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Antropologia da criança

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
Alice Lawanda Ferreira Calixto 
Fernanda Emanuele V. de M. Santos 
Vitoria Felix do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA DA CRIANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MACEIÓ 
 01/2020 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
Alice Lawanda Ferreira Calixto 
Fernanda Emanuele V. de M. Santos 
Vitoria Felix do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de fundamentos 
antropológicos da educação, ministrada pela profª 
Marina Saraiva, como parte da avaliação referente 
ao 2º período do curso de pedagogia, vespertino, 
2019.1 com o tema “Antropologia da criança". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MACEIÓ 
 01/2020 
 
 
 Resumo 
 
Neste trabalho vamos apresentar a importante da antropologia da criança, o que ela é, 
como pensa o conceito de criança, não apenas na visão ocidental, como pensa o conceito de 
infância, que não é um conceito universal como muitos pensam. Também fizemos uma 
pequena análise sobre a ​etnografia: "​Crescendo como um Xikrin: uma análise da infância e 
do desenvolvimento infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá" de ​Clarice Cohn, que mostra 
a forma de ser criança deste povo, a partir da visão destas crianças. A antropologia da criança 
é responsável por estudar este fenômeno, em diversas culturas, não pensando no que elas 
poderiam ser, mas em quem elas são, que papéis exercem na cultura em questão, pois as 
crianças não tem um intelecto inferior ao do adulto, apenas diferente. Sendo assim uma 
vertente muito importante na Antropologia pois quebra os padrões naturalizados sobre 
infância e criança, facilitando o entendimento das vivências destes sujeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ​Introdução 
 
 
Este trabalho foi realizado pensado através da etnografia de Clarice Cohn: Crescendo 
como um Xikrin: uma análise da infância e do desenvolvimento infantil entre os 
Kayapó-Xikrin do Bacajá, onde a autora em sua pesquisa traz cenas do dia a dia das crianças 
na aldeia, onde ela descreve situações cotidianas das crianças, em momentos em seus dias, as 
suas rotinas, ou seja traz os olhos, ouvidos e aprendizados das crianças marcadas na 
sociedade xikrin. E com este tema fomos em busca de se aprofundar mais sobre o assunto que 
nos mostrou interesse e partir desta base tomamos como foco a antropologia da criança, a 
cultura indígena e o desenvolvimento destas crianças, pois é notório que atualmente este 
povo ainda é alvo de preconceito, pois pouco fala-se sobre este povo, mesmo que muito 
tenha sido herdado desta cultura, e ainda hoje é uma cultura muito rica, ou seja por 
desconhecimento. O antropólogo em seu livro “o povo brasileiro”, analisa que a cultura 
indígena é integrada a partir de uma matriz formada pelos nativos, os negros africanos e os 
europeus, somando-se a isso os povos que vieram posteriormente, sendo assim a cultura 
indígena sempre esteve nas terras do brasil, desde as práticas alimentares, ritualísticas até a 
linguagem ainda são usadas em nosso cotidiano. Com isso a importância deste assunto ser 
falado, trabalhado em escolas por exemplo e com as crianças desde o início da fase escolar, 
para que conheçam a história do Brasil e que não se perpetue esse preconceito. 
Esta pesquisa tem como objetivo identificar os desenvolvimentos da criança em seu 
cotidiano, mais especificamente quem este sujeito na sociedade em questão, tomando como 
base o artigo de Clarice Cohn mestre em antropologia social- USP, com o tema: Crescendo 
como um Xikrin: uma análise da infância e do desenvolvimento infantil entre os 
Kayapó-Xikrin do Bacajá. Xikrin foi um povo indígena, habitantes do sudoeste do Pará. 
Precisamos primeiramente identificar do que se trata a antropologia da criança, e 
como essa área pensa o conceito de infância e de criança, perguntas que parecem simples mas 
são amplamente complexas, o conceito de criança é encontrado em inúmeras culturas, 
conceito este que apresenta-se de diversas formas. Neste trabalho iremos buscar respostas 
para essas questões e outras que surgirem durante a pesquisa. 
Afinal, o que é a antropologia da criança? como este assunto é tratado atualmente 
pelos pesquisadores e antropólogos da área? Em seu livro “Antropologia da criança” Clarice 
 
 
Cohn retrata sobre este assunto fazendo uma abordagem de diversos assuntos relacionados, 
no qual a autora inicia com os seguintes questionamento “O que é a criança? O que é ser 
criança? Como vivem e pensam as crianças? O que significa a infância?”, Clarice também 
fala que, “ Precisamos nos fazer capazes de entender a criança e seu mundo a partir do seu 
próprio ponto de vista. E é por isso que uma antropologia da criança. é importante.”, ou seja 
deixar de pensar que as crianças têm o mesmo pensamento que um adulto, pois isso é 
totalmente sem sentido, pois as crianças vêem o mundo de uma forma diferente dos adultos, e 
a antropologia da criança tem como objetivo identificar e analisar essas ações em diferentes 
ocasiões, colocando também as questões sociais que afetam a vida cotidiana das crianças, do 
ponto de vista de cada uma delas. 
​Para a realização, lemos a etnografia e o livro de Clarice Cohn e tiramos como tema 
central a cultura indígena das crianças, e pesquisamos artigos, livros, textos que tenham 
relação ao tema, buscando outras visões de autores e pesquisadores da área de antropologia, 
na qual tentamos refletir e entender a visão de cada um e assim recolhendo informações e 
dados para a realização da pesquisa. O tema foi escolhido através de pesquisas na qual esse 
tema foi o que nos chamou mais atenção e por ser um tema no qual nas aulas de fundamentos 
antropológicos da educação falamos muito sobre, sempre colocando em questão e discutindo, 
foi uma pesquisa difícil pois tem vários pontos a se trabalhar em relação à infância e a 
criança. As pesquisas dos textos foram feitas a partir da internet nos sites como google 
acadêmico, scielo, pesquisando artigos, anotando informações e tirando referências na qual 
iriam nos ajudar durante a realização do trabalho. 
Não conseguimos realizar a pesquisa de campo, o que seria bastante proveitoso e 
interessante, mas por motivos de dificuldade para nós encontrarmos em um local, pois cada 
integrante reside em uma cidade distinta, por este motivo fizemos online, optamos por fazer 
uma pesquisa bibliográfica e analisarmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão bibliográfica 
 
Quando fala-se sobre ser criança, geralmente é a partir da visão do adulto, muitas 
vezes vendo-a como um ser incompleto, em construção, ou com nostalgia pois lembram da 
pureza que no adulto não há mais, com o argumento que a sociedade corrompe o homem, e a 
Antropologia da Criança é importante pois ela possibilita a saída desta visão negativa 
existente sobre ser criança, e pensa-las dentro do sistema da cultura que estão inseridas, com 
o método etnográfico permitindo que haja uma observação direta das ações dos indivíduos,compreendendo o ponto de vista das mesmas, segundo Clarice Cohn. A antropologia da 
criança pode analisar crianças em culturas mais isoladas do mundo urbano ou mesmo as que 
vivem em grandes centros urbanos. 
A educação infantil hoje está voltada e focada, em uma noção de infância que é 
historicamente localizada, na Europa, por este motivo não é um conceito universal. Essa 
noção de infância é algo que tem que ser desenvolvido paralelamente a educação escolar, 
quando se exprime que ela, é historicamente localizada quer dizer que nem sempre foi assim 
na nossa história, mas também significa que não foi sempre em outros lugares, em outras 
culturas, em outras sociedades ou em outros locais do mundo há outros modos de ser 
criança. 
Em muitos lugares não há uma noção de infância, na tese do historiador francês 
Phillipe Ariês é mostrado que na França como ele chama de “Regime Antigo” foi mudando 
sua própria concepção de infância, ele não sugere que tenha um momento que o sentimento 
de infância surge. O sentimento de infância não significa que as pessoas sintam afeiçoamento 
maior pelas crianças, não é uma questão emotiva e afetiva significa que a ideia da infância se 
desprega em relação as idades da vida e se contrasta com a ideia adulta é o consentimento da 
infância que a vida adulta e a vida infantil se distinguem e se delimitam isso quer dizer que só 
pode falar de uma noção de infância efetivamente quando ouvir essa distinção entre o que é a 
infância e a idade adulta. 
De acordo com a antropóloga Clarice Cohn, geralmente nos locais indígenas não há 
um domínio específico da criança do outro lado da moeda é o que elas podem participar, as 
mesmas não são segregadas há um domínio específico, então precisaria observar ambos os 
casos se não há coisas específicas da criança por outro lado elas também não são vetadas da 
participação em grande parte das coisas que são importantes para as pessoas do seu convívio. 
 
 
Além disso, outra coisa que os indígenas têm muito marcado é uma percepção muito maior 
do reconhecimento da autonomia de suas crianças, da capacidade de suas crianças de escolher 
o que devem fazer, de escolher seu destino etc. Temos como exemplo o povo Kayapó Xikrin 
localizado no Pará; que é uma população indígena de língua (Jê) que pautam muito o 
aprendizado das crianças pelo interesse demonstrado por elas. Vale ressaltar que o Brasil é 
um país diverso e que possui uma diversidade interna muito grande é necessário que se 
reconheça que há uma diversidade de criança nesse vasto território. 
Clarice Cohn em sua etnografia: ​Crescendo como um Xikrin: uma análise da infância 
e do desenvolvimento infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá, introduz com uma 
apresentação os xikrin em seu universo social, na qual ela propõe uma reflexão da 
importância das crianças na vida social desse povo, de acordo com a rotina deles. A seguir ela 
faz uma reflexão observando o desenvolvimento de aprendizagem pelos conceitos que ela já 
tinha, mas também foi observando e adquirindo a concepção xikrin. As atividades que são 
feitas no cotidiano deles, na qual os adultos fazem as crianças estão ali observando, mas 
existem alguns rituais que são considerados perigosos para eles e são proibidos de produzir. 
O que eles se aprende são guardados entre eles, que é um lugar de saber, e para aprender, as 
crianças desenvolvem uma capacidade de atender através da visão de audição. 
Clarice também fala do aprendizado coletivo, que é feito quando jovens e velhos se 
reúnem para fazer rituais, para ensaiar os cantos e os passos dos rituais. Para os xikrin as 
crianças, “... não apenas crescem fisicamente, mas tornam-se também mais envolvidas com a 
vida social, socializam-se. Para isso, têm de desenvolver a habilidade de compreender o que é 
ou não socialmente aceitável.”. Os cotidianos das crianças xikrin está totalmente 
diferenciados das tarefas em que os adultos faz, pois as crianças não têm a responsabilidade 
que um adulto tem, mas isso não quer dizer que elas não saber realizar as tarefas, pois o fato 
delas não se comportarem da maneira certa. 
Também é destacado a questão do cotidiano das crianças neste local, como a questão 
de gênero e idade, na qual os meninos tem a maior liberdade de movimentação do que as 
meninas, e isso é visto muito até hoje em nossa cultura, já as meninas ficam ali perto de casa, 
como por exemplo ajudando a cuidar das crianças menores. 
A questão da antropologia da criança a autora Ângela M. Nunes em seu artigo 
intitulado "O lugar da criança nos textos sobre sociedades indígenas brasileiras", traz a 
questão de estudos desenvolvidos por antropólogos e etnólogos a falta de investigação 
 
 
referente aos estudos de antropologia sobre a criança, incluindo a essa aclamação a sugestão 
de nomear o campo específico de investigação da antropologia da infância ou até mesmo da 
criança . Ela fala que a escassez de estudos para esta área, neste período não parece coerente. 
No entanto a partir deste reconhecimento da criança como um ser social, que tem um ciclo de 
vida como os demais e também tem uma importância, deve ser mais reconhecida, com novos 
estudos de novas concepções, assim tendo uma comunicação da criança que ao se esclarecer 
pode ser considerada completo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discussão 
 
O livro procura socializar as questões de discussão sobre criança e infância, 
destacando como as diferenças culturais presentes agem com esse assunto e como a 
antropologia agrega para essas discussões. segundo a autora, muitas concepções existem 
sobre criança concepções essas que impede de conhecê-las a partir do seu modo. É preciso 
nesse sentido compreender a perspectiva da criança por meio de suas falas e ações no campo 
da antropologia da criança. Este pensamento de Clarice causou incômodo na antropologia 
pois esbarra em conceitos considerando universais, que geralmente são tratados pela 
psicologia e ciências da educação demonstrando que é possível uma nova abordagem 
antropológica. 
De acordo com a autora, a antropologia se consolida como uma ciência responsável 
por estudar um fenômeno existente na sociedade, vale ressaltar que é preciso levar em 
consideração seu contexto sociocultural do grupo a ser investigado. Para isso, a antropologia 
possui um próprio método de coleta de dados, sobretudo o método etnográfico, que nada mais 
é do que a aproximação e observação direta dos sujeitos envolvidos, na qual o pesquisador 
(antropólogo) participa efetivamente das experiências do campo que investiga. 
 Conhecer as crianças é um desafio para a antropologia devido os obstáculos de 
reconhecer a criança como um ser social, afirma Cohn. Elas eram reconhecidas não como um 
ser social mas sim como um adulto em formação, como um ser incompleto, não atuante, 
pensavam no que esse sujeito se tornaria e não no que ele era, isto fazia com que os estudos 
sobreestes indivíduos não fossem tão aprofundados, mas Clarice quebra este padrão. 
De acordo com Cohn, ainda há necessidade da antropologia da criança levar em 
consideração o contexto na qual a criança pertence. Segundo essa perspectiva, Cohn parte 
para o ponto de vista que as crianças são seres atuantes. Para a autora, essa perspectiva da 
criança atuante como, “aquela que tem papel ativo na constituição das relações sociais em 
que se engaja, não sendo, portanto, passiva na incorporação de papéis e comportamentos 
sociais” (P. 27-28). 
 Para exemplificar Clarice descreve alguns exemplos, entre eles ela destaca a 
experiência com as crianças Xikrin, na qual é possível destacar o papel ativo das crianças nas 
realizações importantes da aldeia. Outro fator é a capacidade das crianças em criar e recriar 
no mundo com seus pares e com os adultos de acordo com suas necessidades. Clarice defende 
 
 
que a diferença entre criança e adultos é estimativa ou seja, “a criança não sabe menos, ela 
sabe outras coisas” (P. 33). Por isso as crianças não são menos receptoras e sim criam e 
recriam sentidos onde vivem. 
A antropologia da criança pode nos auxiliam a desconstruir padrões naturalizados 
acerca do que é criança e infância. A obra é extremamente necessária para o entendimento 
das vivências e contextos em que essas crianças estão incluídas de modo que elas sejam 
consideradas sujeitos sociais e de direitos. 
Devido o pensamento etnocêntrico em relação a cultura, pela forma que o Brasil foi 
invadido por europeus, existe um problema de comparar crianças de culturas diferentes, 
classificando-as como melhores ou piores, mais inteligentes ou menos inteligentes, mas cada 
cultura tem um papel para este sujeito, ele ocupa um lugar diferente dependendo da sociedade 
em que esteja inserido, ou seja esse tipo de comparação é incabível, pois cada cultura possui 
suas particularidades, isto não quer dizer que uma tem mais valor que a outra, mas que cada 
uma tem suas características. Assim como na cultura indígena, que tem um modo de 
educação diferente do que estamos acostumados na educação formal, mas o que é preciso 
compreender em relação a isso é que todas as culturas e histórias são importantes, e 
relevantes para serem estudadas e registradas. 
O Brasil é um país muito grande geograficamente falando, e consequentemente há 
uma variação na cultura do mesmo, mas este fato é ignorado quando trata-se da forma que 
lidam com as crianças. Não reconhecer-se como um país diverso dificulta em como tratar as 
crianças, pois tratar igualmente sujeitos que vivem em culturas diferentes é algo ignorante. 
Um exemplo disso é quando um profissional da educação vai lecionar dentro de uma cultura 
que não pertence e que não conhece a fundo, e apresenta os conteúdos da mesma maneira em 
ambas sociedades, inferiorizando, mesmo que sutilmente, a cultura destas crianças, quando 
essa cultura deve ser preservada e respeitada, pois como já foi dito, existem muitas formas de 
ser criança 
A antropologia da criança está avançando, no sentido de estar aprofundando-se de 
forma mais direta sobre quem são esses sujeitos e que papéis ocupam nas sociedades. Desta 
forma devemos estar abertos para desconstruir conceitos sobre as crianças que eram 
considerados universais, e reconhecer a importância das particularidades existentes sobre as 
várias formas de ser criança. 
 
 
 
 ​Considerações finais 
 
Este trabalho procurou entender e refletir sobre a antropologia da criança, o conceito 
de infância, de criança, também deste sujeito na cultura indígena, na qual diante das 
observações feitas em livro e artigos relacionados ao tema, foram ampliados nossos 
conhecimentos, conhecendo as perspectivas e pensamentos dos autores . 
As dúvidas e questionamentos que surgiram no decorrer desenvolvimento do 
trabalho, foram supridas com as pesquisas, questões essas que foram sobre, o que é a 
antropologia da criança, que Clarice Cohn diz que é sair do pensamento negativo sobre as 
crianças, pensando-as a partir do sistema de sua cultura, podendo analisá-las tanto nos 
grandes centros urbanos, como em outros tipos de sociedades. 
Outro questionamento que surgiu foi sobre a infância, e descobrimos que este 
conceito não existe em muitas culturas, diferente do que muitos pensam esse não é um 
conceito universal, mas sim um conceito ocidental. Nós questionamos também sobre como a 
antropologia vê a criança, e ela vê esse sujeito como um ser que tem um papel ativo na 
sociedade que está inserido e não passivo, que sabe menos, mas que sabe diferente. Os 
conceitos que tínhamos antes da elaboração deste, foram renovados, ou seja houve uma 
quebra do senso comum existente. 
O campo de investigação e análise teve como base, o livro “Antropologia da criança” 
da renomada antropóloga Clarice Cohn, que trata-se da socialização das questões envolvendo 
a infância e a criança abordando as diferenças presentes no contexto sociocultural e como a 
antropologia contribuiu para este cenário. 
Também analisamos a etnografia intitulada "Crescendo como um Xikrin: uma análise 
da infância e do desenvolvimento infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá" em que analisa 
as crianças Xikrin e seus papéis naquela sociedade, nessa aldeia a criança não possui uma 
segregação específica ou seja não há um domínio regido por regras sobre elas percebemos 
que precisa-se observar os dois lados da moeda. As crianças não são na maioria das vezes 
excluídas dos acontecimentos importantes, um exemplo disso são os rituais mesmas não 
participam efetivamente mas participam sendo ouvintes e observando esse momento que é 
importante para as pessoas inseridas naquele contexto, valorizando sua cultura que são 
ensinadas desde cedo. Essas crianças são reconhecidas por sua capacidade de autonomia e do 
livre arbítrio em escolher seu próprio destino. 
 
 
 
 Referências bibliográficas 
 
COHN, C. Antropologia da criança. 2° edição. Rio de janeiro. Zahar, junho de 2005. 
COHN, C. Crescendo como um Xikrin: uma análise da infância e do desenvolvimento 
infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá. Scielo, 2000. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012000000200009​. Acesso 
em: 23/1/2020. 
LOPES DA SILVA, A; NUNES, Â; MACEDO, A. (Org). Crianças indígenas : ensaios 
antropológicos. Horizontes Antropológicos. São Paulo: Global, dezembro de 2002. 280 
p.(Coleção Antropologia e Educação). 
MAGALHÃES, M; BARBOSA, A. A concepção de infância na visão Philippe Ariès e sua 
relação com as políticas públicas para a infância. Examãpaku, 2008. Disponível 
em:​https://revista.ufrr.br/examapaku/article/view/1456/1050​. Acesso em: 23/1/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012000000200009
https://revista.ufrr.br/examapaku/article/view/1456/1050

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