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comportamento concreto absorção por imersao, capilaridade, absorcao sob pressão

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Comportamento	do	concreto	autoadensável
com	pó	de	carnaúba	submetido	à	condições
naturais	e	aceleradas...
Conference	Paper	·	January	2012
DOI:	10.13140/RG.2.1.4015.2168
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Esequiel	Mesquita
Fundação	Núcleo	de	Tecnologia	Industrial	do…
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Francisco	Carvalho	de	Arruda	Coelho
Universidade	do	Vale	do	Acaraú
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Iêda	Nadja	Silva	Montenegro
FUNDAÇÃO	NUCLEO	DE	TECNOLOGIA	INDUS…
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ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 1 
 
Comportamento do concreto autoadensável com pó de carnaúba 
submetido à condições naturais e aceleradas: análise da absorção de 
água por imersão, por capilaridade e permeabilidade à água sob 
pressão. 
 Behavior self-compacting concrete with carnauba's powder subject natural and 
accelerated conditions: analysis of the absorption of water by immersion, for capillary and 
pressure water permeability. 
 
Esequiel Fernandes Teixeira Mesquita (1); Francisco Carvalho de Arruda Coelho (2); Iêda Nadja 
Silva Montenegro (3) 
 
(1) Graduando em Engenharia Civil,Grupo de Estudos em Materiais Alternativos para Construção e 
Concretos Especiais - MACCE/UVA, esequiel_mesquita@hotmail.com 
(2) Professor Doutor, Engenharia Civil, Grupo de Estudos em Materiais Alternativos para Construção e 
Concretos Especiais - MACCE/UVA, carvalhoarruda@yahoo.com.br 
(3) Professora Doutora, Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará - NUTEC, 
iedanadja@yahoo.com.br 
Curso de Engenharia Civil, Laboratório de Materiais de Construção, Universidade Estadual Vale do Acaraú 
(UVA) - campus da CIDAO. Avenida Dr. Guarani, 317 – Betânia, Sobral – CE, 62040-730 
 
Resumo 
A carnaubeira (Copernícia cerífera) é uma palmeira típica do nordeste do Brasil que produz uma cera de 
grande apreciação industrial, principalmente utilizada para a fabricação de chips, tintas e vernizes. Estudos 
tem revelado que a adição da cera da carnaúba ao concreto autoadensável (CAA) ocasionam uma série de 
benefícios ao concreto: elevação da resistência mecânica, diminuição da permeabilidade, e diminuição da 
carbonatação natural. Dando proseguimento aos estudo da influência da cera de carnaúba nas 
propriedades do concreto autoadensável, este trabalho faz a análise da absorção de água por capilaridade, 
absorção de água por imersão e permeabilidade à água sob pressão do CAA sob condições naturais e 
aceleradas em câmara climática. Foram fabricadas duas séries de CAA, uma sendo tomada como 
referencial e outra com adição de 5% de pó de carnaúba, sendo fixada a relação água/cimento, teor de 
argamassa e o consumo de cimento. Os corpos-de-prova foram ensaiados as idades de 28, 68, 108 e 148 
dias. Os resultados evidenciam diminuições nas propriedades de permeabilidade e absorção do CAA 
conferidas pela adição do pó cerífero, mantendo-se para todas as idades analisadas, tanto em condições 
naturais quanto em condições aceleradas. 
Palavra-Chave: concreto autoadensável; pó de carnaúba; perrmeabilidade; absorção;durabilidade; 
 
Abstract 
The carnauba (Copernicia cerifera) is a palm tree typical of northeastern Brazil that produces a great 
appreciation industrial wax, mainly used for chip fabrication, paints and varnishes. Studies have shown that 
the addition of carnauba wax to self compacting concrete (SCC) cause a number of concrete benefits: 
increased strength, reduced permeability, and decreased natural carbonation. Giving continued to study the 
influence of carnauba wax on self SCC properties, this work has to parse the capillary water absorption, 
water absorption by dipping and permeability to water under pressure of SCC under natural and accelerated 
in a climatic chamber conditions. Two serieswere made of SCC, being taken as a reference and the other 
with the addition of 5% of carnauba’s wax, being fixed to the water / cement, mortar and content 
consumption of cement. The bodies of the test piece were tested ages 28, 68, 108 and 148 days. The results 
show decreases in permeability and absorption properties conferred by the carnauba’s wax addition to SCC , 
keeping this results for all ages, both as for natural conditions as accelerated conditions. 
Keywords: self-compacting concrete; carnaúba's powder; permeability; water absorption; durability; 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 2 
 
1. Introdução 
 
A carnaubeira é uma palmeira comumente encontrada em margens de rios, solos aluviões 
e argilosos, e é capaz de suportar solos altamente salinos e um período longo de 
estiagem. O nome comum “carnaúba” é derivado do Tupi e significa árvore que arranha, 
em razão da camada espinhosa que recobre a parte mais baixa do tronco; podendo 
encontrar outros nomes tais como: “caranaíba”, “carandaúba”, “carnaba”, “carnahyba” e 
“carnaúva” (LIMA, 2005). A relevância desta arvore para o Ceará, em especial, é tanta 
que em 2006 foi declarada a árvore símbolo do estado, pois desde muito tempo sua 
exploração tem sido fonte de renda para muitas famílias cearenses. 
O pó cerífero é uma camada que recobre e protege as folhas da palmeira contra a 
transpiração excessiva, que geralmente ocorre em ambientes de temperaturas elevadas, 
com longos períodos de estiagem e com baixa umidade relativa. Sua exploração serve 
como elemento de fixação do homem no campo, uma vez que o pó cerífero é um material 
com um bom valor de mercado, pois a exploração tem inicio em meados de setembro ao 
final de novembro, quando neste período é o período de estiagem no nordeste brasileiro e 
a extração e comércio do pó da carnaúba serve como alternativa de renda aos moradores 
do campo. 
Além do que, todo o processo de coleta do pó não traz nenhum prejuízo ao meio 
ambiente, sendo o corte da folha benéfico para o próprio vegetal retardando seu 
envelhecimento (Figura 1); a secagem das palhas pode ser feita mediante o uso de 
recursos solares; os resíduos (palhas cortadas em tiras durante a extração do pó) são 
utilizados para confecção de peças artesanais, como bolsas, chapéus, vassouras e 
outros. 
 
Figura 1 – Carnaubeira após o corte da folha para extração da 
cera. 
 
Através da leitura dos Anais do Cinpar 2010 (IV Congresso Internacional de Patologia e 
Recuperação de Estruturas), observou-se um número cada vez mais freqüente de 
manifestações patológicas nas edificações em concreto, dentre as quais destacamos: 
 Corrosão da armadura em elementos estruturais da edificação localizada em 
ambientes marinhos, onde se identificou como fundamentais elementos 
desencadeadores da reação a carbonatação, a presença de umidade e oxigênio, e 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 3 
uma relativa concentração de íons de cloro no interior da peça (ZACCARD; MAIO; 
TRAVERSA, 2010); 
 Eflorescência em superfícies devido a falhas no processo de impermeabilização 
(BERNHOEFT e MELHADO, 2010); 
 Reações de carbonatação nos elementos estruturais, corrosão da armadura e 
consequentemente expansão da armação (LIMA e SIQUEIRA, 2010); 
Conforme é possível observar pelas manifestações patológicas citadas acima, e assim 
como destaca Neville (1997), a permeabilidade é o principal responsável pelo 
desencadeamento da maioria das manifestações patológicas, e assim determinante da 
durabilidade do concreto. 
Com base no exposto acima, entendeu-se que estudar a incorporação do pó de carnaúba 
no concreto autoadensável (CAA) como aditivo à durabilidade das estruturas seria 
interessante porque além de ampliar a possibilidade de utilização de um material 
nordestino, contribui diretamente para o desenvolvimento sustentável. Pois menores 
freqüências nos reparos das edificações bem como uma melhoria na durabilidade das 
edificações significam reduções nas quantidades de materiais que deverão ser utilizados. 
O material incorporado ao concreto neste trabalho, o pó de carnaúba, é característico do 
nordeste brasileiro e há tempos vem sendo explorado pela indústria para fabricação de 
tintas, vernizes, fármacos, chips, etc. 
Este pó é basicamente uma composição de ácidos graxos, sendo, portanto um potencial 
impermeabilizante, e assim, potencial atuante na diminuição da ocorrência de 
manifestações patológicas nas edificações. 
Coelho & Mesquita (2010) em estudos realizados no Laboratório de Materiais de 
Construção da UVA, estudaram a influência da adição de pó cerífero nas propriedades 
mecânicas e de permeabilidade do CAA com o objetivo principal de verificar o efeito de 
diferentes teores de adição da cera de carnaúba ao concreto, e chegaram à conclusão 
que o teor ótimo de incorporação do pó cerífero é de 5% sobre a massa de cimento, 
conforme se pode perceber pela análise da Figura 2. 
 
 
Figura 2- Efeito da adição do pó de Carnaúba sobre a resistência à 
compressão do CAA: determinação do teor ótimo de incorporação 
(Fonte: COELHO & MESQUITA, 2010). 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 4 
Os autores verificaram também que o pó de carnaúba diminuiu a velocidade de ganho de 
resistência das amostras até a idade de 28 dias, contudo que após esta idade há um 
ganho considerável de resistência mecânica do material para o teor de incorporação de 
pó cerífero de 5%. 
Dando prosseguimento aos estudos relacionados ao conhecimento da atuação do pó de 
carnaúba como aditivo ao concreto autoadensável, este trabalho analisa as propriedades 
de durabilidade de corpos-de-prova submetidos às condições normais e em condições 
aceleradas em câmara climática até a idade de 148 dias. Nesta pesquisa, a durabilidade 
foi estuda em função da permeabilidade, através da realização dos ensaios de absorção 
de água por imersão, NBR 9778 (ABNT, 2005), absorção de água por capilaridade, NBR 
9779 (ABNT, 1995) e penetração de água sob pressão, UNE 83-390 (1990). 
 
2. Metodologia 
 
2.1. Materiais 
 
O cimento adotado para a fabricação do concreto autoadensável foi o cimento Portland 
CPII-Z-32 RS, escolhido por ser amplamente utilizado na região, e por ter uma quantidade 
moderada de C3A. Sabe-se que a adsorção do aditivo superplastificante pelas partículas 
do cimento ocorre preferencialmente nos aluminatos (Aluminato tricálcico - C3A e 
Ferroaluminato tetracálcico - C4AF). Porém, a quantidade destes compostos deve ser 
moderada, sob pena de ocorrência de uma adsorção não uniforme (NEVILLE, 1997). O 
teor de C3A em massa deve ser inferior a 10 % da massa total do cimento (EFNARC, 
2002). A composição química do cimento utilizado está expressa pela tabela 1. 
 
Tabela 1 – Composição química e física do cimento CPII Z-32 RS. 
Composição química do cimento utilizado (%) 
Al2O3 SiO2 Fe2O3 CaO C3S C2S C3A C4AF 
5.2 20.6 3.5 65.0 67.0 7.8 7.8 10.5 
MgO SO3 RI PF Equivalente 
Alcalino 
 
2.74 2.93 11,46 5.85 1.0 
Onde: RI = resíduo insolúvel; PF = perda ao fogo; Equivalente alcalino é expresso pela equação: 
0,648.%K20 + %Na2O. 
 
Pelo método do Blaine foi determinada a área específica do cimento, 4760 cm²/g e pelo 
método de Vicat foi determinado o tempo de pega, sendo o início de pega com 3:07 h e 
fim de pega da pasta em 4:10 h. 
O fíler calcário é um material inerte, ou seja, não interfere nas reações normais de 
hidratação do cimento Portland. Como a natureza do material é não pozolânico no 
proporcionamento da mistura o fino entra em substituição parcial ao agregado miúdo, pois 
a não substituição leva a elevação do consumo de cimento. 
O uso desta adição mineral acentua as características no estado endurecido do CAA além 
de ser viável ecologicamente, pois se utiliza o resíduo gerado no processo de 
beneficiamento das rochas ornamentais que seriam lançados ao meio ambiente 
(MESQUITA et al, 2009). A adição do fíler é importante paraobtenção de uma 
viscosidade moderada, fundamental na obtenção da principal característica do CAA. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 5 
O fíler utilizado foi recolhido em uma indústria de beneficiamento de rochas ornamentais 
no município de Sobral, CE, e levado ao Laboratório de Materiais de Construção da UVA, 
onde foi posto para secar ao sol. O material foi levado à estufa e mantido a uma 
temperatura de 100°C ± 5°C por um período de 24 horas. Após o resíduo totalmente seco, 
foi feito o destorroamento do material utilizando-se para esta finalidade um almofariz e um 
pilão emborrachado. O material foi peneirado na peneira #150 da ABNT e armazenado 
em um recipiente até a confecção dos concretos. 
O agregado miúdo empregado na fabricação do CAA foi areia lavada oriunda do rio 
Acaraú, no município de Sobral - CE, que também foi submetido a ensaios para 
caracterização da amostra. O agregado miúdo apresentou um módulo de finura (MF) de 
3,5. A Figura 3 mostra a curva granulométrica deste agregado, traçada a partir dos 
resultados do ensaio de granulometria do agregado, segundo a NM 248 (ABNT, 2001). 
 
 
Figura 3 – Distribuição granulométrica do agregado miúdo: diâmetro das 
partículas pela percentual retido nas peneiras. 
 
O agregado graúdo empregado na fabricação do CAA foi de origem basáltica, sendo 
bastante utilizado na região norte do estado do Ceará. O agregado foi submetido a 
ensaios para fins de caracterização de seu perfil granulométrico de acordo com a NM 248 
(ABNT, 2001): composição granulométrica dos agregados, onde o agregado foi 
classificado como tendo diâmetro máximo de 9,5. A Figura 4 traz a curva granulométrica 
deste agregado. 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 6 
 
Figura 4 – Distribuição granulométrica do agregado graúdo: diâmetro das 
partículas pela porcentagem passante. 
 
 
A água utilizada como água de amassamento foi fornecida pelo sistema de abastecimento 
público da cidade de Sobral, CE. Optou-se pela utilização de aditivo superplastificante a 
base de carboxilato, o naftaleno sulfonato, com densidade de 1,19 g/cm³, pela facilidade 
de aquisição na região norte do estado do Ceará. 
O pó de Carnaúba é constituído principalmente por uma combinação de ácidos melíssicos 
e ceráticos (com uma pequena proporção no estado livre), uma lactona, um 
hidrocarboneto e três alcoois diferentes entre eles o alcool melíssico. Uma análise citada 
por H. Jumelle (“Les huiles végétales”) revela a seguinte composição: índice de ácido de 2 
a 7, índice de saponificação 73 a 83%, índice de iodo 13,5, ácidos graxos 48%, alcoóis 53 
a 54 %, hidrocarbonetos 1,6%, índice de acetilo 55% e teor de cinzas 0,14 a 0,51% (PIO 
CORREA, 1931 apud RODRIGUES, 2004). 
O pó de Carnaúba utilizado foi peneirado e utilizado o passante na peneira #200 ABNT, 
com diâmetro de partículas de 0,075 mm. Uma análise físico-química realizada no 
Laboratório de Química Analítica da UVA – LAQA² revelou um teor de umidade da 
amostra de 4,01 %, pH de 7,13, índice de acidez de 10,40 ± 1,11%, o teor de impureza 
encontrado na amostra foi de 5,785%. 
 
2.2. Preparação das amostras 
 
Para a realização do programa experimental foram fabricadas duas séries de concreto 
autoadensável, sendo uma referencial (C1) e a outra com incorporação de 5% de pó de 
Carnaubeira (C2), utilizando a metodologia de dosagem de CAA proposta por Tutikian 
(2007). Logo abaixo, a Tabela 2, mostra as quantidades de materiais utilizados na 
preparação das amostras. 
 
 
 
 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 7 
Tabela 2 - Quantidade de materiais utilizados na fabricação das duas séries de concretos. 
C1 - REFERENCIA – α=52%; C=396 kg/m³ a/c 0,46 
Traço Cimento(kg) Fíler (kg) Areia(Kg) Brita (kg) Água(L) 39,0 
1:0,55:0,57:1,88 84,48 46,46 48,11 158,82 Aditivo kg) 1,266 
C2 – 5% DE PÓ DE CARNAÚBA – α=52%; C=396 kg/m³ a/c 0,46 
Traço Cimento(kg) Fíler kg) Areia (Kg) Brita (kg) Água(L) 39,0 
1:0,55:0,57:1,88 84,48 46,46 48,11 158,82 Aditivo(kg) 1,266 
Quantidade de pó de Carnaubeira (kg) 4,224 
 
A fabricação do CAA seguiu os seguintes passos: com a betoneira já imprimada, colocou-
se todo o agregado graúdo com um pouco de água e realiza-se a mistura por 3 min; logo 
depois se acrescentou à mistura todo o cimento, o aditivo (dissolvido em 1L de água e 
aos poucos) e mais um pouco de água, efetuando agora a mistura por um período de 
tempo de 5 min. Por conseguinte, fez-se a colocação do fino e do agregado miúdo, e 
parte da água restante e efetuou-se a homogeneização do material por mais 7 min. O 
restante da água foi acrescentado aos poucos à mistura durante a etapa de 
homogeneização do material. Na confecção do CAA com incorporação do pó de 
Carnaúba, o material cerífero foi acrescentado somente ao final da mistura, sendo posto 
aos poucos, e o tempo de homogeneização foi de 9 min. 
Durante a etapa de fabricação do CAA com pó de Carnaúba, percebeu-se a liberação de 
um cheiro forte, característico ao de folhas verdes e uma rápida mudança na 
trabalhabilidade do concreto. 
Os concretos produzidos seguiram as recomendações da NBR 15823 (ABNT, 2010) - 
partes 1, 2, 4 e 5 que tratam da classificação, controle e aceitação no estado fresco, 
determinação do espalhamento e tempo de escoamento pelo método do cone de Abrams, 
determinação da habilidade passante pelo método da caixa L, e determinação da 
viscosidade pelo método do funil V. Posteriormente as duas séries de CAA foram 
classificados quanto a trabalhabilidade conforme mostra a Tabela 3: 
 
Tabela 3 – Classificação das duas séries de CAA produzidos conforme a NBR15823 (ABNT, 
2010). 
Classe de espalhamento SF1 550-650 mm 
Classe de viscosidade VS1 ≤ 2 s 
Classe de habilidade passante caixa L PL2 ≥ 0,80 com três barras de aço 
Classe de viscosidade plástica pelo funil V VF1 < 9 s 
 
 
Para fabricação dos corpos-de-prova cilíndricos, necessários ao trabalho experimental, 
referentes ás duas séries de CAA, o concreto foi produzido em duas betonadas de 
concreto, sendo uma pra cada série, confeccionadas no mesmo dia, sendo as condições 
de temperatura e umidade monitoradas. Durante a fabricação do concreto a temperatura 
média foi de 35°C e a umidade relativa do ar de 75%. Foi utilizado óleo mineral ciclomotor 
como desmoldante em todos os moldes. Os CP foram moldados e embalados em sacos 
plásticos para que não houvesse troca de umidade com o ambiente, e após 24 horas da 
moldagem, os cilindros foram desmoldados e submetidos á cura por imersão em água 
saturada de cal até completarem a idade 28 dias, quando foram retirados do tanque e 
divididos em dois lotes: um para exposição ás condições de agressividade natural e o 
outro para a câmara climática. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 8 
Após permanecerem 28 dias em cura por imersão em água as amostras foram retiradas e 
levadas para a área de ensaios do Laboratório de Materiais de Construção e dispostas 
para sofrerem agressão ambiental. Sendo retiradas apenas na data de realização de seus 
respectivos ensaios ( 28, 68, 108 e 148 dias). As Figuras 5 e 6 ilustram a área de ensaios 
e a disposição das amostras na área. 
 
 
 
Figura 5 – Área de exposição ambiental do Laboratório 
de Materiais de Construção/UVA. 
 
 
Figura 6 – Disposição das amostras na área. À frente os 
concretos referenciais e ao fundo o concreto com 5% do 
pó de carnaúba. 
 
As amostras submetidas à câmara climática também passaram pelo menos tratamento 
das amostras para ensaios em ambiente normal, foram deixadas por 28 dias em cura por 
imersão. As amostras, devidamente identificadas, foram então levadas á câmara e 
organizadas deitadas sobre as prateleiras, conforme ilustra a Figura 7, e foi feita a 
programação dos patamares de temperatura e dos tempos de permanência em cada 
patamar conforme mostra a Figura 8. 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 –54CBC 9 
 
Figura 7 – Organização dos corpos de prova na 
câmara climática. 
 
 
Figura 8 – Detalhe da programação da temperatura em função do tempo da câmara 
climática. 
 
Os corpos-de-prova foram submetidos a ciclos initerruptos até a idade de ensaio de cada 
amostra. Como os intervalos de tempo para realização dos ensaios de 40 dias, 
determinou-se então que para cada intervalo, seriam 20 dias sem efeito do vento 
programado e 20 dias com efeito de ventilação na câmara. A câmara permaneceu 
 
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fechada durante todo o tempo de funcionamento sendo aberta somente para a retirada 
das amostras a serem ensaiadas. 
 
2.3. Programa experimental 
 
 
2.3.1. Absorção de água por capilaridade 
Para a realização do ensaio de absorção de água por capilaridade os CP foram 
submetidos por 24 horas a estufa à temperatura de 100 °C ± 5 °C, deixados para esfriar e 
aferida à massa inicial. Este procedimento foi realizado até verificar-se constancia de 
massa. 
 osteriormente as amostras foram submetidos a um ambiente com temperatura 23 C, 
admitindo variaç es de até 2 C. Os CP foram então posicionados sobre um suporte que 
impede o contato direto da superfície do CP com a superfície do recipiente do ensaio. E 
então foi realizada a marcação diretamente nos CP de uma altura de 15 mm e adicionado 
a água até esta marca. Foram realizadas determinações das massas das amostras com 
3h, 6h, 24h, 48h e 72h a partir do inicio do ensaio. 
A massa final é então subtraída da massa inicial e dividida pela área da seção transversal 
da superfície do CP, onde se obtêm resultados expressos em g/cm². A Os procedimentos 
adotados obedeceram às especificações da NBR 9779 (ABNT, 1995). A Figura 9 mostra o 
ensaio sendo realizado. Para este ensaio foram utilizados 3 corpos-de-prova por traço e 
por idade (28, 68, 108 e 148 dias) 
 
 
Figura 9 – Realização do ensaio de absorção de 
água por capilaridade. 
 
2.3.2. Absorção de água por imersão 
 
Na busca por parâmetros de permeabilidade e porosidade foram realizados uma serie de 
ensaios conforme a NBR 9778 (ABNT, 2005). Após o período de secagem em estufa de 
72 horas, foram determinadas as massas secas das amostras, e os corpos-de-prova de 
concreto foram imersos em água com temperatura controlada de 25°C por 72 horas. Após 
isso foram determinadas as massas saturadas, em seguida as amostras foram 
 
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novamente imersas em água e levadas a fervura por 5 horas, depois de fervidas e 
resfriadas naturalmente por 14 horas, e novamente pesadas, obtendo assim a massa da 
amostra saturada após imersão e fervura. Com base nestas foram determinadas a 
absorção, o índice de vazio e a massa especificam das amostras. A execução do ensaio é 
mostrada na Figura 10. Neste ensaio foram utilizados 3 corpos-de-prova por traço e por 
idade (28, 68, 108 e 148 dias) 
 
 
Figura 10 – Amostras submersas durante realização do 
ensaio de absorção de água por imersão. 
 
2.3.3. Penetração de água sob pressão 
O ensaio de penetração de água sob pressão UNE 83-390 (1990) consiste, inicialmente, 
na determinação da massa dos CP pelo método da constância de massa. Os CP são 
então dispostos nas células do permeabilímetro, e submetidos à pressão de 100 KPa 
durante as 48h iniciais, por conseguinte são submetidos a pressões de 300 KPa e 700 
KPa, a cada intervalo de 24 h transcorridos. Posteriormente os CP são limpos, eliminando 
o excesso de água, e rompidos diametralmente. Imediatamente é realizada a marcação 
do perfil de penetração de água no interior do concreto, e aferidos a média de penetração 
de água (mm) e o ponto máximo de penetração (mm). A Figura 11 ilustra a realização 
deste ensaio. Utilizaram-se de 3 corpos-de-prova por traço e por idade (28, 68, 108 e 148 
dias) para a realização da análise deste parâmetro. 
 
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Figura 11 – Realização do ensaio de penetração de água sob pressão: 1) Amostra no 
equipamento de ensaio; 2) Detalhe da base do CP; 3) Amostra rompida diametralmente; 4) 
Realização da medição da frente de penetração com auxílio de um paquímetro. 
 
3. Resultados 
3.1. Absorção de água por capilaridade 
 
Através da realização do ensaio de absorção capilar do CAA para a série referencial e a 
série com adição do pó de Carnaúba foi possível perceber que aos 28 dias o CAA com 
adição reduz em 59% sua taxa de absorção, aos 68 dias esta taxa mantêm-se reduzida a 
43% em relação à amostra referencial. Quando verificado o comportamento da absorção 
capilar do concreto aos 108 dias verifica-se uma redução próximo de 10% que se mantêm 
aos 148 dias. 
Para as amostras submetidas à câmara climática aos 68 dias houve uma diminuição na 
taxa de absorção capilar de 21%, que aos 108 dias mostrou-se 47% menos permeável 
que a amostra referencia, e aos 148 dias a taxa de redução manteve-se a 41%. Sugere-
se que devido às amostras submetidas à câmara climática apresentarem uma constante 
variação de temperatura, que na maior parte do ciclo foi de altas temperaturas, houve 
uma maior taxa de evaporação da água e por isso a desobstrução dos capilares e um 
aumento na pressão destes, fator que favoreceu uma melhor observação do efeito do pó 
cerífero no CAA. 
 
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Os resultados obtidos pelo ensaio de absorção de água por capilaridade podem ser 
observados pela Tabela 3. A comparação entre os resultados das duas séries para todas 
as idades avaliadas é mostrada pela Figura 12. 
 
Tabela 3 – Resultados obtidos pelo ensaio de absorção de água por imersão: 
influência da adição de pó de carnaúba na absorção capilar do CAA. 
SÉRIE 28 dias 68 dias 108 dias 148 dias 
C1 0,267 g/ cm² 0,343 g/ cm² 0,382 g/ cm² 0,508 g/ cm² 
C2 0,135 g/ cm² 0,195 g/ cm² 0,352 g/ cm² 0,429 g/ cm² 
C1CC - 0,255 g/ cm² 0,754 g/ cm² 1,98 g/ cm² 
C2CC - 0,202 g/ cm² 0,396 g/ cm² 1,161 g/ cm² 
Onde: C1: série referencial ensaiada a condições normais; C2: série com adição de 
5% de pó de Carnaúba ensaiada a condições normais; C1CC: série referencial 
ensaiada a condições controladas em câmara climática; C2: série com adição de 
5% de pó de Carnaúba ensaiada a condições controladas em câmara climática. 
 
 
 
Figura 12 – Comparativo dos resultados obtidos pelo ensaio de absorção de 
água por capilaridade para todas as idades. 
 
3.2. Absorção de água por imersão 
 
Avaliando o efeito do pó de carnaúba na absorção de água por imersão, outra forma de 
analisar a permeabilidade do concreto, constatou-se uma diminuição da permeabilidade 
para as amostras ensaiadas a condições normais de 21,15% aos 28 dias, 10% aos 68 
dias. 12,5% aos 108 dias e 19 % aos 148 dias. A variabilidade nos resultados deu-se 
provavelmente por erro de moldagem das amostras, devido à elevada quantidade de 
corpos-de-prova fabricados. 
 
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Quando analisamos o efeito do ensaio de absorção de água por imersão nas amostras 
submetidas a condições controladas verificou-se que as reduções ocorreram em média 
8,5%.Os resultados dos ensaios de absorção de água por imersão estão evidenciados na 
Tabela 4 e a Figura 13 faz um comparativo dentre todos os resultados encontrados. 
 
Tabela 4 – Resultados obtidos pelo ensaio de absorção de água por 
imersão: influência da adição de pó de carnaúba na permeabilidade do 
concreto 
SÉRIES 28 dias 68 dias 108 dias 148 dias 
C1 4,17 % 4,65 % 5,34 % 6,42 % 
C2 3,29 % 4,22 % 4,67 % 5,21 % 
C1CC 3,12 % 3,63 % 4,57 % 5,19 % 
C2CC 2,97 % 3,58 % 4,39 % 4,72 % 
Onde: C1: série referencial ensaiada a condições normais; C2: série com 
adição de 5% de pó de Carnaúba ensaiada a condições normais; C1CC: série 
referencial ensaiada a condições controladas em câmara climática; C2: série 
com adição de 5% de pó de Carnaúba ensaiadaa condições controladas em 
câmara climática. 
 
 
Figura 13 – Comparativo dos resultados obtidos pelo ensaio de absorção de 
água por imersão das amostras para todas as idades e traços, expressos em 
porcentagem. 
 
3.3. Absorção de água sob pressão 
 
Pelo ensaio de absorção de água sob pressão as amostras de CAA com adição da cera 
orgânica apresentaram reduções da permeabilidade bastante significativas. Aos 28 dias 
as amostras com incorporação do pó cerífero, ensaiadas a condições normais, 
apresentaram reduções de 58% na frente de penetração de água. Para os CP ensaiados 
aos 68 dias a redução foi em 54%, que aos 108 e 148 dias apresentaram reduções na 
permeabilidade de 48,5% e 50%, respectivamente. O desvio padrão (S) das diminuições 
tomando como variante as idades dos ensaios foi de 7,76. 
 
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Os corpos de prova submetidos à câmara climática atenuaram suas propriedades de 
permeabilidade á água sob pressão em 24% aos 68 dias, 31% aos 108 dias, e 24% aos 
148 dias. 
Os resultados obtidos pelo ensaio de permeabilidade de água sob pressão são 
apresentados logo abaixo, pela Tabela 5 e Figura 14. 
 
Tabela 5 – Resultados obtidos pelo ensaio de permeabilidade à 
água sob pressão: influência da adição do pó de carnaúba na 
permeabilidade do concreto 
SÉRIE 28 dias 68 dias 108 dias 148 dias 
C1 21,33 mm 28 mm 33 mm 40 mm 
C2 9 mm 13 mm 17 mm 20 mm 
C1CC - 21 mm 26 mm 37 mm 
C2CC - 16 mm 18 mm 28 mm 
Onde: C1: série referencial ensaiada a condições normais; C2: série com 
adição de 5% de pó de Carnaúba ensaiada a condições normais; C1CC: série 
referencial ensaiada a condições controladas em câmara climática; C2: série 
com adição de 5% de pó de Carnaúba ensaiada a condições controladas em 
câmara climática. 
 
 
Figura 14 – Comparativo dos resultados obtidos pelo ensaio de absorção de água sob 
pressão das amostras para todas as idades e traços. 
 
 
4. Conclusões 
 
 
Este trabalho possibilitou o estudo da incorporação do pó de carnaúba nas propriedades 
de permeabilidade do CAA e demonstrou importantes efeitos conferidos ao concreto por 
esta adição. Pela realização do programa experimental estabelecido nesta pesquisa 
 
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foram avaliadas as propriedades de durabilidade do CAA com incorporação do pó de 
carnaubeira, pelas quais podem se estabelecer as seguintes conclusões: 
 
 A adição do pó de carnaúba garantiu uma diminuição na permeabilidade das 
amostras de CAA, tanto para as envelhecidas naturalmente quanto para as 
submetidas à câmara acelerada; 
 As condições climáticas as quais as amostras foram condicionadas (em 
câmara climática e em ambiente natural) não afetaram o desempenho de 
atuação do pó cerífero, em específico quanto à impermeabilização das 
amostras a agentes agressivos; 
 A adição do pó cerífero tem influência na absorção de água por capilaridade 
das duas séries de corpos de prova fabricados, independendo de condições 
normais de envelhecimento ou aceleradas, foi diminuída. Contudo, foram 
detectados menores índices de absorção de água por capilaridade nas 
amostras envelhecidas em condições normais; 
 
 
5. Referências bibliográficas 
 
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________________. NBR 15823-2: Concreto autoadensável – Parte 2: Determinação 
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Rio de Janeiro, 2010. 
 
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da habilidade passante – Método da caixa L. ABNT: Rio de Janeiro, 2010. 
 
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