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ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA

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Thais Natália da Costa Netto.
Anderson de Castro.
RESUMO
Palavras-chave: 
1. INTRODUÇÃO
2. A importância do esporte no desenvolvimento escolar.
3. Educação física escolar:
 
4. O esporte escolar
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, M. A. de; ROSE JUNIOR, D. de. Esporte qualidade de vida: perspectiva para o início do século XXI. In: Qualidade de Vida: Evolução dos Conceitos e Práticas no século XXI. Campinas: Ipes Editorial, 2010. Cap. 1. p. 11-19.
ASSIS, S. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. Campinas: Autores Associados, 2001.
BETTI, M; ZULIANI, L. R.. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Bauru, n. 1, 2002.
BRACHT, V. A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo.../capitalista. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, v.7, n.2, p. 62-68, 1986.
BRASIL. Decreto lei n. 3.199, de 14 de abril de 1941. Estabelece as bases de organização dos desportos em todo o país. Cap. I, artigo 1º - Do Conselho Nacional de Desportos e dos Conselhos Regionais de Desportos. Rio de Janeiro, 1941. Disponível em: Acesso em: 23 out. 2013.
BRASIL. Decreto lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Título IV – Da Administração de Ensino. Brasília, 1962. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm> Acesso em: 15 out. 2013
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
DARIDO, S; SOUZA JR, O. M. Para ensinar Educação Física: Possibilidades de Intervenção na Escola. Campinas: Papirus, 2007.
LESSA, F. S. Esporte na Grécia Antiga: um balanço conceitual e historiográfico. Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v.1, n.2, 2008.
O ESPORTE E A EDUCAÇÃO FÍSICA
Este estudo trata do esporte como um conteúdo pedagógico, procurando através de uma pesquisa bibliográfica conhecer e centrar nossa atenção no esporte. Verificamos a pedagogia do esporte, considerando suas dimensões na pratica esportiva. No âmbito da pesquisa focalizamos o atual momento desta área de conhecimento. O esporte é um fenômeno que se manifesta de diversas maneiras, sendo procurado como pratica por adolescentes e jovens. Ele apresenta várias possibilidades de manifestação, porém neste trabalho ele foi estudado como instrumento pedagógico, analisando aspectos relacionados à socialização, construção de valores morais e éticos, bem como à recreação e lazer, e sua importância para o desenvolvimento integral de adolescentes e jovens. No contexto do esporte recreativo, educacional e competitivo procuramos analisar o mesmo a partir da modernidade e passamos a compreendê-lo como um fenômeno sociocultural de múltiplas possibilidades, e seu objetivo no processo formativo de adolescentes e jovens.
Esporte, educação, pedagogia.
	O esporte não é apenas uma palavra, um substantivo comum e não se define com um único conceito. A prática esportiva no contexto atual vem ganhando diversas formas, modalidades e, principalmente, sua finalidade tem sido ampliada.
	O esporte é uma atividade abrangente, visto que engloba diversas áreas importantes para a humanidade, como saúde, educação, turismo, entre outros (TUBINO, 1999). É importante destacar também o papel social que o esporte desempenha no desenvolvimento integral dos sujeitos. Corrobora com esta ideia Martins et al (2005) enfatizando que a prática do esporte envolve a aquisição de habilidades físicas e sociais, valores, conhecimentos, atitudes e normas. Almeida e Gutierres (2009) cita que o esporte é uma forma de sociabilização e de transmissão de valores. Portanto, observa-se que o esporte possui amplas repercussões, sendo um fenômeno que possui uma linguagem universal.
	O benefício do esporte tem ultrapassado o limite do bem estar físico e tornar-se visível também a nível educacional e formativo para crianças, adolescentes e jovens, conforme evidências da literatura atual (BASSANI; TORRI; VAZ, 2003, p. 90).
	São verdadeiros os acréscimos que o esporte traz para a sociedade, e isso se deve aos diversos benefícios que estão vinculados a sua prática. Hoje a busca pelo bem-estar individual e coletivo está presente em todos os níveis sociais, e o esporte ou práticas esportivas são fundamentais no cotidiano da população, porque auxiliam na manutenção de uma vida saudável. É preciso também destacar a importância do esporte na vivência de valores necessários para o convívio em sociedade como a tolerância, a inclusão e o respeito. Além disso, o esporte pode ajudar como mais uma alternativa “[...] um fator fundamental para a educação de crianças e jovens, atribuindo-se a ele frequentemente papéis admiráveis, como livrar as pessoas do consumo de drogas”. (BASSANI; TORRI; VAZ, 2003, p. 90).
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	Com os avanços da neurociência, novas pesquisas científicas foram apresentadas e defendem que os benefícios da educação esportiva dentro das escolas vão além de uma vida saudável. Experimentos evidenciam relações positivas entre atividade física, funções cognitivas e o desempenho escolar dos alunos.
	Provou-se que uma única sessão de exercício moderado de crianças com 9 e 10 anos de idade pode alterar a atividade eletroencefalográfica e melhorar o raciocínio em testes de desempenho acadêmico. Além disso, a partir de estudos realizados pelo americano James Hillman, psicólogo com fama internacional e autor de diversos livros, o exercício físico aeróbico é capaz de aumentar o estado de atenção em avaliações, com melhores resultados nas tarefas e compreensão mais clara da leitura.
	
	O esporte é capaz de desencadear sensações de prazer, emoção e adrenalina nos alunos. Isso faz com que eles se sintam incentivados a participar das atividades propostas, uma vez que a sensação de bem-estar que aquela atividade promove é automaticamente identificada pelo cérebro. Não bastasse isso, a prática do esporte nas escolas também contribui para o processo de integração social, onde cada criança começa a identificar, desde cedo, o seu papel diante de uma realidade e aprende a conviver com os demais, respeitando os limites e diferenças de cada um de seus colegas de sala. O esporte é capaz de desenvolver assim, as competências comunicativas, sociais e técnicas, ensinando, na prática, a lidar com as necessidades dos outros e também com a sua própria necessidade.
	Além do respeito, outros valores são aprendidos com a prática regular do esporte nas escolas. Alguns desses valores são: o cumprimento de regras, a tolerância, a persistência, saber esperar a sua vez, saber ganhar e também saber perder, sem descontar suas frustrações nos concorrentes. 
	Por fim, uma das grandes contribuições do esporte no ambiente escolar diz respeito à saúde das crianças e jovens deste século. Todo mundo sabe que com as tecnologias disponíveis hoje em dia, a maioria das crianças deixam de lado a fase do brincar e do correr, para usarem, desde muito cedo, os dispositivos móveis. Esses aparelhos, além de provocar uma individualização e isolamento cada vez maior, uma vez que elimina a possibilidade do contato físico, também contribui para que a juventude se torne cada vez mais sedentária.
O esporte é uma parte muito importante do desenvolvimento da criança, facilitando o aprendizado de conceitos básicos da vida, como saber esperar a vez, compartilhar a atenção de colegas e professores, reconhecer e incentivar o esforço e o sucesso dos companheiros, e ficar feliz com as vitórias dos amigos. (Poersch, 2017)
	No contexto escolar a atividade física não está limitada apenas ao desenvolvimento de suas ações seja de forma prática ou teórica, pois ambas se complementam e estão diretamente envolvidas. Dentro do conteúdo, a dimensão histórica, a técnica, as habilidades motoras, quando levadas à prática, contribuem positivamente para a vida do aluno. Além dessa contribuição, a prática da Educação Física permite a vivência de inúmeras práticas corporais e de integração social e cultural (DARIDO,2003).
	Atualmente, o que tem impulsionado as pesquisas no campo da Educação Física e áreas afins são os estudos que buscam compreender as atividades corporais, o corpo e todas as suas possibilidades. “Ocasionado modificações nas chamadas “tendências tradicionais” do pensamento cartesiano e da Educação Física” (ZAGO e GALANTE, 2008, p. 376).
	A história da Educação Física no Brasil esteve ou está ligada à representação de vários papeis e estes servindo aos interesses da classe dominante. Por isso, a Educação Física Escolar acabou assumindo funções de acordo com as tendências: higienista, militarista, pedagogicista, biologicista e etc. Estas questionadas pela separação corpo e mente/espírito, ou seja, visão dualista do homem e com objetivos voltados somente para o aspecto corporal. Já com o pensamento filosófico total de homem, as concepções atuais (Construtivista, Desenvolvimentista, Sistêmica, Crítico-Superadora), apesar de muitas vezes antagônicas entre si, preocupam com o ser humano e o indivíduo como uma unidade (ZAGO & GALANTE, 2008).
	De acordo com esses autores, a partir do século XX, surgiu uma concepção da Educação Física Higienista, cuja preocupação central era com os hábitos de higiene e saúde, tanto física quanto mental, capazes de formar homens e mulheres fortes e sadios. Segundo Ghiraldelli Júnior (2007), nesse mesmo período, surgiu também a concepção da Educação Física Militarista, na qual era vigente a preparação pré-militar e de atletas.
	Darido (2003, p.2) afirma:
Ambas as concepções, higienistas e militaristas da Educação Física, consideravam a Educação Física como disciplina essencialmente prática, não necessitando, portanto, de uma fundamentação teórica que lhe desse suporte. Por isso, não havia distinção evidente entre a Educação Física e a instrução militar.
	Nesse período, segundo Coletivo de Autores (1992, p. 53), “as aulas de Educação Física na escola eram ministradas por instrutores físicos do exército, que traziam para essas instituições os rígidos métodos militares da disciplina e hierarquia”.
	A Educação Física brasileira sofreu influência dos métodos europeus, cujas primeiras expressões exibidas foram movimentos e exercícios ginásticos. As aulas que hoje conhecemos como “aulas de Educação Física” eram denominadas “aula de ginástica” (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
	Nos anos 80, demandava-se a contextualização da Educação Física escolar, definindo seu papel. Para muitos, a falta de uma definição era a raiz do não reconhecimento por parte da sociedade. (CASTELLANI FILHO, 1998). Partindo da afirmação de Darido (2003,p.2) “A Educação Física é um meio de educação”. Percebe-se que, houve uma mudança da valorização do biológico, para a valorização do sócio-cultural.
	Para Darido e Souza Jr. (2007), o preparo dos profissionais de Educação Física é fundamental para garantir qualidade na aprendizagem dos alunos. Cabe a eles estarem atentos a assuntos ligados ao esporte, temas emergentes, atividade e lazer, hábitos de alimentação, saúde corporal e trabalharem da melhor maneira, agregando conhecimento a seus alunos. Marco (2006) ressalta a importância e a necessidade de uma educação permanente, que só poderá ser passada pelo professor caso este seja habituado à forma de educação e consciente de seu valor. Não é possível convencer o aluno daquilo que o professor não está convencido.
	A nova etapa da Educação Física Escolar contribuiu para a elaboração de conteúdos, surgindo novas abordagens de ensino, com objetivo de expandir as atividades e considerações, mesmo que cada uma tenha suas particularidades. As principais abordagens dessa nova etapa foram denominadas construtivista interacionista, desenvolvimentista, sistêmica e critico-superadora, além de outras abordagens complementares.
	Além de desenvolver capacidades físicas e motoras, a Educação Física deve assumir a tarefa de agregar e incorporar o aluno na cultura corporal do movimento, tornando-o capaz de compreender os aspectos técnicos e táticos. No caso de um esporte coletivo, deve-se saber como praticar, aplicar as regras básicas e saber conviver com o adversário, pois, sem ele, a prática do desporto não seria possível (BETTI, ZULIANI, 2002).
	Bracht (1986), defensor do esporte nas aulas de Educação Física, relata que é preciso entender que normas, valores e atitudes que o indivíduo assume durante o processo de socialização advindo do esporte estão relacionados com valores mais extensos, não só na situação do esporte. O esporte tem a função educacional, em que o indivíduo aprende valores e comportamentos que viabilizarão sua vivência na sociedade.
	Kunz (2001) argumenta que é preciso compreender o desporto além do ato de praticar. É conveniente estudá-lo na Educação Física, como se estudam outras matérias. Além da visão crítica, é necessário oferecer ao aluno diferentes formas de apresentação do esporte, fazendo com que o aprendizado não fique voltado exclusivamente para a parte teórica e nem para a parte prática, pois a junção destas, enriquece o conhecimento.
	Tenroller e Merino (2006) apresentam meios para que o planejamento das aulas envolvendo o esporte sejam bem-elaborados:
Conhecimento da realidade, das suas exigências, necessidades e tendências; 
Definição dos objetivos, que devem ser claros e significativos; 
Determinação de meios e recursos possíveis, viáveis e disponíveis; 
Estabelecimento de créditos e princípios de avaliação do processo de ensino e aprendizagem; 
Revisão constante, possibilitando o acompanhamento dos agentes envolvidos;
Essa influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então, (não o Esporte da escola, mas sim o Esporte na escola). Isso indica a subordinação da educação física aos códigos/sentidos da instituição esportiva, caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vida, racionalização de meio e técnicas, etc.
Coletivo de Autores (1992, p.54)
	Para Rangel Betti (1999), há uma resistência por partes dos professores em implementar novos meio de chamar a atenção do aluno. Relata que o ano letivo, é na maioria das vezes, divido em trimestres, em que cada trimestre é apresentado um esporte, na maioria das vezes, futebol/futsal, handebol, basquete e vôlei. Isso quando se consegue cumprir essa programação. O problema é quando ela é repetida para todos os alunos, independente da faixa etária, e durante anos.
	De acordo com Tenroller e Merino (2006), existem inúmeros métodos para a aplicação do esporte. O Método parcial ou analítico, que consiste em ensinar uma destreza motora por partes e ao final uni-las. O método global em forma de jogo no qual é necessário que haja a prática do desporto, envolvendo todos os elementos; o método misto que é a junção do método parcial e global, o movimento parcial é apresentado e logo em seguida, o gesto como um todo.
 	De acordo com Voser e Giusti (2002) apresentam algumas dicas que consideram importantes para o sucesso na aplicação do conteúdo esporte nas aulas de Educação Física. Estabelecer certo vínculo afetivo com os alunos, estimular a motivação, garantir a participação de todos, permitir a criação e reformulação de regras, destacar as capacidades motoras, promover a união entre alunos do sexo masculino e feminino.
	Baseado nesses aspectos, constatamos que, independentemente de diferenças de idade, de status econômico e de cultura, a prática esportiva deve ser oferecida, uma vez que pode facilitar a aprendizagem e melhorar a saúde física e mental.
	Considerando a necessidade de praticar atividades físicas na infância e na adolescência, algumas categorias no desenvolvimento do esporte são destacadas no atual cenário brasileiro, entre elas a educaçãoesportiva, ou seja, o uso do esporte como ferramenta educacional nas aulas de Educação Física e no ambiente escolar.
 	Entendendo o esporte como um instrumento pedagógico capaz de agregar valor à educação, ao desenvolvimento das competências socioemocionais e à formação pessoal para a cidadania, o Impulsiona auxilia os professores na inserção de novas modalidades. Indo além, também compreendemos que o esporte deve ser abordado nas escolas como uma manifestação cultural, focando na participação e na inclusão de todos.
	Neste contexto, a Educação Física possui um significado muito mais amplo, do que a simples atividade corporal, visto que o esporte atua em várias frentes, como comunicação, expressão e emoção. Através da disseminação de novas modalidades, é possível deixar as aulas mais democráticas e incluir alunos desinteressados. Os benefícios serão colhidos em sala de aula, com alunos mais dispostos a aprender e focar também em outras disciplinas.
	A presença do esporte nas aulas de Educação Física é indispensável, já que sua função vai além de ensinamentos exclusivos para serem aplicados dentro da escola. Agrega valores e princípios para a vivência social, sendo que ela tem a função de educar para a vida. Devemos ter, como professores, a função de promover a construção de conhecimento, evitando trabalhar apenas com o físico do aluno, considerando-o um ser integral. 
	
	Pode-se concluir, no presente estudo, que o esporte, como conteúdo principal das aulas, deve ser analisado e adaptado, levando em consideração a idade e as condições onde será realizado. Este deve ser trabalhado de forma educacional e inclusiva, buscando desenvolver aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.
Thais Natália da Costa Netto
Anderson de Castro
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLX0042) – Prática do Módulo VI – 06/05/20

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