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Adoção Consiste em modalidade artificial de filiação. A adoção é a única possibilidade de colocação em família substituta com criação de vínculos de filiação. Confere estado de filiação ao adotado. É medida excepcional¹, irrevogável² e ato personalíssimo³: Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger- se-á segundo o disposto nesta Lei. § 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. ¹Devem ser previamente esgotadas todas as formas e tentativas de a criança/o adolescente retomar ao convívio da família de origem (natural ou extensa). ²É irrevogável. Pode haver desistência durante o processo, mas após a adoção, o adotado tem os mesmos direitos e deveres, inclusive para fins de sucessão, dos filhos biológicos. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. a) Rompe vínculos com a família original – exceção: impedimentos matrimoniais. b) Inclusão nos vínculos da família adotante. ³ Por ser ato personalíssimo, a adoção por procuração é vedada!! Apenas o adotante pode promovê-la. Art. 39. § 2º É vedada a adoção por procuração. • O falecimento do adotante NÃO REFAZ o vínculo com a família biológica. “Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.” • EFEITOS – ex nunc, verificados a partir do trânsito em julgado, *exceto na adoção post mortem, que há retroatividade à data do óbito. Art. 47, § 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. Conflito de interesses – sempre prevalecem interesses e direitos do adotando. Art. 39. § 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. Requisitos e Impedimentos: a) O adotando deve ser menor de 18 anos na data do pedido de adoção, exceto se já estiver sob guarda ou tutela dos adotantes – dispensa do estágio de convivência e estudo social. Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. • Adoção de maiores – é possível, mas não é regida pelo ECA e não é de competência da vara de infância e juventude. b) O adotante deve ser maior de 18 anos, independentemente de seu estado civil ou orientação sexual, bem como deve apresentar idoneidade e aptidão para o exercício dos direitos e deveres decorrentes do poder familiar. Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. c) A diferença de idade entre adotante e adotando deve ser de no mínimo 16 anos. Art. 42. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. d) Irmãos e ascendentes* não podem adotar. Art. 42. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. e) Tutores e curadores só pode adotar após prestação de contas Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. f) É necessário que se esgotem todos os meios. Art. 39. (…) à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa (...) g) Deve ser vantajosa para o adotando e ter fundamento em motivos legítimos. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. * JURISPRUDÊNCIA RECENTE: 4a Turma do STJ, excepcionalmente, deferiu a adoção avoenga, ou seja, pelos avós, desde que estejam presentes os seguintes requisitos: (i) o pretenso adotando seja menor de idade; (ii) os avós (pretensos adotantes) exerçam, com exclusividade, as funções de mãe e pai do neto desde o seu nascimento; (iii) a parentalidade socioafetiva tenha sido devidamente atestada por estudo psicossocial; (iv) o adotando reconheça os adotantes como seus genitores e seu pai (ou sua mãe) como irmão; (v) inexista conflito familiar a respeito da adoção; (vi) não se constate perigo de confusão mental e emocional a ser gerada no adotando; (vii) não se funde a pretensão de adoção em motivos ilegítimos, a exemplo da predominância de interesses econômicos; e (viii) a adoção apresente reais vantagens para o adotando. → Por se mostrar consentânea com o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, fim social objetivado pela Constituição da República de 1988 e pela Lei 8.069/90, conferindo-se, assim, a devida e integral proteção aos direitos e interesses das pessoas em desenvolvimento, cuja vulnerabilidade e fragilidade justificam o tratamento Adoção post mortem – feita após o falecimento do adotante, desde que tenha havido manifestação inequívoca manifestação de vontade. Art. 42. § 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. • Retroatividade dos efeitos da adoção à data do óbito do adotante. Modalidades de adoção Unilateral – é mantido o vínculo de filiação comum dos pais biológicos. Exemplo: madrasta/padrasto adotarem enteado. JURISPRUDÊNCIA: STJ, 2017 -No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade prevista no art. 39, § 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser flexibilizada no melhor interesse do adotando. • NÃO É A QUE É FEITA POR APENAS UM ADOTANTE. Art. 41. § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. Hipóteses: 1. Registro de nascimento consta apenas o nome de um dos genitores, que deve concordar com a adoção. 2. Se no registro constarem os nomes de ambos os genitores, é necessária a prévia destituição do poder familiar para que outra pessoa possa adotar unilateralmente; 3. Um dos genitores é falecido e o outro concorda com a adoção. Bilateral – total ruptura de vínculos existentes entre ela e ambos os genitores • ≠ adoção feita por duas pessoas. A adoção pode ser bilateral ainda que feita por apenas uma pessoalmente. • Adoção conjunta (fei ta por um casal) - Casamento ou união estável é requisito. Art. 42. § 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. Exceção – divorciados e ex companheiros desde que o estágio de convivência tenha ocorrido antes da separação e tenha havido vínculo com aquele não será detentor da guarda – preferência pela guarda compartilhada. • Deve ainda ser demonstrado efetivo beneficio ao adotando e privilegiada a guarda compartilhada. Art. 42. § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . Encaminhamento para adoção - pode ser contra ou a favor da vontade dos genitores: É resguardado o sigilo do nascimento- “Art. 19-A. § 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.” É necessário o consentimento dos pais ou representantes legais. Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. • No caso de pais desconhecidos ou destituição de poder familiar, o consentimento é dispensado. Art. 45. § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. • O consentimento deverá ser formalizado em audiência. Art. 19-A. § 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. Não comparecimento em audiência – suspensão do poder familiar da mãe Art. 19-A. § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. Mudança de ideia – pode ser manifestada na audiência ou perante equipe interprofissional. Haverá manutenção da criança com os pais biológicos e determinação de companhamento familiar por até 180 dias. Art. 19-A. § 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. • Oitiva do adotando: Criança – deve ser ouvida. Adolescente – deve concordar com a adoção. Art. 45. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. 1. perda do poder familiar – contra; deve haver contraditório (pretensão resistida, jurisdição contenciosa). 2. entrega voluntária – procedimento mais simples e célere. A concordância formal dos genitores é essencial, exceto quando desconhecidos os genitores ou perda prévia do poder familiar O desejo de entrega pode ser manifestado mesmo antes do nascimento. Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. • Encaminhamento para a vara da infância e juventude é obrigatório – sob pena de incorrer em infração administrativa conforme art. 258-B do ECA. É prioritária a adoção pela família extensa – “Art. 19-A, §3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.” • Sem indicação de genitor ou representante apto da família extensa – extinção do poder familiar e deferimento de guarda provisória ou encaminhamento p/ acolhimento (institucional ou familiar. Art. 19-A. § 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. Enquanto não adotada, a c/a fica, preferencialmente em acolhimento familiar – art.50 Art. § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar. Estágio de convivência - Período que antecede a decisão sobre a adoção com objetivo de verificar a compatibilidade entre adotante e adotado. Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. Prazo máximo para estágio de convivência – 90 dias, prorrogável por igual período, fundamentadamente pelo juiz, observadas a idade e as peculiaridades do caso. Art. 46. § 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. • Dispensa do estágio de convivência – apenas nos casos que o adotando já esteja sob guarda/tutela há tempo suficiente para avaliar a conveniência; a mera guarda de fato não autoriza por si só. Art. 46. § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. § 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. • Ao final do prazo, deverá ser elaborado minucioso relatório sobre a conveniência da adoção; Art. 46. § 3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. § 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. Conhecimento das Origens – O adotando tem direito à informação biológica e acesso aos autos após os 18 anos, e antes, c/ autorização judicial e acompanhamento psicológico. (art. 48, .u.) Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. • Manutenção do processo de adoção em arquivo – consulta a qualquer tempo (após os 18 anos) pela pessoa adotada (art. 48). • Não gera restauração de vínculo familiar, não traz direitos nem obrigações em relação aos pais biológicos. Cadastro de adoção – Todas as comarcas deverão ter um registro de crianças e adolescentes disponíveis e pessoas interessadas em adotar – deve haver cadastro municipal, estadual, federal e internacional. Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. § 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. • Solicitação de inscrição se dá por meio de procedimento de habilitação, sendo necessário que o interessado passe por período de preparação psicossocial e jurídica. Art. 50, § 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipetécnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. • PRIORIDADE - “Art. 50, § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos.” • O deferimento requer a consulta de órgãos técnicos e oitiva do MP – art. 50, §1º: “§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.” • Responsabilidade pela atualização (Autoridade Central), inscrição (Autoridade Judiciária) e fiscalização (Ministério Público): Art. 50, § 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de responsabilidade. § 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. • Adoção fora do cadastro – adoção unilateral, membro da família extensa ou guarda/tutela de criança maior de 03 anos, por tempo suficiente para formação de vínculos. Exemplo – guarda de fato. É também necessária a comprovação do preenchimento dos requisitos para adoção - “Art. 50, § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.” Art. 50, § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. Efeitos da Adoção – O deferimento é feito mediante sentença constitutiva de relação de filiação que deve ser inscrita no Registro Civil mediante mandado judicial (sem emissão de certidão); cancelamento do registro original e substituição dos nomes dos ascendentes (pais e avós) Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado. Medidas para garantir o sigilo: a) Lavratura no município de residência do adotante - “§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência.“ b) Sigilo nos registros - “§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro.” c) Adaptação de prenome e nome: se houver alteração de prenome (“nome”), a criança/adolescente deverá ser consultadx. § 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. § 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. • Prioridade de tramitação - § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. Adoção Internacional - está relacionada ao domicílio no estrangeiro, não à nacionalidade do adotante. É hipótese residual, permitida apenas se esgotada a busca em todos os cadastros nacionais. Art. 50, § 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacional. Estágio de convivência – superior a 30 e no máximo por 45 dias + prorrogação por igual período. Art. 46. § 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. O estágio de convivência deverá necessariamente ser cumprido no Brasil e preferencialmente na comarca de residência do adotando – se for cumprido em cidade limítrofe, a competência da adoção é do juízo de residência do adotante. Art. 46. § 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança. • Brasileiros residentes no estrangeiro têm preferência sobre estrangeiros - “art. 51, § 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro”. • É obrigatória a intervenção das autoridades centrais - “art. 51, § 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional.” Procedimento: Convenção de HAIA: tratado internacional tem objetivo de padronizar os procedimentos de adoção. Os países signatários têm preferência em relação aos outros. Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. • Condições de admissibilidade : conveniência da adoção internacional, esgotamento de tentativas, concordância do adolescente, bem como sua preparação e orientação. Art. 51 § 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto; II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. • Homologação pelo STJ – é necessária nos casos de não atendimento da Alínea “c” do Artigo 17 da Convençãode Haia e de brasileiro residente em país que não seja signatário da Convenção e HAIA (art. 52-B). Criança Brasileira Acolhimento no exterior→ 1. O pedido deverá ser formulado perante a autoridade central em matéria de adoção do país de residência dos adotantes (art. 52, I) 2. Considerados os pais adotivos habilitados e aptos a adotar conforme o regramento do país em que residem, bem como tendo adequadamente orientados, (II), relatório será enviado à autoridade central Estadual do Brasil c/cópia para a federal (III); • Poderão ser feitas exigências e solicitadas complementações pela Autoridade Central Estadual acerca do estudo psicossocial do postulante (VI); 3. Se houver compatibilidade com a legislação brasileira, bem como atendimento aos requisitos, será expedido laudo de habilitação válido por um ano (VII) e o postulante poderá formalizar o pedido de adoção (VIII). 4. Não será permitida a saída do adotante antes do trânsito em julgado - “§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional.” 5. Com o trânsito em julgado da decisão de adoção, será emitido alvará com autorização da viagem. § 9º, Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado. Criança Estrangeira Acolhimento no Brasil→ 1. Deferida pela autoridade competente estrangeira, a decisão será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos. 2. O fato será comunicado à ACF para determinação das providências necessárias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (art. 52-C caput). 3. É necessária a oitiva do MP para que sejam reconhecidos os efeitos da adoção. (§1º) 4. Os efeitos só não serão reconhecidos se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. (§1º) e o MP adotará as medidas necessárias para resguardar o melhor interesse da criança. Adoção da legislação brasileira – quando o país de residência da adotada delegue ao país de acolhida ou caso este não seja signatário da convenção. (art. 52-D)
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