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Ciência Politica com exercícios comentados

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CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
A Ciência Política é uma disciplina das Ciências Sociais que estuda os 
sistemas de governo, analisa o comportamento político e as atividades 
políticas em geral. Cuida, principalmente, dos atos e dos atores que 
participam de atividades políticas, considerando suas ações e o cenário 
em que essas ações são tomadas.
É função da Ciência Política debruçar-se sobre o estudo dos processos de 
disputa política, Recorrendo, inclusive, a diversas outras áreas do 
conhecimento humano, tais como a economia, o direito, a sociologia, a 
história, a antropologia, a administração pública, entre outras.
A Ciência Política baseia-se em documentos históricos, em registros 
oficiais, na produção de pesquisa por questionário, análises estatísticas, 
estudos de caso e na construção de modelos.
Já a Teoria Geral do Estado estuda os fenômenos do Estado, desde sua 
origem, formação, estrutura, organização, funcionamento e suas 
finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo que considera 
existindo no Estado ou sobre ele influindo.
Em Portugal e no Brasil a Teoria geral do Estado vem, nos últimos 
tempos, se identificando com a Ciência Política. Isso advém 
principalmente de um maior intercâmbio com o meio acadêmico 
Estadunidense. Publicaram obras de Ciência Política alguns mestres 
consagrados da TGE, como Paulo Bonavides e Darcy Azambuja
Debruçando-se sobre o conceito de Estado, podemos dizer que é uma 
sociedade política e soberana, juridicamente organizada, que nasce por 
um ato de vontade humana, objetivando o bem comum do povo situado 
em seu território.
Na Antiguidade, o Estado foi estudado por Aristóteles que, analisando as 
cidades-estados gregas, sob o ponto de vista político, destacou as formas 
de governos ideais. Já a Idade Média foi caracterizada, principalmente, 
pelos conflitos existentes entre o poder papal, detentor do poder total, e o 
poder real e entre esse e os senhores feudais.
Nesta época, como o poder se encontrava descentralizado, ou seja, 
disperso nos Feudos, não era possível falar em Estado na sua acepção 
estrita.
A partir de Maquiavel (1464 – 1527), com seu livro “O Príncipe”, é que o 
Estado passou a ser estudado através do ponto de vista político, com a 
análise, principalmente, de sua organização e sua atuação.
A respeito, Nelson Saldanha (Pequeno Dicionário de Teoria da Direito e 
Filosofia Política, Sergio Antonio Fabris Editor, p.197) ensina que, 
segundo certos pensadores, o Estado teria surgido apenas no mundo 
moderno, mas, em seu sentido amplo, realmente “ele apareceu quando, 
nas culturas do Oriente Antigo, estruturou-se o poder de forma 
monárquica, fortalecendo o centro decisório-administrativo-militar sobre 
periferias urbanas e sociais”.
Acrescente-se que, para Miguel Reale, o Estado apresenta três faces: “O 
Estado apresenta uma face social, relativa à sua formação e ao seu 
desenvolvimento em razão de fatores sócio-econômicos; uma face 
jurídica, que é a que se relaciona com o Estado enquanto ordem jurídica; 
Ciência Politica com exercícios comentados
 Página 1 de Direito 
jurídica, que é a que se relaciona com o Estado enquanto ordem jurídica; 
e uma face política, onde aparece o problema das finalidades do governo 
em razão dos diversos sistemas de cultura”.
Assim sendo, a Teoria Geral do Estado estuda o Estado em seu tríplice 
aspecto (social, jurídico e político) e a Ciência Política preocupa-se, 
principalmente, com o aspecto prático relativo ao exercício do poder. 
Portanto, enquanto “...a Teoria Geral do Estado preocupa-se em estudar o 
fenômeno político por excelência, qual seja, o Estado, como pessoa 
jurídica dotada de um poder soberano e de um ordenamento jurídico 
visando ao bem comum, a Ciência Política preocupa-se com os aspectos 
práticos do exercício do referido poder” (José Geraldo Brito Filomeno. 
Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 4ª ed.: São Paulo: 
Forense Universitária, p. 18).
Entretanto, não há como dissociar o Estado da política. De fato, Max 
Weber, em uma Conferência publicada com o título “A Política como 
Vocação” conceitua Política como sendo “o conjunto de esforços feitos 
com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja 
entre Estados, seja no interior de um único Estado”.
Segundo Paulo Bonavides (Ciência Política, 10ª ed.:São Paulo, Malheiros, 
p. 38) “a Ciência Política, em sentido lato, tem como objeto o estudo dos 
acontecimentos, das instituições e das idéias políticas, tanto em sentido 
teórico (doutrina), como em sentido prático (arte), referido ao passado, 
ao presente e à possibilidade futuras”.
Por outro lado, cumpre observar que o Direito Constitucional estuda a 
organização de um Estado determinado, como fato histórico, singular e 
concreto. A Teoria Geral do Estado, por sua vez, é considerada como o 
complemento teórico do Direito Constitucional ou como sua parte geral.
Nesse contexto, Dalmo de Abreu Dallari demonstra que a Teoria Geral do 
Estado tem como objeto o “...estudo do Estado sob todos os aspectos, 
incluindo a origem, a organização e o funcionamento e as finalidades 
compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se considere existindo 
Estado e influindo sobre ele” (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª 
ed.: São Paulo: Saraiva, p. 6).
Origem do Estado
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (Elementos de Teoria Geral do Estado. 
25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 52) o estudo da origem do Estado leva a 
duas indagações: a primeira a respeito da época do seu surgimento e a 
segunda relativa aos motivos que levaram a seu surgimento.
1. Posições a respeito da época do surgimento do Estado
1.1) Primeira posição: alguns autores defendem que o Estado, assim 
como a própria sociedade, sempre existiu, ou seja, “... desde que o 
homem vive sobre a terra acha-se integrado numa organização social, 
dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento de 
todo o grupo” (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: 
Saraiva, p. 52).
1.2) Segunda posição: há outros autores que sustentam que a sociedade 
humana já viveu sem o Estado durante um determinado período, sendo 
que este apenas surgiu no momento em que houve a necessidade de 
atender as necessidades ou as conveniências dos grupos sociais;
1.3) Terceira posição: esta teoria é defendida pelos autores que apenas 
“... admitem como Estado a sociedade política dotada de certas 
características muito bem definidas”[1], relativas ao exercício da 
soberania.
 Página 2 de Direito 
soberania.
Defensores: Karl Schmidt (a justificativa do Estado apareceu com o 
surgimento da soberania) e Balladore Pallieri que indica a data de 
nascimento do Estado no ano em que o mundo ocidental se apresenta 
organizado em Estados (1648, ano em que foi assinada a paz de 
Westfália).
2. Teorias relativas as causas que levaram ao surgimento do Estado:
2.1.Teoria da formação originária do Estado
O Estado surge de agrupamentos humanos que ainda não se 
encontravam integrados em qualquer Estado.
2.1.1. Teorias da formação natural ou espontânea do Estado
Os autores que defendem esta Teoria, apesar de divergirem entre si em 
relação às causas, sustentam que o Estado se formou naturalmente, 
independentemente de um ato voluntário.
a) origem familiar
Esta teoria sustenta que o Estado deriva do núcleo familiar, tendo 
surgido, portanto, de um casal originário;
b) origem patriarcal
O Estado surgiu de um núcleo familiar, sendo que autoridade suprema 
pertenceria ao ascendente varão mais velho (patriarca).
c) origem matriarcal
Sustentada pelos autores que defendem que o núcleo familiar tem a mãe 
como dirigente e autoridade suprema das primitivas famílias.
c) Origem em atos de força, violência ou conquista
Defendida Hobbes, que afirma que, em Estado de natureza, os homens, 
seriam inimigos uns dos outros, vivendo em constante guerra, a qual 
termina com a vitória dos mais fortes. Nesse contexto, o Estado teria 
surgido para organizaro grupo dominante e lhe dar condições, portanto, 
em manter o poder sobre os vencidos.
d) Origem em causas econômicas e patrimoniais ou econômicas
Sustentada, principalmente, por Marx e Engels. Para este último, o Estado 
não teria surgido junto com a sociedade, sendo apenas um produto da 
sociedade, quando ela chegasse a um determinado grau de 
desenvolvimento (impondo sua força sobre a classe que não possuísse 
poder econômico).
e) Origem no desenvolvimento interno da sociedade
Sustentada por Robert Lowie que defende que toda sociedade humana 
prescinde do Estado, enquanto aquela se mantém simples e pouco 
desenvolvida, sendo que o próprio desenvolvimento espontâneo da 
sociedade gera a necessidade do Estado.
2.1.2. Teorias da formação contratual do Estado
Os autores que sustentam esta Teoria, apesar de também divergirem 
quanto às causas, defendem a tese da criação contratualista do Estado.
2.2. Formação derivada do Estado
Os novos Estados se formam a partir de outros preexistentes, sendo este 
o processo mais comum atualmente.
2.2.1. Fracionamento e união de Estados
Desmembramento de parte do território de um Estado, para a 
constituição de um novo Estado que adquire ordenação jurídica própria, 
passando a agir com independência (ex. territórios coloniais localizados 
na África que se desmembraram, com a conquista da independência, para 
formar um novo Estado por formação derivada).
2.2.2) União de Estados
 Página 3 de Direito 
2.2.2) União de Estados
Quando dois ou mais Estados unem-se para compor um novo Estado. 
“Todos os componentes desaparecem como Estados, surgindo em seu 
lugar uma nova entidade, que absorve todas as características de Estado 
que pertenciam àqueles que se uniram para formá-lo.”[2]
[1] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 53.
[2] Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: Saraiva, p. 56.
Exercício 1:
Assinale a alternativa falsa:
A)
O Estado é uma sociedade apolítica, juridicamente organizada, sendo que 
o bem comum do povo não constitui, necessariamente, o principal 
objetivo do Estado
B)
Segundo Miguel Reale, o Estado apresenta três faces: jurídica, social e 
política
C)
A face jurídica do Estado é a que se relaciona com o Estado enquanto 
ordem jurídica
D)
A face social do Estado é a que se relaciona com sua formação e seu 
desenvolvimento em razão de fatores sócioeconômicos.
E)
A face política do Estado está relacionada com o problema das finalidades 
do governo em razão dos diversas sistemas de cultura.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Somos uma sociedade política onde o principal objetivo é o bem 
comum para o povo.
Exercício 2:
Assinale a alternativa correta:
A) O objeto da Teoria Geral do Estado é a filosofia política
B) O Estado encontra-se dissociado da política
C) A Ciência Política estuda a organização política e os comportamentos 
políticos do Estado, assim considerado como um sujeito de direitos e 
obrigações ilimitados;
D) A Ciência Política não é uma disciplina autônoma
E) A Teoria Geral do Estado é um dos ramos do Direito Público e a Ciência 
Política do Direito Privado
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) o Estado, como pessoa jurídica dotada de um poder soberano e de um 
ordenamento jurídico visando ao bem comum, a Ciência Política 
preocupa-se com os aspectos práticos do exercício do referido poder
Exercício 3:
Assinale a alternativa incorreta:
A) O Estado, em sua acepção ampla, foi estudado por Aristóteles já na 
Antiguidade;
B) Na Idade Média o poder encontrava-se disperso nos feudos
 Página 4 de Direito 
B) Na Idade Média o poder encontrava-se disperso nos feudos
C) Em sentido estrito, o Estado teria surgido apenas no mundo moderno, 
mas em sentido amplo, teria aparecido, quando, no Oriente antigo, 
estruturou-se o poder de forma monárquica
D) Em sua acepção estrita, o Estado surgiu apenas após a Primeira 
Guerra Mundial
E) Foi a partir de Maquiavel, em sua obra O príncipe, que o Estado passou 
a ser estudado sob um ponto de vista mais político
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) O Estado é defendido por alguns por sempre ter existido e defendido 
por outros que nasceu a partir da necessidade de conveniencia dos 
grupos sociais
Exercício 4:
Para alguns autores são elementos constitutivos do Estado:
I- população;
II- território;
III- soberania;
A)
apenas o item I está correto
B)
os itens I, II e III estão corretos
C)
apenas os itens II e III estão corretos
D)
Apenas o item III está correto
E)
Os itens I, II e III são falsos
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
D) a soberania é o poder absoluto e perpétuo de um Estado-Nação
C) a soberania é o poder absoluto e perpétuo de um Estado-Nação e o 
seu territorio
B) O Estado não é reconhecido somente através do seu poder, mas sim 
de elementos constitutivos, tais como povo, território e a soberania
CONSTITUIÇÃO E PODER CONSTITUINTE
Segundo Celso Ribeiro Bastos o Poder constituinte “... pode ser 
considerado como uma forma especial de produção jurídica, cuja função 
precípua é criar a lei básica de uma sociedade (a Constituição)”. (Curso 
de Teoria do Estado e Ciência Política. 4ª ed.: São Paulo: Saraiva, pp. 
87-88.).
Referido autor explica que o poder constituinte é exercido apenas em 
situações muito excepcionais, a exemplo de grandes crises sociais, 
econômicas ou políticas, ou até mesmo pela formação originária de um 
Estado. Nestas hipóteses, a inexistência de uma Constituição (em caso de 
 Página 5 de Direito 
Estado. Nestas hipóteses, a inexistência de uma Constituição (em caso de 
criação de um Estado novo) ou a imprestabilidade das normas 
constitucionais vigentes para manter a situação sob sua regulação, levam 
a necessidade de emergir este Poder constituinte.
Titularidade e Exercício do Poder Constituinte
Nas democracias, o titular do poder constituinte é o povo que elege, 
através de eleições diretas, os seus representantes para que, em seu 
nome, elaborem uma nova Constituição. E o seu exercício se dá através 
da assembleia nacional constituinte, composta por representantes eleitos 
democraticamente pelo povo, para a elaboração do novo Texto 
Constitucional.
Modalidades de Poder Constituinte
O Poder Constituinte se divide em:
a) Poder Constituinte Originário
O poder constituinte originário cria uma nova ordem jurídica, seja através 
da primeira Constituição de um Estado, seja através de uma nova 
Constituição.
Com a promulgação de uma nova Constituição há uma ruptura com o 
ordenamento jurídico anterior e, em consequência, inicia-se uma nova 
ordem jurídica constitucional que não encontra limites no direito positivo 
anterior. Portanto, o poder constituinte originário é inicial, ilimitado, 
incondicionado e autônomo.
b) Poder Constituinte Derivado
O poder constituinte derivado ou reformador é aquele que altera a 
Constituição vigente, através do processo legislativo nela previsto. 
Segundo Celso Ribeiro Bastos (Curso de Teoria do Estado e Ciência 
Política. 4ª ed.: São Paulo: Saraiva, pp. 99), “ele é, no fundo, tido por 
constituinte em virtude de o produto da sua atividade, vale dizer, a 
emenda constitucional, passa a beneficiar-se da mesma força hierárquica 
da Constituição”.
O Poder constituinte derivado é limitado, subordinado e condicionado.
b1) Poder Constituinte Derivado Emendador
As emendas constitucionais objetivam a alteração da Constituição vigente 
dependendo, portanto, de um processo legislativo especial previsto no 
próprio Texto Constitucional. Acrescente-se ainda que, as emendas 
constitucionais devem respeitar as limitações materiais (cláusulas 
pétreas) impostas pela Carta Magna.
No Brasil, em razão da rigidez da nossa Constituição, o processo 
legislativo a ser observado para a sua alteração, além de estar 
previamente previsto no Texto Constitucional, também deveser mais 
dificultoso do que aquele exigido para a elaboração das leis.
O art. 60 da nossa Constituição Federal, portanto, prevê os seguintes 
limites para a elaboração de emendas constitucionais:
- Limites procedimentais em relação à iniciativa:
A proposta de emenda constitucional pode ser apresentada apenas pelo 
Presidente da República (art. 60, inciso II da CF); por um terço, no 
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal 
(art. 60, inciso I da CF) ou por mais da metade das Assembleias 
Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de seus membros (art. 60, III da CF).
- Limites procedimentais em relação ao quórum:
A proposta de emenda deve ser discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se 
 Página 6 de Direito 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 
60, parágrafo 2º da CF).
- Limites materiais
O art. 60 § 4° da Constituição Federal veda a alteração das seguintes 
matérias da Constituição:
- Federação
- Voto direto, secreto, universal e periódico.
- Separação de poderes.
- Direitos e garantias individuais
- Limites circunstanciais
Consiste na proibição de alterar a Constituição Federal, através de 
emendas constitucionais, em certas circunstâncias excepcionais do país, 
quais sejam: na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou 
de estado de sítio (art. 60, § 1º da Constituição Federal).
b2) Poder Constituinte Derivado Revisor
O poder constituinte revisor é aquele que permite a revisão de 
dispositivos constitucionais, através de um procedimento mais flexível 
que aquele exigido para a aprovação de emendas constitucionais, de 
modo a adaptar o Texto Constitucional à novas necessidades.
A Constituição Federal, no art. 3º do ADCT previu, expressamente, a 
realização de uma revisão constitucional, após o decurso do prazo de 
cinco anos da sua promulgação, estabelecendo o quórum da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
c) Poder Constituinte Decorrente
O poder constituinte decorrente é o poder que os Estados-membros 
receberam da Constituição Federal para elaborarem e aprovarem suas 
próprias Constituições estaduais, desde que respeitadas as regras 
impostas pelo Texto Constitucional.
Exercício 1:
O poder constituinte derivado:
I- é limitado materialmente pelo poder constituinte originário;
II- introduz alterações na Constituição através de emendas 
constitucionais;
III- não permite a revisão constitucional, mas apenas a alteração da 
Constituição Federal, através de emendas constitucionais.
A) Todas as afirmativas estão corretas
B) apenas a afirmativa I é verdadeira
C) as afirmativas I e II são verdadeiras
D) todas as afirmativas são falsas
E) apenas a afirmativa II é falsa
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) O poder é limitado pelo poder constituinte originario e pode-se alterar 
a Constituição através de emendas constitucionais.
Exercício 2:
Não constitui cláusula pétrea:
A) o voto facultativo
B) a Separação de Poderes
C) o mandado de segurança
 Página 7 de Direito 
C) o mandado de segurança
D) a forma federativa de Estado
E) a pena de morte
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
E) não é clausula.
A) não é clausula, no Brasil temos o direito ao voto porem é obrigatório.
Exercício 3:
A respeito do poder constituinte assinale a alternativa verdadeira:
A) o poder constituinte originário é aquele que elabora apenas a primeira 
Constituição de um Estado
B) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado
C) a nova Constituição deve obedecer aos limites impostos pelo direito 
positivo anterior
D) as emendas à Constituição constituem uma manifestação do poder 
constituinte originário
E) uma nova Constituição pode dar continuidade ao ordenamento jurídico 
anterior
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) Em suma, podemos apontar três características básicas que se 
reconhecem ao poder constituinte originário. Ele é inicial, ilimitado (ou 
autônomo) e incondicionado. É inicial, porque está na origem do 
ordenamento jurídico. É o ponto de começo do Direito.
Exercício 4:
Considere as seguintes assertivas:
I- Em uma constituição rígida o processo legislativo necessário para a 
aprovação de emendas constitucionais, deve ser mais dificultoso que o 
processo legislativo exigido para a elaboração das leis;
II- O titular do poder constituinte é o povo;
III- Em uma democracia o exercício do poder constituinte é atribuído a 
Assembleia Nacional Constituinte.
A)
todas as afirmativas são falsas;
B)
apenas a assertiva I é verdadeira;
C)
todas as afirmativas são verdadeiras;
D)
apenas a afirmativa II é verdadeira;
E)
apenas a afirmativa III é verdadeira;
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) Todas corretas, vemos que para aprovar as emendas, deve-se passar 
por comissoes especiais para verificar sua adminissibilidade. O poder é o 
povo, emana do povo e para o povo, esta na constituição e a Assembléia 
Nacional constituinte é onde é formulada a constituição
 Página 8 de Direito 
Nacional constituinte é onde é formulada a constituição
O ESTADO
Origem do Estado
Segundo Dalmo de Abreu Dallari, a concepção de Estado como pessoa 
jurídica é atribuída aos contratualistas e constitui um avanço no amparo 
da coletividade dotada de interesses diversos das vontades de cada um 
de seus membros. Mas apesar da grande contribuição desta concepção 
foram necessários alguns séculos para se admitir a necessidade de 
proteção jurídica dos direitos fundamentais e comuns a toda a 
coletividade. (Elementos de Teoria Geral do Estado. 25ª ed.: São Paulo: 
Saraiva, p. 120)
A partir do século XIX, os publicistas alemães passaram a estudar essa 
questão que, de essencialmente política, forma aceitos como objeto da 
dogmática jurídica.
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (in ob. cit., p. 122) as teorias sobre o 
tema se dividem em:
1) Ficcionistas: admitem a ideia de Estado como pessoa jurídica, mas 
como resultado de uma ficção ou de um artifício.
Para SAVIGNY o Estado é uma pessoa jurídica, mas sua personalidade 
jurídica é concebida como mera ficção, sendo que, apenas os indivíduos 
poderiam ser considerados como sendo sujeitos de direito.
A partir do século XX, HANS KELSEN também considera que o Estado 
como um produto da ficção, como personificação da ordem jurídica.
2) Realistas: para estas teorias criadas por publicistas alemães, o Estado 
é visto como um organismo biológico, sendo comparado, inclusive, a uma 
pessoa grande.
A respeito, em 1837, ALBRECHT afirmou: “Ainda nos veremos obrigados a 
representar o Estado como uma pessoa jurídica”.
GERBER, por sua vez, reconheceu que “... a personalidade jurídica do 
Estado seja um meio de construção jurídica, negando, todavia, que seja 
uma ficção jurídica. Sustenta, assim, que o Estado é um organismo 
moral, não- palpável (organicismo ético).
GIERKE reconhece o Estado como uma pessoa capaz de atuar sua 
vontade, através de órgãos próprios (teoria do órgão).
LABAND sustenta que o Estado é uma pessoa jurídica organizada, com 
vontade própria, tendo capacidade para participar de uma relação 
jurídica.
A Teoria de JELLINEK acaba resultando num dos principais fundamentos 
do Direito Público. JELLINEK demonstra que, se o Estado é uma unidade 
coletiva, ou seja, uma associação, não pode ser considerado uma ficção, 
“... mas uma forma necessária de síntese de nossa consciência que, como 
todos os fatos desta, forma a base de nossas instituições”, não sendo, 
tais unidades coletivas, menos capazes de alcançar subjetividade jurídica 
que os indivíduos humanos.
Ao analisar estas teorias ALEXANDRE GROPPLI demonstra que o Estado é 
chamado de pessoa jurídica, através de um processo de abstração que 
permite que sejamconsiderados os elementos reais, concretos, existentes 
no Estado, sem precisar compará-lo a uma pessoa física, explicando que a 
vontade não tem vida física.
Os opositores das teorias que aceitam o Estado como pessoa jurídica são 
 Página 9 de Direito 
Os opositores das teorias que aceitam o Estado como pessoa jurídica são 
os NEGATIVISTAS:
Nesse contexto, MAX SEYDEL nega a personalidade jurídica do Estado, 
sustentando que “... não existe vontade do Estado, mas vontade sobre o 
Estado, sendo este apenas objeto de direito daquela vontade superior”.
Neste ponto DONATI sustenta que o governante é o portador da 
soberania e da subjetividade estatal, concluindo, assim, que a 
personalidade real do Estado é a personalidade destes governantes.
DUGUIT, por sua vez, não aceita a teoria da personalidade jurídica do 
Estado, concebendo o Estado apenas “... como uma relação de 
subordinação entre os que mandam e os que são mandados, ou então, 
como uma cooperação de serviços públicos organizados e dirigidos pelos 
governantes”.
Finalmente, DALMO DE ABREU DALLARI, demonstra a importância em 
aceitar a teoria da personalidade jurídica do Estado, como concebida 
pelos publicistas alemães, não havendo necessidade de se recorrer a uma 
ficção para “... encontrar o meio de que se vale o Estado para formar e 
externar sua vontade, pois os órgãos estatais são constituídos de pessoas 
físicas”. Assim sendo, as pessoas físicas quando agem como órgão do 
Estado, exteriorizam a vontade deste órgão. 
Assim sendo, a aceitação do Estado como pessoa jurídica e, portanto, da 
existência desta vontade estatal, segundo Dallari, é necessária para evitar 
uma ação arbitrária do Estado em relação aos interesses coletivos.
Os Estados podem ser classificados, conforme o seu grau de infiltração na 
vida social e individual em: Estado liberal, Estado social e Estado 
totalitário. (Celso Ribeiro Bastos. Curso de teoria do estado e ciência 
política. São Paulo: Saraiva. 4ª ed., p. 138).
Senão vejamos:
1. Estado Liberal
No Estado liberal o ser humano é livre para atingir as opções 
fundamentais.
Para Bastos “O Estado liberal, também chamado por alguns de Estado 
constitucional, é o que vai procurar com a maior eficiência até hoje 
conhecida o atingimento da liberdade no sentido do não-constrangimento 
pessoal. É o coroamento de toda luta do indivíduo contra a tirania do 
Estado. Tem dois fundamentos principais: a história política da Inglaterra 
e, do ponto de vista teórico, o Iluminismo francês do século XVIII”.
O Estado liberal pressupõe a mínima presença do Estado, razão pela qual 
não se reconhece nenhum benefício na intervenção estatal na regulação 
da economia. Esta “não intervenção” não se deu apenas no campo 
econômico, mas também na área religiosa, na moral e na política.
Ainda o autor “Do Estado se espera muito pouco: basicamente que 
organize um exército para defender a sociedade contra o inimigo externo. 
Que assegure a boa convivência internamente mediante a Polícia e o 
Judiciário, incumbidos de aplicar as leis civis e as leis penais. Tudo o 
mais, saúde, educação, previdência, seguro social, será atingido pela 
própria atividade civil”.
A história, entretanto, comprovou que esta liberdade de contratação 
estabelecida entre o empregado e o empregador, não foi capaz de 
garantir o bem-estar social dos trabalhadores, “(...) já que desnível de 
força socioeconômica era muito acentuado”. Tanto é assim que a 
Constituição mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 
consagraram, pela primeira vez, os direitos econômicos e sociais dos 
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consagraram, pela primeira vez, os direitos econômicos e sociais dos 
trabalhadores.
Assim sendo, concluiu-se pela necessidade da presença estatal “(...) para 
suprir omissões, para coibir abusos e para empreender objetivos não 
atingíveis pela livre iniciativa”, o que leva ao surgimento do Estado Social.
Neste ponto, Ivo Dantas ensina que o rompimento com o Estado liberal 
não implica na aceitação do Estado socialista. Assim sendo, “(...) um novo 
padrão ideológico é aceito, intermediário do Liberal e do Socialista, a que 
doutrinariamente se tem preferido denominar de Estado Social”. 
(Instituições de direito constitucional brasileiro. 2ª ed. rev. aum. Curitiba: 
Juruá, 2001, p. 108).
Cumpre ressaltar, entretanto, que o liberalismo econômico desenvolveu-
se durante toda a Revolução Industrial do século XVIII e XIX. Portanto, 
em que pese as suas falhas em diversos campos, contribuiu para a 
garantia das liberdades fundamentais, especialmente para a livre 
expressão do pensamento, para as liberdades de locomoção e associação 
e para o direito de propriedade.
2. Estado social
Para Bastos, no Estado social, o Estado, num primeiro momento, passa a 
regular a economia através “(...) da edição de normas disciplinadoras da 
conduta de agente econômicos” e, num segundo momento, passa a fazer 
parte da própria atividade econômica, seja através da criação de 
empresas com este fim, ou mediante a participação do capital em 
empresas privadas.
Paulo Bonavides demonstra que o Estado social difere-se do Estado 
proletário que o socialismo marxista tenta criar, na medida em que “(...) 
ele conserva sua adesão à ordem capitalista, princípio cardeal a que não 
renuncia”. Assim, “ao invés da omissão do Estado ou de sua presença 
total na vida econômica e social, temos liberdade individual condicionada 
a ação do poder público objetivando satisfazer as necessidades da 
sociedade como um todo”.
3. Estado Totalitário
É o modelo que se contrapõe ao Estado liberal. No Estado totalitário o 
governo é absoluto e o poder é ilimitado.
O Estado totalitário existiu não apenas na Antiguidade no período dos 
grandes Impérios, mas também nos séculos XVII e XVIII na Prússia 
(Frederico I) e na França (jacobinos). Entretanto, segundo Celso Ribeiro 
Bastos esta modalidade de Estado surgiu no século XX, através das 
ideologias fascistas e comunistas.
Celso Ribeiro Bastos ensina que “(...) há algumas constantes em todo o 
totalitarismo: a existência de dogmas cuja validade ninguém pode pôr em 
causa; a ideia messiânica de uma pessoa ou de uma classe social; a 
identificação do partido dominante com a sociedade e um terror 
organizado por parte do Estado”.
Assim sendo, neste modelo o Estado não respeita os direitos individuais, 
pretendendo, até mesmo, controlar as mentes humanas.
Elementos do Estado
A doutrina é unânime quanto à necessidade de um elemento pessoal para 
a constituição do Estado, mas diverge quanto à definição deste elemento. 
Há quem defina este elemento pessoal como sendo a população, a qual, 
segundo Dalmo de Abreu Dallari[ é “(...) mera expressão numérica, 
demográfica ou econômica” e, portanto, não demonstra o vínculo jurídico 
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demográfica ou econômica” e, portanto, não demonstra o vínculo jurídico 
da pessoa com o Estado”.
A expressão nação também tem sido utilizada como elemento pessoal 
constitutivo do Estado. Dalmo de Abreu Dallari ensina que a expressão 
nação surgiu no século XVIII, tendo adquirido grande prestígio durante a 
Revolução Francesa, “(...) com a pretensão de ser a expressão do povo 
como unidade homogênea”.
Atualmente, a doutrina deu um novo conceito à acepção nação. Conforme 
Celso Ribeiro Bastos a nação “(...) não se apoia na existência de vínculos 
jurídicos e, não se confunde, portanto, com Estado”. Este é o mesmo 
entendimento de Sahid Maluf quando sustenta que o Estado seria uma 
realidade jurídica, ao passo que a nação seria uma realidade sociológica.
O termo nação, portanto, tem sido relacionado com um “(...) conjunto de 
seres humanos, aglutinados em função de um elemento agregador, que 
pode ser tanto um fato histórico, cultural, quanto biológico (...)”.
Verifica-se, portanto, que a nação é um conceito histórico, cultural, ou até 
mesmo biológico que considera tanto elementos objetivos como o 
território, a religião a língua, a raçaou etnia, como elementos subjetivos 
como a cultura e as tradições.
Neste contexto, o conceito de nação ultrapassa os limites do jurídico, não 
sendo correta a sua utilização como sinônimo de povo. Isto não quer dizer 
que o estudo da nação não seja importante para o Estado influindo sobre 
sua organização e funcionamento, a qual tem sido objeto de estudo da 
sociologia.
Para Celso Ribeiro Bastos o elemento pessoal constitutivo do Estado é o 
povo, sendo este “(...) um componente ativo e permanecendo nessa 
condição mesmo depois que o Estado foi constituído . É pelo povo que o 
Estado adquire condições de externar a sua vontade”.
O povo, segundo Celso Ribeiro Bastos é o conjunto de pessoas que fazem 
parte de um Estado. Não existe Estado sem povo. Neste contexto, é o 
direito que determina se alguém faz ou não parte de um Estado, através 
da nacionalidade. Por esta razão, não há que se falar em povo antes da 
criação do Estado.
O autor ainda ensina que não se deve confundir o conceito de povo com o 
de população, a qual constitui “(...) a totalidade de pessoas que se 
encontram em dado momento em um determinado Estado. Esse conceito 
é por si só demasiadamente abrangente, pois abriga toda e qualquer 
pessoa independentemente da nacionalidade”.
Portanto, a população é constituída de todas as pessoas presentes no 
território de um Estado, incluindo os estrangeiros e os apátridas, sendo, 
portanto, um conceito puramente quantitativo, demográfico. Neste 
contexto, a população não se confunde com o povo, tendo em vista que 
aquela, independe de qualquer laço jurídico com o Estado e, este último, 
é de fundamental importância à existência de um vínculo do indivíduo 
com o Estado, através da nacionalidade ou da cidadania.
Território
O território, segundo Kelsen, é a esfera espacial de validez da ordem 
jurídica nacional.
A noção de território, como elemento constitutivo do Estado, surgiu 
apenas no Estado Moderno. Isto não quer dizer que os Estados anteriores 
não tivessem território.
Celso Ribeiro Bastos ensina que o “o território é a base geográfica do 
Estado, vale dizer, a parcela do globo terrestre que se encontra sob sua 
 Página 12 de Direito 
Estado, vale dizer, a parcela do globo terrestre que se encontra sob sua 
jurisdição. É elemento material, sem dúvida essencial ao Estado, onde ele 
exerce, a sua soberania”.
Assim sendo, é neste espaço que o Estado exerce seu poder de império.
Dalmo de Abreu Dallari demonstra, resumidamente, alguns aspectos 
fundamentais do território de um Estado:
a) Não existe Estado sem território;
b) o território é o âmbito de ação soberana do Estado, permitindo que 
dentro dos limites territoriais a ordem jurídica do Estado seja mais eficaz;
c) o território é objeto de direitos do Estado.
Nesse contexto, o autor conclui que “em face desses aspectos é que se 
diz, em primeiro lugar, que a ordem jurídica estatal, atuando 
soberanamente em determinado território, está protegida pelo princípio 
da impenetrabilidade, o que significa reconhecer ao Estado o monopólio 
da ocupação de determinado espaço, sendo impossível que no mesmo 
lugar e ao mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias”.
Cumpre ainda demonstrar os limites do território, considerando que ele é 
composto de solo, subsolo, mar territorial, plataforma continental e 
espaço aéreo.
1. Solo e subsolo: o solo compreende a superfície terrestre de um Estado, 
com todos os seus acidentes, abrangendo, portanto, as águas que aí 
estejam (mares interiores, lagos ou rios). Neste ponto Celso Ribeiro 
Bastos ensina que “normalmente, a ideia de território vincula-se apenas à 
superfície do solo. Não há dúvida ser esta a sua base essencial. A ela 
acrescenta-se, ainda, contudo, o espaço que lhe vem acima, assim como 
aquele que desce às profundezas da terra. Este último encontra o seu 
limite nas próprias possibilidades tecnológicas de exploração”. Portanto, 
não existem limites para a jurisdição do Estado no subsolo.
2. Mar Territorial: trata-se da incorporação de uma faixa de mar ao 
território de um Estado marítimo e sobre o qual ele exerce o direito de 
soberania. Atualmente, a faixa de mar territorial adotada pelo Brasil é de 
12 milhas, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e 
insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, 
reconhecidas oficialmente no Brasil, ressalvado o direito de passagem 
inocente para os navios de todas as nacionalidades.
3. Plataforma Continental: A plataforma continental pode ser considerada 
como uma extensão de massa terrestre do país ribeirinho e como 
formando parte dele naturalmente. No Brasil a plataforma continental 
compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem 
além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento 
natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem 
continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das 
linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, 
nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa 
distância.
4. Espaço Aéreo: Trata-se de uma massa de ar atmosférico localizada 
sobre o território ou mar territorial de um Estado. O Direito Internacional 
reconhece a soberania sobre o espaço aéreo sobrejacente.
Não existe norma estabelecendo a obrigatoriedade de concessão do 
direito de passagem inocente. Por esta razão, em princípio, uma aeronave 
estrangeira necessita do consentimento de um determinado Estado para 
poder sobrevoar o seu espaço aéreo.
- Exceções ao poder de império do Estado: extraterritorialidade e 
 Página 13 de Direito 
- Exceções ao poder de império do Estado: extraterritorialidade e 
imunidade dos agentes diplomáticos.
Exercício 1:
__________ não aceita a teoria da personalidade jurídica do Estado, 
concebendo o Estado apenas “... como uma relação de subordinação 
entre os que mandam e os que são mandados, ou então, como uma 
cooperação de serviços públicos organizados e dirigidos pelos 
governantes”. Esta Teoria é atribuída a :
A) Duguit
B) Savigny
C) Kelsen
D) Albrecht
E) Gerber
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) este era considerado um negativista, opositor da teoria que o estado é 
personalidade juridica.
Exercício 2:
Assinale a alternativa falsa:
A)
a concepção de Estado como pessoa jurídica é atribuída aos 
contratualistas
B)
a concepção de Estado como pessoa jurídica constitui um avanço no 
amparo da coletividade dotada de interesses diversos das vontades de 
cada um de seus membros
C)
a Teoria Ficcionista admite a ideia de Estado como pessoa jurídica, mas 
como resultado de um organismo moral
D)
Para Savigny, apesar do Estado ser admitido como uma pessoa jurídica, 
sua personalidade jurídica é concebida como mera ficção
E)
a Teoria Realista nega, que o Estado seja uma ficção jurídica e sustenta, 
assim, que o Estado é um organismo moral, não-palpável (organicismo 
ético).
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) a Teoria Ficcionista admite a ideia de Estado como pessoa jurídica, 
mas cmo resultado de uma ficção ou de um artificio.
Exercício 3:
Os Ficcionistas: admitem a ideia de Estado como pessoa jurídica, mas 
como resultado de uma ficção ou de um artifício. Assim sendo, assinale a 
alternativa que corresponde a um autor Ficcionista:
A)
Albrecht
B)
Gerber
 Página 14 de Direito 
Gerber
C)
Gierke
D)
Laband
E)
Savigny
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) Para este, o estado é uma pessoa juridica mas sua personalidade 
juridica é concebida como mera ficcao sendo que apenas os individuos 
poderam ser considerados como sendo sujeitos de direito.
Exercício 4:
Para os Realistas o Estado é visto como um organismo biológico, sendo 
comparado, inclusive, a uma pessoa grande.
Assinale a alternativa que não corresponde a um autor Realista:
A)
Albrecht
B)
Gerber
C)
Gierke
D)
Laband
E)
Donati
O aluno respondeue acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) Donati era considerado um opositor negativista
SOBERANIA
Conceito de Soberania
O conceito de soberania, segundo Paulo Bonavides, não foi conhecido na 
Antiguidade em suas formas de organização política, surgindo apenas 
com o Estado moderno, a partir da Revolução Francesa.
O autor também lembra que se no Século XIX alguns juristas 
consideravam a soberania como sendo um dos elementos essenciais do 
Estado. Na atualidade, este não é o entendimento da maioria dos 
doutrinadores, sob o prima do direito internacional.
Teorias a respeito da Soberania
Segundo Sahid Maluf, com relação à Fonte do Poder Soberano, existem 
várias teorias:
- Teoria da Soberania Absoluta do Rei
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- Teoria da Soberania Absoluta do Rei
Esta Teoria, segundo Sahid Maluf, começou a ser sistematizada na 
França, no século XVI, tendo como um de seus mais destacados teóricos 
Jean Bodin, que sustentava que: “a soberania do rei é originária, 
ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro 
poder temporal ou espiritual”.
Segundo o autor esta teoria tem fundamento histórico e baseou-se nas 
antigas monarquias fundadas no direito divino dos reis. O poder de 
soberania era o poder pessoal do rei e não admitia limitações. Esta 
doutrina “(...) firmou-se nas monarquias medievais, consolidando-se nas 
monarquias absolutistas e alcançando a sua culminância na doutrina de 
Maquiavel”.
- Teoria da Soberania Popular
Sahid Maluf ensina que esta teoria teve como precursores, entre outros, 
Altuzio, Marsilio de Padua, Francisco de Vitoria, Soto, Molina, Mariana, 
Suarez os quais reformularam a doutrina do direito divino sobrenatural, 
com a criação da teoria do direito divino providencial: “o poder público 
vem de Deus, sua causa eficiente, que infunde a inclusão social do 
homem e a conseqüente necessidade de governo na ordem temporal. Mas 
os reis não recebem o poder por ato de manifestação sobrenatural da 
vontade de Deus, senão por uma determinação providencial da 
onipotência divina. O poder civil corresponde com a vontade de Deus, 
mas promana da vontade popular - omnis potestas a Deo per populum 
libere consentientem-, conforme com a doutrinação do Apóstolo São 
Paulo e de São Tomás de Aquino”.
Verifica-se que esta Teoria deixou de aceitar o poder soberano do rei, 
passando a reconhecer um poder maior, exercido pelo povo, no sentido 
amplo, incluindo-se os estrangeiros residentes no país, sendo reconhecida 
como soberania constitucional.
- Teoria da Soberania Nacional
Esta Teoria também deixou de aceitar o poder soberano do rei, passando 
a reconhecer que a soberania provém da vontade da nação.
Conforme Sahid Maluf, esta teoria pertence à Escola clássica da qual 
Rousseau foi o mais destacado expoente e foi desenvolvida por Esmein, 
Harior, Paul Duez e outros que sustentaram que “(...) a Nação é a fonte 
única do poder de soberania. O órgão governamental só o exerce 
legitimamente mediante o consentimento nacional”.
Verifica-se, portanto, que para esta teoria a soberania é originária da 
Nação, no sentido estrito de população nacional ou povo nacional.
Acrescente-se ainda que, as características da soberania, no conceito da 
Escola Clássica Francesa são as seguintes: una, indivisível, inalienável e 
imprescritível. 
UNA: A Soberania é una, porque não existe mais de uma autoridade 
soberana na mesma área de validez da ordem jurídica.
INDIVISÍVEL: a soberania não se divide apesar de existir a delegação de 
funções e a repartição de competências pelo poder soberano
INALIENÁVEL: a soberania não pode ser transferida ou alienada a outrem.
IMPRESCRITÍVEL: a soberania é imprescritível porque não existe 
soberania temporária, ou por prazo determinado. 
 Página 16 de Direito 
soberania temporária, ou por prazo determinado. 
- Teoria da Soberania do Estado
Esta teoria pertence às escolas alemã e vienense apoiando-se na ideia de 
que a soberania origina-se do Estado. Sahid Maluf ensina que seu maior 
expoente foi Jellinek o qual sustentou que “(...) a soberania é a 
capacidade de autodeterminação do Estado por direito próprio e 
exclusivo”. Segundo o autor, Jellinek desenvolveu o pensamento de Von 
Ihering, segundo o qual a Soberania é uma qualidade do Estado.
Escola alemã e austríaca: Lideradas por Jellinek e Kelsen que defendem a 
estatalidade integral do direito. Nesse contexto, eles sustentam que a 
soberania é um direito do Estado, elaborado e promulgado pelo Estado de 
caráter absoluto e ilimitado, nem mesmo do direito natural. Assim, “toda 
forma de coação estatal é legítima, porque tende a realizar o direito como 
expressão da vontade soberana do Estado”.
Em que pese o seu caráter absolutista e totalitário, as Teorias da 
soberania absoluta do Estado acabaram por influenciar o pensamento 
político universal, tendo justificado o totalitarismo, especialmente, os 
Estados nazista e fascista.
- Teoria Negativista da Soberania
Esta teoria também é absolutista, tendo sido formulada por Léon Duguit, 
desenvolvendo o pensamento de Ludwig Gumplowicz, para os quais a 
soberania é abstrata, não existe. O que existe é apenas a crença na 
soberania.
- Teoria Realista ou Institucionalista
Sahid Maluf ensina que, para a teoria realista ou institucionalista “(...) a 
soberania é originária da Nação (quanto à fonte do poder), mas, 
juridicamente, do Estado (quanto ao seu exercício)”.
Para esta teoria a Soberania é um poder relativo que se sujeita a 
limitações.
Limitações da Soberania
Segundo Sahid Maluf a soberania é limitada:
a) pelo princípio de direito natural, na medida em que “(...) o Estado é 
apenas instrumento de coordenação do direito, e porque o direito 
positivo, que do Estado emana, só encontra legitimidade quando se 
conforma com as leis eternas e imutáveis da natureza”.
b) pelos direitos dos grupos particulares que compõe o Estado;
c) pelos imperativos da coexistência pacífica dos povos na órbita 
internacional.
DIREITOS DA NACIONALIDADE
Conceito
A nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga 
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que este indivíduo 
passe a integrar o povo daquele Estado e, por consequência, desfrute de 
direitos e submeta-se a obrigações. [1]
Espécies
 Página 17 de Direito 
Espécies
A doutrina distinguiu a nacionalidade em duas espécies: a) originária; e 
b) adquirida.
Originária
É aquela que independe da vontade do indivíduo, é imposta 
unilateralmente pelo Estado no momento do nascimento. Há dois critérios 
estabelecidos: ius sanguinis (o que interessa para a aquisição da 
nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco importando o 
local de nascimento), e o ius solis (também conhecido como critério da 
territorialidade. Aqui, o que importa é o local do nascimento e não a 
descendência).
Adquirida
É aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, 
normalmente pela naturalização.
Quem é o brasileiro Nato?
Como regra o Brasil adotou o critério do ius solis, porém, a regra não é 
absoluta, contemplando as seguintes exceções:
a) ius solis - qualquer pessoa que nascer no território brasileiro, salvo se 
os pais estrangeiros estiverem no Brasil a serviço de seu país. (Art. 12 –
I, a).
b) ius sanguinis + serviço do Brasil – filhos de pais brasileiros nascidos no 
estrangeiro em serviço da República Federativa do Brasil (Art. 12, I, b).
c) ius sanguinis + registro – filhos de pais brasileiros nascidos no 
estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil, desde 
que tenham seus registros em repartições brasileiras competentes. (Art. 
12, I, c).
d) ius sanguinis + opção confirmativa - filhos de pais brasileiros nascidos 
no estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil e 
que venham a residir no Brasil e optem, após a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira (Art. 12, I, c).
Brasileiro Naturalizado
Como forma de aquisição da nacionalidadesecundária a nossa CF/88 
prevê o processo de naturalização que depende da vontade do 
interessado e da autorização estatal (ato discricionário).
a) originários de países de Língua Portuguesa – residência por 1 ano 
ininterrupto e idoneidade moral.
b) estrangeiros de qualquer nacionalidade – residência por mais de 15 
anos ininterruptos e sem condenação penal.
Nota: O Brasil mantém com Portugal o Tratado de Amizade, Cooperação e 
Consulta, celebrado em Porto Seguro em 22.04.2000 (Decreto n.o 
3.927/2001). Neste caso, como os portugueses são originários de país de 
língua portuguesa, de acordo com a regra acima podem naturalizar-se 
brasileiros desde que tenham residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral. Na hipótese de português com residência permanente 
no Brasil que não se naturalize brasileiro, por força do Tratado 
retromencionado e havendo reciprocidade em favor de brasileiro em 
Portugal, será atribuído ao português com residência permanente no 
Brasil, os mesmos direitos inerentes aos brasileiros, salvo nos casos de 
expressa vedação constitucional.
Tratamento
A CF/88 preconiza em seu artigo 5º, caput, o princípio da igualdade, não 
podendo haver distinção de nenhuma natureza. Não obstante, o artigo 
12, § 2º reza: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros 
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12, § 2º reza: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados, salvo os casos previstos nesta Constituição (rol 
taxativo de previsões).
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em 
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, na forma da lei.
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiros natos os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado de Defesa.
Art. 12, § 4º, I – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro 
que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional.
Art. 89, VII – O Conselho da República é órgão superior de consulta do 
Presidente da República, e dele participam:
[...]
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de 
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos 
pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos 
com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 222 – A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora 
e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há 
mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sede no País.
Perda na Nacionalidade
As causas de perda da nacionalidade estão previstas no artigo 12, 
parágrafo 4o, I e II da CF/88, a saber:
- cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional.
- aquisição de outra nacionalidade.
[1] LENZA. Pedro. Direito Constitucional esquematizado. Saraiva: São Paulo, 2008.
Exercício 1:
Não constitui uma das Teorias a respeito da soberania:
A)
a teoria da soberania relativa do rei
B)
teoria da soberania do Estado
C)
a teoria da soberania nacional
D)
a teoria da negativista da soberania
E)
a teoria da soberania popular
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
 Página 19 de Direito 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Segundo Jean Bodin sustentava que: “a soberania do rei é originária, 
ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro 
poder temporal ou espiritual”.
Exercício 2:
Assinale a alternativa incorreta:
A)
a teoria da soberania popular deixou de aceitar o poder soberano do rei e 
passou a reconhecer um poder maior, exercido pelo povo
B)
a teoria da soberania nacional deixou de aceitar o poder soberano do rei, 
passando a reconhecer que a soberania provém da vontade da nação
C)
a teoria da soberania nacional pertence à Escola clássica Francesa da qual 
Rousseau foi o mais destacado expoente
D)
a teoria da soberania nacional apoia-se na ideia de que a soberania 
origina-se do Estado
E)
a teoria da soberania do Estado pertence às escolas alemã e vienense
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) Esta Teoria também deixou de aceitar o poder soberano do rei, 
passando a reconhecer que a soberania provém da vontade da nação.
Exercício 3:
Assinale a alternativa que não corresponde a uma das características da 
soberania segundo a Escola Clássica Francesa:
A)
a soberania é una
B)
a soberania é indivisível
C)
a soberania é inalienável
D)
a soberania é imprescritível
E)
a soberania é temporária
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) Acrescente-se ainda que, as características da soberania, no conceito 
da Escola Clássica Francesa são as seguintes: una, indivisível, inalienável 
e imprescritível.
Exercício 4:
Assinale a alternativa que não corresponde a teoria da soberania absoluta 
do rei:
A)
esta teoria baseou-se nas antigas monarquias fundadas no direito divino 
dos reis
 Página 20 de Direito 
dos reis
B)
para esta teoria a soberania corresponde ao poder pessoal do rei
C)
para esta teoria o poder soberano não admite limitações
D)
esta teoria começou a ser sistematizada na França, no século XVI, tendo 
como um de seus mais destacados teóricos Jean Bodin
E)
esta teoria também é conhecida como teoria da soberania constitucional
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) O poder de soberania era o poder pessoal do rei e não admitia 
limitações. Esta doutrina “(...) firmou-se nas monarquias medievais, 
consolidando-se nas monarquias absolutistas e alcançando a sua 
culminância na doutrina de Maquiavel”
ESTADO MODERNO E DEMOCRACIA
O surgimento do Estado Moderno coincide com a modernização da 
sociedade que se iniciou no séc. XVI e termina com a Revolução 
Industrial, tendo como elemento central, a tecnologia e o aumento da 
produtividade. Esta época é caracterizada pelo surgimento de novos 
grupos sociais, pela ascensão da burguesia e por uma nova forma de 
legitimação do poder, o povo e, em consequência, pelos parlamentos.
Dalmo de Abreu Dallari ensina que, “a ideia moderna de um Estado 
Democrático tem suas raízes no século XVIII, implicando a afirmação de 
certos valores fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de 
organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção 
daqueles valores”.
O Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado Moderno 
após o sentimento social de revolta contra o absolutismo e a consequente 
afirmação dos direitos naturais da pessoa humana e a exigência de 
organização e funcionamento do Estado. Portanto, foi a partir da evolução 
do pensamento social, político e jurídico do século XVIII, que surgiu o 
Estado Democrático.
Rousseau e Locke tiveram grande influência para o desenvolvimento da 
ideia de Estado Democrático. Nesta seara três grandes movimentos 
políticos –sociais auxiliaram na condução do Estado Democrático:
a) Revolução Inglesa: teve grande contribuição de Locke. Os princípios 
desta revolução foram expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos 
Direitos), de 1689, expressão dos fatos políticos da época que estavam 
transformando a Inglaterra.
Segundo Dallari, esta Revolução possuía como pontos básicos:
1º) a intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a 
influência do protestantismo;
2º) a afirmação do direito naturais dos indivíduos que nascem livres e 
iguais; e
3º) a necessidade de um governo da maioria, para assegurar a liberdade 
dos cidadãos, exercido pelo Poder Legislativo.
 Página 21 de Direito 
dos cidadãos, exercidopelo Poder Legislativo.
b) a Revolução americana: foi influenciada pelas ideias de liberdade que 
se propagavam na Europa. Em consequência, as treze colônias inglesas 
na América do Norte conquistaram a sua independência, sendo que seus 
princípios foram expressos na Declaração de Independência, em 1776.
Dallari assevera que foi seguindo essa orientação é que se organizaram, 
“... primeiramente, as antigas colônias e, mais tarde, os Estados Unidos 
da América, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do 
povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um 
permanente controle sobre o governo”.
Esta afirmação da igualdade de direitos tornou-se um dogma da 
supremacia da vontade da maioria.
c) Revolução Francesa: foi influenciada por Rousseau. Considerando que 
as condições políticas da França eram diferentes das da América do Norte, 
existiram algumas diferenças entre as respectivas Revoluções. Os líderes 
franceses além de se oporem aos governos absolutistas que não 
permitiam a participação popular no poder, também enfrentavam uma 
grande instabilidade interna, além dos litígios entre a Igreja e o Estado. 
Nesse contexto, surge a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
em 1789, a qual, ao contrário do que ocorreu na Inglaterra e nos Estados 
Unidos da América, teve um caráter mais universal.
Segundo Dallari, “declara-se, então, que os homens nascem e 
permanecem livres e iguais em direitos. Como fim da sociedade política 
aponta-se a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do 
homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à 
opressão. Nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, a não ser 
por meio da lei, que é a expressão da vontade geral. E todos os cidadãos 
têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, 
para a formação dessa vontade geral. Assim, pois, a base da organização 
do Estado deve ser a preservação dessa possibilidade de participação 
popular no governo, a fim de que sejam garantidos os direitos naturais”.
Verifica-se, portanto, que a participação do povo no governo do Estado 
também está entre os direitos defendidos pela Revolução Francesa. 
Portanto, foi a partir destas Revoluções que o Estado democrático passou 
a fazer parte do Estado Moderno, tendo como pontos norteadores para a 
exigência da democracia a supremacia da vontade popular, a preservação 
da liberdade e a igualdade de direitos.
Direitos Políticos
Conceito
São instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da 
soberania popular (poder de cada membro da sociedade estatal de 
escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio 
universal e do voto direto, secreto e igualitário), atribuindo poderes aos 
cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou 
indiretamente.
Previsão constitucional
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II – a cidadania;
Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo 
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Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo 
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III - iniciativa popular.
Estado Democrático de Direito
I – Democracia direta (o povo exerce por si o poder);
II – Democracia representativa (o povo, soberano, elege seus 
representantes);
III – Democracia semidireta ou participativa (híbrida, representativa, com 
peculiaridades da democracia direta).
Democracia semidireta ou participativa
A democracia semidireta ou participativa é aquela marcadamente 
representativa com veios da democracia direta, sendo caracterizada pela 
presença:
a) do Plebiscito: Convocado pelo Congresso Nacional (competência 
exclusiva), com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo, 
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido 
submetido.
Referência: Art. 2º do ADCT: No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado 
definirá, a través de plebiscito, a forma (república ou monarquia 
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou 
presidencialismo) que devem vigorar no País. 
b) do Referendo: Autorizado pelo Congresso Nacional (competência 
exclusiva), com posterioridade ao ato legislativo ou administrativo, 
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Exemplo: Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003)
Pergunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no 
Brasil?”
c) da Iniciativa popular: Em âmbito federal, na apresentação de projeto 
de lei (um só assunto) à Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo 
1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, 
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Exemplo: Lei 8930/94 (Lei Glória Perez). Após o assassinato da filha, a 
novelista Glória Perez iniciou uma campanha para coletar 1,3 milhão de 
assinaturas com o objetivo de alterar o Código Penal, de forma a incluir o 
homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos. As assinaturas foram 
entregues à Câmara do Rio de Janeiro dois meses antes da morte da atriz 
completar um ano.
A iniciativa foi o primeiro passo para que a Lei nº 8.072/1990 fosse 
alterada, o que aconteceu em setembro de 1994. A coleta de assinaturas 
foi a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na 
história do Brasil.
Direito Político positivo
Também conhecido como direito de sufrágio se caracteriza pela 
capacidade eleitoral ativa e pela capacidade eleitoral passiva.
a) capacidade eleitoral ativa – direito de votar, capacidade de ser eleitor. 
O exercício do sufrágio ativo se dá pelo voto, que pressupõe: alistamento 
eleitoral (título), nacionalidade brasileira, idade mínima de 16 anos e não 
ser conscrito. O voto poderá ser obrigatório ou facultativo.
a1) obrigatório – maiores de 18 e menores de 70 anos.
a2) facultativo – maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; 
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a2) facultativo – maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; 
analfabetos e maiores de 70 anos de idade.
Cláusula pétrea – Art. 60, §4º, II - Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: II – o voto direto, secreto, 
universal e periódico.
b) capacidade eleitoral passiva – possibilidade de eleger-se, concorrendo 
a um mandato eletivo, mediante o preenchimento das condições de 
elegibilidade: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos 
políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação 
partidária e idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata, 
sendo:
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito 
Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) 18 anos para Vereador. (Art. 14, §3º CF). 
Direito Político negativo
São formulações constitucionais/legais restritivas e impeditivas das 
atividades político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus 
direitos políticos, impedindo-o de eleger um candidato ou de ser eleito.
a) Inelegibilidades – impossibilidade de eleger-se. Pode ser absoluta 
(inalistável e o analfabeto) ou relativa (em razão da função, concorrência 
a outros cargos, de parentesco e militares).
O artigo 14, § 9º determina que: Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a 
probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, 
considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influênciado poder econômico ou o 
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta 
ou indireta. Lembrando que, a lei que alterar o processo eleitoral entrará 
em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra 
até 1 (um) ano da data de sua vigência (art.16 CF/88).
Nota: Uma das hipóteses de inelegibilidade relativa decorrente de lei 
complementar é a Lei da Ficha Lima (LC 135/2010). Pela Lei torna-se 
inelegível aquele que for condenado, em decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, 
por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de 
recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em 
campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma.
Perda dos Direitos Políticos
A perda dos direitos políticos poderá dar-se:
a) pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada em 
julgado.
b) pela recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VII.
c) perda da nacionalidade brasileira em virtude de outra.
Suspensão dos Direitos Políticos
A suspensão poderá dar-se:
a) incapacidade civil absoluta.
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a) incapacidade civil absoluta.
b) condenação criminal transitada em julgado.
c) improbidade administrativa. 
Exercício 1:
Assinale a alternativa que não está relacionada com o surgimento da ideia 
moderna de um Estado Democrático:
A)
o surgimento de uma nova forma de legitimação do poder, o povo e, em 
consequência, dos parlamentos
B)
a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana
C)
a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a 
proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana
D)
o surgimento desse Estado democrático teve grande influência de 
Rousseau e Locke
E)
a concentração de todos os poderes nas mãos de um monarca
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) Estado Democrático de Direito é composto de Democracia direta (o 
povo exerce por si o poder); Democracia representativa (o povo, 
soberano, elege seus representantes); Democracia semidireta ou 
participativa (híbrida, representativa, com peculiaridades da democracia 
direta), sendo assim não tem na monarquia.
Exercício 2:
Assinale a alternativa falsa:
A) o Estado democrático somente passou a fazer parte do Estado 
Moderno após o sentimento social de revolta contra o absolutismo
B) com a afirmação dos direitos naturais da pessoa humana, o Estado 
democrático passou a fazer parte do Estado Moderno
C) a partir da evolução do pensamento social, político e jurídico do século 
XVIII surgiu o Estado democrático
D) as Revoluções norte-americana e inglesa não chegaram a contribuir 
para o surgimento do Estado democrático, em razão de não terem se 
propagado universalmente
E) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, 
resultante da Revolução Francesa, teve grande influência no surgimento 
de um Estado democrático
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) a Revolução americana: foi influenciada pelas ideias de liberdade que 
se propagavam na Europa. Em consequência, as treze colônias inglesas 
na América do Norte conquistaram a sua independência, sendo que seus 
princípios foram expressos na Declaração de Independência, em 1776. 
Dallari assevera que foi seguindo essa orientação é que se organizaram, 
“... primeiramente, as antigas colônias e, mais tarde, os Estados Unidos 
da América, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do 
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da América, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do 
povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um 
permanente controle sobre o governo”. Esta afirmação da igualdade de 
direitos tornou-se um dogma da supremacia da vontade da maioria.
Exercício 3:
Considere as seguintes afirmativas:
I) A Revolução inglesa teve grande contribuição de Locke;
II) Os princípios da Revolução inglesa foram expressos no Bill of Rights 
(Declaração Inglesa dos Direitos), de 1689;
III- A Revolução inglesa objetivou estabelecer limites ao poder absoluto 
do monarca.
A) somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e II
B) somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e III
C) somente é verdadeiro o que se afirma nos itens II e III
D) todas as afirmativas são verdadeiras
E) todas as afirmativas são falsas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) Revolução Inglesa: teve grande contribuição de Locke. Os princípios 
desta revolução foram expressos no Bill of Rights (Declaração Inglesa dos 
Direitos), de 1689, expressão dos fatos políticos da época que estavam 
transformando a Inglaterra.
Exercício 4:
Considere as seguintes afirmativas:
I) Segundo Dallari, na Revolução Inglesa, a intenção de estabelecer 
limites ao poder absoluto do monarca e ao protestantismo contribuíram 
para a afirmação dos direitos naturais dos indivíduos, nascidos livres e 
iguais;
II) a Revolução americana não chegou a ser influenciada pelas ideias de 
liberdade que se propagaram na Europa, no século XVIII;
III) a Declaração de Independência, em 1776, expressou os princípios da 
Revolução norte-americana através da qual as treze colônias inglesas na 
América do Norte conquistaram a sua independência.
A)
somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e II
B)
somente é verdadeiro o que se afirma nos itens I e III
C)
somente é verdadeiro o que se afirma nos itens II e III
D)
todas as afirmativas são verdadeiras
E)
todas as afirmativas são falsas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) Sim a alternatia 1 esta correta, a 2 esta incorreta, pois foi influenciada. 
A 3 esta correta tambem foi influenciada pelas ideias de liberdade que se 
propagavam na Europa. Em consequência, as treze colônias inglesas na 
América do Norte conquistaram a sua independência, sendo que seus 
princípios foram expressos na Declaração de Independência, em 1776.
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princípios foram expressos na Declaração de Independência, em 1776.
FORMA DE ESTADO
Federação
Roque Antonio Carrazza explica que a “Federação (de foedus, foedoris, 
aliança, pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que 
dá lugar a um novo Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele 
participam (os Estados-membros). Nela, os Estados Federados, sem 
perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas tantas 
prerrogativas, em benefício da União. A mais relevante delas é a 
soberania”.
Celso Ribeiro Bastos explica que a Federação pode surgir tanto da união 
de Estados independentes que já existiam, como da divisão de um Estado 
unitário. Segundo o autor, a Federação, em regra, “(...) implica na 
existência de um fenômeno associativo ou de agrupamento de Estados 
preexistentes”. Entretanto, “(...) também é possível atingir a federação a 
partir da desagregação de um Estado unitário. É o que ocorre quando um 
Estado unitário inicial se separam as diversas unidades autônomas que 
passarão a constituir seus Estados membros”.
O Estado federal que resulta de uma agregação de Estados que a ele 
preexistiam é denominado por Manoel Gonçalves Ferreira Filho de 
“federalismo por agregação”, como é o caso dos Estados Unidos, da 
Alemanha ou da Suíça. Por outro lado, o Estado unitário que se 
descentralizou a ponto de gerar Estados que foram “subpostos” é 
denominado pelo autor de “federalismo por segregação”, sendo este o 
caso do Brasil.
A forma de Estado adotada pelo Brasil é a Federação, nos termos do art. 
1º da CF, caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e 
Distrito Federal.
A base da descentralização política do Estado Federal é a Constituição, a 
qual segundo Michel Temer deve prever a descentralização, sem a qual 
não há como se falar em Federação.
José Alfredo de Oliveira Baracho demonstra que a descentralização 
política está associada coma autonomia dos Estados federados e com a 
participação desses entes na formação da vontade legislativa do Estado 
federal.
Não se pode confundir ainda a Federação com a Confederação. Um dos 
principais traços distintivos entre a Confederação e a Federação é a 
soberania, de modo que se pode afirmar que os Estados confederados são 
soberanos e os Estados federados são apenas autônomos.
Celso Ribeiro Bastos explica que a autonomia dos Estados federados “(...) 
não é uma amplitude incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem 
jurídica, mas tão somente, a disponibilidade sobre certas matérias, 
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jurídica, mas tão somente, a disponibilidade sobre certas matérias, 
respeitados, sempre, princípios fixados na Constituição. Autonomia, 
destarte, é uma área de competência circunscrita pelo direito, enquanto a 
soberania não encontra qualquer espécie de limitação jurídica. O Estado 
federal é soberano do ponto de vista do direito internacional ao passo que 
os diversos Estados-membros são autônomos do ponto de vista do direito 
interno”.
Portanto, no que diz respeito à Federação, pode-se concluir que, no plano 
internacional, soberano é o Estado Federal. No plano interno os Estados-
membros são pessoas políticas autônomas que receberam atribuições 
privativas do Texto Constitucional, ressaltando que esta autonomia 
constitucional não é absoluta, mas relativa, pois devem ser observados os 
limites traçados pela Constituição Federal.
Roque Antonio Carrazza ainda explica que, no Brasil, apesar de no plano 
internacional, a União Federal “concentrar a soberania da Nação”, 
exercida em condições de igualdade perante os demais Estados 
independentes, no plano interno, a União Federal é uma pessoa política 
com atribuições privativas que se assemelham aos Estados-membros, 
que, como ela, são autônomos. Conforme o autor, isto só é possível, por 
força do princípio federativo:
"(...) no Brasil, por obra e graça do princípio federativo - verdadeira 
coluna mestra de nosso sistema jurídico -, convivem harmonicamente (e 
nisto estamos com Kelsen) a ordem jurídica global (o Estado brasileiro) e 
as ordens jurídicas parciais, central (a União) e periféricas (os Estados-
membros). Esta múltipla incidência só é possível por força da cuidadosa 
discriminação de competências, levada a efeito pela Constituição da 
República.
Não padece dúvida de que estas ordens jurídicas possuem campos de 
atuação perfeitamente traçados pela Lei Máxima, de tal arte que em 
nenhuma hipótese interferem umas com as outras. Nem, muito menos, 
atritam.”
Na Federação Brasileira, portanto, pode se afirmar que, juridicamente, 
não existe hierarquia entre a União Federal e os Estados-membros. Neste 
contexto, cada ente político (UF, Estados membros, Municípios e DF), 
recebeu competências distintas do Texto Constitucional que lei alguma 
pode alterar.
Pode-se concluir, portanto, que no Brasil, em decorrência do Princípio 
Federativo, inexiste hierarquia as pessoas políticas, sendo esta igualdade 
garantida pela rígida repartição de competências entre estes entes 
políticos, expressamente prevista na Constituição Brasileira.
Roque Antonio Carrazza ensina que “foi para evitar possíveis choques que 
o Constituinte delimitou as competências federais e estaduais. A União e 
Estados só podem desenvolver suas atividades nos campos que lhes 
foram reservados. Assim, nem a União há de invadir os limites da 
competência dos Estados, nem estes poderão imiscuir-se em assuntos 
federais”.
De outro lado, como já referido, no Brasil, o Município também faz parte 
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De outro lado, como já referido, no Brasil, o Município também faz parte 
da Federação (arts. 1º, 18, 29 e 30 da CF), juntamente com a União 
Federal e os Estados-membros, mesmo não possuindo representação no 
Legislativo federal (art. 45 e 46 da CF) e Poder Judiciário. Entretanto, 
neste ponto, a doutrina diverge.
Para José Afonso da Silva, José Nilo de Castro, Roque Antonio Carrazza, o 
Município não é integrante da Federação Brasileira sob os seguintes 
fundamentos:
a) na inexistência de Federação de Municípios;
b) na falta de representação destes entes políticos no Senado Federal;
c) na impossibilidade de um Município apresentar uma proposta de 
emenda constitucional;
d) na falta de previsão autorizando a intervenção da União Federal nos 
Municípios; e
e) no fato do ente municipal não possuir Poder Judiciário.
Contrapondo-se a esse entendimento Celso Ribeiro Bastos demonstra que 
o reconhecimento de que o Município integra a Federação Brasileira 
contraria os estudiosos que adotaram “(...) um modelo mais clássico de 
federação, onde se desconhece a ordem municipal no próprio nível da 
Constituição (...)”.
Perfilham o mesmo entendimento Luiz Alberto David Araújo e Vidal 
Serrano Nunes Júnior e Manoel Gonçalves Ferreira Filho o qual reconhece 
que a Constituição em vigor foi clara ao incluir o Município entre os entes 
federativos (art. 1º), sendo que os arts. 29 e 31 garantiram a autonomia 
municipal semelhante a dos Estados-membros e lhe atribuíram o poder de 
auto-organização.
Donde se concluir que, o Município, ao lado da União Federal, dos 
Estados-membros é ente federativo, dotado de autonomia, dentro da 
atribuição de competência traçada pela Constituição Federal, ao qual cabe 
a organização, sem interferências, de seu governo e o estabelecimento de 
suas normas jurídicas.
Verifica-se, portanto, no ordenamento pátrio, a autonomia municipal é 
assegurada ao Município, dentro da atribuição de competências prevista 
pela Constituição Federal, cabendo-lhe organizar seu governo, instituir e 
arrecadar seus tributos e estabelecer suas próprias normas.
De fato, a autonomia dos Municípios ao lado dos Estados membros é 
caracterizada em:
a) Autonomia de auto-organização: trata-se da capacidade que os 
Municípios (art. 29, caput) e os Estados membros receberam de 
elaborarem suas Leis Orgânicas e Constituições Estaduais, 
respectivamente.
b) Autonomia de autogoverno: assegurada aos Municípios (art. 29, I, da 
Constituição Federal) e aos Estados Membros ao garantir eleições diretas 
municipais para prefeito, vice-prefeito e vereador (tendo sido extinta, 
portanto, a nomeação de prefeito no Município) e para governador, vice-
governador e deputados estaduais, respectivamente.
c) Autonomia legislativa: consiste na capacidade dos Municípios de 
legislarem sobre matérias de assunto local, de sua competência exclusiva 
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legislarem sobre matérias de assunto local, de sua competência exclusiva 
(art. 30, I), inclusive sobre a instituição de tributos próprios; de 
suplementar a legislação federal e estadual (art. 30, II), no que couber. 
Trata-se ainda da capacidade atribuída aos Estados membros para 
legislarem nos termos do art. 25, parágrafo 1º da CF e do art. 24 da CF 
(competência concorrente).
d) Autonomia financeira e tributária: trata-se da capacidade que os 
Municípios e os Estados membros receberem de criar e cobrar seus 
tributos dentro de suas respectivas competências.
Exercício 1:
Só uma das alternativas não caracteriza a Federação:
A)
subordinação financeira dos Estados à União em nome da unidade 
nacional.
B)
descentralização político-administrativa constitucionalmente prevista.
C)
existência de um órgão que dite a vontade dos Estados-Membros da 
Federação, no caso o Senado Federal.
D)
existência de um órgão constitucional encarregado do controle da 
constitucionalidade das leis, dificultando a invasão de competência.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Autonomia financeira e tributária: trata-se da capacidade que os 
Municípios e os Estados membros receberem de criar e cobrar seus 
tributos dentro de suas respectivas competências.
Exercício 2:
Pela CF/88, a federação brasileira é constituída pela união indissolúvel:
A)
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
B)
da União, Estados e

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