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TUTORIA problema - infecção do trato urinário OBJETIVOS: 1. Conhecer os mecanismos de resposta imune contra infecções bacterianas; As defesas do hospedeiro são compostas por dois sistemas complementares e frequentemente interativos: (1) as defesas inatas (inespecíficas) , que protegem contra microrganismos em geral; e (2) a imunidade adaptativa (específica) , que protege contra um microrganismo em particular. As defesas inatas podem ser classificadas em três principais categorias: ● barreiras físicas, como a pele e as membranas mucosas intactas; ● células fagocitárias, como neutrófilos, macrófagos e células natural killer; ● proteínas, como o complemento, a lisozima e o interferon. As defesas adquiridas são mediadas por: ● anticorpos ● linfócitos T Há dois principais tipos de defesas do hospedeiro contra as bactérias: a resposta piogênica (pro- dutora de pus), que consiste em anticorpos, complemento e neutrófilos, e a resposta granulomatosa que consiste em macrófagos e células T CD4 positivas (auxiliares). Imunidade inata 1. Resp�t� inflamatóri� � fagocit�� Essa resposta caracteriza-se pelos achados clínicos de vermelhidão, edema, calor e dor no local da infecção. Esses sinais são decorrentes do maior fluxo sanguíneo, da maior permeabilidade capilar e do extravasamento de líquidos e células para os espaços teciduais. A maior permeabilidade deve-se a vários fatores como: ● mediadores químicos : histamina, as prostaglandinas e os leucotrienos. ● Componentes do complemento: C3a e C5a ● A bradicinina é um importante mediador da dor. Os neutrófilos e macrófagos , ambos fagócitos, são uma importante parte da resposta inflamatória. Os neutrófilos são predominantes em infecções piogênicas agudas, ao passo que os macrófagos são mais prevalentes em infecções crônicas ou granulomatosas. Os macrófagos realizam duas funções: ● são fagocitários ● produzem duas importantes citocinas pró-inflamatórias: o fator de necrose tumoral (TNF) e a interleucina 1 (IL-1). Certas proteínas, conhecidas coletivamente como resposta de fase aguda, são também produzidas pelo fígado. Entre elas, as mais conhecidas são a proteína C-reativa e a proteína de ligação à manose, que se ligam à superfície das bactérias e intensificam a ativação da via alternativa do complemento. A proteína de ligação ao lipopolissacarídeo (endotoxina) é outra importante proteína da fase aguda, produzida em resposta às bactérias gram-negativas. A interleucina 6 (IL-6) é o principal indutor da resposta de fase aguda, e também corresponde a uma citocina pró-inflamatória. Os macrófagos são a principal fonte de IL-6, entretanto, vários outros tipos celulares também a produzem. O interferon gama, que ativa macrófagos e sua ação microbicida, é produzido por células T auxiliares ativadas. Os neutrófilos e os macrófagos são atraídos ao local de infecção por pequenos polipeptídeos, denominados quimiocinas. As quimiocinas são produzidas por células teciduais da área infectada, por células endoteliais locais e por neutrófilos e macrófagos residentes. A interleucina 8 é uma quimiocina que atrai principalmente os neutrófilos, ao passo que a proteína quimiotática de monócitos-1 (MCP-1) e a proteína inflamatória de macrófagos (MIP) atraem macrófagos e monócitos. Como parte da resposta inflamatória, as bactérias são englobadas (fagocitadas) por neutrófilos polimorfonucleares (PMNs) e macrófagos. Como parte da resposta inflamatória, as bactérias são englobadas (fagocitadas) por neutrófilos polimorfonucleares (PMNs) e macrófagos. A capacidade fagocitária das células dendríticas é intensificada pela presença de receptores da proteína de ligação à manose. O processo de fagocitose pode ser dividido em três etapas: migração, ingestão e morte. ● A migração de PMNs ao local de infecção deve-se à produção de quimiocinas, como a interleucina 8 e o componente C5a do complemento. A adesão de PMNs ao endotélio do local de ligação é mediada inicialmente pela interação dos PMNs com proteínas selectinas do endotélio e, em seguida, pela interação dos PMNs com integrinas, denominadas “proteínas LFA”, localizadas na superfície do PMN, com proteínas de moléculas de adesão intracelular (ICAMs) na superfície da célula endotelial. ● As bactérias são ingeridas pela invaginação da membrana celular do PMN ao redor das bactérias, formando um vacúolo (fagossomo). Esse englobamento é potencializado pela ligação de anticorpos IgG (opsoninas) à superfície da bactéria, processo denominado opsonização. O componente C3b do complemento intensifica a opsonização. (As membranas celulares externas tanto dos PMNs quanto dos macrófagos possuem re- ceptores para a porção Fc da IgG e para C3b.) Mesmo na ausência de anticorpos, o componente C3b do complemento, que pode ser gerado pela via “alternativa”, pode promover a opsonização. Isso é particularmente importante no caso de organismos bacterianos e fúngicos cujos polissacarídeos ativam a via alternativa. Por ocasião do englobamento, uma nova via metabólica, conhecida como explosão respiratória, é desencadeada; como resultado, há a produção de dois agentes microbicidas, radical superóxido, peróxido de hidrogênio e oxido nitrico. ● A morte do organismo no interior do fagossomo é um processo que ocorre em duas etapas, consistindo em degranulação seguida pela produção de íons hipoclorito, os quais são os principais agentes microbicidas. Na degranulação, os dois tipos de grânulos presentes no citoplasma do neutrófilo fundem-se ao fagossomo, esvaziando seu conteúdo durante o processo. Esses grânulos são lisossomos que contêm uma variedade de enzimas essenciais para os processos de morte e degradação que ocorrem no interior da fagolisossoma. O processo de morte microbiana em si ocorre por uma variedade de mecanismos, os quais são classificados em duas categorias: dependentes e independentes de oxigênio. ○ O mecanismo dependente de oxigênio mais importante envolve a produção da molécula bactericida, íon hipoclorito. O próprio hipoclorito danifica as paredes celulares, mas pode também reagir com o peróxido de hidrogênio, originando oxigênio singleto, que danifica as células ao reagir com as ligações duplas dos ácidos graxos dos lipídeos de membrana. ○ Os mecanismos independentes de oxigênio são a lactoferrina, a qual quela o ferro das bactérias; a lisozima, que degrada o peptideoglicano da parede celular bacteriana; as proteínas catiônicas , que danificam as membranas celulares; e pH baixo. Os macrófagos também migram, englobam e matam as bactérias, utilizando essencialmente os mesmos processos que os PMNs, porém existem várias diferenças a serem consideradas:(1) Os macrófagos não apresentam mieloperoxidase e, desse modo, são incapazes de produzir íon hipoclorito; no entanto, produzem peróxido de hidrogênio e superóxido na explosão respiratória. (2) Determinados organismos, como os agentes da tuberculose, brucelose e toxoplasmose, são preferencialmente ingeridos pelos macrófagos, em vez de PMNs, e podem permanecer viáveis e multiplicar-se no interior dessas células; os granulomas formados durante essas infecções contêm vários desses macrófagos. (3) Os macrófagos secretam um ativador de plasminogênio, uma enzima que converte a pró-enzima plasminogênio na enzima ativa plasmina, a qual dissolve coágulos de fibrina. Imunidade adaptativa A imunidade passiva refere-se à proteção baseada na transferência de anticorpos pré-formados de um indivíduo (ou animal) a outro. A imunidade passiva propicia proteção imediata, mas de curta duração (persistindo por poucos meses). Exemplos de imunidade passiva incluem a administração de antitoxina, transferência de IgG da mãe para o feto pela placenta e transferência de IgA da mãe para o recém-nascido pelo aleitamento. A imunidade ativa refere-se à proteção baseada na formação de imunidade mediada por anticorpos e por células após a exposição ao próprio micróbio (com ou sem o desenvolvimento da doença), ou aos antígenos do micróbio em uma vacina. A imunidade ativa confere proteção de longa duração, porém não é efetiva nos dias subsequentes à exposição ao micróbio. Na resposta primária, o anticorpo surge em 7 a 10 dias, enquanto na resposta secundária, o anticorpo surge em aproximadamente três dias. As principais funções dos anticorpos consistem em neutralizar as toxinas bacterianas e os vírus, opsonizar as bactérias, ativar o complemento, formando um complexo que ataca a membrana, capaz de promover a morte das bactérias e interferir na adesão às superfícies mucosas. A IgG corresponde ao principal anticorpo opsonizante, IgG e IgM ativam o complemento, e IgA interfere na adesão à mucosa. As principais funções da imunidade celular consistem na proteção contra bactérias intracelulares e morte de células infectadas por vírus. As células T auxiliares (e macrófagos) protegem contra bactérias intracelulares, ao passo que as células T citotóxicas matam células infectadas por vírus. 2. Elucidar a litíase e pielonefrite; Pielonefrite aguda A pielonefrite aguda é definida como inflamação do rim e da pelve renal, e seu diagnóstico geralmente é feito clinicamente. ● Apresentaçã� � manifestaçõe� Os pacientes com pielonefrite aguda apresentam calafrios, febre e dor à palpação do ângulo costovertebral. Frequentemente, eles têm sintomas do trato inferior associados, como disúria, polaciúria e urgência miccional. Sepse pode ocorrer, com 20 a 30% de todas as sepses sistêmicas resultando de uma infecção urinária. É comum que o sumário de urina demonstre a presença de leucócitos e hemácias na urina. Leucocitose, hemossedimentação elevada e níveis aumentados de proteína C-reativa são vistos comumente no exame de sangue. Bactérias são cultivadas da urina quando a cultura é obtida antes que se institua o tratamen- to antibiótico. E. coli é o microrganismo causador mais comum, responsável por 80% dos casos. Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Pseudomonas, Serratia e Citrobacter spp. são responsáveis pelos casos restantes. Das bactérias gram-positivas, Streptococcus faeca- lis e S. aureus podem ser causas importantes de pielonefrite. Em mulheres em idade reprodutiva, a atividade sexual e a história pessoal e familiar de ITU estão associadas a um risco aumentado de desenvolver pielonefrite. Diabetes e incontinência urinária, de modo independente, também aumentam esse risco. Pielonefrite enfisematosa A pielonefrite enfisematosa é uma infecção necrosante caracterizada por presença de gás dentro do parênquima renal ou do tecido perinéfrico. Em torno de 80 a 90% dos pacientes com pielonefrite enfisematosa têm diabetes; o restante dos casos está associado à obstrução do trato urinário por cálculos ou à necrose da papila. ● Apresentaçã� � manifestaçõe� Os pacientes com pielonefrite enfisematosa apresentam-se com febre, dor no flanco e vômitos que não respondem ao tra- tamento inicial com antibióticos parenterais (Tang et al., 2001). Pneumatúria pode estar presente. As bactérias cultivadas da urina mais frequentemente incluem E. coli, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter cloacae. Pielonefrit� crônic� A pielonefrite crônica resulta de infecção renal repetida, o que leva a retração cicatricial, atrofia do rim e insuficiência renal subsequente. O diagnóstico é feito por exame radiológico ou patológico, em vez de pela apresentação clínica. ● Apresentaçã� � manifestaçõe� Muitos indivíduos com pielonefrite crônica não têm sintomas, mas eles podem ter uma história de ITU frequente. Em crianças, há uma correlação forte entre retração cicatricial e ITU recorrente. O rim em desenvolvimento parece ser muito suscetível ao dano, e tal suscetibilidade parece depender da idade. A retração cicatricial renal induzida por ITU é vista raramente em rins adultos. Como os pacientes com pielonefrite crônica frequentemente são assintomáticos, o diagnóstico é feito de modo incidental quando se inicia investigação radiológica para avaliar complicações associadas à insuficiência renal, como hipertensão, distúrbios visuais, cefaleias, fadiga e poliúria. Nesses pacientes, o sumário de urina pode mostrar leucócitos ou proteinúria, mas é provável que seja normal. Os níveis de creatinina sérica refletem a gravidade do prejuízo renal. As uroculturas só são positivas quando há uma infecção ativa. Pielonefrite xantogranulomatosa A pielonefrite xantogranulomatosa (PXG) é uma forma de infecção bacteriana crônica do rim. O rim afetado quase sempre está hidronefrótico e obstruído. Na maioria dos casos, a PXG ocorre unilateralmente. A inflamação grave e a necrose obliteram o parênquima renal. Caracteristicamente, histiócitos espumosos cheios de lipídeos (células de xantoma) estão presentes, podendo ser confundidos com carcinoma renal de células claras. ● Apresentaçã� � manifestaçõe� Os pacientes com PXG apresentam-se normalmente com dor no flanco, febre, calafrios e bacteriúria persistente. Uma história de urolitíase está presente em cerca de 35% dos pacientes. No exame físico, muitas vezes pode ser palpada uma tumoração no flanco. O sumário de urina geralmente demonstra leucócitos e proteína.Os exames de sangue revelam anemia e podem mostrar disfunção hepática em aproximadamente 50% dos pacientes. Como a PXG é de ocorrência principalmente unilateral, azotemia ou insuficiência renal não são vistas com frequência. Espécies de E. coli ou Proteus são cultivadas da urina com frequência. Entretanto, um terço dos pacientes com PXG têm urocultura negativa, muito provavelmente por terem recebido antibioticoterapia recentemente. Aproximadamente 10% dos pacientes com PXG têm flora bacteriana mista ou de anaeróbios identificada em sua urina. A cultura do tecido renal afetado pode identificar confiavelmente o microrganismo causador. 3. Estudar a genética bacteriana e o desenvolvimento da resistência aos antibacterianos; Mutações Mutação é uma modificação na sequência de bases do DNA que geralmente resulta na inserção de um diferente aminoácido em uma proteína e no surgimento de um fenótipo alterado. As mutações resultam de três tipos de alterações moleculares: (1) substituição de bases. Isso ocorre quando uma base é inserida em substituição a outra. A substituição de bases ocorre no momento da replicação do DNA, porque a DNA-polimerase comete um erro ou porque um agente mutagênico altera a formação das ligações de hidrogênio da base utilizada como molde. (a) mutação de troca de sentido: quando a substituição de bases resulta em um códon que simplesmente promove a inserção de um aminoácido diferente. (b) mutação sem sentido: quando a substituição de bases origina um códon de término, que interrompe prematuramente a síntese proteica. Mutações sem sentindo quase sempre destroem a função da proteína. (2) mutação de alteração de fase de leitura: ocorre quando um ou mais pares de bases são adicionados ou removidos, alterando a fase de leitura do ribossomo, e resultando na incorporação dos aminoácidos errados “a jusante” à mutação e na produção de uma proteína inativa. (3) transposons ou sequências de inserção integram-se ao DNA. Essas porções recém-inseridas de DNA podem causar profundas modificações nos genes em que são inseridas, bem como nos genes adjacentes. As mutações podem ser causadas por compostos químicos, radiação ou vírus. Transferências de DNA dentro das células bacterianas Os transposons transferem o DNA de um local do cromossomo bacteriano a outro, ou para um plasmídeo. Realizam esse processo pela síntese de uma cópia do seu DNA e pela inserção dessa cópia em outro local do cromossomo bacteriano ou do plasmídeo. A transferência de um transposon para um plasmídeo e a subsequente transferência de plasmídeos para outra bactéria por conjugação contribuem de forma significativa para a disseminação da resistência a antibióticos. A transferência de DNA no interior das bactérias também ocorre por rearranjos programados, o responsáveis por muitas das alterações antigênicas, ex: febre recorrente causa por bactérias. O rearranjo programado consiste no movimento de um gene de um local silencioso de armazenamento, onde o gene não é expresso, para um local ativo, onde a transcrição e a tradução ocorrem. Transferências de DNA entre das células bacterianas Do ponto de vista médico, as duas con- sequências mais importantes da transferência de DNA são: (1) a disseminação da resistência a antibióticos de uma bactéria para outra por meio da conjugação (2) o fato de que diversas exotoxinas importantes são codificadas por bacteriófagos e são transferidas por meio da transdução. Princípios de resistência a antibióticos Há quatro mecanismos principais que medeiam a resistência das bactérias aos fármacos (1) As bactérias produzem enzimas que inativam o fármaco (p. ex., as b-lactamases podem inativar penicilinas e cefalosporinas pela clivagem do anel b-lactâmico do fármaco) (2) As bactérias sintetizam alvos modificados, contra os quais os fármacos não têm efeito (p. ex., uma proteína mutante na subunidade ribossomal 30S pode resultar em resistência à estreptomicina, assim como um rRNA 23S metilado pode resultar em resistência à eritromicina). (3) As bactérias reduzem sua permeabilidade ao fármaco , de modo que uma concentração intracelular efetiva do fármaco não é obtida (p. ex., modificações nas porinas podem reduzir a quantidade de penicilina que penetra na bactéria). (4) As bactérias exportam fármacos ativamente por meio do uso de “bombas de resistência múltipla a fármacos” (bomba MDR, ou bomba de “efluxo”). A bomba MDR importa prótons e, em uma reação do tipo permutação, exporta uma variedade de moléculas exógenas, incluindo certos antibióticos, como as tetraciclinas. O termo alto nível de resistência é utilizado para os casos em que a resistência ao antimicrobiano não pode ser superada pelo aumento da dose do fármaco. O termo baixo nível de resistência é utilizado quando a resistência pode ser superada pelo aumento da dose do antibiótico. Os organismos resistentes a antibióticos são comuns em ambientes hospitalares, uma vez que a ampla utilização de antibióticos em hospitais promove a seleção desses organismos. Além disso, as cepas hospitalares são frequentemente resistentes a múltiplos antibióticos. Essa resistência geralmente decorre da aquisição de plasmídeos carreando vários genes que codificam as enzimas mediadoras da resistência. Bases genéticas da resistência 1. Resistênci� mediad� por crom�som� A resistência cromossômica deve-se a uma mutação no gene que codifica o alvo do fármaco ou o sistema de transporte que controla a captação do fármaco. A frequência de mutações espontâneas geralmente varia de 10–7 a 10–9, valores muito inferiores à frequência de aquisição de plasmídeos de resistência. Desse modo, a resistência cromossômica representa um problema clí- nico menor do que a resistência mediada por plasmídeos. 2. Resistênci� mediad� por plasmíde� Do ponto de vista clínico, a resistência mediada por plasmídeos exibe grande importância por três razões: ● Ocorre em várias espécies diferentes, especialmente em bacilos gram-negativos. ● Os plasmídeos frequentemente medeiam a resistência a múltiplos fármacos. ● Os plasmídeos exibem uma alta taxa de transferência de uma célula a outra, geralmente por conjugação. Plasmídeos de resistência (fatores de resistência, fatores R) são moléculas de DNA de dupla-fita extracromossômicos e circulares que carreiam os genes de uma variedade de enzimas capazes de degradar antibióticos e modificar os sistemas de transporte de membrana. Os fatores R podem carrear um gene de resistência a antibióticos ou podem carrear dois ou mais desses genes. Aimplicação médica de um plasmídeo carrear mais de um gene de resistência é dupla: primeiro, e mais óbvio, é o fato de uma bactéria contendo aquele plasmídeo poder ser resistente a mais de uma classe de antibióticos (p. ex., penicilinas e aminoglicosídeos), e, segundo, o uso de um antibiótico que seleciona um organismo resistente a outro antibiótico selecionará um organismo resistente a todos os antibióticos cujos genes de resistência sejam carreados pelo plasmídeo. Além da produção de resistência a fármacos, os fatores R apresentam duas propriedades muito importantes: ● podem replicar-se independentemente do cromossomo bacteriano; as- sim, uma célula pode conter várias cópias; ● podem ser transferidos não somente a células da mesma espécie, mas também a outras espécies e gêneros. Os fatores R são encontrados em duas amplas categorias quanto ao tamanho: ● Os plasmídeos grandes correspondem a fatores R conjugativos, os quais contêm o DNA adicional para codificar o processo de conjugação. ● Os fatores R pequenos não são conjugativos e contêm apenas os genes de resistência. Além de conferir resistência a antibióticos, os fatores R transmitem duas outras características: ● resistência a íons metálicos (p. ex., codificam uma enzima que reduz íons mercúricos a mercúrio elementar); ● resistência a certos vírus bacterianos por codificarem endonucleases de restrição que degradam o DNA de bacteriófagos infectantes. 3. Resistênci� mediad� por transp�on� Um típico transposon de resistência a fármacos é composto por três genes flanqueados em ambos os lados por sequências de DNA mais curtas, geralmente uma série de bases repetidas invertidas que medeiam a inteiração do transposon com o DNA maior. Os três genes codificam: ● a transposase, enzima que catalisa a excisão e reintegração do transposon; ● um repressor que regula a síntese de transposase; ● o gene de resistência ao fármaco. Mecanismos específicos de resistência 1. Penicilinas e cefalosporinas A clivagem mediada por β-lactamases (penicilinases e cefalosporinases) é de longe o mecanismo mais importante. As β-lactamases produzidas por vários organismos apresentam diferentes propriedades. Por exemplo, a penicilinase estafilocócica é indutível pela penicilina, sendo secretada no meio. A resistência às penicilinas também pode ocorrer devido a modificações nas proteínas de ligação à penicilina (PBPs) da membrana celular bacteriana. Estas modificações são responsáveis tanto pelos baixos quanto pelos altos níveis de resistência à penicilina G apresentados pelo S. pneumoniae, e também pela resistência do S. aureus à nafcilina e a outras penicilinas resistentes à β-lactamase. Alguns isolados de S. aureus demonstram, ainda, outra forma de resistência, denominada tolerância, em que o crescimento do organismo é inibido pela penicilina, mas o organismo não é morto. Atribui-se esse fato a uma falha na ativação das enzimas autolíticas, mureínas hidrolases, que degradam o peptideoglicano. 2. Carbapenemas A resistência aos carbapenemas, como o imipenem, é causada por carbapenemases que degradam o anel β-lactâmico. Essa enzima confere ao organismo resistência às penicilinas e às cefalosporinas. Carbapenemases são produzidas por muitos bacilos gram-negativos, especialmente por Klebsiella, Escherichia e Pseudomonas. 3. Aminoglic�íde� A resistência a aminoglicosídeos ocorre por três mecanismos: (1) modificação de fármacos por enzimas de fosforilação, adenililação e acetilação (o mecanismo mais im- portante) codificadas por plasmídeo; (2) mutação cromossômica (p. ex., uma mutação no gene codificador da proteína-alvo na subunidade 30S do ribossomo bacteriano); (3) diminuição da permeabilidade da bactéria ao fármaco. 4. Quinolonas. A resistência às quinolonas deve-se principalmente a mutações cromossômicas que modificam a DNA-girase bacteriana. Bases não genéticas da resistência As bactérias podem ser isoladas no interior de uma cavidade de um abscesso, na qual o fármaco não é capaz de penetrar efetivamente. A drenagem é, portanto, necessária como adjunto à quimioterapia. As bactérias podem encontrar-se em estado letárgico (i.e., sem crescimento), sendo, portanto, insensíveis aos inibidores de parede celular, como penicilinas e cefalosporinas. Em determinadas circunstâncias, organismos que seriam geralmente mortos pela penicilina podem perder sua parede celular, sobrevivendo como protoplastos, insensíveis a fármacos ativos contra a parede celular. A presença de corpos estranhos torna mais difícil o tratamento antibiótico bem-sucedido. Isso aplica-se a corpos estranhos, como implantes cirúrgicos e cateteres, bem como a materiais que penetram no corpo por ocasião de ferimentos penetrantes, como farpas e estilhaços. Várias circunstâncias podem dar a impressão de que os organismos são resistentes (p. ex., a administração de fármaco incorreto ou da dosagem incorreta, ou incapacidade de o fármaco atingir o local apropriado do corpo). Seleção de bactérias resistentes por uso excessivo e uso incorreto de antibióticos Alguns médicos utilizam múltiplos antibióticos quando apenas um seria suficiente, prescrevem a terapia antibiótica por um período desnecessariamente longo, utilizam antibióticos em infecções autolimitadas em que antibióticos não são necessários e fazem uso excessivo de antibióticos na profilaxia pré e pós-operatória. Em muitos países, os antibióticos são vendidos sem receita médica ao público em geral; essa prática encoraja o uso indevido e indiscriminado dos fármacos. Os antibióticos são empregados em rações animais para prevenir infecções e promover o crescimento. Isso seleciona organismos resistentes nos animais e pode contribuir para o pool de organismos resistentes em seres humanos. 4. Pesquisar sobre os mecanismos de ação dos antibacterianos e sobre suas classes (B-lactâmicos, quinolonas e aminoglicosídeos) Princípios da terapia antimicrobiana O conceito mais importante que fundamenta a terapia antimicrobiana corresponde à toxicidade seletiva, isto é, a inibição seletiva do crescimento do microrganismo sem danos ao hos- pedeiro. A toxicidade seletiva é obtida explorando-se as diferenças entre o metabolismo e a estrutura do microrganismo e as características correspondentes das células humanas. Antibióticos de amplo espectro são ativos contra vários tipos de microrganismos; por exemplo, as tetraciclinas são ativas contra diversos bacilos gram-negativos, clamídias, micoplasmas e riquétsias. Os antibióticos de pequeno espectro são ativos contra um ou poucos tipos; por exemplo, a vancomicina é utilizada principalmente contra certos cocos gram-positivos,isto é, estafilococos e enterococos. Um fármaco bactericida mata as bactérias, ao passo que um fármaco bacteriostático inibe seu crescimento, mas não causa sua morte. As características marcantes do comportamento dos fármacos bacteriostáticos são: (1) as bactérias podem voltar a crescer quando o fármaco é retirado, e (2) os mecanismos de defesa do hospedeiro, como a fagocitose, são necessários para matar as bactérias. Mecanismos de ação 1. Inibiçã� d� síntes� d� pared� celular 1.1. Penicilinas Penicilinas (e cefalosporinas) atuam inibindo as transpeptidases, enzimas que catalisam a etapa final das ligações cruzadas durante a síntese de peptideoglicano. Dois fatores adicionais estão envolvidos na ação da penicilina: ● O primeiro é o fato de a penicilina ligar-se a uma variedade de receptores da membrana celular e parede celular bacterianas, denominados proteínas de ligação à penicilina (PBPs). Algumas PBPs são transpeptidases; as demais agem na síntese do peptideoglicano. ● O segundo fator é o fato de enzimas autolíticas, denominadas mureína hidrolases (mureína é um sinônimo de peptideoglicano), serem ativadas em células tratadas com penicilina, degradando o peptideoglicano. Algumas bactérias (p. ex., cepas de S. aureus) são tolerantes à ação da penicilina, já que essas enzimas autolíticas não são ativadas. A penicilina é bactericida, mas mata as células apenas quando estas encontram-se em fase de crescimento. Durante o crescimento celular, há síntese de um novo peptideoglicano e ocorre a transpeptidação. Desse modo, as penicilinas são mais ativas durante a fase log do crescimento das células bacterianas do que durante a fase estacionária. As penicilinas (e cefalosporinas) são denominadas fármacosβ-lactâmicos, devido à importância do anel β-lactâmico. Uma estrutura intacta do anel é essencial à atividade antibacteriana: a clivagem do anel por penicilinases (β-lactamases) inativa o fármaco. As penicilinas geralmente são atóxicas em níveis clinicamente eficazes. A principal desvantagem desses compostos é a hipersensibilidade, que ocorre em cerca de 1 a 10% dos pacientes. As reações de hipersensibilidade incluem anafilaxia, erupções cutâneas, anemia hemolítica, nefrite e febre induzida por fármacos. Penicilina dividem-se em: ● Penicilinas naturais ou benzilpenicilinas ○ Penicilina cristalina ou aquosa. Restrita ao uso intravenoso (IV). Apresenta meia-vida curta (30 a 40 min) e é eliminada do organismo rapidamente (cerca de 4 h). Distribui-se amplamente pelo corpo, alcançando concentrações terapêuticas em praticamente todos os tecidos. A penicilina cristalina ultrapassa a barreira hematoencefálica em concentrações terapêuticas, sendo tratamento opcional para meningites causadas por cepas sensíveis. ○ Penicilina G procaína. Apenas para uso intramuscular (IM). A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12 h. ○ Penicilina G benzatina. Penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, de uso exclusivamente IM. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, conforme a dose utilizada. Fármaco de escolha para o tratamento da sífilis e profilaxia de febre reumática. ○ Penicilina V. Apenas para uso oral. Chega a níveis séricos de 2 a 5 vezes maiores do que os obtidos com as penicilinas G administradas via IM, com distribuição tecidual similar a esta. Pode ser utilizada como tratamento sequencial oral, substituindo penicilinas parenterais (exceto contra Neisseria spp. e Haemophilus spp., produtores de penicilinases). ● Aminopenicilinas ○ Ampicilina. Apresenta meia-vida de 3 h, não devendo ser utilizada com intervalos maiores que 6 h. Tem boa distribuição em todos os compartimentos orgânicos. Havendo inflamação e após a administração parenteral, atinge concentrações terapêuticas no líquido cefalorraquidiano (LCR) – formulação IV –, líquido pleural, articulações e fluidos peritoneais. ○ Amoxicilina. Difere da ampicilina por ter um grupo hidroxila na cadeia benzênica. Alcança níveis no LCR inferiores à ampicilina, não sendo vantajosa para o tratamento de pacientes com meningoencefalites bacterianas. Devido à sua melhor absorção por via oral e às melhores características farmacocinéticas, a amoxicilina é preferida à ampicilina para utilização oral, com intervalos de 8 h. ● Penicilinas resistentes às penicilinases ○ Oxacilina. Disponível apenas para uso IV. Apresenta metabolização hepática e excreção renal. Fármaco de escolha para cepas de Staphylococcus aureus sensíveis. Atinge concentrações liquóricas satisfatórias em meio a processos inflamatórios. Posteriormente, para ampliar a cobertura contra os bacilos Gram-negativos, foram desenvolvidas penicilinas chamadas de amplo espectro. Dividem-se em dois grupos: (a) carboxipenicilinas (carbenicilina e ticarcilina) e (b) ureídopenicilinas (mezlocilina, piperacilina e azlocilina). A piperacilina é comercializada no Brasil associada ao tazobactam, inibidor de betalactamases. ● Penicilinas de amplo espectro, desenvolvidas na tentativa de evitar a aquisição de resistência das bactérias. ○ Obtidas por associação com inibidores de betalactamases (p. ex., ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam). Apesar do desenvolvimento de toda essa variedade de penicilinas, a produção das betalactamases continuou sendo o meio mais eficiente e comum de as bactérias se tornarem resistentes aos antimicrobianos betalactâmicos. Os inibidores de betalactamases, quando associados a antimicrobianos beta lactâmicos, ligam-se às betalactamases, evitando a hidrólise do anel betalactâmico e potencializando sua atividade. ○ Amoxicilina + ácido clavulânico. ○ Ticarcilina + ácido clavulânico. ○ Ampicilina + sulbactam. ○ Piperacilina + tazobactam 1.2. Cefalosporinas As cefalosporinas são fármacosβ-lactâmicos que atuam da mesma maneira que as penicilinas; isto é, são agentes bactericidas que inibem as ligações cruzadas do peptideoglicano. Suas estruturas, no entanto, são diferentes: as cefalosporinas apresentam um anel hexamérico adjacente ao anel β-lactâmico e apresentam duas substituições no núcleo composto pelo ácido 7-aminocefalosporânico. As cefalosporinas são eficazes contra uma ampla gama de organismos, e, em geral, são bem toleradas, produzindo menos reações de hipersensibilidade que as penicilinas. Cefalosporinas dividem-se em: ● Cefalosporinas de primeira geração | Cefalexina, cefadroxila, cefaclor, cefalotina e cefazolina ● Cefalosporinas de segunda geração e cefamicinas | Cefuroxima e cefoxitina ● Cefalosporinas de terceira geração | Ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima ● Cefalosporinas dequarta geração | Cefepima e cefoperazona 1.3. Carbapenema Carbapenemas são fármacos β-lactâmicos estruturalmente distintos das penicilinas e cefalosporinas. Por exemplo, imipenem (N-formimidoiltienamicina), um carbapenema atualmente em uso, apresenta um grupo metileno no anel em substituição ao enxofre. O imipenem possui o maior espectro de ação entre os fármacosβ-lactâmicos. Apresenta excelente atividade bactericida contra diversas bactérias gram-positivas, gram-negativas e anaeróbias. O imipenem é prescrito em combinação com a cilastatina, que é um inibidor da desidropeptidase, uma enzima renal que inativa o imipenem. O imipenem não é inativado pela maioria das β-lactamases. 1.4. Monobactâmic� Os monobactâmicos são também fármacosβ-lactâmicos, estruturalmente distintos das penicilinas e cefalosporinas. Os monobactâmicos caracterizam-se por um anel β-lactâmico sem estrutura adjacente em anel contendo enxofre, isto é, são monocíclicos. O aztreonam, atualmente o monobactâmico de maior utilidade, exibe excelente atividade contra vários bacilos gram-negativos, como Enterobacteriaceae e Pseudomonas, porém é inativo contra bactérias gram-positivas e anaeróbias. Esse antibiótico é resistente à maioria das β-lactamases. É extremamente útil em pacientes hipersensíveis à penicilina, pois não há reação cruzada. 2. Inibição da síntese proteica 2.1. Aminoglicosídeos Os aminoglicosídeos são fármacos bactericidas especialmente úteis contra vários bacilos gram-negativos. Certos aminoglicosídeos são utilizados contra outros organismos. Os principais usos dos aminoglicosídeos são: sepse, ITU, endocardites, infecções respiratórias, infecções intra-abdominais, meningites em recém-nascidos, infecções oculares, osteomielites e infecções de articulações. Têm grande atividade contra bacilos e cocos Gram-negativos aeróbios, bactérias gram-positivas e micobactérias Os dois importantes mecanismos de ação de aminoglicosídeos foram bem-documentados em relação à estreptomicina; outros aminoglicosídeos provavelmente atuam de forma similar. Tanto a inibição do complexo de iniciação quanto a leitura incorreta do RNA mensageiro (mRNA) ocorrem. ● Estreptomicina. Boa atividade contra Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium bovis, sendo, no entanto, usada em esquemas alternativos contra tuberculose, quando há resistência a isoniazida e/ou rifampicina, ou quando é necessário tratamento parenteral. ● Gentamicina. Utilizada no tratamento de infecções por bacilos Gram-negativos, com ação contra P. aeruginosa ou Serratia marcescens, e em esquemas combinados com betalactâmicos, para infecções mais graves por enterococos. ● Amicacina. Tem o maior espectro de ação do grupo. Usada em infecções por bacilos Gram-negativos resistentes a gentamicina, na terapia empírica de infecções relacionadas à assistência à saúde, no tratamento de micobacterioses (em casos específicos de infecções por M. tuberculosis) e de infecções por M. fortuitum e M. avium. Os aminoglicosídeos apresentam certas limitações quanto ao uso: ● têm efeito tóxico sobre os rins e sobre as porções auditiva e vestibular do oitavo nervo craniano. Para se evitar toxicidade, as concentrações séricas do fármaco, o nitrogênio urético no sangue e a creatinina devem ser medidos. ● Eles são fracamente absorvidos no trato gastrintestinal e não podem ser administrados oralmente. ● Eles penetram fracamente no líquido espinal e devem ser administrados pela via intratecal durante o tratamento de meningites. ● São ineficientes contra bactérias anaeróbias, uma vez que seu transporte para dentro da célula bacteriana requer oxigênio. 3. Antimicrobianos que atuam no DNA bacteriano 3.1. Quinolonas As fluoroquinolonas são fármacos bactericidas que bloqueiam a síntese de DNA bacteriano pela inibição da DNA-girase (ou topoisomerase II) e a topoisomerase IV.. As fluoroquinolonas, como ciprofloxacina, levofloxacina, norfloxacina, ofloxacina e outras, são ativas contra uma ampla gama de organismos que causam infecções do trato respiratório inferior, do trato intestinal, do trato urinário e de tecidos esqueléticos e moles. O ácido nalidíxico, que é uma quinolona, mas não uma fluoroquinolona, é muito menos ativo, sendo utilizado apenas no tratamento de infecções do trato urinário. Tem-se observado que as fluoroquinolonas podem se ligar preferencialmente à DNA girase ou à topoisomerase IV, dependendo da espécie bacteriana. Em bactérias Gram-negativas, como Escherichia coli, as fluoroquinolonas podem ter a DNA girase como alvo primário e a topoisomerase IV como alvo secundário. Em contraste, em organismos Gram-positivos, como Staphylococcus aureus, as fluoroquinolonas se ligam preferencialmente à topoisomerase IV. Mas isso não é regra; o alvo preferencial pode variar de acordo com o composto de fluoroquinolona e a espécie bacteriana. As fluoroquinolonas não são recomendadas para crianças e mulheres grávidas por danificarem cartilagens em crescimento. Outro importante efeito adverso das fluoroquinolonas é a neuropatia periférica, que causa, por exemplo, dor, sensação de queimação, sensação de dormência, ou formigamento nos braços ou pernas.
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