comércio seja um complemento de suas rendas ou a sua única fonte de renda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art23vi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art23vii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art23vii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art225
13 
 
2 – CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL E A FAUNA 
 
 Segundo o Professor Tycho Brahe Fernandes Neto temos como conceito 
de Direito Ambiental o “conjunto de normas e princípios editados objetivando a 
manutenção de um perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio ambiente”. 
(MACHADO, Paulo Affonso Leme, 2014). 
 Nesta mesma doutrina, o autor cita que o Direito Ambiental “é um Direito 
sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina e da jurisprudência 
concernentes aos elementos que integram o ambiente”. 
 O conceito de fauna é, basicamente, o conjunto de espécies animais de 
um determinado país ou região, tendo como animal silvestre o da selva como o não 
domesticado. 
 A Constituição Federal Brasileira de 1988 incluiu o tema “fauna” como 
competência da União e dos Estados, conforme consta em seu artigo 24, inciso VI: 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e 
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;” 
(BRASIL, 1988) 
 
2.1 – Princípios que Regem o Direito Ambiental 
 Princípios são “normas jurídicas impositivas de uma optimização, 
compatíveis com vários graus de concretização, consoante os condicionalismos 
fáticos e jurídicos. Permitem o balanceamento de valores e interesses (não 
obedecem, como as regras, á ‘lógica do tudo ou nada’), consoante o seu peso e 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124490
14 
 
ponderação de outros princípios eventualmente conflitantes”. São padrões 
“juridicamente vinculantes radicados nas exigências de “justiça” (Dworkin) ou na “ideia 
de direito” (Larenz)” (p. 1034 – 1035, CANOTILHO, José Joaquim Gomes) 
 O Direito Ambiental possui vários princípios, os quais possuem a 
finalidade básica de proteger a vida em qualquer forma que ela esteja presente, e para 
garantir a existência dos seres humanos e próximas gerações. 
São princípios que regem o Direito Ambiental o “princípio do Meio Ambiente 
ecologicamente equilibrado como direito fundamental”, “princípio da solidariedade 
intergeracional”, “princípio da natureza publica da proteção ambiental”, “ princípio do 
desenvolvimento sustentável”, “princípio do poluidor pagador”, “princípio do usuário 
pagador”, “princípio da prevenção e precaução”, princípio da participação”, princípio 
da ubiquidade ou transversalidade”, “princípio da cooperação internacional” e “ 
princípio da função socioambiental da propriedade”. 
 Tais princípios estão enquadrados no artigo 225 da Constituição Federal. 
 
2.1.1 – Princípio da Solidariedade Intergeracional 
 Conforme consta no artigo 225 da Constituição Federal: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 1988) 
 Fundamenta que todos devem cuidar para que o meio ambiente não seja 
desequilibrado, ou seja, se os animais silvestres que vivem nele e dependem dele 
15 
 
para sobreviver forem extintos, todos sairão prejudicados, tanto nessa geração quanto 
as próximas. 
2.1.2 – Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental 
 Ainda com base no artigo 225 da Constituição Federal, que fora citado 
anteriormente, o Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental é dever 
irrenunciável do Poder Público para que atue como garantidor da proteção do meio 
ambiente. 
 Tal princípio é aplicado tanto à propriedade rural quanto à urbana, tendo 
a propriedade como função socioambiental a exigência de que a mesma seja gerida 
de forma que não afete a preservação ambiental. 
 
2.1.3 – Princípio da Participação 
Através deste princípio, a população deve ajudar com a preservação ambiental, 
pois o mesmo cita o envolvimento de toda a sociedade nas questões ambientais como 
sendo exercício de cidadania. 
Ele se manifesta das mais variadas formas, fazendo com que a sociedade 
tenha responsabilidade pela preservação do meio ambiente, na fauna e na flora 
ambiental. 
 
2.1.4 – Princípio da Cooperação Internacional 
O referido princípio mostra que deve haver colaboração entre os Estados para 
que ocorra a preservação do meio ambiente. 
16 
 
O primeiro texto normativo que cita tal princípio foi a Declaração de Estocolmo, 
criada no ano de 1972, onde cita em seu Princípio 24: 
“Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito 
e cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à 
proteção e melhoramento do meio ambiente. É indispensável cooperar para 
controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as 
atividades que se realizem em qualquer esfera, possam Ter para o meio 
ambiente,, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios 
apropriados, respeitados a soberania e os interesses de todos os estados”, 
tal proteção deveria ser imposta através de tratados, acordos ou qualquer 
outro meio eficaz desde que, respeitados e resguardados a soberania e o 
interesse dos Estados”. (ONU, 1972) 
 
2.2 - Conceito Etimológico de Fauna 
 Pode-se considerar “fauna” em seu conceito etimológico como palavra 
originária do Latim “fauna,ae”, irmã e mulher do Fauno que era considerado na 
mitologia romana como deus protetor dos rebanhos e dos pastores, também 
conhecido como demônio dos campos e florestas. 
Porém, segundo o dicionário Michaelis, fauna é “conjunto de espécies animais 
de um país, região, distrito, estação ou, ainda, período geológico”. (2008) 
 
2.3 – Conceito Doutrinário de Fauna 
Do ponto de vista de Paulo Affonso Leme Machado, “A fauna pode ser 
conceituada como conjunto de espécies animais de um determinado país ou região.” 
(p. 938, 2014). 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124505
17 
 
Já Celso Antonio Pacheco Fiorillo cita que a Constituição Federal Brasileira de 
1988, em seu artigo 225, §1º, inciso VII, não delimitou um conceito para fauna, devido 
a tal fato o autor cita o artigo 1º da Lei nº 5.197/67, conhecida como Lei de Proteção 
à Fauna: 
“Art. 1º - Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a 
fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são 
propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, 
destruição, caça ou apanha”. (BRASIL, 1967) 
 
2.4 – Natureza Jurídica da Fauna 
O Professor Paulo AffonsoLeme Machado conceitua que o meio ambiente é 
um bem coletivo que deve ser desfrutado individualmente e de modo geral ao mesmo 
tempo, sendo o meio ambiente de cada pessoa, porém não exclusivamente dela, ou 
seja, é, ao mesmo tempo, transindividual. 
Tendo como base o citado acima, podemos dizer que o meio ambiente 
compreende todas as coisas vivas e não-vivas existentes no planeta, as quais 
afetam a vida dos seres e ecossistemas que nela vivem, tratando-se de um bem 
difuso. 
 O Direito Ambiental pode adequar-se à categoria de interesse difuso, 
pois não se baseia em uma só pessoa, mas para uma coletividade indeterminada. 
 Pode-se constatar que o Meio Ambiente é um bem jurídico de uso 
comum da população e necessário à qualidade de vida, lembrando que a fauna é 
um dos principais componentes da biodiversidade dele, podendo ser configurada em 
sua natureza jurídica como bem de uso comum das pessoas e um bem difuso. 
18 
 
2.5 - Principais causas de extinção das espécies de animais silvestres 
A extinção dos animais pode ocorrer de diversas formas, como ocorreu há 
milhões de anos com os dinossauros através de um asteroide, mas hoje em dia ela 
se dá, em maior parte, pelo pior causador possível que são os seres humanos, mas 
também há muitas outras causas da extinção como por exemplo o desmatamento, 
a poluição, a caça predatória, o tráfico de animais e as queimadas. 
O fato de o tráfico de animais silvestres hoje em dia está mais visível e há 
uma pena para isso, conforme cita o artigo 29 da Lei 9.605/98, porém tal pena não 
impede que o crime seja cometido, pois a mesma é muito branda. Com isso, os 
caçadores e comerciantes de animais silvestres, devido aos maus tratos que são 
submetidos, acabam fazendo com que muitos morram no transporte e pela caça, os 
machucam e destroem seus habitats naturais. 
 
3 - DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES 
 
Fonte: https://www.seropedicaonline.com/noticias/trafico-de-animais-silvestres/ 
Podemos classificar animais silvestres como “todos aqueles que em qualquer 
fase de seu desenvolvimento que vive naturalmente fora do cativeiro”, conforme 
consta no artigo 1º da Lei 5.197/67. 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124508
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124509
19 
 
Pode ser considerado como animal silvestre o não doméstico como também 
o da selva. Lafayette Rodrigues Pereira subdividia os animais “mansos ou 
domésticos, bravios ou silvestres e domesticados” (p. 95, DIREITO DAS COISAS). 
O crime de tráfico de animais silvestres pode ser encontrado na Lei 9.605/98, 
em artigo 29, §1º, inciso lll que diz: 
“Art. 29 – Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes de fauna 
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. 
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.”. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas: 
 
[...] 
 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro 
ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna 
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela 
oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.” (BRASIL, 
1998) 
 
Só ocorre a ilicitude da conduta quando há provas de que o detentor possui 
permissão dos órgãos oficiais para que possua os animais.” 
No parágrafo 4º do mesmo dispositivo citado acima consta que a pena poderá 
ser aumentada nos casos onde é praticado contra espécie rara ou considerada 
ameaçada de extinção, mesmo que somente no local onde ocorreu a infração, em 
período o qual a caça é proibida, durante a noite, em unidades de conservação, 
através de abuso de licença e com o uso de métodos capazes de provocar 
destruição em massa. Ainda sobre o aumento de pena, cita o 5º parágrafo do artigo 
29 que a pena será triplicada caso o crime ocorra por exercício da caça profissional. 
20 
 
O artigo 32, caput e seu §2º da Lei de Crimes Ambientais aduz que “praticar 
ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos, nativos ou 
exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.” “A pena é aumentada 
de 1/6 a 1/3, se ocorre a morte do animal”. Sendo assim, além do transporte ilegal 
desses animais, existe uma pena caso ocorra maus-tratos, abuso, ferimentos ou 
mutilação dos mesmos, além do aumento de pena no caso da morte do animal. 
 
3.1 - Dos crimes contra a fauna brasileira 
 Utilizando-se da Lei 9.605/98, mais conhecida como Lei de Crimes 
Ambientais, nela, em seu Capítulo V, Seção l estão contidos os crimes contra a fauna, 
dos quais estão nos caputs dos artigos 29 a 37, onde estão sendo explicados de forma 
detalhada em seus parágrafos e incisos, os tipos de crime, além das penas. 
“Art. 29 - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna 
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida; 
Art. 30 - Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, 
sem a autorização da autoridade ambiental competente; 
Art. 31 - Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente; 
Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, 
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. 
Art. 33 - Provocar, pela emissão de efluentes ou carregamento de materiais, 
o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, 
açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras. 
Art. 34 - Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares 
interditados por órgão competente” 
[...] (BRASIL, 1998) 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124510
21 
 
 A primeira lei que introduziu no mundo jurídico o conceito de fauna, foi a 
Lei de Proteção a Fauna, Lei nº 5.197/67. Alguns anos depois, foi criada a Lei de 
Crimes Ambientais, que até hoje em dia tem a função de garantir o bem-estar e 
integridade biológica dos animais. Ela foi a única que dispôs sobre as sanções penas 
e administrativas causadas pelas atividades que lesionam o meio ambiente. 
 Tais práticas criminosas estão contidas nos artigos 29 a 37 da Lei 
9605/98, em modalidades culposa e dolosa. 
 
3.2 - Do tráfico nacional e internacional de animais silvestres 
 Uma das maiores biodiversidades do mundo está no Brasil, que é algo 
que atrai a atenção de diversos países, até mesmo os que estão do outro lado do 
mundo. Relacionado a industrialização e como decorrência dela a degradação 
ambiental juntamente com os efeitos do aquecimento global, se torna preocupação 
mundial a proteção de países como o Brasil. 
 Porém, pode-se considerar que boa parte da população, tanto nacional 
quanto internacional não está preocupada ou têm a conscientização da importância 
de proteger o meio ambiente. As indústrias que apenas desmatam, por exemplo, não 
possuem a preocupação com projetos de realentar. Também são exemplos os 
madeireiros que apenas desarborizam matas fechadas e os que normalmente 
enriquecem utilizando-se da exploração de venda ilegal da fauna brasileira. 
 Pensar que o tráfico de animais silvestres é um problema atual é um 
erro, pois já na época da colonização do país, através de Portugal, tal prática se tornou 
costumeira. Naquela época os animais eram presenteados a monarquia portuguesa 
22 
 
para representar poder e riqueza. Os principaisanimais silvestres que seriam levados 
eram os papagaios, macacos e araras vermelhas e azuis, os quais seriam 
domesticados. Mais tarde, os animais seriam tratados como moedas de troca, o antigo 
escambo, onde seriam trocados por favores ou produtos e alimentos. 
 Atualmente, o mercado negro constitui por volta de 20 (vinte) bilhões de 
dólares por ano no mundo todo, sendo o Brasil contribuinte com, aproximadamente 1 
(um) bilhão e meio a 2 (dois) bilhões de dólares anualmente, ocupando a terceira 
posição como a maior atividade ilícita do mundo. 
 O maior fornecedor de animais silvestres para o mundo todo é o Brasil, 
sendo recolhidos de seus habitats naturais cerca 12 (doze) milhões de animais por 
ano, equivalendo-se de que a cada 10 (dez) animais retirados da natureza, 8 (oito) 
deles acabam morrendo devido ao trajeto de sua venda por causa das condições as 
quais são transportados ou até mesmo durante sua captura. 
 Vale ressaltar que, na atual legislação, não há distinção entre o tráfico 
nacional ou internacional de animais silvestres. 
 
3.3 – Principais rotas do tráfico 
 As fontes de exportação mais relevantes do referido tráfico são países 
que ainda estão em desenvolvimento, onde pode ser encontrado o Brasil, e entre os 
principais países podem ser citados Arábia Saudita, Grécia, França, Bélgica, México, 
Portugal, Tailândia e Espanha, onde normalmente é pode ser feita a legalização da 
vida silvestre contrabandeada, conforme cita, no ano de 2014, o 1º Relatório Nacional 
sobre o Tráfico de Fauna Silvestre. 
23 
 
 No Brasil, as rotas internacionais normalmente têm início em cidades 
com voos internacionais, como por exemplo Rio de Janeiro/RJ, Campo Grande/RS, 
Belo Horizone/MG, Manaus/AM, São Paulo/SP, Recife/PE e Belém/PA. 
 Ainda de acordo com o 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna 
Silvestre - RENCTAS, o estado do Paraná é conceituado como um dos principais 
mercados brasileiros do tráfico internacional de animais, onde por volta de 80% dos 
animais vendidos no estado vão para o mercado internacional, sendo apenas 20% 
vendidos ilegalmente para os paranaenses. 
 O tráfico tem início com o contato entre dois traficantes que 
encomendam a quantidade e espécie que desejam, combinando assim a data, local 
de transação e o preço. No local de encontro, juntamente com os traficantes, há um 
Agente Ambiental previamente recrutado para garantir a segurança do comércio e um 
intermediário responsável pela “análise da mercadoria”. Após feita a compra, o Agente 
Ambiental encaminha os animais para o aeroporto e outorga a outro integrante do 
grupo, o qual novamente irá transferir para outro membro que já está no voo como um 
passageiro normal (RENCTAS, 2014). 
 Quando os animais chegam ao destino, é dada uma ordem de 
pagamento ao traficante que solicitou os animais para que ele pague todos os 
envolvidos. Existe uma espécie de hierarquia entre os traficantes, onde os que são 
chamados de “grande porte” são os que contatam os de “médio porte” e realizam a 
encomenda, e caso o traficante de “médio porte” esteja passando por fiscalização, 
imediatamente ele procura avisar seus contatos para que a ação seja desarmada e, 
se liberado após a fiscalização, retornam as atividades (RENCTAS, 2014). 
24 
 
 Pode ser considerada uma das maiores dificuldades no combate ao 
tráfico aqui citado as ações de fiscalização aérea e marítima, devido a agilidade e 
dificuldade com que as operações de desembarque e embarque acontecem. Devido 
ao envolvimento de autoridades da alfandega ou sanitárias estrangeiras, normalmente 
existem bons resultados, fazendo com que os animais retornem ao seu país de 
origem, porém não existem dados que ajudem na identificação dos traficantes 
envolvidos e qual a finalidade da “mercadoria” traficada. 
De modo geral, existem 4 (quatro) subgrupos do tráfico internacional de 
animais, sendo eles o tráfico de ovos, tráfico sob encomenda, tráfico para subsistência 
e tráfico de animais raros. O tráfico para subsistência é o que normalmente acontece 
nas estradas, onde visam o próprio sustento, algo que comumente acontece nas 
estradas da Bahia e áreas extrativistas, onde tal venda se torna a única fonte de renda 
para o sustento das famílias (RENCTAS, 2014, p.79) e normalmente são vendidos a 
um valor extremamente baixo, em torno de R$0,50 até $2,50. O tráfico realizado em 
feiras livres é chamado de tráfico sob encomenda, que é aquele onde traficantes 
entregam os animais que foram anteriormente encomendados com outros traficantes, 
onde tem como objetivo ludibriar os policiais, escondendo assim a mercadoria em 
depósitos nos locais próximos a essas feiras. O tráfico que, normalmente, tem como 
foco colecionadores é chamado de tráfico de animais raros, pois essas pessoas 
possuem aprazimento em obter tais animais, tanto no exterior como no Brasil. Outro 
tipo de tráfico que está se tornando comum é o tráfico de ovos, algo que é muito mais 
vantajoso para os traficantes, pois caso sejam pegos pela fiscalização, os traficantes 
podem, de forma fácil, destruir os ovos devido ao uso de maleta ou coletes de fibras 
de carbono para conservar os ovos. 
 
25 
 
3.4 – Das práticas de tortura para o tráfico de animais 
 A domesticação, comércio e captura dos animais selvagens apresentam 
grandes impactos ambientais para a biodiversidade e até chegou a extinguir algumas 
espécies. Mas, junto com a perda para a coletividade e meio ambiente, outro fato de 
grande impacto é o modo como os animais são retirados de seus locais de origem, 
revendidos e transportados. 
 Os criminosos operam de modo cruel, não se importando com a forma a 
qual irão transportar ou capturar os animais até que cheguem ao seu destino final, 
fazendo com que tais animais sejam maltratados e transportados de modo ultrajante, 
onde na maioria dos casos eles não sobrevivem ao traslado. 
 Como forma de não chamar atenção da fiscalização e facilitar o 
transporte, os animais são submetidos aos demasiados tipos de tortura, como por 
exemplo as cobras que têm seus olhos furados, aves com ossos quebrados e são 
escondidos em tubos de PVC. São submetidos também ao transporte inadequado 
dentro de sacos plásticos e caixas, onde não possuem água, alimentação, iluminação 
e principalmente ventilação. Na maior parte dos casos, esses animais são dopados, 
fazendo com que assim pareçam ser mais mansos, facilitando a comercialização 
deles. 
 Todas as pessoas que obtêm um animal silvestre através do tráfico, 
contribui para que ele continue existindo, fazendo com que esse comércio ilegal 
aumente, tendo como resultado a destruição da natureza e um futuro desequilíbrio 
ambiental. 
 Algo que as pessoas não ponderam é que o animal de origem selvagem 
não pede os mesmos cuidados que os animais domésticos, podendo também 
26 
 
transmitir algumas doenças que podem até causar epidemias, podendo levar até a 
morte. Como exemplo, temos a aspergilose, que pode ser transmitida por aves e a 
febre amarela, que pode ser transmitida por macacos. E até mesmo os humanos 
podem contaminar os animais com algumas doenças, como as verminoses e gripes. 
 Deve ser lembrado que o animal silvestre engendrado pela natureza, 
onde é seu local de procriar, crescer e se alimentar de acordo com as condições 
climáticas do ambiente. Quando ocorre dele ser forçadamente retirado de seu local 
de origem, as condições do clima também mudam e tais causas podem gerar até a 
morte destes animais. 
 
4 - ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO NO COMBATE AO TRÁFICO DE ANIMAIS 
 
4.1 – Órgão de proteção ambiental no Brasil 
 No Brasil, tem-se como órgão central o Ministério do Meio Ambiente. Os 
órgãos nacionais que são vinculados ao Ministério são IBAMA – Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, ANA – Agência Nacional de Águas, 
Serviço Florestal Brasileiro e ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade.Existem também as Polícias Militares Ambiental no Brasil, as quais estão 
presentes em 25 estados, os Ministérios Públicos e as Secretarias estaduais. Os 
responsáveis pela fiscalização de ilícitos que tenham relação a animais silvestres são 
as Polícias Militares. 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124514
27 
 
4.1.1 – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio) 
 
Fonte: http://www.icmbio.gov.br/portal/ 
 
 O ICMBIO é uma forma de governo atuante para que haja melhoria do 
estado de conservação das espécies que integram a fauna brasileira. Tem como 
finalidade a definição de programas e projetos que proporcionem a conservação de 
espécies e ecossistemas do Brasil, estejam eles ou não ameaçados de extinção. Para 
tal, são empregadas três metodologias que são a identificação de cenários de perda 
da biodiversidade, a definição e implementação de Planos de Ação Nacionais e a 
avaliação do risco de extinção das espécies. 
 A identificação de cenários de perda da biodiversidade ocorre quando se 
permite discernir as áreas de maior delicadeza para a perda de espécies. A definição 
de implementação de Planos de Ação Nacionais permite que seja feita a identificação 
das ações que possuem mais importância para que as espécies ameaçadas de 
extinção sejam conservadas. Por fim, não menos importante, a avaliação do risco de 
extinção das espécies, onde é feita a atualização das Listas Nacionais Oficiais das 
Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. 
 
28 
 
4.1.2 - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA 
 
Fonte: http://ibama.gov.br/ 
 
É uma entidade governamental que possui vínculo com o Ministério do Meio 
Ambiente que possui como objetivos a melhoria, recuperação e preservação da 
qualidade ambiental, além de propiciar o desenvolvimento sustentável e econômico 
dos recursos naturais. 
 O IBAMA foi criado através da amalgama de 4 órgãos que operavam de 
forma separada na área ambiental, porém tiveram suas funções unificadas e assim foi 
criado tal órgão. 
 Referido órgão tem como responsabilidade executar a Lei 6.938/81, 
conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente, além de responsabilidade de 
autorizar o uso de recursos naturais, como a água, solo, fauna e flora por exemplo, 
também tem responsabilidade de controlar a qualidade ambiental, conceder ou não 
o licenciamento ambiental de empreendimentos e, não menos importante, monitorar 
e fiscalizar o controle ambiental. 
 Para que consiga atingir suas metas, foi concedido ao IBAMA o poder 
de polícia ambiental, incluindo assim ao órgão as funções de gerar e disseminar 
informações que tenham relação com o meio ambiente; monitoramento ambiental 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124516
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124516
http://ibama.gov.br/
29 
 
precipuamente no que se refere ao controle e prevenção de desmatamentos, 
incêndios florestais e queimadas; efetivar o Cadastro Técnico Federal; aplicar 
penalidades administrativas através de fiscalização ambiental; execução de 
programas que ajudem na educação ambiental, entre outras. Também é 
responsabilidade do IBAMA administrar os Sistemas de Registros de Animais, 
utilizando-se de todas as informações necessárias. 
 
4.1.3 – Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres - 
RENCTAS 
 
Fonte: http://www.renctas.org.br/ 
 
 A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres é uma 
organização não-governamental, sem fins lucrativos, fundada em 1999 a qual luta pela 
conservação da biodiversidade, tendo sua sede em Brasilia – DF, atuando em todo o 
Brasil através de parcerias com a iniciativa privada, o terceiro setor e o poder público. 
 Possui como objetivo colaborar para a manutenção da biodiversidade 
por meio da conservação da fauna silvestre brasileira. Utiliza como estratégia a 
promoção da conscientização ambiental da sociedade através da realização de 
campanhas educativas, palestras, filmes, documentários, exposições, mobilização da 
mídia, cursos e seminários. A RENCTAS também apoia e incentiva a criação de 
política públicas com a publicação de relatórios e estudos, seminários, realização de 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124518
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124518
http://www.renctas.org.br/
30 
 
encontros e congressos. Também apoia os órgãos de controle e fiscalização 
ambiental com a realização de eventos destinados à capacitação e qualificação 
profissional, publicação de material didático e repasse de dados e informações, além 
de promover a conservação das espécies silvestres com o apoio e desenvolvimento 
de projetos que tenham destino à pesquisa e proteção da fauna silvestre. 
 
4.1.4 – Centros de Triagem de Animais Silvestres – CETAS 
 Os Centros de Triagem de Animais Silvestres, CETAS, são unidades do 
IBAMA as quais são responsáveis pelo manuseamento dos animais silvestres que são 
recebidos através de entrega voluntária de particulares, fiscalizações ou resgate. 
 Tem como desígnio marcar, avaliar, receber, recuperar, identificar, 
reabilitar, triar e destinar esses animais silvestres, tendo como objetivo principal a 
devolução dos mesmos à natureza, além de subvencionar e realizar pesquisas 
científicas, extensão e ensino, sendo essas pesquisas solicitadas a Superintendência 
do Ibama. 
 Com base no site do próprio Ibama, nos últimos 10 anos, os CETAS já 
devolveram mais de 200.000 animais apreendidos, entregues espontaneamente ou 
resgatados. 
4.1.5 - Polícia Militar Ambiental 
 
Fonte: http://www3.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/cpamb/ 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124519
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124520
31 
 
 
 A maior força policial ambiental do Estado que tem como foco a proteção 
da natureza da América Latina é o Policiamento Ambiental, a qual é uma das unidades 
especializadas da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atuante nos 645 municípios 
e no litoral. 
 Dispõe de 116 unidades de atendimento que possui mais de 2.200 
mulheres e homens laboriosos ao policiamento ambiental, possui também mais de 
400 viaturas, motocicletas e embarcações, contando ainda com um helicóptero para 
a fiscalização dos mosaicos da Mata para o monitoramento da Serra do Mar e litoral. 
 Desfruta de recursos de monitoramento através de satélites que atuam 
no monitoramento das regiões de difícil acesso. Age de forma especial nas regiões 
onde há maior interesse ambiental, tendo como exemplo as Unidades de 
Conservação do Estado, que possuem, juntas, mais de 760 mil hectares. 
 
4.2 - Cooperações Internacional Para A Preservação Do Meio Ambiente 
 Quando se fala em cooperação, tal expressão começou a ser utilizada 
de forma usualmente através do plano internacional através da proclamação da Carta 
das Nações Unidas, que previu ser um de seus objetivos. 
 Do que se trata sobre direito internacional do meio ambiente, o 
doutrinados Guido Soares cita que: 
“É um ramo relativamente novo nas legislações internas dos Estados, 
e sua feição internacional pode ser creditada, a partir dos anos 1960, a uma 
consciência de que inexistemEstados isolados e que a proteção ao meio 
ambiente é um fenômeno que exigiria expressão em normas internacionais, 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124521
32 
 
com formidável necessidade de cooperação, em sua feitura e implementação. 
São dignos de nota a rapidez e o volume de normas internacionais em tal 
campo, constituídas de um sem-número de tratados bilaterais e multilaterais, 
tanto sub-regionais e regionais, quanto globais [...]” (SOARES, 2003). 
 
O meio ambiente equilibrado e saudável tem sido considerado como a quarta 
geração dos direitos humanos. Sendo assim, todas os territórios têm o dever de 
proteger e cuidar. Para que tal proteção seja assegurada, são pactuados tratados 
internacionais entre países. Não obstante, se o Estado trabalhar sozinho, ele não é 
apto a amparar as necessidades de toda uma sociedade. Para tal, foram criadas 
Organizações Não-Governamentais (ONGs), para que o Estado tenha auxílio na 
defesa dos direitos. 
Na Lei 9.605/98, em seu artigo 77, está prevista a cooperação internacional 
para a preservação do meio ambiente. Conservados os bons costumes, a soberania 
nacional e a ordem pública, o governo do Brasil deverá prestar a cooperação 
necessária a outro país. O pedido é apresentado ao Ministério da Justiça e, se for 
necessário, tal solicitação será despachada ao poder judiciário, para que assim seja 
analisado o mérito. Para que seja mais fácil o trabalho em grupo, é necessário que 
haja comunicação entre os países e sejam compartilhadas com os órgãos de ambos 
os países as informações referentes ao pedido acima citado. 
 
4.3 - Criação do Código Nacional da Fauna Silvestre 
 A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres entregou 
a Câmara dos Deputados o 1º Relatório Sobre Gestão e Uso Sustentável da Fauna 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124522
33 
 
Silvestre, que estuda as implicações jurídicas, sociais, econômicas e ambientais que 
tem envolvimento com a fauna do Brasil. 
 A Constituição Federal abrange em seu texto que os direitos ao meio 
ambiente é um direito de uso comum do povo, onde cabe ao ser humano protegê-la, 
porém ele vem utilizando-a de forma desapoderada e irrefletida. 
 Após a edição da Lei 9.605/98, onde está prevista a sanção 
administrativa e penal para quem cometa algum dos delitos tipificados. Porém, apenas 
com tal edição, não foi gerada eficácia, pois as penas lá contidas são brandas e a 
fiscalização ainda é falha. Com base no mesmo documento, faltam também incentivos 
para que sejam realizadas pesquisas que tenham relação com a preservação da 
biodiversidade e da fauna por iniciativa do governo. 
 
4.4 - Conscientização da população sobre a extinção das espécies devido ao 
tráfico de animais 
 A cultura do país é enraizada de que os recursos naturais são 
renováveis, que a biodiversidade brasileira não tem fim, pesca e caça são práticas 
que não afetam em nada, que tirar um animal silvestre de seu habitat natural para que 
o force a ser um animal doméstico é algo normal e não irá gerar dano algum ao 
planeta. Porém, o que a maior parte da população não sabe é que tal prática 
“inofensiva”, atualmente, é uma das ações ilícitas que mais dão lucro em todo o 
mundo, tanto que tal ato já levou a extinção de várias espécies, o que acaba causando 
um desequilíbrio ambiental. Lembrando também de que doenças podem ser 
transmitidas entre animais e humanos, e vice-versa. 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124523
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124523
34 
 
 Um relatório feito pelo Congresso Nacional em 2001, sugere que os 
Estados, Municípios e a União criem e implementem programas para que seja gerada 
renda para as comunidades mais pobres que tenham envolvimento no comércio ilegal 
de animais silvestres. De forma global, é recomendada uma interpelação diversa, que 
inclua educação comunitária e incentivo aos moradores de tais áreas para que 
valorizem a vida silvestre, regulação internacional coordenada e maior reserva de 
recursos nacionais para a área de fiscalização e controle do comercio ilegal que tenha 
efetividade. 
 Vale lembrar que, mesmo que já existam ações para o combate ao 
tráfico de animais silvestres, é indispensável maior destaque nas atividades como, por 
exemplo, o aumento de funcionários nos órgãos de fiscalização, maior foco na 
capacitação dos agentes, entre outros. 
 
5 - A EFICÁCIA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA NO COMBATE (AO CRIME) E 
PUNIÇÃO (DOS CRIMINOSOS) NO TRÁFICO DE ANIMAIS 
5.1 - Análise das legislações brasileiras atuais 
 Já se sabe que o tráfico de animais silvestres traz prejuízos que não tem 
reparação no meio ambiente, o que acarreta a extinção de algumas espécies. A Lei 
9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, em seu artigo 29, parágrafo 
segundo, é previsto pelo legislador a não aplicação da pena se o animal for mantido 
de forma doméstica e sua espécie não esteja ameaçada de extinção. 
“§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada 
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar 
a pena.” (BRASIL, 1998) 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124524
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124524
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124525
35 
 
 Já no parágrafo quarto, do mesmo artigo e da mesma lei, o legislador 
traz causas que contribuem para o aumento da pena, o que pode ocorrer em até 
metade dela. 
 § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que 
somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar 
destruição em massa”. (BRASIL, 1998) 
 
 
 As penas postas no artigo citado são fracas, sendo a que pode ser 
aplicada é a que se refere ao crie que se origina da caça profissional, a qual pode 
ser aumentada até o triplo da pena prevista no Caput do artigo. 
Conforme já previsto no artigo 29 da referida lei, o crime será processado pela 
Lei 9.099/95, conhecida como Lei dos Juizados Especiais, pois é considerado crime 
de menor potencial ofensivo, dividindo espaço com os crimes de lesão corporal, 
desacato, crimes contra a honra, ameaça, entre outros, algo que acaba, por muitas 
vezes, transmitindo a sociedade a sensação de impunidade. 
 
5.1.1 - Comparação entre o artigo 180, Caput do Código Penal e artigo 
29 da Lei 9.605/98 
 As condutas mencionadas nos artigos 29 da Lei de Crimes Ambientais e 
no artigo 180, Caput do Código Penal são semelhantes, salvo pela conduta da 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124526
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11335070/artigo-29-da-lei-n-9605-de-12-de-fevereiro-de-1998
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036358/lei-de-crimes-ambientais-lei-9605-98
36 
 
exportação descrita no artigo 29 faltosa no artigo 180. São descritos no artigo 29, em 
seu parágrafo 1º , os verbos guardar, exporà venda, ter em depósito ou cativeiro e 
vender, os quais não estão presentes no artigo 180, porém o referido artigo do Código 
Penal cita a ação de receber, fato que ocorre anteriormente às ações de expor à 
venda, ter em depósito ou cativeiro, guardar ou vender. 
 A atuação do indivíduo que caça está contida no artigo 29, Caput, nos 
núcleos apanhar, matar, perseguir e caçar, salvo a ação de comercialização que não 
é criminalizada, considerada assim como uma simples efetivação do crime. A ação do 
consumidor final está descrita também no Caput do artigo 29 através do verbo utilizar, 
falando assim sobre animais originários de seus habitats naturais. 
 Alguns doutrinadores entendem que o propósito da Lei de Crimes 
Ambientais em estereotipar atividades como crime de menor potencial ofensivo tenha 
sido para livrar caçadores amadores ou casuais em desvantagem dos traficantes. 
 Quando se trata do verbo utilizar, o mesmo não pode ser relacionado 
aos verbos expor à venda, transportar ou vender, porque eles são empregados pelo 
legislador para tipificar crimes relacionados ao comércio ilegal, como o crime de 
receptação, por exemplo. 
 Por conseguinte, o “utilizador” dos animais silvestres não é o que vende, 
caça ou transporta a fim de lucrar com isso, e sim o adquirente como consumidor final, 
utilizando o animal para experiências, para exibição, trabalho forçado ou domesticá-
lo, entre outras formas. 
 No parágrafo 1º, inciso lll, também do artigo 29, está prevista a conduta 
do comprador final quando tratar de animais originários de criadouros clandestinos ou 
ilegais. Vale ressaltar que criadouros clandestinos são aqueles que, mesmo 
37 
 
cumprindo as especificações necessárias, não possuem licença para funcionar ou 
para reprodução dos animais que estão em cativeiro, porém podem ser regularizados 
a qualquer momento, já os criadouros ilegais são os que tiveram sua autorização 
negada ou caçada, ou foram interditados pela administração pública, devido ao não 
cumprimento dos requisitos necessários para tal. 
 
5.1.2 - Artigo 30 da lei 9.605/98. 
O artigo citado aduz que a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis 
de modo bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente, obterá pena 
de um até três anos, juntamente com multa. 
A previsão de exportação de animais está contida no artigo 29, §1º, inciso lll, 
e a pena pode variar de seis meses até um ano. Isto é, o fato de exportar peles de 
animais possui pena mais grave comparada a pena de exportação do próprio animal. 
Inclusive o indivíduo que matar algum animal, a pena pode chegar, no máximo, a um 
ano, segundo o Caput do artigo 29. 
 Quando se fala na conduta própria de traficar animais, não existe nada previsto 
como crime na Lei nº 9.605/98. A Lei 5197/67 cita em seu artigo 27 que é constituído 
crime que possa ser punido com pena de reclusão de dois a cinco anos a violação do 
disposto nos artigo 2º, 3º, 17 e 18, da mesma Lei, onde o artigo 3º cita a proibição do 
comércio de espécies da fauna silvestre e produtos e objetos que colaborem com a 
destruição, apanha, caça ou perseguição. 
 Por conseguinte, a pena mais inexorável para o crime de tráfico de animais é a 
que consta na Lei 5.197/67, podendo variar de dois a cinco anos de reclusão. Porém, 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124527
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11334628/artigo-30-da-lei-n-9605-de-12-de-fevereiro-de-1998
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036358/lei-de-crimes-ambientais-lei-9605-98
38 
 
para o Supremo Tribunal de Justiça, a revogação da Lei 5.197/67 em face da Lei 
9.605, tem fundamento nas ações de comercializar e receber animais silvestres 
provenientes da natureza não estão impunes, entretanto estão acolhidas pelo artigo 
180 do Código Penal, independente do crime de receptação. Se trata de um crime 
comum, ou seja, qualquer pessoa pode cometer receptação. Sendo assim, somente 
o traficante poderia responder pelo crime e não o caçador. 
 Conforme consta no texto do artigo 180, anteriormente citado, o tipo penal 
relaciona-se a coisa e não a seres vivos. Todavia, para o ordenamento jurídico pátrio, 
animais são categorizados como coisa, apesar de que para o direito no Brasil, tudo 
que não for sujeito de direito, é considerado como coisa. 
 No artigo 82 do Código Civil, estão classificados como móveis os bens que são 
passíveis de próprio movimento ou que o faça por força alheia, não obtendo alteração 
da destinação econômico-social e nem da substância. 
 No tocante do artigo 30, da Lei 9.605/98, ele apenas prevê a exportação de 
peles e couros de animais, porém não do animal silvestre que foi capturado da 
natureza, o que entende o ordenamento jurídico que é para aqueles que exportam 
animais serão enquadrados no artigo 334 do Código Penal, isto é, por crime de 
contrabando. 
 Sendo assim, a pessoa que obtém um animal silvestre de um caçador e 
futuramente o exportará, irá responder pelos dois crimes, tanto a receptação como o 
contrabando, os quais estão previstos no Código Penal. 
 Em se tratando do termo “mercadoria”, contido no artigo 334, referente aos 
animais silvestres, é conhecimento consolidado de que, conforme os animais estão 
39 
 
sendo retirados da natureza e estão sendo comercializados com valor de mercado, 
estão classificados como mercadorias. 
 Comparando os artigos citados anteriormente, pode-se perceber que existe 
divergência nos aplicadores da Lei em relação ao artigo que o agente traficante de 
animais pode ser enquadrado. O que acontece é que os casos devem ser analisados 
com suas especificidades. 
 
5.2 – Da Infração Administrativa na Lei 9.605/98 
Toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de promoção, uso, gozo, 
recuperação ou proteção do meio ambiente é classificado como infração 
administrativa conforme consta no artigo 70 da Lei de Crimes Ambientais, Lei 
nº9.605/98. 
A Lei Federal nº 9.605/98 regularizou as infrações administrativas entre os 
artigos 70 e 76 e a posteriori, regulamentada pelo decreto 3.179/99, sendo viabilizado 
aos estados suplementação e pelos municípios. Destaca-se que as leis 
suplementares não podem ir de modo contrário ou fazer alterações na Lei Federal. 
Conforme informado pela instrução normativa, seja qual for a pessoa que 
averiguar o ato de infração administrativa será capaz de representar para as 
autoridades competentes. Quando se fala em autoridades competentes, a autuação 
não é de livre escolha como para qualquer pessoa. Para elas, se ocorrer flagrante, a 
autuação é vinculada, sendo seguida por instauração de processo administrativo. 
Compete aos funcionários de órgãos ambientais que integram o Sistema 
Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, lavrar o auto de infração assim como 
40 
 
instaurar processe administrativo, assim como compete também aos agentes do 
Ministério da Marinha e Capitania dos Portos. 
Ely Lopes Meirelles conceitua o procedimento administrativo como o “iter legal 
a ser percorrido pelos agentes públicos para obtenção dos efeitos regulares de um 
ato administrativo principal.” (2008, p.133) 
Através de processo administrativo autônomo é que são analisadas as 
infrações administrativas ambientais, sendo assim assegurados o direito à ampla 
defesa e ao contraditório, assim como os princípios da publicidade, legalidade, 
eficiência, impessoalidade e moralidade. 
Vale ressaltar que, para que seja apurada a infração ambiental, os prazos a 
serem respeitados são: 
a) Vinte dias para que o infrator recorra a sentença condenatória para a 
instância superior dos órgãos que integram o SISNAMA ou para a 
Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, conforme o tipo 
de autuação; 
b) Vinte dias para que o infrator impugne ou faça defesa contra o auto 
infracional, que serãocontados a partir da data que foi tomada ciência 
a autuação 
c) Cinco dias para que seja realizado o pagamento de multa, que serão 
contados partindo da data de recebimento da notificação; 
41 
 
d) Trinta dias para que a autoridade a que compete julgar o auto de 
infração, sendo contados a partir da data da lavratura, mesmo que a 
impugnação ou defesa tenha sido ou não apresentada. 
Sendo assim, findo o prazo, a Administração Pública deverá promover a 
cobrança judicial da dívida. 
Quando o processo administrativo for finalizado, o descumpridor poderá ser 
penalizado com uma das penas contidas no artigo 72 da Lei de Crimes Ambientais. 
5.2.1 – Advertência 
 Caso haja inobservância do regulamento ou da lei e a irregularidade não for 
sanada, o infrator será submetido a advertência. 
5.2.2 – Multa 
A multa simples poderá ser aplicada caso o agente, devido ao dolo ou 
negligência, for notificado devido a irregularidades realizadas, e deixando de saná-
las no prazo escolhido pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente – SISNAMA, ou pela Capitania dos Portos do Ministério da Marinha, ou 
também se adversar embargo à fiscalização dos órgãos da Capitania dos Portos do 
Ministério da Marinha ou do SISNAMA. Sendo assim, existe a possibilidade de que 
a multa seja transformada em serviços para recuperação da qualidade do meio 
ambiente, preservação e melhoria. 
42 
 
Compõem o SISNAMA os órgãos e entidades dos Municípios, Estados, União 
e Distrito Federal, e Fundações fundadas pelo Poder Público, as quais tem a 
responsabilidade de melhorar e proteger a qualidade ambiental. 
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis - IBAMA 
é o órgão executor do SISNAMA no meio federal. Juntando também com a 
colaboração dos Órgãos Seccionais que as entidades ou órgãos estaduais que tem 
a responsabilidade por executar projetos, programas e controle e fiscalização de 
atividades que tem a capacidade para provocar degradação do meio ambiente e com 
os Órgãos Locais, os quais são municipais, que tem a responsabilidade de fiscalizar 
e controlar essas atividades, em suas jurisdições. 
Cabe aos Municípios, Estados e Distrito Federal a implementação das 
medidas criadas pelo SISNAMA, através da elaboração de padrões supletivos e 
complementares e com a elaboração de normas. Os órgãos locais e seccionais 
devem expedir relatórios anuais para o Ministério do Meio Ambiente o qual deve 
despachar uma avaliação sobre a atual situação do meio ambiente no país. 
Em se tratando de multa diária, ela será aplicada sempre que houver o 
prolongamento de tempo da consumação da infração, até o seu término eficaz ou 
43 
 
até que seja regularizada através da realização de um termo de compromisso de 
reparação do dano pelo autor da infração. 
Os valores pagos com a referida multa irão para o Fundo Naval, Fundo 
Nacional do Meio Ambiente, fundos municipais ou estaduais de meio ambiente, 
segundo fruir o órgão arrecadador. 
Será utilizado como base para a multa o metro cúbico, unidade, quilograma, 
hectare ou qualquer outra que esteja de correlacionada e concordante com o objetivo 
jurídico que foi lesado. 
Caso o infrator cometa duas ou mais infrações de modo simultâneo, as 
sanções penais serão realizadas de forma cumulativa. 
 
5.2.3 - Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e 
flora, instrumentos, objetos e equipamentos ou veículos de qualquer 
natureza utilizados na infração 
 Após realizada a apreensão, os animais serão devolvidos ao seu habitat natural 
e os veículos, subprodutos e produtos irão ser triados e possivelmente doados para a 
caridade, instituições hospitalares ou científicas, e os equipamentos vendidos 
mediante garantia de descaracterização. 
5.2.4 - Destruição ou inutilização do produto 
 O objeto de origem da flora e da fauna irá ser desmantelado ou estará 
indisponível para uso, ou, incomumente, doado para alguma instituição cultura, 
educacional ou científica. 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124534
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124535
44 
 
5.3 - As penas comidas são condizentes com os crimes praticados? 
 Crime tem como definição ser uma violação ao direito, em se tratando de crimes 
contra a fauna, eles são direitos fundamentais, independente de qual for a violação ao 
Meio Ambiente sustentável. Quando se fala na Lei 9.605/98, a mesma prevê como 
crime e infração administrativa, os quais são suscetíveis de punição. 
 As penas contidas na Lei de Crimes Ambientais variam conforme o nível de 
gravidade da infração cometida, pois, quanto mais relevante a ação, mais severa será 
a punição, que pode ser restringindo a liberdade do indivíduo, substituindo assim a 
prisão com a prestação de serviços sociais, por exemplo; ou privativa de liberdade. 
 Sendo assim, conforme visto precedentemente, no artigo 29 da Lei 9.605/98 
para o crime de tráfico de animais, a pena é de seis meses podendo chegar a 1 ano, 
de detenção, onde pode ocorrer de que seja agravada da metade ou no máximo em 
até três vezes caso o autor da mesma cometa ato de caça profissional. 
 Existem casos onde existirá a possibilidade de ser aplicado ao caso o artigo 
180 do Código Penal, o qual se trata de receptação tendo pena cominada de um até 
quatro anos de reclusão juntamente com multa. 
 As penas que estão previstas nos artigos citados acima são moderadas, o que 
acaba significando como algo que é tratado como impunidade. Na maior parte dos 
casos, o autor da infração não é penalizado com a pena privativa de liberdade, mas 
sim, apenas com a restritiva de direitos. Tal fato ocorre por apenas algum período 
determinado pela Justiça ou apenas são aplicadas multas, coisa que não é suficiente 
para que o infrator deixe de possivelmente cometer o mesmo ato novamente. 
 
https://fernandapossatti21.jusbrasil.com.br/artigos/499907979/crimes-contra-a-fauna-brasileira-do-trafico-de-animais-silvestres-brasilia-df-2017#_Toc492124542
45 
 
6 – CONCLUSÃO 
 
O crime de tráfico de animais silvestres é uma adversidade muito grave, e que, 
devido a isso, necessita de uma maior discussão de toda a coletividade a favor de 
encontrar meios que sejam usados como solução para avaliar o problema, sendo 
assim, possivelmente, evitada a extinção de algumas espécies que estejam 
ameaçadas. 
 Tem-se a noção de que existem outros fatores demasiadamente 
preocupantes que afetam a existência e sobrevivência de algumas espécies, como 
por exemplo o desmatamento que vem causando a ausência de vários biomas 
naturais. Porém, necessárias são algumas ações de modo imediato, as quais 
permitam que os locais onde os animais possam viver e conviver no meio ambiente 
sejam recuperados. 
 Nesse diapasão, é necessário no Brasil que haja um plano de 
conservação para poder definir e organizar prioridades para ações de diversas 
organizações e profissionais, além da determinação de primazias nacionais que serão 
utilizadas para que exista a conservação e o manejo das espécies que estão 
ameaçadas e das áreas às quais são importantes para a conservação, promover 
também políticas públicas para proteção dos animais que estão ameaçados de 
extinção. 
 A Lei de Crimes Ambientais, Lei nº 9605/98, independentemente de ser 
um início, não auxilia muito para o controle de ações ilegais, fazendo com que o 
agente causador seja condenado em penas fracas e/oumultas que normalmente não 
são pagas. Sendo assim, acabam saindo impunes. 
46 
 
 Em se tratando de Educação Ambiental, a mesma deveria entrar como 
matéria nas escolas privadas e públicas, pois conscientizando os jovens sobre a 
importância que tem a natureza, as futuras gerações estarão preocupadas em cuidar 
do meio ambiente, o que possivelmente fará com que estejam mais aptos com o 
cuidado e caucionar a subsistência da biodiversidade, além das gerações que virão. 
 É necessário que seja feito o aumento do efetivo utilizado para a 
fiscalização de áreas de proteção ambiental, técnicas e equipamentos necessários 
para tal feito. Se houver a junção de educação, tecnologia e ser humano, vamos ser 
capazes de fazer com que seja diminuído ou deixe de existir essa, de certa forma, 
violência, com o planeta e, consequentemente, o próprio ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Lei nº 5197, de 3 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção a fauna e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 03 jan. 1967. 
______. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Diário Oficial da União. Brasília, 31 ago. 1981. 
______. Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 12 fev. 1998. 
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Emendas 
Constitucionais de Revisão. Diário Oficial da União. Brasília, 05 out. 1988. 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da 
Constituição. 2.ed. Coimbra: Almedina, 1998. 
DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2. Ed. São Paulo: Melhoramentos, 2008. 
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 15. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2014. 
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 22. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2014. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 16.ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2008. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO. 
Suécia: 1972 – Disponível em < http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Meio-
Ambiente/declaracao-de-estocolmo-sobre-o-ambiente-humano.html.> Acesso em: 15 
out. 2019 
PEREIRA, Lafayette Rodrigues. DIREITO DAS COISAS. VOL. I. 
48 
 
RENCTAS. 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre. 1999. 
Disponível em < 
http://www.renctas.org.br/wpcontent/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf > 
Acesso em: 25 set. 2019. 
SANTOS, Celeste Leite dos. Crimes Contra o Meio Ambiente: Responsabilidade 
e Sanção Penal. 3. ed. São Paulo: Jurarez de Oliveira Ltda., 2002 
SOARES, Guido Fernando Silva. A Proteção Internacional do Meio Ambiente. 
Barueri: Manole, 2003. 
http://www.renctas.org.br/wpcontent/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf
 
DECLARAÇÃO DE VERACIDADE DE AUTORIA 
 
Declaro, para todos os fins e efeitos de direito, a quem interessar 
possa que o Trabalho de Curso – TC depositado é de minha autoria exclusiva e que, 
caso seja constatado “plágio ou realização da pesquisa por terceira pessoa”, estou 
ciente de que minha REPROVAÇÃO será automática e sumária, nos termos do 
Regulamento Geral do Trabalho de Curso. 
 
Declaro, mais e ainda, para os devidos fins e efeitos de direito, 
a “veracidade de minha autoria do presente Trabalho de Curso – TC”, sob pena das 
sanções cíveis e penais previstas na legislação pertinente, especialmente quanto ao 
enquadramento no art. 184 do Código Penal, e na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 
1998. 
Sem mais e colocando-me à inteira disposição para eventuais 
esclarecimentos, que se façam necessários, subscrevo-me, 
 
Atenciosamente, 
 
Nome do Acadêmico (a) RGM nº 
 
TURMA SEMESTRE 
 
DATA ASSINATURA DO ACADÊMICO (A)

Outros materiais

Perguntas Recentes