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Técnicas de criatividade

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AULA 3 
CRIATIVIDADE E GESTÃO 
DE IDEIAS PARA INOVAÇÃO
Profª Sonia Regina Hierro Parolin 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
Chegamos à terceira aula! Vimos, até o momento, os conceitos de 
criatividade, a fisiologia do processo criativo, os modelos mentais e os bloqueios 
individuais à criatividade. Também estudamos como surge o processo criativo, 
quais são as fontes de informação, como buscar inspiração, como analisar ideias 
para inovação e quais os caminhos para transformar ideias em projetos. 
Esta aula e a próxima tratam de técnicas de criatividade, tanto de aplicação 
individual quanto em grupos. Daremos ênfase aos aspectos da aprendizagem 
coletiva nas técnicas de criatividade e à polinização cruzada de ideias. Iremos 
indicar o que elas são, como aplicá-las, quais os materiais e como é feita a 
condução pelo moderador. Algumas técnicas são mais conhecidas, como 
brainstorming, e outras menos difundidas, como a T.R.I.Z., que será abordada na 
Aula 4. 
CONTEXTUALIZANDO 
As técnicas de criatividade podem ser aplicadas em variados contextos e 
situações. Não há limites quando o assunto é possibilitar que as capacidades do 
pensamento convergente e divergente sejam aplicadas na geração de ideias. 
 Imagine que você está na sua atividade profissional, na sua atividade de 
lazer, fazendo atividades domésticas ou atividades voluntárias. Imagine-se em 
uma situação real, em que você verdadeiramente possa aproveitar para exercitar 
a aplicação das técnicas de criatividade. Vai preparar uma reunião? Precisa 
resolver um problema? Quer desenvolver um projeto? Vai viajar e precisa planejar 
algo diferente? Ou, simplesmente, quer aprender a utilizar as técnicas? Ou, ainda, 
aceita um desafio? A empresa 3M lança desafios em seu site periodicamente1; 
são vários… Que tal exercitar as técnicas de criatividade para obter ideias para 
um dos desafios? Vejamos alguns desafios lançados pela empresa: 
 Como conscientizar trabalhadores a usar equipamentos de proteção 
individual? 
 Como processo de recrutamento e seleção de vagas pode ser mais 
inovador? 
 Qual será o futuro da embalagem? 
 
1 3M INOVAÇÃO. Disponível em: <http://www.3minovacao.com.br/ideias/>. Acesso em: 28 de 
setembro de 2017. 
 
 
03 
 Qual ideia criativa resolveria um problema na sua comunidade? 
 Organize seu tempo, suas ideias, materiais e papéis (que tal um caderno 
de desenho?), canetas hidrográficas coloridas, um ambiente confortável; escolha 
músicas agradáveis, e vamos trabalhar! 
TEMA 1 – OBJETIVOS DAS TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE 
 É bom destacar, logo de início – nas palavras de Fange (1961, p. 1) –, que 
“não haverá, jamais, um tempo em que todas as criações, todas as invenções e 
todas as novas ideias sejam concretizadas”. Isso porque o fluxo de ideias é mais 
intenso do que a capacidade humana para as concretizar. As contribuições para 
as novas realizações não dependem somente de poucas pessoas talentosas ou 
visionárias. Segundo Fange (1961, p. 2), 
ao contrário, representam, agora e no futuro, a soma das contribuições 
de milhares e dezenas de milhares de pessoas que exercem quaisquer 
atividades profissionais. Os aperfeiçoamentos que cada um imprime em 
sua própria área particular, combinados com as contribuições de 
terceiros, são o que determina o progresso. A falta de tais 
aperfeiçoamentos implicaria uma lenta degenerescência. 
 O que o autor comenta é que as ideias surgem quando um indivíduo não 
está satisfeito com algo (quando ele supera os bloqueios relacionados à 
conformação social, por exemplo) e sente-se instigado a desenvolver e exercer o 
seu talento em sua área de atuação (seu domínio), em um esforço para contribuir 
com o progresso e aumentar a participação das pessoas no desenvolvimento das 
mais diversas várias frentes. A soma das contribuições de milhares de pessoas 
ao longo dos anos, nos aperfeiçoamentos que elas imprimem em diversas áreas, 
pode ser sintetizada no seguinte: há sequências e somatórias de invenções 
(ideias que tornaram-se descobertas em alguma área), o que torna certos 
produtos obsoletos, os quais são substituídos por produtos em novas bases 
tecnológicas. O aparelho de smart TV na atualidade é muito diverso da primeira 
TV, inventada em 1925. Essa evolução foi possível por uma somatória de 
contribuições ao longo do tempo. 
Esses são os objetivos macros das técnicas da criatividade: envolver as 
pessoas para promover avanços e resolver problemas a partir de novas 
combinações de elementos existentes, de forma a promover transformações em 
diversas áreas – para, enfim, promover o progresso! 
 
 
04 
 Como as novas realizações dependem da contribuição de várias pessoas, 
o processo criativo torna-se uma aprendizagem cooperativa. O surgimento dos 
aparelhos de TV depende do desenvolvimento anterior do dispositivo de tubo 
iconoscópico para a transmissão de imagens. Essas criações foram realizadas 
por diferentes pessoas, em momentos diferentes e em diferentes locais. Movidos 
pelo progresso, os desenvolvedores e produtores industriais das TVs foram, 
sistematicamente, ao longo dos tempos, buscando combinações tecnológicas que 
viabilizassem novas versões de TVs, cada vez mais modernas. Uma omo 
curiosidade: a integração dos vários inventos que geraram a TV é creditada à 
RCA, em 1923, e foi recebida pela sociedade com ironia. Somente em 1941 deu-
se a transmissão normal e contínua dos programas de TV. 
 As técnicas de criatividade visam buscar novos elementos, novas ideias, 
métodos, caminhos e pontos de vista, os quais promovam avanços e novas 
oportunidades para “atacar” os problemas existentes. As técnicas auxiliam as 
pessoas a vencer hábitos arraigados, atitudes inflexíveis ou submissas e 
pensamentos corriqueiros – ou seja, a vencer os bloqueios mentais à criatividade. 
Nenhuma técnica – é bom frisar! – nos dará um resultado completo, com 
ideias espetaculares, de qualidade inquestionável. Nenhuma técnica que surte 
efeito para um determinado contexto, grupo de pessoas ou problema, será 
aplicável a todas as situações possíveis. É preciso aplicá-las; se determinadas 
técnicas não conduziram a novos pontos de vista, experimente outras; mas não 
desista! 
Nesse sentido, é essencial destacar que uma técnica de criatividade é um 
meio, é “qualquer processo que nos dê um novo ponto de vista ou que a ele nos 
conduza” (Fange, 1961, p. 37). Por vezes é um caminho longo até chegarmos a 
uma boa ideia, e depende das contribuições de diversas pessoas, além de junções 
e combinações de outras ideias, inclusive daquelas anteriormente consideradas 
como limitadas. 
Esse processo de combinações e junções de ideias, do qual participam 
várias pessoas, é atualmente chamado de “polinização cruzada”, e foi inspirado 
na natureza. Trata-se de uma forma altamente eficiente de potencialização de 
ideias. Veremos, nas aulas sobre criatividade nas empresas, que a “polinização 
cruzada” é amplamente utilizada. Na natureza, ela ocorre quando o pólen de uma 
flor fecunda o estigma de outra, de um mesmo indivíduo ou de outro, sendo que 
o agente principal da polinização cruzada é o vento; no entanto, em algumas 
espécies, insetos, abelhas e pássaros são importantes. Para que serve essa 
 
 
05 
metáfora nas técnicas de criatividade? O pólen, fecundando aqui e ali, refere-se 
às ideias que circulam e fecundam outras ideias, tornando-as mais férteis e mais 
vigorosas. As flores são as pessoas, que devem manter a mente aberta para 
oferecer, receber e assimilar a polinização cruzada. Também serve para que as 
pessoas sejam estimuladas a contribuírem umas com as outras, para que as 
ideias se fortaleçam, desfigurando a noção de que “a minha ideia” é mais 
importante que as demais. 
Último ponto relevante a ressaltar sobre os objetivos das técnicas de 
criatividade é sobre o registro das ideias para a solução de problemas. Afinal, “emtodos os esforços que fizermos para conseguir ideias, é muito importante que as 
registremos assim que ocorram. A ideia é uma coisa transitória; outros 
pensamentos tomam-lhe rapidamente o lugar” (FANGE, 1961, p. 44). Daí a 
importância de técnicas que viabilizem o registro de ideias, ressaltando o papel 
do moderador de não desprezar qualquer ideia, mesmo que pareça absurda, ou 
surja timidamente, ou que apareça de forma incipiente. Além disso, para as 
diversas situações na vida, é importante sempre ter perto de nós um bloco de 
notas e um lápis, ou utilizar o bloco de notas do nosso celular, tablet ou 
computador. Anote sempre suas ideias antes de julgá-las! 
Mas, como administrar o processo desde a geração das ideias até a 
verificação dos resultados gerados com sua implementação? Dualibi e Simonsen 
(2000, p. 24-34) nos dão alguns caminhos práticos, definidos em sete estágios, 
apresentados a seguir, de maneira bem resumida. 
1. Identificação – Qual é o problema? A identificação correta do problema 
nos leva às etapas seguintes. “Olhar velhos problemas sob novos ângulos”. 
2. Preparação – Pode ser direta ou indireta. Direta: quando acumulamos 
informações pertinentes ao problema a ser resolvido. “Podemos ter fatos 
sem pensar, mas não podemos pensar sem ter os fatos”. Indireta: pode ser 
eventualmente inconsciente. A pessoa continua envolvida no problema em 
busca de diversas inspirações. 
3. Incubação – Refere-se à uma reação da mente contra a pressão 
angustiante da busca das soluções. As pessoas têm reações diversas no 
momento da incubação, quando as soluções ainda não surgiram 
claramente em suas mentes: Gandhi tecia, Eistein tocava violino ou lia 
Dostoievski, Mequinho sonhava com as novas jogadas de xadrez. 
 
 
06 
4. Aquecimento – Com o retorno da fase da incubação para a sensação de 
uma solução próxima, o estágio do aquecimento é quando sentimos que a 
solução está realmente ao alcance da mão, embora não possa ser ainda 
totalmente compreendida ou visualizada – está no limiar da criatividade. 
5. Iluminação – Momentos dos insights. Quando a ideia estoura! Término da 
forte angústia que as pessoas sentem na incubação. Aparentemente, nesta 
fase as ideias surgem como se o esforço anterior não houvesse existido. 
Henri Poicanré estava em um ônibus quando lhe ocorreu sequencialmente 
uma ideia; para não a perder, ficou repetindo-a até poder descer, pegar 
uma caneta e passar a ideia para o papel. Depois, sentiu um alívio! 
6. Elaboração – As ideias, antes abstratas, são colocadas de maneira mais 
organizadas, melhor elaboradas, conscientes. O roteiro do famoso filme O 
submarino amarelo, desenho animado que utilizava as figuras dos Beatles, 
foi escrito 21 vezes. 
7. Verificação – Existe um intervalo de tempo entre iluminação, elaboração e 
verificação de uma ideia, que pode variar de segundos até vários anos. “É 
preciso comprovar que a ideia adotada como solução é, de fato, a solução”. 
Um gráfico de vendas requer soluções de curto prazo. O lançamento de 
novos produtos pode levar mais tempo. Newton, quando viu a maçã cair e 
teve a intuição da Lei de Gravidade, levou o resto da vida trabalhando na 
verificação dos conceitos 
 As setes fases acima devem ser adotadas quando traçamos os objetivos 
que desejamos colher com a aplicação das técnicas para a criatividade. É preciso 
considerar que as pessoas, engajadas no processo criativo, passarão por essas 
fases, de maneira mais rápida ou mais lenta, dependendo do perfil de cada uma, 
das áreas em que elas estão envolvidas (domínio) e da organização da 
aplicabilidade, tratada a seguir. 
TEMA 2 – APLICABILIDADE DAS TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE 
 As técnicas de criatividade buscam o desenvolvimento de novos 
elementos, ideias, métodos, caminhos e pontos de vista, os quais promovam 
avanços e novas oportunidades para “atacar” problemas existentes. Ou seja: 
trata-se de levantar ideias para a solução de problemas. Na Aula 2, no item sobre 
o surgimento do processo criativo voltado para a inovação, vimos que o processo 
começa com uma intenção de alguém isoladamente ou com a estratégia da 
 
 
07 
organização, expressa em uma provocação para resolver algum problema, de 
modo a explorar ideias ou oportunidades, ou fazer algo melhor. Na prática, diz-se 
que as técnicas de criatividade visam capturar ideias para a “solução de 
problemas”, que nem sempre são problemas, vistos de uma forma negativa… 
Exercitar o pensamento convergente e divergente em síntese criativa é o que 
favorece o surgimento das ideias. 
Existem várias técnicas de estímulo à criatividade. Nos limitaremos às 
técnicas mais conhecidas – apresentaremos também a técnica T.R.I.Z., que é 
pouco difundida e utilizada no desenvolvimento de produtos. Muitas variações 
podem ocorrer na aplicação das técnicas, o que é muito positivo, pois promove a 
criatividade do próprio moderador. É importante lembrar que o domínio de 
técnicas de grupo deve caminhar ao lado do domínio das técnicas de criatividade; 
além disso, o objetivo deve ser claro, expresso em frases ou perguntas que 
estimulem a geração de ideias (perguntas vigorosas). Quando optar, portanto, 
pela aplicação das técnicas de criatividade? 
 A resposta é simples: sempre que você quiser colher sugestões e ideias, 
de maneira a potencializar a criatividade, individual ou coletiva, e promover a 
participação das pessoas em torno de uma situação-problema, ou gerar avanços 
significativos, a aplicação de técnicas de criatividade é um instrumento poderoso, 
pois alavanca o processo criativo. Vamos elencar algumas sugestões para a 
aplicação das técnicas, lembrando que a escolha depende do contexto: 
 Na aprendizagem. Utilizar técnicas de criatividade para aprofundar os 
temas, explorar as visões por vários ângulos. Por exemplo, ao tomar um 
fato na história do Brasil, o mindmapping poderá ajudar a estruturar suas 
principais ramificações. Os Seis Chapéus Pensantes poderão auxiliar na 
contagem da história pelos ângulos de diversos atores; 
 No planejamento estratégico. Da empresa ou de áreas; desde a fase de 
levantamento de ideias, com aplicação do mindmapping, até a fase de 
julgamento, com P.N.I., ou melhoramento das sugestões com a utilização 
do S.C.A.M.P.E.R.. Por exemplo: quando é preciso decidir como melhorar 
um serviço, você pode envolver clientes e fornecedores nas fases de 
geração de ideias e no julgamento das ideias selecionadas; 
 No desenvolvimento tecnológico de produto. Citamos, anteriormente, o 
exemplo do desenvolvimento da TV. Podemos citar vários outros exemplos, 
como o avanço dos carros e seus sistemas de segurança. Usualmente, no 
 
 
08 
desenvolvimento de produtos, as técnicas mais aplicadas são a T.R.I.Z. e 
a S.C.A.M.P.E.R. 
 Importante ressaltar a noção de que as ideias, polinizadas entre si, sempre 
podem ser melhoradas e ampliadas. Além disso, nenhuma técnica de criatividade 
nos trará uma ideia pronta, bem desenhada, no ponto ideal de ser aplicada ou 
implementada. Ela nos trará uma quantidade de novas ideias que precisarão ser 
trabalhadas. Mesmo na fase de seleção das melhores ideias ou propostas de 
solução, elas precisarão de refinamento, de novos inputs. Portanto, da mesma 
forma que o processo do pensamento convergente e divergente é cíclico, o 
desenvolvimento das ideias também é. Quando algo está pronto (novo produto, 
novo serviço, novo processo, novo projeto) para ser implementado, precisa ser 
reavaliado. Certamente a ideias em jogo precisará de revisões, novos protótipos 
etc. Isso faz parte do progresso! 
TEMA 3 – BRAINSTORMING NA BASE DE TODAS AS TÉCNICAS 
 Defendemos que o Brainstorming, além de ser uma técnica em si, está na 
base de todas as demais técnicas, em função de suas normas de condução. A 
técnica Brainstorming (literalmente: tempestade cerebral ou tempestade de ideias) 
foi criada pelo publicitário Alex Osborn, nos EUA, tanto para ser utilizadaindividualmente como em grupo. Sua finalidade é testar a capacidade criativa das 
pessoas, principalmente nas áreas de relações humanas. Existem regras básicas 
para uma sessão de Brainstorming. As principais são: ausência completa de 
crítica e o julgamento adiado: 
1. Ausência completa de crítica – Durante a aplicação da técnica, o 
moderador e os participantes não poderão emitir qualquer tipo de crítica ou 
reação negativa, inclusive aquelas veladas, por expressões faciais ou por 
gestos sarcásticos. A ausência de crítica precisa ser muito bem 
internalizada, ao ponto de todos terem a confiança que não serão criticados 
por suas ideias. A técnica deve permitir a fluência total de ideias e não pode 
permitir censura. O moderador, ou algum voluntário, deve anotar as pérolas 
(e as abobrinhas também!). Não deve haver qualquer debate de ideias 
durante a sessão, para não causar inibições. Quanto mais ideias, melhor! 
Nenhuma ideia deve ser desprezada! 
2. Julgamento adiado – Trata-se de uma decorrência da ausência completa 
de críticas durante a sessão de Brainstorming. Não fazer julgamentos 
 
 
09 
(principalmente precipitados) sobre as ideias que forem apresentadas é 
uma regra de ouro. O julgamento tende a interromper o fluxo da criação e 
deve ser recomendado no início da sessão. Dualibi e Simonsen (2000, p. 
43-44) nos fazem alguns alertas sobre frases absolutamente proibidas em 
uma sessão de Brainstorming, e que devemos considerar para sessões 
com qualquer técnica de criatividade, tais como: “não, isso não serve”, “já 
foi experimentado e não deu certo”, “tsc, tsc, tsc” (com aquele sorriso 
superior). Nada que possa inibir o fluir livre de ideias deve ser tolerado. 
Acreditamos, inclusive, que após a sessão de ideias, no momento da 
seleção das melhores sugestões, o cuidado deve ser o mesmo, pois qualquer 
“escorregão” poderá pôr tudo a perder! Ou seja, se as pessoas se sentirem 
julgadas, não contem mais com elas. As ideias é que devem ser posteriormente 
analisadas, e não as pessoas, sempre com base em critérios pré-definidos. 
Assim, em uma sessão de Brainstorming, as pessoas devem ter total 
liberdade para falar o que quiserem, e deve haver igualdade de oportunidades 
para todos exporem suas ideias. 
3.1 Como aplicar 
A técnica de Brainstorming pode ser aplicada de maneira individual ou 
coletiva. Em ambos os casos, as regras expostas anteriormente devem ser 
seguidas. Há os que defendem que a maioria das criações são individuais. Em 
alguns casos, como nas artes, na publicidade e propaganda, a criação individual 
ou em duplas pode ser mais intensiva. 
A sessão deve ser organizada em torno de um tema (ou situação-problema) 
claramente definido. Os participantes devem ser convidados antecipadamente, 
com tempo e local previamente estabelecidos, além da prévia divulgação do 
assunto que será abordado. Atualmente, estimula-se que os convidados tenham 
tempo antecipado para pesquisa, coleta de informações, conversas de 
“aquecimento”, de forma a se envolverem emocionalmente com o tema – com 
isso, o engajamento tende a ser estimulado. Lembre-se sempre dos sete 
caminhos práticos apresentados no item anterior, que podem ajudar a efervescer 
a sessão de criatividade. 
Em um ambiente previamente preparado (confortável e informal), e com o 
tempo previamente acordado (não mais que uma hora por sessão), o moderador 
deverá iniciar com uma contextualização do tema ou do problema, a qual deve 
 
 
010 
durar um tempo reduzido, para evitar a queda da energia do grupo (não é uma 
palestra!). Deve-se evitar que as pessoas se sintam em um ambiente formal. Se 
possível, é recomendável levantar, sentar, circular pelo ambiente. Deve-se evitar 
comportamentos que dispersem e desconcentrem as pessoas. Com o auxílio de 
um cavalete de flip-chart, papéis fixados nas paredes, ou papéis estendidos nas 
mesas, além de canetas coloridas e materiais diversos, o tema deve ser anotado, 
para que as ideias possam fluir. Algumas pessoas gostam de escrever, outras de 
falar, outras ainda de ouvir; de vez em quando, soltam umas pérolas (ou 
abobrinhas, no sentido da dispersão do foco da atividade, ou da desconcentração, 
o que pode até ser bom para a atividade, se não houver excessos); outros querem 
organizar a conversa, outros se sentem perdidos, e alguns falam sem parar. O 
moderador não pode perder de vista que essa dinâmica é própria de uma sessão 
de criatividade e deve estimular que todos emitam suas ideias. E também deve 
anotar o que acontece, mesmo que as pessoas estejam escrevendo em papéis 
individuais. Deve também estimular a “polinização cruzada”, para que as ideias se 
construam e se expandam umas sobre as outras. 
Como já foi dito, nenhuma ideia deve ser descartada, considerada errada, 
inadequada, absurda ou ridícula. A diversidade de pensamentos e experiências é 
muito importantes no processo. Para a fase posterior, de seleção das ideias, todos 
deverão visualizar que as suas ideias, e as dos outros, foram compiladas e 
anotadas. Pode ocorrer de as ideias serem posteriormente organizadas em 
clusters, conforme vimos em aula anterior. 
Já vimos que a dinâmica do pensamento convergente e divergente 
independe do uso de uma técnica específica; quanto mais a pessoa estiver 
envolvida com o tema, maior a propensão de a dinâmica produzir várias sínteses 
criativas. Em uma técnica específica, como o Brainstorming, ao definir-se opções 
e soluções, novos aprofundamentos e ideações vão surgir naturalmente. O plano 
de ação irá dirigir os esforços no sentido da implementação de soluções para a 
obtenção de resultados e posterior avaliação. 
Como devemos utilizar o Brainstorming como base de todas as demais 
técnicas? É preciso: 
 manter as regras básicas: “ausência completa de crítica” e “julgamento 
adiado”; 
 garantir a liberdade das pessoas de falar sobre o que quiserem; 
 dar igualdade de oportunidades para todos exporem suas ideias; 
 
 
011 
 não descartar nenhuma ideia; 
 valorizar a diversidade de pensamentos e experiências das pessoas. 
TEMA 4 – REVERSE BRAINSTORMING 
 O Reverse Brainstorming nos ajuda a resolver problemas combinando as 
regras do Brainstorming com a ideia de reversão (inversão: voltar ao ponto de 
partida). Ao combiná-las, poderemos ampliar o uso do Brainstorming para extrair 
ideias ainda mais criativas. 
 A principal regra a ser adicionada é a reversão das perguntas positivas em 
perguntas negativas. Ao invés de perguntar: "Como resolvo ou evito esse 
problema?", a pergunta reversa seria: "Como eu poderia causar o problema?" Ao 
invés de perguntar: "Como faço para alcançar esses resultados?", a pergunta 
reversa seria: "Como eu poderia conseguir o efeito oposto?" Pode parecer 
estranho de início, mas reflita no caso a seguir. 
Estudo de caso 
Luciana é a gerente de uma clínica de saúde e ela tem a tarefa de melhorar 
a satisfação dos pacientes. Houve várias iniciativas de melhoria no passado e os 
membros da equipe se tornaram bastante céticos quanto à ideia de mais uma 
reunião para tratar sobre o mesmo assunto. A equipe está sobrecarregada, os 
membros da equipe estão "tentando o seu melhor" e não há apetite para "perder 
tempo" falando sobre isso. 
Então, Luciana decide utilizar algumas técnicas criativas de resolução de 
problemas que aprendeu. Isso, ela espera, tornará a reunião da equipe mais 
interessante e envolverá as pessoas de uma maneira nova. Talvez revele algo 
mais do que as "boas ideias" usuais. Para se preparar para a reunião da equipe, 
Luciana pensou cuidadosamente sobre o problema e formulou a seguinte 
questão: “Como melhorar a satisfação do paciente?”. Em seguida, ela reverteu a 
sentença: "Como tornamos os pacientes mais insatisfeitos?". 
Com isso, ela já começou a perceber que o novo ângulo poderia revelar 
alguns resultados surpreendentes. Ao reunir a equipe, todos se envolveram em 
uma sessão de Reverse Brainstorming.Eles se basearam em sua experiência de 
trabalho com os pacientes e também na experiência pessoal de serem pacientes 
e clientes de outras organizações. Luciana ajudou no fluxo livre das ideias, 
garantindo que as pessoas não julgassem as sugestões mais improváveis. Aqui 
estão apenas algumas das ideias "reversas": 
 
 
012 
 Retirar as cadeiras da sala de espera; 
 Colocar os pacientes que telefonam no modo espera (e esqueça-os); 
 Deixar os pacientes a esperar do lado de fora, no estacionamento; 
 Discutir os problemas do paciente em público. 
Ao encerrar a sessão de Reverse Brainstorming, a equipe apresentou uma 
longa lista de soluções "reversas". Agora é hora de olhar para cada uma em 
sentido inverso, para pensar em uma solução potencial. Discussões bem 
conduzidas são bastante reveladoras. Por exemplo: 
 A – "Bem, claro, não deixamos pacientes lá fora no parque de 
estacionamento – já não fazemos isso". 
 B – "Mas e quanto às manhãs, muitas vezes os pacientes esperam lá fora 
até o horário de abertura? 
 A – "Mmm, verdade. Muito irritante para as pessoas". 
 B – "Então, por que não abrimos a sala de espera 10 minutos antes?" 
 A – "Certo, vamos fazer isso a partir de amanhã. Nesse horário, várias 
pessoas já estão trabalhando, então não vai ter problema". 
 E assim foi. A sessão revelou muitas ideias, as quais em geral poderiam 
ser implementadas rapidamente. Luciana concluiu: "Foi esclarecedor e divertido 
olhar para o problema em sentido inverso. O incrível é que ajudou-nos a nos tornar 
mais amigáveis uns com os outros". 
Fonte: Elaborado com base em MindTools, 2017, tradução nossa. 
O caso nos traz as vantagems da aplicação do Reverse Brainstorming, 
evidenciando os pontos negativos do problema. Dualibi e Simonsen (2000, p. 44) 
ainda afirmam que, “dissecando-se livremente os defeitos de um produto ou 
serviço, podemos eventualmente criar ou descobrir novas qualidades ou 
aperfeiçoar aquilo que julgávamos já fosse bom”. A técnica possibilita que as 
pessoas tenham uma visão exterior do problema, pois quando estamos muito 
envolvidos com ele, perdemos a noção das suas diversas facetas. 
4.1 Como aplicar 
 Para a aplicação, deve-se seguir as mesmas regras do Brainstorming. O 
cuidado adicional está precisamente na reversão do problema. Portanto, é preciso 
escolher bem qual problema deverá ser explorado, com vistas a colher uma 
grande quantidade de ideias. Um exercício prévio com a pergunta reversa poderá 
 
 
013 
ajudar na escolha. Como trata-se de uma sessão em que buscamos somente os 
defeitos de um determinado produto, processo, serviço ou ideia, é preciso estar 
bem preparado para o que iremos ouvir e também ter certeza que o problema tem 
boas chances de ser resolvido a partir dessa técnica. O caso da Luciana 
exemplifica bem esse cuidado. Ela tinha dois problemas: a insatisfação dos 
clientes e o descrédito da equipe com a recorrência de novas reuniões para tratar 
do assunto. Ela resolveu os dois problemas. Sobre a questão da equipe, veja que 
a técnica também é útil quando o grupo é abertamente hostil, apresenta cinismo 
e baixa moral. O estímulo a ideias invertidas pode fazer sorrir um grupo que tem 
resistido a novas ideias para problemas antigos e difíceis. Por vezes, criticar é 
mais fácil do que gerar ideias. 
 Então, use o Brainstorming reverso quando: 
 as pessoas estiverem encontrando dificuldade para desenvolver ideias; 
 as pessoas tiverem uma análise pessoal mais forte do que as preferências 
criativas; 
 necessitar de um método diferente para criação de ideias, para obter ainda 
mais soluções; 
 você conseguir reverter conceitualmente um problema (exemplo da 
Luciana). 
Como aquecimento do grupo para a aplicação da técnica, para que todos 
entendam do que se trata o Reverse Brainstorming, você pode utilizar algumas 
frases negativas, como exercício mental de identificação de opostos. Vejamos 
alguns exemplos: 
 Exija que os usuários leiam todas as linhas da licença do software; 
 Peça muitas informações pessoais antes de o cliente fazer login no site de 
compras; 
 Use padrões defeituosos para ganhar mais dinheiro (por exemplo, padrão 
para uma assinatura de dois anos, e viabilizar um padrão de um ano, que 
provavelmente passará despercebido); 
 Oculte o fato de que os produtos podem estar fora de estoque; 
 Use etiquetas duplas de preços para enganar os usuários; 
 Adicione coisas ao carrinho de compras do cliente de uma maneira furtiva. 
Os exemplos acima, além de serem negativos, são totalmente antiéticos. 
Vamos lembrar do que comentamos na Aula 1 sobre o que não é criatividade! A 
 
 
014 
ideia da técnica do Reverse Brainstoming é que, ao provocar um sentimento de 
repulsa ao antiético, ao provocar os participantes a emitir ideias negativas, eles 
posteriormente terão mais facilidade com a reversão de cada frase negativa com 
vistas a uma solução positiva. Por exemplo: saindo de “Peça muitas informações 
pessoais antes de o cliente fazer login no site de compras”, chegaríamos a 
“Minimize a quantidade de informações pessoais necessárias em todas as etapas 
da compra; explique porque determinada informação é necessária – por que 
precisamos de um número de telefone?”. 
Por último, a aplicação dessa técnica pode ser, às vezes, mais fácil do que 
o tradicional Brainstorming; além disso, pode ser divertido ajudar a motivar 
equipes cansadas, cínicas ou hostis. Vale ressaltar, por outro lado, que ela requer 
facilitação e moderação de qualidade, para que seja possível manter as ideias 
fluindo; requer também tempo para converter as ideias negativas em ideias 
positivas. Destacamos que essa técnica pode ser utilizada como complemento a 
outras. 
TEMA 5 – BRAINWRITING NA GERAÇÃO DE IDEIAS 
A técnica do Brainwriting visa gerar ideias escritas de forma silenciosa, 
individualmente ou em grupos. Foi originalmente popularizado na Alemanha, nos 
anos 70 (embora não tenha se originado lá)2. Existem dois tipos básicos de 
aplicação da técnica: 
1. Brainwriting nominal – Ideias escritas que não são compartilhadas entre 
os demais participantes enquanto as pessoas geram suas ideias; 
2. Brainwriting interativo – Ideias escritas que são compartilhadas entre os 
demais participantes enquanto são geradas, com a ideia de estímulo 
adicional. 
Um exemplo de Brainwriting interativo é o método Pin Cards, em que cada 
pessoa em um grupo escreve uma ideia em um cartão ou post-it e passa para a 
pessoa à direita para que ela acrescente sua ideia, e assim sucessivamente, por 
um certo tempo. 
As regras são as mesmas utilizadas para o Brainstorming: ausência 
completa de crítica e julgamento adiado; liberdade para as pessoas escreverem o 
que quiserem; igualdade de oportunidades para todos anotarem suas ideias; a 
 
2 Vide: <http://www.creativityatwork.com/2011/01/10/brainwriting/>. 
 
 
015 
necessidade de não descartar nenhuma ideia; a valorização da diversidade de 
pensamentos e experiências das pessoas. 
5.1 Como aplicar 
 A técnica, tanto Brainwriting nominal quanto interativa, é aplicada em um 
período definido entre 10 a 15 minutos. Após esse tempo, as ideias são coletadas, 
organizadas em clusters de ideias e, em seguida, avaliadas e selecionadas. A 
técnica sempre se inicia com a apresentação do tema, problema, ou ideia a ser 
trabalhada pelo moderador. Se você optar por aplicar o Brainwriting como técnica 
de aquecimento de grupo, antes de utilizar outras técnicas, lembre-se de deixar 
isso claro desde o início. Nesse caso, o tema pode ser bem variado, positivamente 
estimulante, com o propósito de promover um clima propício para que as pessoas 
se engajem, confiantes, na sessão de criatividade. 
Para Brainwriting nominal, podemos adotar alguns procedimentos: 
 Grupo de pessoas, no mesmo ambiente físico, sentadas em círculos ou 
separadas entre si, com canetas coloridas,fichas, cartões ou post-its. As 
pessoas anotam suas ideias e as colam em um painel de papel; 
 Grupo de pessoas, conectadas por computadores em diversos locais. Elas 
emitem, ao mesmo tempo, suas ideias via chat (ou outro recurso online). 
Importante manter a ideia de que estão atuando “ao mesmo tempo”, para 
as pessoas sentirem-se conectadas entre si de alguma forma. 
Posteriormente, via streaming, hangout, ou outro recurso disponível, as 
pessoas poderão participar do processo de organizar as ideias em clusters, 
avaliar e selecionar. Esse recurso possibilita a participação de pessoas 
distantes fisicamente entre si, inclusive em países diferentes. 
Para Brainwriting interativo, as variações são inúmeras. Arthur B. Van 
Gundy (2014) nos dá sugestões para termos momentos divertidos e saudáveis 
com a aplicação dessa técnica. Podemos tentar que os participantes escrevam 
ideias sobre as asas de aviões feitos em papel (em cores de papel diferentes) – 
para a troca de ideias, eles podem arremessar os aviões entre as pessoas. As 
pessoas podem escolher um avião, usar a ideia já gravada nele como estímulo 
para anotar sua outra ideia, e arremessá-lo novamente, seguindo o comando do 
moderador. Outra sugestão divertida de Van Gundy (2014) é escrever uma ideia 
em um pedaço de papel, pregá-lo nas costas e, em seguida, caminhar por uma 
sala com outras pessoas. Iremos ler a ideia de alguém e, em seguida, adicionar 
 
 
016 
novas ideias, escrevendo no papel que vemos nas costas desse alguém, e assim 
sucessivamente por um tempo determinado (ele chama esse método de The Shirt 
Off Your Back). 
 Basicamente, para o Brainwriting interativo, as pessoas recebem uma ideia 
de outra pessoa e, então, podem fazer umas das três coisas a seguir: 
1. Usar a ideia do outro como um estímulo para uma nova ideia; 
2. Usar a ideia do outro para pensar em uma modificação; 
3. Passar o cartão, as fichas, cartões, post-its para a próxima pessoa. 
Van Gundy realizou um estudo detalhado sobre pesquisas que comparam 
as duas formas de Brainwriting com variações de Brainstorming, além de uma 
mistura de técnicas. Ele comenta que muitas pesquisas indicam que o Brainwriting 
sempre (sim, sempre!) resulta em mais ideias do que Brainstorming, com o mesmo 
tamanho de grupo e o mesmo período de tempo de aplicação das técnicas. Qual 
o motivo? A diferença está no que ele denomina como "bloqueio de produção". 
Significa que, no Brainwriting, tanto nominal quanto interativo, as pessoas emitem 
mais ideias – no Brainstorming, como as pessoas não podem falar suas ideias a 
todo o momento, para permitir que outros participem, a limitação fica mais 
evidente. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos os objetivos das técnicas de criatividade e sua 
aplicabilidade. Introduzimos o Brainstorming, considerada a técnica basal das 
demais – o Reverse Brainstorming e o Brainwriting. Salientamos, desde o início, 
que não é possível que todas as ideias sejam concretizadas, pois o fluxo das 
ideias é mais intenso do que a capacidade humana de as implementar. No 
entanto, deveremos buscar envolver as pessoas para resolver problemas a partir 
de novas combinações de elementos existentes e impulsionar transformações em 
diversas áreas – para, enfim, promover o progresso! 
Esse processo de envolvimento gera a aprendizagem cooperativa através 
dos tempos, perceptível na evolução tecnológica, como no exemplo das 
transformações ocorridas no aparelho de TV. 
Destacamos os sete estágios de administração de processos, desde a 
geração de ideias até a verificação dos resultados gerados com sua 
implementação, e também as possíveis situações em que podemos aplicar 
determinada técnica. 
 
 
017 
Por fim, demos início à apresentação de três técnicas de criatividade. Na 
próxima aula, apresentaremos mais seis: S.C.A.M.P.E.R, P.N.I. (Positivo, 
Negativo e Interessante), Seis Chapéus Pensantes, Seis Sapatos Atuantes, 
Mindmapping e T.R.I.Z. 
 
 
 
018 
REFERÊNCIAS 
DUALIBI, R.; SIMONSEN JR., H. Criatividade e marketing. São Paulo: Makron 
Books, 2000. 
FANGE, E. K. VON. Criatividade profissional. São Paulo: Difusão Cultural, 
1961. 
GUNDY, A. B. V. Generate Ideas Using Brainwriting. 2014. Disponível em: 
<https://www.creativityatwork.com/2011/01/10/brainwriting/>. Acesso em: 28 set. 
2017. 
PREDEBON, J. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. São Paulo: Atlas, 
1997. 
REVERSE brainstorming: a different approach to brainstorming. Mindtools. 
Disponível em: <https://www.mindtools.com/pages/article/newCT_96.htm>. 
Acesso em: 28 set. 2017.

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