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A intolerância religiosa no Brasil Texto 1 É necessário considerar que a intolerância religiosa no Brasil constitui-se como um problema. Isso evidencia a violação à liberdade de culto e crença, garantidos pela Constituição da República (1988), em seu artigo 5°, “Dos Direitos e das Garantias individuais”, principalmente as de matrizes africanas. Além disso, há o desrespeito à integridade física e moral dos praticantes religiosos. Por isso, são necessárias medidas a fim de alterar essa lastimável situação. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, as religiões afro-brasileiras são, lamentavelmente, vítimas de discriminação no país. Isso confirma e justifica o preconceito oriundo desde o Período Colonial, caracterizado pelo impedimento de práticas religiosas desses povos por associarem, erroneamente, à bruxaria e aos rituais de magia negra. Nesse sentido, foi imposta- de maneira arbitrária e autoritária- a manifestação exclusiva da religião católica como forma de coibir e impedir a liberdade cultural e ancestral desses indivíduos. Com isso, hoje, há o predomínio de paradigmas e estigmas que, por sua vez, exercem a função de coagir e excluir os praticantes, por exemplo, do Candomblé e da Umbanda. Em consequência disso, há a prevalência da desvalorização e da intimidação dos fiéis por meio da difamação, da injúria, das perseguições e da violência. Ademais, segundo Immanuel Kant (1724-1804), filósofo europeu do século XVIII, em seu teoria, “A Fundamentação”, o indivíduo deve ser respeitado e é dotado de dignidade e esses direitos são inerentes a todos os seres humanos. Esse fato corrobora acerca da necessidade da garantia da liberdade de crença e proteção religiosa. Ao contrário, percebem-se atos atentatórios à incolumidade física e moral dos cidadãos. Para exemplificar, há o impedimento e a perturbação das cerimônias, o vilipêndio de objetos sagrados, o emprego de ofensas e agressões. Assim, é evidenciado o medo, o desenvolvimento de transtornos, o surgimento de crises e doenças de natureza psicológica nesses sujeitos. Diante disso, a intolerância religiosa constitui-se como uma lastimável situação no país. Por isso, é necessário o desenvolvimento da criticidade da população. Isso poderia ser feito por meio da inclusão e do incentivo do Governo Federal, em parceria com a sociedade civil, a projetos, a palestras educativas desde o Ensino Fundamental e programas voltados à educação e ao respeito à diversidade religiosa, principalmente as africanas. Outra proposta seria o acompanhamento de psicólogos e especialistas, além do reforço de secretarias e delegacias especializadas nesses crimes a fim de coibi-los. Assim, essas ações serão irrefutáveis e importantes para melhorar esse triste fato. Texto 2 Com a descoberta do Brasil, em 1500, os portugueses trouxeram os jesuítas para o novo território com o intuito de catequizar os índios, ensinando-os suas práticas do catolicismo. Hodiernamente, é comum nos depararmos com discussões acerca da intolerância religiosa, visto que é um problema recorrente desde outrora, seja qual for a sua escolha religiosa. É importante salientar que, durante a escravidão no nosso país, os escravos foram proibidos de prestar seus cultos religiosos africanos, sendo assim privados de qualquer contato com sua cultura. A partir desse argumento, é possível entender que existe um preconceito, e por meio dele, o desejo de impor uma outra religião, sem direito de escolha. Ressalta-se que esse fato ultrapassa o direito de opinião de cada indivíduo, transformando-se em imposições, que muitas vezes envolvem agressões, sejam físicas ou verbais, ferindo o livre arbítrio do cidadão. Assim como em tempos passados ocorriam esses eventos de ideologias religiosas, contemporaneamente há casos em torno do assunto, envolvendo também a liberdade de expressão, tal como o ataque terrorista ao jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, na França, por causa de uma publicação que depreciava a imagem de Maomé, o mensageiro de Deus para o Islamismo. De acordo com o pensamento do filósofo Voltaire: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-la”, frisa-se que a causa de grande parte do problema deve-se à falta de respeito pelos dogmas alheios. Diante das discussões ora apresentadas, segundo o físico Albert Einstein, “a mente que se abre a uma nova ideia, jamais retornará ao seu tamanho original”. Nessa perspectiva, cabe a sociedade exigir que o Governo invista maciçamente em políticas públicas que visam combater e, consequentemente extinguir a discriminação entre crenças religiosas, além de revisar suas leis, fazendo uso da laicidade, buscando não favorecer ou desfavorecer simpatizantes de um mesmo culto. A família deve repassar os ensinamentos sobre o respeito desde o berço aos seus filhos, formando futuros adultos éticos e morais. Ademais, a comunidade em geral poderia praticar a mensagem que a música de Geraldo Vandré perpassa no seguinte trecho: “[...] Somos todos iguais, braços dados ou não [...]”, destarte contribuindo para a formação de um corpo social mais igualitário e livre de preconceitos. Texto 3 Durante a antiguidade clássica, próximo ao declínio do império romano. O inescrupuloso imperador Nero principiava suas implacáveis perseguições ao povo monoteísta, adeptos do cristianismo, crença contraria a sua. Os mesmos Martirizavam-se, expostos a sátiras dos patrícios, muitas vezes jogados aos leões, persistiam em sua fé fiéis ao seu único Deus. Atualmente, tais atrocidades foram suprimidas da realidade contemporânea. Todavia, a problemática persiste vigorante camuflada em forma de pré-conceitos e difamações. De acordo com o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa „‟cplin‟‟, são quase mil casos registrados, envolvendo religiões afro-brasileiras em 71% dos casos, candomblé, umbanda, são os principais alvos de tal intransigência. Ademais, tais práticas são consideradas ao ver alheio esdrúxulas. O etnocentrismo presente em tais casos, é absurdamente amplo e gradualmente mais preocupante. Contudo, o Brasil avança lentamente em busca de uma solução ao problema. A intolerância vigente, descomedida por ignorância ou crendices inaceitáveis são decorrência do caso. Além disso, o episódio se agrava a cada „‟passe livre‟‟ de difamadores , ferindo a liberdade e dignidade alheia. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, o ministério da justiça deve criar ouvidorias publicas online e presenciais, garantindo a emancipação religiosa destas pessoas, punindo atitudes ofensivas ou agressoras de acordo com a lei. Além disso, como disse o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, o MEC deve instituir em escolas públicas palestras sociais a respeito de distintos costumes e crenças, avalizando deste modo, uma sociedade mais complacente.
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