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Otite: Tipos, Causas e Sintomas

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Otite 
Introdução: 
• Definição: é toda inflamação em uma das regiões 
do ouvido e pode ser resultado de alergias ou da 
ação de vírus, bactérias e fungos; 
• Primeiro passo: diferenciar entre otite interna, 
média e externa (membrana timpânica como 
referência); 
 
• Otite externa: 
↪ Cútis e subcutâneo do canal auditivo externo; 
↪ Pode envolver a membrana timpânica e o 
pavilhão auricular; 
↪ De infecção leve do canal auditivo externo até 
otite externa maligna; 
• Otite média: 
↪ Inflamação da mucosa da tuba auditiva; 
↪ Costuma aparecer durante ou após resfriados, 
gripes e infecções respiratórias ou na garganta; 
↪ Retém secreções; 
↪ Pode estar associada à otorréia purulenta; 
• Otite interna: 
↪ Porção mais complexa do ouvido, onde se 
encontra o sistema vestíbulo-coclear; 
↪ O sistema vestibular é responsável pelo 
equilíbrio; 
↪ A cóclea converte vibrações mecânicos em 
sinais elétricos no cérebro; 
↪ Inflamação ou irritação dessa parte do ouvido 
e é chamada de labirintite; 
• Dor de ouvido: crianças maiores e adultos – dor 
é referida, crianças que ainda não se comunicam 
– manipulação do pavilhão auricular esfregando e 
puxando; 
↪ Causada frequentemente por infecção das vias 
aéreas superiores (IVAS), corpo estranho, OMA, 
otite externa e rolha de cerume; 
↪ Maior parte tem vírus, independentemente da 
presença de bactérias; 
↪ Bactérias mais comuns são as do gênero S. 
pneumoniae (vacinação heptavalente tem 
mudado esse perfil, decrescendo os 
estreptococos e provocando aumento de H. 
influenzae, especialmente os produtores de β-
lactamase); 
• OMA: infecção do ouvido médio com presença 
local de inflamação e derrame purulento; 
↪ Deve-se pensar em OMA sempre que houver 
dor de ouvido; 
↪ Alta prevalência e morbidade, baixíssima 
mortalidade, mas é o mais frequente motivo de 
prescrição de antibióticos na infância; 
↪ Afeta mais as crianças entre 6 e 15 meses e 
em torno dos 6 anos no início da vida escolar; 
↪ Crianças pequenas: início súbito de febre após 
5 dias de IVAS, além de irritabilidade, dificuldade 
em permanecer na posição horizontal (“só quer 
colo”), choro inconsolável e alteração no sono = 
otoscopia para confirmar ou afastar OMA; 
↪ Leite materno durante ao menos 3 meses = 
fator protetor; 
↪ Fatores de risco: frequentar creche, ter pais 
fumantes, ter um familiar com OMA e usar 
chupeta; 
Otite externa: 
• Definição: inflamação do canal auditivo externo ou 
da aurícula; 
• “Orelha de nadador”; 
• Doenças infecciosas, alérgicas e dermatológicas 
podem levar à otite externa; 
• Infecção bacteriana aguda é a causa mais comum 
(90%); 
• Mais provável de ocorrer no verão em 
comparação ao inverno; 
↪ Aumento da umidade ambiente; 
↪ Participação em atividades aquáticas; 
• Limites anatômicos do canal auditivo são 
importantes nas complicações potenciais da otite 
externa: 
↪ Superior: fossa craniana média; 
IESPC I 
↪ Anterior: articulação temporomandibular e 
região parótida; 
↪ Medial: membrana timpânica; 
↪ Posterior: cavidade mastoidea; 
↪ Inferior: base do crânio e tecidos moles do 
pescoço; 
• Mecanismos de defesa inerentes ao canal 
auditivo: 
↪ Trago e cartilagem conchal: cobertura parcial 
da abertura do canal auditivo e impede a entrada 
de corpos estranhos; 
↪ Folículos capilares e estreitamento do istmo: 
inibição da entrada de contaminantes no canal 
auditivo; 
↪ Cerume: ajuda a criar um ambiente ácido no 
canal auditivo (inibe o crescimento de bactérias e 
fungos) e é hidrofóbico (repele água). Além disso, 
a qualidade pegajosa do cerume ajuda a reter 
detritos finos; 
• Patogênese: 
↪ Quebra da barreira pele-cerúmen; 
↪ Inflamação e edema da pele → prurido e 
obstrução; 
↪ Prurido → arranhões → mais lesões →
alteração da quantidade e qualidade de cerume 
produzido → prejuízo da migração epitelial e 
aumento do pH auditivo; 
↪ Canal auditivo escuro + quente + alcalino + 
úmido: local ideal para numerosos organismos; 
↪ Se ocorre lesão na pele, produção insuficiente 
de cerume ou bloqueio do meato acústico 
externo → adesão de patógenos → resposta 
inflamatória = sinais flogísticos; 
 
 
• Fatores de risco: 
↪ Natação ou exposição à água (excesso de 
umidade leva à maceração da pele e quebra da 
barreira pele-cerúmen, alterando a microflora do 
canal auditivo para bactérias predominantemente 
gram-negativas); 
↪ Qualquer trauma (limpeza excessiva e 
arranhões remove o cerúmen e pode criar 
abrasões ao longo da fina camada de pele no 
canal auditivo, permitindo que os organismos 
tenham acesso a tecidos mais profundos); 
↪ Dispositivos que ocluem o canal auditivo; 
↪ Dermatite alérgica de contato (ex: brincos ou 
produtos químicos em cosméticos ou shampoos); 
↪ Condições dermatológicas (ex: psoríase, 
dermatite atópica); 
↪ Radioterapia (pode causar alterações 
isquêmicas do canal auditivo, alterar a produção 
de cerume e a migração epitelial e predispor à 
otite externa); 
• Microbiologia: 
↪ Flora normal do canal auditivo: 
Bactérias aeróbicas: 
1. Staphylococcus epidermidis (78%); 
2. Espécies difteróides (29%); 
3. Estreptococo hemolítico alfa (18%); 
4. Pseudomonas aeruginosa (11%); 
5. Staphylococcus aureus (7%); 
Bactérias anaeróbicas: 
1. Cutibacterium acnes (Propionibacterium acnes) 
(18%); 
2. Peptococcus (3%); 
↪ Microrganismos patogênicos mais comuns 
para otite externa: Pseudomonas aeruginosa 
(38%), Staphylococcus epidermidis (9%) e 
Staphylococcus aureus (8%); 
↪ Infecção fúngica (2 a 10% das otites externas) 
ocorre mais frequentemente após o tratamento 
da infecção bacteriana; 
• Características clínicas: 
↪ Sintomas mais comuns: dor de ouvido, prurido, 
corrimento e perda auditiva; 
↪ Anamnese: questionar sobre perfuração 
conhecida da membrana timpânica, infecções 
prévias da orelha, qualquer cirurgia ou radiação 
anterior da orelha, doenças crônicas de pele, 
instrumentação recente da orelha, uso de 
dispositivos no canal auditivo e exposição à água; 
↪ Exame físico: aurícula e trago devem ser 
examinados quanto a eritema ou sinais de trauma; 
▪ Ternura com pressão trágica ou quando a 
aurícula é manipulada ou puxada são achados 
indicativos de otite externa (podem estar 
ausentes em casos leves); 
▪ Otoscopia: canal auditivo geralmente aparece 
edemaciado e com eritema na otite externa. Os 
detritos ou cerúmen são tipicamente amarelos, 
marrons, brancos ou cinza. A membrana 
timpânica pode ser eritematosa e apenas 
parcialmente visível devido ao edema do canal 
(membrana timpânica não abaulada = otite 
externa); 
▪ A presença de um nível de líquido do ar ao 
longo da membrana timpânica (na otoscopia) é 
indicativa de derrame na orelha média e otite 
média subjacente; 
 
 
 
 
 
1. Parte Flácida 
2. Parte Tensa 
3. Trígono Luminoso 
4. Umbigo da Membrana Timpânica 
5. Cabo (Manúbrio) do Martelo 
 
▪ Otoscópico pneumático: membrana timpânica 
em pacientes com otite externa deve ser móvel 
com insuflação pneumática; 
▪ Se há membrana timpânica perfurada, 
provavelmente o foco principal da doença seja 
o ouvido médio, com inflamação secundária do 
canal auditivo; 
▪ Avaliar quanto aos achados que possam indicar 
otite externa maligna (sinal clássico: tecido de 
granulação na junção cartilaginosa óssea do 
assoalho do canal auditivo. A necrose franca da 
pele do canal auditivo pode ser evidente); 
• Gravidade: varia de leve a grave, com base nos 
sintomas apresentados e no exame físico; 
↪ Doença leve: pequeno desconforto e prurido. 
Há edema mínimo no canal; 
 
↪ Doença moderada: grau intermediário de dor 
e prurido. O canal está parcialmente ocluído; 
 
↪ Doença grave: dor intensa e o canal é 
completamente ocluído pelo edema. Geralmente, 
há eritema periauricular, linfadenopatia e febre; 
 
• Diagnóstico: 
↪ Clínico, com base em histórico característico e 
exame físico; 
↪ Otite externa aguda difusa: início rápido 
(geralmente em 48 horas) nas três semanas 
anteriores,com sinais e sintomas de inflamação do 
canal auditivo ou edema ou eritema difuso do canal 
auditivo, com ou sem otorreia, adenopatia regional, 
eritema da membrana timpânica ou celulite do 
pinha e pele adjacente; 
↪ Culturas: pacientes com otite externa leve e 
moderada não precisam de cultura do canal auditivo 
antes do início da terapia. As culturas devem ser 
realizadas naqueles com otite externa grave, otite 
externa recorrente, otite externa crônica, pacientes 
imunossuprimidos, infecções em pacientes após 
cirurgia de ouvido e pacientes que não respondem 
à terapia inicial; 
• Diagnóstico diferencial: com relação à otite 
externa bacteriana aguda; 
↪ Otomicose: infecção fúngica do canal auditivo 
externo. 
▪ Pode ocorrer como infecção primária ou se 
desenvolver juntamente com a otite externa 
bacteriana, geralmente como resultado da 
antibioticoterapia (preocupação quanto ao uso 
excessivo de gotas antibióticas – proliferação de 
fungos). 
▪ Aspergillus niger e Candida são os fungos mais 
comuns. 
▪ Geralmente há relato de prurido, desconforto, 
corrimento e/ou sensação de que algo está no 
canal auditivo. 
▪ Prurido profundo é o sintoma mais problemático. 
A dor é menos intensa do que na otite externa 
bacteriana. 
▪ Infecções fungas localizadas no aspecto medial 
do canal auditivo (facilita acúmulo de detritos, é 
mais escuro e quente = promoção do 
crescimento de fungos); 
▪ Edema no canal auditivo é menos grave do que 
na otite externa bacteriana; 
 
 
↪ Dermatite de contato: reações de 
hipersensibilidade tardia de Gell e Coombs tipo IV. 
A exposição secundária ao alérgeno inicia uma 
resposta inflamatória; 
▪ Deve ser considerada se houver falta de 
resposta ao tratamento da otite externa por 1 
semana; 
▪ Prurido é o sintoma dominante; 
▪ Eritema se intensifica e estende-se 
classicamente ao aspecto inferior da cartilagem 
da concha (local onde frequentemente as gotas 
de medicamentos ototopicais se acumulam após 
a aplicação); 
▪ Agentes ototopicais comuns que causam 
reações alérgicas: neomicina, benozaína e 
propilenoglicol; 
 
 
 
↪ Otite média supurativa crônica: podem 
apresentar orelha drenada e, por engano, serem 
classificados como otite externa. Longa história de 
doença do ouvido. Otorréia, otalgia, perda auditiva, 
zumbido ou vertigem. Sintomas do canal auditivo 
são leves e focados medialmente perto da 
membrana timpânica. 
↪ Carcinoma do canal auditivo: é uma doença 
rara e deve ser considerada sempre que houver 
crescimento anormal de tecido no canal auditivo 
ou falta de resposta ao tratamento prolongado da 
otite externa. Menor frequência do que o câncer 
auricular. Dor leve e Otorréia com sangue são 
sintomas comuns. Otoscopia: lesão friável do canal 
auditivo com purulência circundante. 
↪ Psoríase: geralmente pode envolver o canal 
auditivo externo, causando vermelhidão e 
descamação, podendo estender-se para concha 
e aurícula. 
• Complicações: 
↪ Celulite periauricular: eritema, edema e calor da 
pele ao redor da aurícula. A dor geralmente é 
leve e manifestações sistêmicas geralmente 
estão ausentes. 
 ↪ Otite externa maligna (otite externa 
necrosante): é uma complicação grave e 
potencialmente fatal da otite externa bacteriana 
aguda. Mais comum em pacientes diabéticos 
idosos ou em outros indivíduos 
imunocomprometidos. Ocorre quando a infecção 
se espalha da pele para os espaços ósseos e 
medulares da base do crânio (também 
envolvendo tecidos moles e cartilagens da região 
temporal). Geralmente os pacientes apresentam 
otalgia e otorréia graves. Otoscopia: tecido de 
granulação na junção cartilaginosa óssea do 
assoalho do canal auditivo é um achado clássico. 
Edema, eritema e necrose franca da pele do canal 
auditivo podem ser evidentes. Paralisia do nervo 
craniano é sinal de mal prognóstico. Taxa de 
sedimentação eritrocitária (VHS) acentuadamente 
elevada. Diagnóstico pode RM ou TC. Devem ser 
encaminhados imediatamente para 
otorrinolaringologista. 
• Tratamento: 
1. Limpeza do canal auditivo: remoção de 
cerúmen, pele descamada e material 
purulento → facilita a cicatrização e melhora 
a penetração das gotas no ouvido no canal 
da inflamação. Deve ser realizada por um 
otoscópio com uso de alça de fio ou 
cotonete. Se a membrana timpânica estiver 
intacta, pode-se aplicar diluição de peróxido 
de hidrogênio a 3% com água à temperatura 
corporal. 
2. Tratamento de inflamações e infecções: 
depende da gravidade da otite externa. 
a. Leve à moderada: medicamentos tópicos. 
Otite leve: agente acidificante + glicocorticóide 
(ácido acético-hidrocortisona). Otite moderada: 
requer agente acidificante + glicorticóide + 
antibiótico (ciprofloxacina—hidrocortisona e 
neomicina-polimixina B-hidrocortisona são 
agentes de primeira linha); 
b. Grave: terapia tópica + colocação de mechas 
e, se houver evidência de infecção tecidual 
profunda, antibióticos orais. Preparação tópica 
ácida que contenha antibiótico, anti—séptico e 
glicocorticiode. Ciprofloxacina-hidrocortisona. 
As mechas se expandem à medida que o 
medicamento ototopical é aplicado e permite 
que tenha acesso adequado dos agentes 
tópicos ao canal medial, principalmente em 
casos de inchaço. São feitas de esponja de 
álcool polivinílico. Pacientes com infecção 
tecidual mais profunda devem usar antibióticos 
sistêmicos, além de antibióticos tópicos – 
recomenda-se uma quinolona, como 
ciprofloxacina 500mg, 2x ao dia para adultos 
ou 10mg/kg/dose, 2x ao dia para crianças, por 
7 a 10 dias ou ofloxacina (S. aureus e P. 
aeruginosa) 
OBS: o uso de antibióticos, tópicos ou 
sistêmicos, deve ter cobertura contra 
Staphylococcus aureus e Pseudomonas 
aeruginosa. 
3. Controle da dor: anti-inflamatórios não 
esteróides (AINEs) orais, como ibuprofeno ou 
naproxeno. Dor intensa associada a doença 
grave pode precisar de analgésicos opioides. 
 
Otite média: 
• Critérios diagnósticos para otite média aguda 
(OMA): início agudo de dor de ouvido, sinais de 
inflamação do ouvido médio – hiperemia intensa 
ou opacificação da membrana timpânica – e 
presença de derrame no ouvido médio – 
abaulamento da MT, nível líquido ou otorréia por 
perfuração da MT; 
• Patógenos mais comuns: Streptococcus 
pneuminae, Haemophilus influenza e Moraxella 
catarrhalis; 
• Vacina heptavalente mudou o perfil etiológico, 
reduzindo o Streptococcus e aumentando o 
Haemophilus; 
• A maior causa de uso indevido de antibióticos em 
criança é por OMA; 
• Antibióticos não mudam o risco de complicações. 
Podem levar a uma mais rápida e resolução da 
dor, mas aumentam muito o risco de efeitos 
adversos, como rash, diarreia, náusea e vômito; 
• O que fazer? 
↪ Dois desafios: 
1. Diagnosticar a causa da dor de ouvido; 
2. Em caso de infecção do ouvido médico, 
avaliar a necessidade de tratamento 
antibiótico (maioria dos casos regride 
espontaneamente só com analgesia); 
↪ Anamnese melhora a possibilidade diagnóstica 
da otoscopia, mesmo com a pouca acurácia 
desta; 
↪ Otalgia que se segue de febre e agravamento 
da sintomatologia pode estar indicando que se 
iniciou uma infecção e exigirá otoscopia, em 
busca de cumprir os critérios diagnósticos para 
OMA; 
↪ Sinais com sensibilidade alta: hiperemia de 
membrana timpânica (porém, baixa 
especificidade); 
↪ Sinais com boa especificidade, mas menos 
frequentes ou inúteis na tomada de decisão: 
perfuração de membrana com otorreia; 
 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE OMA 
Anamnese 
(Início 
agudo de 
sintomas) 
Inespecíficos Febre, choro, irritabilidade, 
redução de ingestão, 
inquietude noturna, 
rinorreia e tosse. 
Específicos Relato de dor de ouvido 
ou esfregar/puxar a 
orelha. Suspeita de dor 
de ouvido pelos pais. Dor 
que interfere nas 
atividades ou sono. 
Aleitamento artificial pode 
aumentar o risco de 
OMA em 5x. 
Otoscopia 
 
Sinais de inflamação 
do ouvido médio 
Eritema da membrana 
timpânica. (fig 1) 
Abaulamento da 
membrana timpânica, 
geralmentecom 
modificação do triângulo 
luminoso e perda da 
visualização dos ossículos. 
(fig 2) 
(Presença de 
derrame purulento 
no ouvido médio) 
Nível hidroaéreo por trás 
da membrana timpânica 
(difícil de visualizar). (fig. 3) 
Perfuração da membrana 
timpânica com ou sem 
otorreia visualizável no 
conduto auditivo. (fig. 4) 
Mobilidade da membrana 
timpânica limitada ou 
ausente (difícil de 
visualizar). (fig. 5). 
 
↪ Diagnóstico da certeza, pela constatação direta 
da presença de pus no ouvido médio, só é 
possível com timpanocentese; 
↪ Busca de sinais indiretos por meio da otoscopia, 
para visualização das características da membrana 
timpânica; 
↪ Eritema e alteração da posição do tímpano na 
otoscopia; 
↪ Exame físico sem resistência do examinado ou 
evidência de dor local durante a acomodação do 
otoscópio no conduto reduz a probabilidade de 
inflamação no ouvido médio; 
↪ Compressão do trágus não tem acurácia 
estudada e, por isso, não tem utilidade prática; 
↪ Geralmente o calor local de eventual 
inflamação tende a reduzir a presença de 
cerume. A retirada do cerume para melhorar a 
visão da MT é recomendada em ambiente 
ambulatorial de especialidades focais, mas, na APS, 
só deverá ser realizada se o médico foi treinado 
para isso e dispõe de otoscópio próprio para 
manipulação do conduto auditivo sob visão; 
↪ Mobilidade de membrana timpânica: por 
otoscopia pneumática (sensibilidade acima de 
90% e especificidade próxima a 80%). Pouca 
possibilidade de realização em ambulatório de 
APS; 
↪ Achados da MT altamente sugestivos de OMA: 
abaulamento, opacificação e imobilidade; 
 
↪ Hiperemia discreta da membrana: baixa 
acurácia diagnóstica (pode surgir por choro ou 
febre da criança). Entretanto, se apresentar 
coloração normal, é improvável que seja OMA; 
↪ Com efusão: presença de líquido seroso, 
sanguinolento ou purulento. Redução da 
mobilidade da membrana timpânica. Redução da 
transparência da membrana timpânica; 
 
• Exames complementares: 
↪ Otoscopia é suficiente e definitiva; 
↪ Timpanometria: pode ser útil quando há 
dúvidas diagnósticas em OMA de repetição (valor 
preditivo 90%); 
↪ TC: pode ser útil apenas para avaliação de 
complicações, como mastoidite; 
• Tratamento: 
↪ Tratamento inicial: manejo da dor; 
↪ Alguns casos – uso inicial de antimicrobiano; 
↪ Estratégias de condução: início precoce de 
antibiótico ou suporte à dor e observação; 
↪ Sem antibióticos: 
▪ 60% das crianças: sintomas melhoram em 24 
horas; 
▪ 80%: condição se resolve em 3 dias; 
↪ Escolha: idade da pessoa, nível da certeza 
diagnóstica, da gravidade do quadro e da 
possibilidade de retorno para seguimento; 
↪ Tempo de observação poderá selecionar os 
casos em que seja necessário o apoio antibiótico 
(orientar sobre a necessidade de reavaliações 
tempestivas quando não houver melhora); 
• Tratamento não farmacológico: 
↪ Concomitantemente ao tratamento 
farmacológico; 
↪ Manter o máximo a criança no colo, 
confortável e calorosamente, na posição vertical 
– atitude que tende a reduzir o sofrimento; 
↪ Ao colocar no berço, manter a cabeça elevada; 
↪ Criança não deve mamar na posição deitada; 
↪ Crianças menores de 1 ano ainda possuem a 
tuba auditiva horizontalizada, o que facilita a 
migração de secreção presente na mucosa 
nasal/sinus para o ouvido médio, via tuba auditiva; 
↪ Podem ser usadas 2 gotas de azeite de oliva, 
ou ainda, tapar o ouvido com algodão untado com 
azeite de oliva. Não há necessidade de aquecer o 
óleo, pois a própria temperatura do corpo o fará; 
↪ Nos dias frios, é recomendado o uso de gorros 
que proteja as orelhas; 
↪ Aplicação de gotas com a mistura de alho 
esmagado + azeite de oliva = redução de dor; 
↪ Usar fraldinha, toalhinha ou outro tecido macio 
como compressa seca, que é aquecida com ferro 
de passar roupa. Manter durante 10 a 15 minutos 
e alternar os ouvidos.; 
• Tratamento farmacológico: 
1. Manejo da dor: 
↪ Enquanto anti-histamínicos e 
descongestionantes não mostraram redução dos 
sintomas, anestésico local em gotas mostrou 
resultados contraditórios; 
↪ Paracetamol e ibuprofeno, por demanda e não 
em horários fixos, mostraram redução 
proporcional dos sintomas = fármacos de escolha 
para a maioria dos casos, nas doses seguintes; 
▪ Ibuprofeno: 40 mg/kg para crianças e 600mg 
para adultos, 3-4x/dia, por no máximo 3 dias. 
Evitar uso concomitante de anti-histamínicos e 
antitussígenos (interação medicamentosa); 
▪ Paracetamol: crianças até os 12 anos: 10-15 
mg/kg; acima de 12 anos: 325-500 mg; adultos: 
750mg. Ministrar 4x/dia. Provoca efeitos 
adversos em cerca de metade das vezes em 
relação ao ibuprofeno; 
2. Manejo da infecção: 
↪ Uso de antibióticos em casos selecionados de 
OMA; 
↪ Recomenda-se, empiricamente, 5 a 7 dias de 
antibiótico para maiores de 6 anos com quadros 
leves a moderados e, nos demais casos, 10 dias de 
tratamento; 
↪ Exceção para ceftriaxona, administrada em 
uma única dose; 
↪ Amoxicilina: primeira escolha; 
↪ Olhar quadro ao lado, referente ao tratamento 
antibiótico de OMA segundo a idade da criança; 
↪ Amoxicilina: 
▪ Indicação: primeira escolha. Geralmente 
disponível em UBS; 
▪ Custo: +++ 
▪ Dose: 80-90mg/kg/dia, em 2 a 3 tomadas; 
▪ Efeitos adversos mais comuns: diarreia, náusea, 
vômito e rash cutâneo (iogurte caseiro 
concomitante pode prevenir). Escurecimento 
dos dentes (reduz com escovação). Menos 
frequente: superinfecção grave com colite por 
Clostridium difficile. 
↪ Amoxicilina + clavulanato: 
▪ Indicação: quadro severo (otalgia que não 
melhora com analgésico ou febre > 39° C). 
Quando se quer cobertura adicional para H. 
influenzae β-lactamase positivo ou M. catarrhalis; 
▪ Custo: +++++++ 
▪ Dose: 90mg/6,4mg/kg/dia, divididos em 2 doses 
diárias; 
▪ Efeitos adversos mais comuns: diarreia ou perda 
de fezes, náusea, vômito, urticária e rash 
cutâneo. Menos frequente: superinfecção grave 
com colite por Clostridium difficile. 
↪ Azitromicina: 
▪ Indicação: alergia à penicilina. Dosagem 
confortável. 
▪ Custo: +++ 
▪ Dose: 10mg/kg/dia, no 1° dia. Após, 5mg/kg/dia, 
por mais 4 dias. Dose única diária. 
▪ Efeitos adversos: Dor abdominal, diarreia ou 
perda de fezes, náusea, vômito, urticária e rash 
cutâneo. Distúrbio auditivo reversível. Menos 
frequente: superinfecção grave com colite por 
Clostridium difficile; 
↪ Sulfametoxazol-trimetoprima: 
▪ Indicação: alergia à penicilina. Baixo custo. 
Geralmente disponível em UBS. 
▪ Custo: + 
▪ Dose: 6-10mg/kg/dia de trimetoprima, divididos 
em 2 tomadas por dia; 
▪ Efeitos adversos: Prurido, rash cutâneo, 
desconforto epigástrico, diarreia, náusea, 
vômito, alteração do paladar, glossite. Interfere 
na absorção de ácido fólico – possíveis efeitos 
hematológicos. Graves: superinfecção grave 
com colite por Clostridium difficile. Síndrome de 
Stevens-Johnson; 
↪ Ceftriaxona: 
▪ Indicação: Intolerância à medicação via oral 
▪ Custo: ++ 
▪ Dose: 50mg/kg, IM, dose única; 
▪ Efeitos adversos: reação local: dor, calor, flebite, 
endurecimento. Demais efeitos são raros, por 
ser dose única. 
 
 
• Quando encaminhar: 
↪ Casos de persistência dos sintomas e sinais 48 
a 72 horas após a antibioticoterapia; 
↪ Casos em que a família perceba algum tipo de 
déficit auditivo após um episódio de OMA; 
• Erros mais frequentemente cometidos: 
↪ Diagnóstico de OMA pela apresentação apenas 
de hiperemia de membrana timpânica. Esse sinal 
pode ocorrer em IVAS, febre, choro ou otalgia 
sem infecção; 
↪ Tratar dor de ouvido com antibiótico; 
↪ Usar antibiótico em todos os casos suspeitos 
de OMA: cerca de 80% evoluem para cura 
espontânea. Por isso, devem-se selecionar os 
casos em que o antibiótico deve ser iniciado; 
↪ Uso de anti-histamínico, descongestionantes 
nasais e corticoide estão contraindicados, pois não 
favorecem o restabelecimento e podem agravar 
o quadro; 
• Prognóstico e complicações possíveis: 
↪ Resolução espontâneaocorre em 3 a 4 dias 
em 97% das crianças que não encontraram 
critérios para uso de antibiótico; 
↪ Em crianças com menos de 2 anos os 
sintomas podem persistir por até 7 dias; 
↪ Podem advir recorrências, que têm curto 
período de duração e seu manejo é semelhante 
à OMA não recorrente; 
↪ Complicações como meningite, mastoidites e 
redução da acuidade auditiva são raras e o uso 
de antibióticos não altera o prognóstico; 
• Atividades preventivas e de educação: 
↪ Vacinação contra influenza tem limitadas e 
inconsistentes provas para prevenção; 
↪ Leite materno ao menos nos primeiros 6 
meses de vida reduzem o risco de OMA; 
↪ Reduzir a probabilidade de IVAS pela alteração 
dos planos de cuidados; 
↪ Evitar mamar em posição horizontal; 
↪ Limitar o uso de chupeta nos 6 a 12 meses de 
idade, apenas na hora do adoecimento; 
↪ Evitar tabagismo passivo; 
↪ Administrar vacina antipenumocócica; 
 
Otite interna/Labirintite aguda: 
• Mesma coisa que neurite vestibular/neuronite 
vestibular/labirintite aguda; 
 
• Terceira causa de vertigem; 
• Fisiopatologia: 
↪ Processos infecciosos geram inflamação no 
labirinto, estrutura constituída pela cóclea e 
vestíbulo; 
↪ Patógenos e leucócitos surgem (pelo trato 
respiratório superior) espaço perilinfático; 
↪ Leucócitos saem dos vasos por diapedese, 
realizam fagocitose, liberam mediadores 
inflamatórios, causam edema na região, 
prejudicam a sensibilização de terminações 
nervosas do nervo vestibulococlear e 
comprometem a circulação do líquido no sistema 
vestibular; 
• Otite interna/labirintite: 
↪ Queixas principais comuns: “vertigem”, “perda 
de audição”, “perda de consciência”, 
“desequilíbrio”; 
↪ Febre, sensação de zumbido, otalgia, náusea, 
vômitos, cefaleia; 
↪ Antecedentes pessoais patológicos: meningite 
ou mastoidite ou fratura traumática do labirinto ou 
otite média; 
↪ Exame físico: avaliação do nistagmo 
espontâneo, nistagmo de posição, Fukuda e teste 
de marcha, manobra de Nylen-Bárány, para 
confirmar vertigem periférica; 
↪ Exames complementares: TC ou RM; 
 
 
 
 
• Tratamento: 
↪ Costicosteroides são indicados para o 
tratamento, tendo como referência a 
metilpredinisolona; 
↪ Tratamento profilático: cautela com a ingestão 
de bebidas alcoólicas e observação no uso de 
antibióticos aminoglicosídeos que podem causar a 
disfunção; 
• Complicações: 
↪ Labirintite: serosa ou purulenta; 
▪ Serosa: característica; 
▪ Purulenta: disseminação da infecção para os 
espaços labirínticos, causando uma inflamação 
purulenta que pode acabar evoluindo para 
fibrose e neoformação óssea;

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