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Direito FMU – 1° Semestre – Manhã – Turma 003101B02 Atividade Prática Supervisionada (APS) – Teoria da Constituição e dos Direitos Fundamentais Aluno: Guilherme Gigek de Oliveira RA: 3306408 Sumariamente, mesmo tendo como função a garantia do direito universal à saúde, salvaguardando assim o art. 196 da Constituição Federal, é certo que o caso suposto se trata de uma inconstitucionalidade, visto que para garantir o direito constitucional antevisto, suprime-se o art. 5 XVI da mesma Constituição Federal. O presente conflito de direitos constitucionais foi tratado de forma desproporcional, uma vez que, para assegurar um dos direitos, desrespeitou-se totalmente o outro. Indubitavelmente o principal fator geratriz dessa inconstitucionalidade é a não observância, no ato da facção da lei, do princípio da proporcionalidade. Tal principio é aquele que garante que um direito constitucional não sobrepujar-se- á a outro, em casos de conflitos entre estes. Quando esse princípio não é respeitado em lei, decreto, ato normativo ou outra norma jurídica, é dever de o judiciário declarar tal dispositivo como inconstitucional. Tal ação já pôde ser observada na Ação Direita de Inconstitucionalidade 1.969, impetrada notadamente pelo Partido dos Trabalhadores no Supremo Tribunal Federal, em que se declara inconstitucional o Decreto Distrital 20.098/99 do Distrito Federal, uma vez que o ato suprimia o mesmo art. 5 XVI da CF/1988 com a justificativa de asseverar o bom funcionamento das instituições públicas presentes nos locais em que, pelo decreto, seria proibido agrupar-se. Em suma, o caso proposto deve ser declarado inconstitucional pelos mesmos motivos anteriormente citados, isso é, pela falta de proporcionalidade na suposta lei e pelo desrespeito ao art. 5 XVI da CF/1988. Entretanto, não há de se ignorar que as manifestações na avenida principal realmente atrapalham, ou até mesmo impedem, o exercício pleno das forças de saúde em atos como a locomoção de enfermos e a entrega de suplementos ambulatoriais essenciais para os pacientes dos hospitais. Desse modo, além de declarar a inconstitucionalidade da suposta lei, o juiz deve também deve decidir como ambos os direitos constitucionais anteriormente vistos devem harmonizar-se, isso é, o magistrado deve definir um modo de sustentar, no caso concreto, o art. 196 CF/88, objeto da lei dada como inconstitucional, sem desrespeitar o já referido art. 5 XVI CF/88. Uma hipótese para a solução desse conflito de direitos é a separação, pela força pública, das faixas de rolamento das extremidades direita e esquerda para a locomoção de carros de urgência e de entrega de suplementos, das quatro faixas de rolamento centrais para os manifestantes exerceram seu direito de reunião.
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