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Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. AULA 02 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 2 2. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ................................ 2 3. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS ........ 10 4. USO E ABUSO DE PODER ..................................................................... 16 5. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................... 20 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 29 7. EXERCÍCIOS DA AULA DE HOJE ........................................................... 31 Concurso: INSS Cargo: TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL Matéria: DIREITO ADMINISTRATIVO Professora: FABIANA HÖFKE - CPF: 1 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 2 1. Introdução Olá amigo! Seja bem vindo a nossa aula 01 de DIREITO ADMINISTRATIVO. Hoje, vamos falar sobre, vamos falar sobre: Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e princípios - Direito administrativo: conceito, fontes e princípios. Poderes da administração: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar. Princípios da administração. Preparado? Então vamos lá! 2. Estado, governo e administração pública. Forma de estado, forma de governo e sistema de governo. A palavra “Estado”, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada. As funções tradicionais do Estado englobam três domínios: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Numa nação, o Estado desempenha funções políticas, sociais e econômicas. Também são designadas por Estado, cada uma das divisões político- geográficas de uma república federativa. Estas divisões são autônomas e possuem um governo próprio regido por uma estrutura administrativa local. O Brasil é dividido em 26 Estados e um Distrito Federal. - CPF: 2 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 3 Grafada com inicial minúscula, a palavra estado significa a situação presente em que se encontra alguma entidade. Exemplos: estado de pobreza, estado do tempo, estado civil, estado físico etc. O Brasil adotou como forma de estado a federação, ou seja, no subdividida em unidades autônomas dotados de autonomia, sendo a soberania, contudo, exclusiva do governo central (da União). Governo é a autoridade que chefia de uma unidade política, que tem o objetivo de regrar uma sociedade política e exercer autoridade. O tamanho do governo vai variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional e nacional. O Brasil adotou como forma de governo a República – na qual o chefe de estado é eleito democraticamente pelo povo (presidente da república), que acumula as funções de chefe de estado e chefe de governo. O sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito de um Estado. Varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo (presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de governo do Reino Unido. O Brasil adotou como sistema de governo o presidencialismo. O Presidente da República é considerado o chefe máximo do Poder Executivo e - CPF: 3 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 4 é eleito para um mandato de 4 anos, com possibilidade de uma reeleição ele é responsável pela escolha de ministros e seu mandado é de 4 (quatro) anos. No Brasil, o presidente da república, é ao mesmo tempo chefe do estado (chefe da União – da federação brasileira), chefe do governo (chefia da república federativa do Brasil), e chefe do poder executivo da União (chefe da administração pública direta). FORMA DE ESTADO FEDERAÇÃO FORMA DE GOVERNO REPÚBLICA SISTEMA DE GOVERNO PRESIDENCIALISMO Vamos concretizar! 01)A Constituição da República Federativa do Brasil adotou como forma de estado: a) a república b) o presidencialismo c) a federação d) o parlamentarismo bicameral e) a autonomia. Gabarito. Letra C. A forma de estado adotada pela CF de 88 foi a federação, na qual o país é dividido em unidades autônomas dotados de autonomia, sendo a soberania, contudo, exclusiva do governo central (da União). - CPF: 4 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 5 02)A República, Federação e Presidencialismo são, para a Constituição de 1988, respectivamente: a) Forma de Governo, Forma de Estado, Sistema de Governo. b) Forma de Estado, Sistema de Governo, Regime de Governo. c) Sistema de Governo, Regime de Governo, Forma de Estado. d) Forma de Estado, Regime de Governo, Sistema de Governo. e) Sistema de Governo, Forma de Estado, Sistema de Estado. Gabarito. Letra A. FORMA DE ESTADO FEDERAÇÃO FORMA DE GOVERNO REPÚBLICA SISTEMA DE GOVERNO PRESIDENCIALISMO Poder Executivo, poder Legislativo e poder Judiciário (funções típicas e atípicas). Preconiza o artigo 2º da CF: “São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Para efeitos de prova é muito importante que você não confunda os poderes com as respectivas funções. O Poder judiciário é o guardião da legalidade, cuja função típica é julgar (função jurisdicional). O poder legislativo possui duas funções típicas: legislar e fiscalizar. E o poder executivo exerce tipicamente a função administrativa (tem a função típica de administrar, por meio da pratica de atos administrativos). - CPF: 5 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 6 Todavia, todos os poderes exercer as funções dos demais poderes de forma atípica, ou seja, o judiciário, cuja função típica é a jurisdicional, também – atipicamente – legisla (ex. regimento interno dos tribunais) e administra (residual). O poder legislativo, que exerce precipuamente (tipicamente), as funções legiferante e fiscalizatória, atipicamente julga (ex. julgamento perante o senado federal no caso de crime de responsabilidade praticado pelo presidente da república) e administra (residual) e o poder executivo, que desempenha tipicamente a função administrativa, atipicamente legisla (ex. medida provisória) e julga (ex. decisão proferida pela chefia máxima do executivo ao final do processo). Macete. A função administrativa é fácil de ser detectada, em virtude de seu caráter residual, posto que sempre que não se está exercendo função nem legislativa, nem jurisdicional, tampouco fiscalizatória, o que se está fazendo é administrar.Por exemplo, quando um juiz determina o horário de funcionamento de seu cartório está julgando? Não. Está legislando? Não. Então só pode estar administrando. Quando um deputado ou senador nomeia um secretário está legislando? Não. Está julgando? Não. Então só pode estar administrando. Você acaba de perceber que a função administrativa é exercida tipicamente pelo executivo, mas atipicamente de forma residual pelos dois outros poderes da União. - CPF: 6 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 7 No início do tópico, falei pra você que a função administrativa é exercida através da prática de atos administrativos. Então te pergunto: se ela é exercida também (de forma atípica) pelos demais poderes, é correto afirmar que o judiciário e o legislativo, assim como o executivo, também praticam atos administrativos? A resposta não poderia ser outra senão sim. Sempre que não estiverem legislando, fiscalizando ou julgando, estará desempenhando função administrativa, e esse exercício se dar por meio da prática de atos administrativos. LEGISLATIVO JUDICIÁRIO EXECUTIVO FUNÇÃO TÍPICA LEGISLAR E FISCALIZAR JULGAR ADMINISTRAR FUNÇÕES ATÍPICAS JULGAR E ADMINISTRAR LEGISLAR, FISCALIZAR E ADMINISTRAR LEGISLAR, FISCALIZAR E JULGAR 03)Assinale a alternativa correta. a) A prática de atos administrativos é função típica do executivo, e assim sendo não poderá se dar no âmbito do poder judiciário, cuja função precípua é a jurisdicional. b) Exerce função típica o deputado que dá posse ao seu secretário. c) O poder legislativo tem dias funções típicas: a de legislar e fiscalizar. d) É vedada a prática de atos administrativos pelos poderes legislativo e judiciário, pois a função administrativa tem seu exercício adstrito ao âmbito do poder executivo. e) O poder legislativo não exerce atipicamente função jurisdicional. - CPF: 7 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 8 Gabarito. Letra C. O poder legislativo tem duas funções típicas, a legislativa e a fiscalizatória, além de exercer atipicamente as funções típicas dos demais poderes. Características da função administrativa. Além de ser residual, como exposto no tópico anterior, a função administrativa, exteriorizada através da prática de atos administrativos, também é secundária e hierarquizada. É secundária em razão do princípio da legalidade administrativa, segundo o qual o ato administrativo está totalmente subordinado aos limites da lei. Isso significa dizer que o administrador público somente poderá fazer aquilo que a lei autoriza ou determina, ficando a prática dos atos condicionada a uma previsão legal prévia. Diante da ausência de lei regulando a hipótese, a atividade administrativa não poderá ocorrer, uma vez que é secundária, derivada em relação a lei. A hierarquia é outro traço marcante da atividade, pois, ao contrário dos demais poderes da federação, nos quais, como regra não há hierarquia (o juiz de 1º grau sentencia conforme sua livre convicção, independentemente do pensamento das instâncias superiores e o vereador elabora leis municipais, de acordo com aquilo que entende melhor se coadunar com o interesse público, sem consultar a esse respeito à opinião dos membros do congresso nacional), na atividade administrativa, manda quem pode e obedece quem tem juízo, ou seja, é escalonada em degraus hierárquicos de comando, ficando a autoridade de menor grau, sujeita as diretrizes estabelecidas pela de maior grau, no que se refere ao desempenho de suas atribuições, e em geral à pratica de atos administrativos. - CPF: 8 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 9 CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA SECUNDÁRIA DEPENDE DE LEI PRÉVIA PARA SER EXERCIDA RESIDUAL OCORRE QUANDO NÃO ESTIVER ATIVIDADE DE OUTRO PODER HIERARQUIZADA ESCALONAMENTO VERTICAL INTERNO 04)A função administrativa, tem como caraterística precípua ser: a)residual, secundária e hierarquizada b)primária e autônoma em relação a lei c)residual e primária. d)vinculante, primária e hierarquizada. e)autônoma em relação à lei e residual. Gabarito. Letra A. A atividade administrativa é residual (seu exercício é observado sempre que não estiverem sendo exercidas as funções típicas dos dois outros poderes), secundária (ou derivada, uma vez que a prática de atos administrativos está totalmente subordinada aos limites impostos por uma lei prévia), e hierarquizada (escalonada internamente em degraus hierárquicos). 05)A prática de atos administrativos - CPF: 9 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 10 a) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza hierarquizada. b) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza derivada. c) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza residual. d) Poderá atuar além dos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza discricionária. e) Poderá atuar além dos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza primária. Gabarito. Letra B. Em razão do princípio da legalidade administrativa, segundo o qual o ato administrativo está totalmente subordinado aos limites da lei. O administrador público somente poderá fazer aquilo que a lei autoriza ou determina, ficando a prática dos atos condicionada a uma previsão legal prévia, e por essa razão é secundária (derivada), em relação à lei que é primária (originária). 3. Direito administrativo: conceito, fontes e princípios Direito administrativo é um ramo autônomo do direito público interno que se concentra no estudo da Administração Pública e da atividade de seus integrantes. O ramo tem por objeto os órgãos, entidades, agentes e atividades públicos, e a sua meta é a sistematização dos fins desejados pelo Estado, ou seja, o interesse público, regrado pelo princípio da legalidade. Tudo que se refere à Administração Pública e à relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal característica é uma desigualdade jurídica entre cada uma das partes envolvidas. De um lado, a Administração Pública defende os interesses coletivos; de outro, o particular. Havendo conflito entre tais interesses, haverá de prevalecer o da coletividade, representado pela - CPF: 10 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 11 Administração Pública. No Direito Público, a Administração Pública se encontrará sempre em um patamar superior ao do particular, diferentemente do que é visto no Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições. Fontes Segundo o professor Leandro Cadenas “Diz-se fonte à origem, lugar de onde provém algo. No caso, de onde emanam as regras do Direito Administrativo. Quatro são as principais fontes: I – lei; II – jurisprudência; III – doutrina;IV – costumes. Como fonte primária, principal, tem-se a lei, em seu sentido genérico (“latu sensu”), que inclui, além da Constituição Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, atos normativos com força de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes no país etc. Em geral, é ela abstrata e impessoal. As outras três fontes são ditas secundárias. Chama-se jurisprudência o conjunto de decisões do Poder Judiciário na mesma linha, julgamentos no mesmo sentido. Então, pode-se tomar como parâmetro para decisões futuras, ainda que, em geral, essas decisões não obriguem a Administração quando não é parte na ação. Diz-se em geral, pois, na CF/88, há previsão de vinculação do Judiciário e do Executivo à decisão definitiva de mérito em Ação Declaratória de Constitucionalidade (art. 102, §2º). - CPF: 11 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 12 A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, materializada em livros, artigos, pareceres, congressos etc. Assim, como a jurisprudência, a doutrina também é fonte secundária e influencia no surgimento de novas leis e na solução de dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a legislação existente, que muitas vezes é falha e de difícil interpretação. Por fim, os costumes, que hoje em dia têm pouca utilidade prática, em face do citado princípio da legalidade, que exige obediência dos administradores aos comandos legais. No entanto, em algumas situações concretas, os costumes da repartição podem influir de alguma forma nas ações estatais, inclusive ajudando a produção de novas normas. Diz-se costume à reiteração uniforme de determinado comportamento, que é visto como exigência legal”. Todavia, o que sempre precisa tem em mente, inobstante a existência de outras fontes secundárias do direito administrativo, é sua fonte principal e indispensável é a lei, de modo que diante da ausência de dispositivo legal tutelando a hipótese nada fará o administrador público (não praticará nenhum ato administrativo), sob pena de lesão ao princípio da legalidade administrativa. Outro cuidado a ser tomado é em relação a diferença entre o princípio da legalidade e o princípio da legalidade administrativa, uma vez que traduzem conceitos distintos. O princípio da legalidade – ou legalidade privada – consta do texto do artigo 5º, II da CRFB “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:... II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. - CPF: 12 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 13 Já o princípio da legalidade administrativa – ou legalidade estrita – impõe a submissão completa da pratica de atos administrativo à lei, e assim sendo, o administrador público não poderá fazer tudo aquilo que não for vedado pela lei; ao contrário, somente poderá praticar atos administrativos – sejam eles discricionários ou vinculados – quando a lei autorize ou determine. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ADMINISTRATIVA NINGUÉM É OBRIGADO A FAZER OU DEIXAR DEFAZER ALGUMA COISA SENÃO EM VIRTUDE DE LEI O ADMINISTRADOR PÚBLICO SOMENTE PODERÁ FAZER O QUE A LEI AUTORIZA OU DETERMINA 06)O direito administrativo. a)É um ramo de direito privado que estuda as relações entre os administrados. b)É um ramo de direito privado que estuda as relações entre a administração e os entes do setor privado. c)É um ramo de direito público que estuda as relações entre os administrados. d)É um ramo de direito público que estuda as relações entre a administração e os entes do setor privado. e)É um ramos de direito público que estuda as relações entre a administração e os entre do setor público externo. CF LEI ATOS ADMINISTRATIVOS - CPF: 13 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 14 Gabarito. Letra D. O ramo tem por objeto os órgãos, entidades, agentes e atividades públicos, e a sua meta é a sistematização dos fins desejados pelo Estado, ou seja, o interesse público, regrado pelo princípio da legalidade. Tudo que se refere à Administração Pública e à relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 07)Nas relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados: a) É garantida aos administrados uma posição de prevalência. b) A Administração Púbica goza de uma posição de superioridade, em nome do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. c) Não será observado o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. d) Não poderá haver celebração de contratos. e) Aplicam-se as normas de direito privado. Gabarito. Letra B. As normas de direito público que tutelam as relações entre a Administração Pública e o administrado, garantem a primeira uma posição de prevalência em relação ao segundo, haja vista estar legitimada pelo interesse público da coletividade. 08) Diante da ausência de norma legal tutelando o caso concreto o administrador público deverá: a) legislar sobre o tema b) estabelecer normas gerais de observância obrigatória a todos os administrados c) exigir ao poder legislativo a elaboração de uma lei ordinária d)atuar discricionariamente sem observar a legislação e) abster-se da prática dos respectivos atos administrativos Gabarito. Letra E. O princípio da legalidade administrativa (legalidade estrita), impõe à submissão completa da prática de atos administrativos à lei, e desse modo, uma vez que inexista lei tutelando a hipótese, nenhum ato administrativo poderá ser praticado. - CPF: 14 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 15 09)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta. I - Os atos discricionários não se submetem ao princípio da legalidade. II - Por determinação do princípio da legalidade administrativa, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. III – Os atos administrativos tem natureza secundária em relação à lei. Está (ão) correta (s) a)Apenas os itens I e II b)Os itens I, II e III c)Apenas os itens II e III d)Apenas o item I e)Apenas o item III Gabarito. Letra E. I – (errada): Tantos os atos administrativos vinculados quanto os discricionários se submetem completamente a lei, pois estão adstritos ao princípio da legalidade estrita. A única diferença, é que em sede de atos discricionários, o legislador permite ao administrador público tecer juízo de mérito sobre sua prática, e por vezes determinar o momento mais oportuno e conveniente para sua exteriorização. II – (errada) Como vimos esse princípio é o da legalidade privada e não o da legalidade administrativa, segundo o qual o administrador somente poderá fazer o que a lei autoriza ou determina. III – (correta) De fato os atos administrativos têm natureza secundária em relação à lei, pois dela deriva e sem ela não poderão ser praticados. 10) Os atos administrativos são: a)residuais e supra legais b)primários e infra legais c)secundários e supra legais - CPF: 15 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVOProf. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 16 d)derivados e primários e)derivados e infra legais Gabarito. Letra E. Os atos administrativos são residuais (sempre que não estiver sendo exercida atividade nem jurisdicional, nem legislativa nem fiscalizatória, estará sendo realizada atividade administrativa), infra legais (se situam no patamar jurídico-normativo em posição inferior à lei e a ela são subordinados) e secundários (=derivados, pois derivam da lei e sem ela não poderão ser praticados). A única assertiva que contempla apenas afirmações corretas a esse respeito é a letra E. No tópico a seguir vamos aprender o tema de maior incidência (dentre os conteúdos constantes desta aula) na sua prova. Então se quiser tomar uma água antes de iniciara a leitura e dar uma respirada de 5 minutos faça isso, pois vou precisar de toda sua atenção. 4. Uso e abuso de poder Para a prova do INSS é necessário que você conheça 6 poderes da administração: o poder discricionário, o poder vinculado, o poder disciplinar, o poder hierárquico, o poder de polícia e o poder regulamentar, mas antes, vamos tecer algumas considerações gerais que poderão ser também objeto de questões. O ordenamento jurídico confere a administração algumas atribuições para a satisfação de sua finalidade precípua – a satisfação do interesse público – e para o desempenho efetivo dessas atribuições lhe confere alguns poderes e impõe alguns deveres, é por isso que os poderes da administração são chamados poderes-deveres. - CPF: 16 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 17 O uso do poder é a utilização normal pelos agentes públicos das prerrogativas que lhes são conferidas por lei, já o abuso de poder ocorre quando o agente de alguma forma exorbita o uso ou desvia sua finalidade. O abuso de poder, por sua vez, se subdivide em duas modalidades: excesso de poder (ou excesso de competência), que ocorre quando o agente, muito embora atuando com vistas ao interesse público, exorbita os limites de sua competência legal (ex. ato conveniente ao interesse público praticado por agente incompetente), e desvio de poder (ou desvio de finalidade), que se configura quando o agente, atuando dentro dos limites de sua competência, pratica o ato com o objetivo de patrocinar interesses privados em detrimento do interesse público, ou seja, desvia a finalidade de todo ato administrativo que é o interesse público. Assim, até agora temos: Assim, até agora temos: PODERES ADMINISTRATIVOS PRERROGATIVAS CONFERIDAS POR À ADMINISTRAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO DEVERES ADMINISTRATIVOS COMPORTAMENTO IMPOSTO AOS AGENTES PÚBLICOS COMO CONDIÇÃO PARA O EXERCÍCIO VÁLIDO DOS PODERES USO DO PODER UTILIZAÇÃO DAS PRERROGATIVAS - CPF: 17 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 18 DENTRO DOS PARÂMETROS LEGAIS PODER –DEVER OS PODERES ADMINISTRATIVOS SÃO IRRENUNCIÁVEIS E DEVEM SER EXECUTADOS PELO ADMINISTRADOR SEMPRE QUE FOR NECESSÁRIO ABUSO DE PODER EXERCÍCIO DAS PRERROGATIVAS ADMINISTRATIVAS DE FORMA ILEGAL, SEJA POR EXCESSO, SEJA POR DESVIO ESPÉCIES DE ABUSO EXCESSO: ATUAÇÃO DO AGENTE FORA DOS LIMITES DE SUA COMPETÊNCIA DESVIO: ATUAÇÃO DO AGENTE DESVIADA DO INTERESSE PÚBLICO 11)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta: I - A conduta abusiva da administração pode ocorrer quando o servidor atua fora dos limites de sua competência ou quando, embora dentro de sua competência, ele se afasta do interesse público exigido legalmente. II - Caso fique comprovado que a multa administrativa foi imposta por agente público por motivo dissociado do interesse público, em razão de perseguição pessoal ao dono da empresa apenada, restará caracterizado desvio de poder. III - O uso do poder consiste na utilização normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que lhe são atribuídas por lei. Apenas o item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos - CPF: 18 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 19 Gabarito. Letra E. I - Correta. O uso de poder é o uso normas dos poderes conferidos aos agentes públicos para o desempenho de suas atribuições. O abuso de poder (conduta abusiva da administração) configura-se tanto quando o agente atua fora dos limites de sua competência legal (abuso de poder na modalidade excesso de poder = excesso de competência), como quando o agente, muito embora atuando dentro dos limites de sua competência, desvia-se da finalidade de todo ato administrativo – que é o interesse público – passando a patrocinar interesses privados (abuso de poder na modalidade desvio de poder – desvio de finalidade). II - Correta. O agente que pratica ato administrativo movido por interesses diversos do interesse público incorre em abuso de poder (gênero), na modalidade desvio de poder = desvio de finalidade (espécie). III - Correta. O uso do poder é a utilização normal pelos agentes públicos das prerrogativas que lhes são conferidas por lei, já o abuso de poder ocorre quando o agente de alguma forma exorbita o uso ou desvia sua finalidade. 12)Atua com excesso de poder o agente que pratica ato administrativo a) mediante delegação b) com desvio de poder c) em desacordo com o interesse da coletividade d) para o qual não lhe foi atribuída competência legal e) discricionário Gabarito. Letra D. Existe duas modalidades de abuso de poder: excesso de poder (ou excesso de competência), que ocorre quando o agente, muito embora atuando com vistas ao interesse público, exorbita os limites de sua competência legal (ex. ato conveniente ao interesse público praticado por agente incompetente), e desvio de poder (ou desvio de finalidade), que se configura quando o agente, atuando dentro dos limites de sua competência, pratica o ato com o objetivo de patrocinar interesses privados em detrimento do - CPF: 19 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 20 interesse público, ou seja, desvia a finalidade de todo ato administrativo que é o interesse público. 5. Poderes da administração Vamos agora aos poderes propriamente ditos. Poder discricionário e poder vinculado Lembra quando estudamos o princípio da legalidade e você aprendeu que o ato administrativo somente poderá fazer aquilo que a lei autoriza ou determina? Então: se a lei autoriza o ato é discricionário e se determina o ato é vinculado. O conceito extenso mais aceito é o de Maria Sylvia Zanella Di Pietro que aduz: “Acerca de discricionariedade e vinculação, anoto que o ato administrativo será vinculado quando suportado em norma que não deixa margem para opções ou escolhas estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a Administração deverá agir de tal ou qual forma. Sendo assim, em tal modalidade a atuação da Administração se restringe a uma única possibilidade de conduta ou única solução possível diante de determinada situação de fato, qual seja aquela solução que já se encontra previamentedelineada na norma. Em contrapartida, será discricionário o ato quando suportado em regramento que não atinge todos os aspectos da atuação administrativa; deixando a lei certa margem de liberdade de decisão diante do caso concreto, de modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias soluções possíveis, todas válidas perante o direito. Frise-se, contudo, que nesses casos a discricionariedade não é absoluta, devendo a adoção de uma ou outra solução ser feita segundo critérios de oportunidade, conveniência e equidade próprios da autoridade porque não definidos pelo legislador e também porque, sob alguns aspectos, em especial a competência, a forma e a finalidade, a lei impõe limitações. Sendo assim o ato será discricionário nos limites traçados pela lei, se a Administração ultrapassa esses limites, a sua decisão passa a ser arbitrária, ou seja, contrária à lei. - CPF: 20 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 21 Resumindo: quando a lei não dá ao administrador opção sobre a prática ou não do ato (impossibilidade de valoração de mérito administrativo = juízo de conveniência e oportunidade), o ato é vinculado, já quando deixa para o administrador a possibilidade de tecer juízo sobre a melhor escolha a ser tomada no caso concreto, estaremos diante de um ato discricionário. Desse modo, podemos conceituar poder discricionário como sendo aquele conferido por lei ao administrador público, para que dentro dos limites nela previstos e com certa parcela de liberdade, adote no caso concreto a solução mais adequada à satisfação do interesse público e poder vinculado como aquele que não deixa margem para que o administrador público teça juízo de conveniência e oportunidade acerca da prática ou não do ato administrativo. Princípio hierárquico: poder hierárquico e poder disciplinar. O princípio hierárquico deriva da relação interna corporis hierarquizada que existe entre os órgãos da administração, e dele derivam dois poderes: o poder hierárquico e o poder disciplinar. Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Inexistente no Judiciário e no Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos. O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da administração ao repartir e escalonar as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada qual exerça eficientemente o seu cargo, coordena na busca de harmonia entre todos os - CPF: 21 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 22 serviços do mesmo órgão, controla ao fazer cumprir as leis e as ordens e acompanhar o desempenho de cada servidor, corrige os erros administrativos dos seus inferiores, além de agir como meio de responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência. Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, além de se definir a responsabilidade de cada um. Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores. Como você verá nas questões, quando cai em prova esse princípio se refere a avocação e a delegação de competências. O poder disciplinar consiste no poder que a administração tem de apurar infrações disciplinares cometidas pelos seus agentes, ou seja, a possibilidade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores. É exercido no âmbito dos órgãos e serviços da Administração. É considerado como supremacia especial do Estado. Muito embora derive do mesmo princípio do qual deriva o poder hierárquico (princípio hierárquico), o poder disciplinar não se confunde com o mesmo. No uso do primeiro a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas. Já no uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente controla o desempenho dessas funções e a conduta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura cometidas. Quando cai na prova se refere à apuração de penalidade cometida por servidor. - CPF: 22 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 23 Poder regulamentar É a prerrogativa conferida à administração de editar atos para complementar à lei, não podendo criar normas gerais de observância obrigatória para todos os administrados, sendo-lhe assim vedado o exercício do ius novórium (inovar o ordenamento jurídico), pois esta prerrogativa é atribuída a atividade legislativa. É de natureza derivada (secundária, somente sendo exercida à luz de uma lei pré-existente), em regra consiste na expedição de decretos para a fiel execução da lei. Poder de polícia É um poder externa corporis, uma vez que emana de dentro para fora, vale dizer, da administração para o administrado, e consiste na prerrogativa de restringir direitos individuais em nome do interesse da coletividade. Assim, quando o poder público interfere na órbita do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos individuais, atua no exercício regular do poder de polícia. Atributos do poder de polícia: quando executado regularmente o poder de polícia possui discricionariedade, conferindo a administração pública a liberdade de estabelecer, de acordo com sua conveniência e oportunidade, as limitações a serem impostas ao exercício dos direitos individuais e as sanções a serem aplicadas nos casos de transgressão. Outros atributos são a auto- executoriedade que confere a administração o exercício desse poder sem a necessidade de chancela do poder judiciário (ex. fiscal da vigilância sanitária que interdita um estabelecimento por razões de insalubridade no modo de armazenamento dos gêneros alimentícios) e a coercibilidade, que permite que os atos oriundos do poder de polícia sejam impostos aos particulares, mesmo que para isso seja necessário o uso da força. - CPF: 23 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 24 Caso você tenha dificuldades em assimilar todas essas informações sobre os poderes da administração, assimile o bizu da tabela abaixo para fazer as questões subsequentes. Com as informações dela constantes você resolve 99% das questões de prova sobre o tema. Coloquei 99% porque entendo que macete não é conhecimento, e assim sendo, todos são passíveis de erro, mas a verdade é que quando cai, o examinador formula exatamente como eu vou te mostrar. DISCRICIONÁRIO VINCULADO HIERÁRQUICO DISCIPLINAR REGULAMENTAR DE POLÍCIA Administrador pode tecer juízo de mérito Administrador não pode tecer juízo de mérito Expedir decretos para fiel aplicação da lei Aplicar punição a servidor Avoca e delega Restringir direitos individuais em nome do interesse público Conveniência e oportunidade Não há conveniência e oportunidade Não pode criar nem alterar normas Interna corporis Interna corporis Externa corporis Vamos às questões? 13)Assinale a alternativa correta a)Após o trâmite de processo administrativodisciplinar, no qual lhe seja assegurada ampla defesa, a autoridade superior competente poderá aplica-lhe penalidade de suspensão, no exercício regular do poder hierárquico. b)O poder discricionário poderá ultrapassar os limites impostos pelo legislador em nome do interesse público. c)Através do poder hierárquico, a administração poderá expedir atos criando normas gerais, independentemente da prévia existência de lei. d)A autoridade administrativa poderá restringir direitos individuais em nome do interesse público, no exercício regular do poder disciplinar. - CPF: 24 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 25 e)O princípio hierárquico abrange tanto o poder disciplinar quanto o poder hierárquico, pois ambos possuem natureza jurídica interna corporis. Gabarito. Letra E. O princípio hierárquico deriva da relação interna corporis hierarquizada que existe entre os órgãos da administração, e dele derivam dois poderes: o poder hierárquico e o poder disciplinar. 14)Constitui manifestação do poder disciplinar. a) A aplicação da sanção de multa ao administrado em decorrência de infração de trânsito. b) A avocação de competências c) A expedição de decretos para a fiel execução da lei d) A aplicação de penalidade de advertência a servidor público e) A exoneração a pedido Gabarito. Letra D. O poder disciplinar consiste no poder que a administração tem de apurar infrações disciplinares cometidas pelos seus agentes, ou seja, a possibilidade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores. 15)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta. I – O poder regulamentar possibilita a administração, dar aplicabilidade, complementando aos comandos legais. II - Tanto o poder vinculado quanto o discricionário derivam da lei, e estão totalmente subordinados ao principio da legalidade estrita. III - Através do poder regulamentar é possível a delegação e a avocação de competências. Apenas o item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos Gabarito. Letra B. I - Correta. Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à administração de editar atos para complementar à lei. - CPF: 25 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 26 II - Correta. Todo e qualquer ato administrativo está totalmente adstrito aos limites impostos pela lei. A diferença entre o ato discricionário e o vinculado é que no primeiro, ela (a própria lei) permite que o administrador teça mérito administrativo e no segundo não. III - Errada. A delegação e a avocação de competências situam-se na esfera do poder hierárquico. 16)Assinale a alternativa que não se coaduna com as disposições concernentes aos poderes da administração. a) É possível a supressão de direitos individuais por razões de interesse público, no exercício regular do poder de polícia. b) O poder disciplinar situa-se no âmbito do princípio hierárquico. c) Os atos discricionários, assim como os vinculados, se submetem ao princípio da legalidade estrita. d) Através do poder normativo é possível a expedição de decretos para a fiel execução da lei. e) É vedado aos atos administrativos o exercício do ius novorium. Gabarito. Letra A. Cuidado, o poder de polícia de fato pode restringir direitos individuais em nome do interesse público, mas jamais suprimi-los, pois assim estaria aniquilando por completo seu exercício. Exemplo. O poder público pode promover desapropriações por utilidade pública (restringindo o direito de propriedade), mas terá que indenizar o proprietário, sob pena de aniquilar tal direito. 17) Por meio do Poder _________ a Administração Pública pode condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado: a) vinculado b) discricionário c) normativo d) disciplinar e) de polícia - CPF: 26 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 27 Gabarito. Letra E. Quando o poder público interfere na órbita do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos individuais, atua no exercício regular do poder de polícia 18) Quando o julgamento da oportunidade e conveniência quanto à realização do ato é feita pelo próprio legislador, estaremos diante de um ato de poder: a) discricionário b) vinculado c) hierárquico d) regulamentar e) fático Gabarito. Letra B. Nos atos administrativos vinculados o legislador não deixou para o administrador espaço para tecer critérios de conveniência e oportunidade. Esse juízo é feito previamente pela lei, cabendo ao administrador apenas praticar o ato. 19) Acerca dos poderes da administração julgue os itens que se seguem e assinale a alternativa correta. I - É possível a supressão de direitos individuais por razões de interesse público, no exercício regular do poder de polícia. II - O poder disciplinar possui natureza jurídica interna córporis, sendo-lhe vedado exceder o âmbito da administração pública. III - O princípio hierárquico abrange tanto o poder hierárquico quanto o poder disciplinar. Apenas o item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos I – Errada. O poder de polícia de fato pode restringir direitos individuais em nome do interesse público, mas jamais suprimi-los. - CPF: 27 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 28 II - Correta. Situado no bojo do princípio hierárquico, o poder disciplinar não poderá exceder a esfera pública, ou seja, não poderá adentrar no domínio privado, pois a referida atribuição é do poder de polícia. III – Correta. O princípio hierárquico deriva da relação interna corporis hierarquizada que existe entre os órgão da administração, e dele derivam dois poderes: o poder hierárquico e o poder disciplinar 20)Enquanto, através do poder disciplinar é possível a aplicação de penalidade a servidor público, por infração funcional cometida no desempenho de suas atribuições, através do poder de polícia, é possível a aplicação dos administrados em geral, que violarem as normas constantes do ordenamento jurídico vigente. Esta afirmação está: a)Totalmente correta b)Parcialmente correta, pois não há possibilidade de aplicação de punição aos administrados no exercício do poder de polícia. c)Parcialmente incorreta, pois os conceitos estão invertidos. d)Incorreta, pois os conceitos de poder de polícia e poder disciplinar são equivalentes. e)Incorreta, pois o poder de polícia possui natureza interna corporis. Gabarito. Letra A. É exatamente o que diferencia os dois poderes. O poder disciplinar, interna corporis, é utilizado para aplicar punições aos agentes públicos, e o poder de polícia, externa corporis, serve para restringir direitos individuais dos administrados, inclusive aplicando-lhe sanções (ex. multa de trânsito). Pronto viu? Tenho certeza que você está lamentando o fato de nossa aula de hoje ter chegado ao fim. Ahhhhhh! Mas não fique triste. Você poderá refazer agora mesmo todos os exercícios dados. Legal! Kkkkkk - CPF: 28 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfkeprofahofke@gmail.com 29 6. Considerações finais E aí meu amigo concurseiro! Gostou do nosso encontro de hoje? Caso tenha restado alguma dúvida ou curiosidade entre em contato comigo através do e- mail profahofke@gmail.com ou se preferir me mande uma mensagem no facebook que te respondo rapidinho. Você acaba de eliminar mais um tópico do seu conteúdo programático. Lembra- se do nosso terceiro mandamento para a aprovação? Vamos então assinalá-lo no cronograma. AULA ZERO (dia 20/04) – Responsabilidade Civil do Estado – Aula 01 (dia 30/04) - Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar Aula 02 (dia 09/05) - Organização administrativa da União; administração direta e indireta Aula 03 (dia 20/05) - Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo Aula 04 (dia 30/05) – Improbidade administrativa: Lei n.º 8.429/92 (dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências) Aula 05 – (dia 10/06) – Licitações: Fundamento constitucional. Conceito e modalidades. Regime de licitações da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993 e alterações. Dispensa e inexigibilidade. Revogação e anulação, hipóteses e efeitos - CPF: 29 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 30 Aula 06 (dia 20/06) – Contratos administrativos: Conceito e características. Invalidação. Principais espécies de contratos administrativos. Alteração, inexecução e rescisão dos contratos administrativos Aula 07 (dia 30/06)- Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização Aula 08 (dia 10/07) – Agentes públicos: Disposições constitucionais Aula 09 (dia 21/07): Regime jurídico: regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa. Foi um grande prazer acompanhá-lo no estudo de hoje. Espero que também tenha gostado. Um forte abraço e até nosso próximo encontro! Fabiana Höfke. - CPF: 30 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 31 7. Exercícios da aula de hoje 01)A Constituição da República Federativa do Brasil adotou como forma de estado: a) a república b) o presidencialismo c) a federação d) o parlamentarismo bicameral e) a autonomia. 02)A República, Federação e Presidencialismo são, para a Constituição de 1988, respectivamente: a) Forma de Governo, Forma de Estado, Sistema de Governo. b) Forma de Estado, Sistema de Governo, Regime de Governo. c) Sistema de Governo, Regime de Governo, Forma de Estado. d) Forma de Estado, Regime de Governo, Sistema de Governo. e) Sistema de Governo, Forma de Estado, Sistema de Estado. 03)Assinale a alternativa correta. a) A prática de atos administrativos é função típica do executivo, e assim sendo não poderá se dar no âmbito do poder judiciário, cuja função precípua é a jurisdicional. b) Exerce função típica o deputado que dá posse ao seu secretário. c) O poder legislativo tem dias funções típicas: a de legislar e fiscalizar. 04)A função administrativa, tem como caraterística precípua ser: a)residual, secundária e hierarquizada b)primária e autônoma em relação a lei c)residual e primária. d)vinculante, primária e hierarquizada. e)autônoma em relação à lei e residual. 05)A prática de atos administrativos a) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza hierarquizada. b) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza derivada. c) Está totalmente subordinada aos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza residual. d) Poderá atuar além dos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza discricionária. e) Poderá atuar além dos limites impostos pela lei em virtude de sua natureza primária. 06)O direito administrativo. a)É um ramo de direito privado que estuda as relações entre os administrados. b)É um ramo de direito privado que estuda as relações entre a administração e os entes do setor privado. c)É um ramo de direito público que estuda as relações entre os administrados. - CPF: 31 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 32 d)É um ramo de direito público que estuda as relações entre a administração e os entes do setor privado. e)É um ramos de direito público que estuda as relações entre a administração e os entre do setor público externo. 07)Nas relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados: a) É garantida aos administrados uma posição de prevalência. b) A Administração Púbica goza de uma posição de superioridade, em nome do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. c) Não será observado o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. d) Não poderá haver celebração de contratos. e) Aplicam-se as normas de direito privado. 08) Diante da ausência de norma legal tutelando o caso concreto o administrador público deverá: a) legislar sobre o tema b) estabelecer normas gerais de observância obrigatória a todos os administrados c) exigir ao poder legislativo a elaboração de uma lei ordinária d)atuar discricionariamente sem observar a legislação e) abster-se da prática dos respectivos atos administrativos 09)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta. I - Os atos discricionários não se submetem ao princípio da legalidade. II - Por determinação do princípio da legalidade administrativa, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. III – Os atos administrativos tem natureza secundária em relação à lei. Está (ão) correta (s) a)Apenas os itens I e II b)Os itens I, II e III c)Apenas os itens II e III d)Apenas o item I e)Apenas o item III 10) Os atos administrativos são: a)residuais e supra legais b)primários e infra legais c)secundários e supra legais d)derivados e primários e)derivados e infra legais 11)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta: I - A conduta abusiva da administração pode ocorrer quando o servidor atua fora dos limites de sua competência ou quando, embora dentro de sua competência, ele se afasta do interesse público exigido legalmente. II - Caso fique comprovado que a multa administrativa foi imposta por agente público por motivo dissociado do interesse público, em razão de perseguição pessoal ao dono da - CPF: 32 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 33 empresa apenada, restará caracterizado desvio de poder. III - O uso do poder consiste na utilização normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que lhe são atribuídas por lei. Apenaso item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos 12)Atua com excesso de poder o agente que pratica ato administrativo a) mediante delegação b) com desvio de poder c) em desacordo com o interesse da coletividade d) para o qual não lhe foi atribuída competência legal e) discricionário 13)Assinale a alternativa correta a)Após o trâmite de processo administrativo disciplinar, no qual lhe seja assegurada ampla defesa, a autoridade superior competente poderá aplica-lhe penalidade de suspensão, no exercício regular do poder hierárquico. b)O poder discricionário poderá ultrapassar os limites impostos pelo legislador em nome do interesse público. c)Através do poder hierárquico, a administração poderá expedir atos criando normas gerais, independentemente da prévia existência de lei. d)A autoridade administrativa poderá restringir direitos individuais em nome do interesse público, no exercício regular do poder disciplinar. e)O princípio hierárquico abrange tanto o poder disciplinar quanto o poder hierárquico, pois ambos possuem natureza jurídica interna corporis. 14)Constitui manifestação do poder disciplinar. a) A aplicação da sanção de multa ao administrado em decorrência de infração de trânsito. b) A avocação de competências c) A expedição de decretos para a fiel execução da lei d) A aplicação de penalidade de advertência a servidor público e) A exoneração a pedido 15)Julgue os itens subsecutivos e assinale a alternativa correta. I – O poder regulamentar possibilita a administração, dar aplicabilidade, complementando aos comandos legais. II - Tanto o poder vinculado quanto o discricionário derivam da lei, e estão totalmente subordinados ao principio da legalidade estrita. III - Através do poder regulamentar é possível a delegação e a avocação de competências. - CPF: 33 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 34 Apenas o item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos 16)Assinale a alternativa que não se coaduna com as disposições concernentes aos poderes da administração. a) É possível a supressão de direitos individuais por razões de interesse público, no exercício regular do poder de polícia. b) O poder disciplinar situa-se no âmbito do princípio hierárquico. c) Os atos discricionários, assim como os vinculados, se submetem ao princípio da legalidade estrita. d) Através do poder normativo é possível a expedição de decretos para a fiel execução da lei. e) É vedado aos atos administrativos o exercício do ius novorium. 17) Por meio do Poder _________ a Administração Pública pode condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado: a) vinculado b) discricionário c) normativo d) disciplinar e) de polícia 18) Quando o julgamento da oportunidade e conveniência quanto à realização do ato é feita pelo próprio legislador, estaremos diante de um ato de poder: a) discricionário b) vinculado c) hierárquico d) regulamentar e) fático 19) Acerca dos poderes da administração julgue os itens que se seguem e assinale a alternativa correta. I - É possível a supressão de direitos individuais por razões de interesse público, no exercício regular do poder de polícia. II - O poder disciplinar possui natureza jurídica interna córporis, sendo-lhe vedado exceder o âmbito da administração pública. III - O princípio hierárquico abrange tanto o poder hierárquico quanto o poder disciplinar. Apenas o item I está correto Apenas os itens I e II estão corretos Apenas os itens I e III estão corretos Apenas os itens II e III estão corretos Todos os itens estão corretos 20)Enquanto, através do poder disciplinar é possível a aplicação de penalidade a servidor público, por infração funcional cometida no - CPF: 34 / 35 INSS DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. FABIANA HOFKE Prof. Fabiana Höfke profahofke@gmail.com 35 desempenho de suas atribuições, através do poder de polícia, é possível a aplicação dos administrados em geral, que violarem as normas constantes do ordenamento jurídico vigente. Esta afirmação está: a)Totalmente correta b)Parcialmente correta, pois não há possibilidade de aplicação de punição aos administrados no exercício do poder de polícia. c)Parcialmente incorreta, pois os conceitos estão invertidos. d)Incorreta, pois os conceitos de poder de polícia e poder disciplinar são equivalentes. e)Incorreta, pois o poder de polícia possui natureza interna corporis. GABARITO 01 Letra C 11 Letra E 02 Letra A 12 Letra D 03 Letra C 13 Letra E 04 Letra A 14 Letra D 05 Letra B 15 Letra B 06 Letra D 16 Letra A 07 Letra B 17 Letra E 08 Letra E 18 Letra B 09 Letra E 19 Letra D 10 Letra E 20 Letra A - CPF: Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) 35 / 35 http://www.tcpdf.org
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