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Adam Smith - Riqueza das nações - Capítulo 10 - Os Salários e o Lucro nos Diversos Empregos de mão de obra de capital

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10 – Os Salários e o Lucro nos Diversos Empregos de 
Mão-de-Obra e de Capital 
Vai tirar a ideia do capítulo 7, que os salários de todos os setores se igualam e as taxas de lucro na economia 
vão ser literalmente iguais. Este capítulo, vai nos mostrar que há uma equivalência e não uma igualdade. Você 
pode ter taxas de lucro muito diferentes, 5% ou 15%, e ainda sim, as pessoas que estão lucrando 5% não 
querem ir para o setor que lucra 15%, por conta de desvantagens que existem nesse setor. Há uma paridade 
entre salários que se recebem nos setores, taxas de lucro, que é regulada por algumas coisas. 
Na primeira parte do capítulo, Smith vai tratar de diferenciais de trabalho devido á diferenças na natureza do 
emprego. Por serem atividades diferentes com características diferentes, vamos ver que os salários e taxas de 
lucros também vão ser diferentes. Na segunda parte, ele vai falar: olha, mas os diferenciais de salários e taxas 
de lucro que existem entre os setores, são muitos maiores do que aqueles que seriam justificados pela 
natureza do emprego do capital do trabalho nesses setores, atividades. Vai falar de monopólios, corporações 
de oficio, etc, de tudo aquilo que vai ser um empecilho à entrada e saída de fatores, que vai emperrar esse 
mecanismo. 
O fato de em um setor A você ganhar 1.000 e num setor B você ganhar 2.000, isso quer dizer que as pessoas 
vão se direcionar para o setor de dois mil e essas diferenças vão acabar? Não. O que Smith diz, é que a 
liberdade econômica vai igualar as vantagens e desvantagens econômicas totais dos diferentes empregos. Por 
que? Se olhando tudo, o setor (caso da prof de ir pro banco ou pra academia), se analisar a liberdade, a falta 
de patrão, o gerenciamento do tempo, estresse, família. Mesmo, se contando todas as vantagens de um e as 
desvantagens do outro você achar ainda que é mais interessante ir pro banco, você vai pro banco e na hora 
que inundar de pessoas querendo trabalhar lá, a remuneração cai. Cai até o ponto que vai estar equivalente 
de novo, você não vai querer sair de um setor para ir para outro. “O interesse de cada homem, o levaria a 
buscar o emprego mais vantajoso e abandonar o desvantajoso”; isso vai fazer com que exista uma paridade 
entre os diferentes setores que, quando você olha todas as vantagens e desvantagens de um e de outro e no 
meio disso um salário, ou lucro, você escolhe ficar aonde você está. Então, você vai igualar as vantagens e 
desvantagens totais, mas não vai igualar os salários e as taxas de lucros de todas as atividades. Diferenças 
na natureza do emprego do trabalho e capital levam a diferenciais de lucros e de salários monetários/ 
pecuniários, como Smith diz. 
Aí, ele passa a discutir quais são essas diferenças. Vai analisar alguns fatores que vão explicar diferenciais de 
salários e, somente dois desses fatores vão também explicar diferenciais na taxa de lucro. Os totais das 
vantagens e desvantagens dos diferentes empregos de trabalho e estoque têm que ser na mesma vizinhança, 
perfeitamente igual ou tender continuamente para igualdade. O mecanismo que explicaria isso é aquele que 
se um está melhor do que o outro, as pessoas vão se direcionar para esse setor (no caso de existência de 
liberdade econômica). Aí, ele vai explicar esses cinco fatores relacionados a natureza do emprego, que 
explicam os diferenciais de salário. 
1. Se o emprego é agradável ou não: O emprego desagradável deve pagar mais que o emprego agradável, 
para compensar essa desagrabilidade. Se pagasse igual, ou menos, as pessoas se direcionariam para o 
emprego agradável, faltaria gente para o emprego desagradável e os salários desse setor subiriam em 
relação ao outro. Assim, iria se criar uma igualdade; ocorreria uma paridade entre os dois setores. Esse vai 
ser um fator que também vai influenciar nas taxas de lucro: O cara que tem uma taberna e tem que aturar 
bêbado a noite inteira tem que ganhar mais, se não ele iria aplicar o capital dele em outro lugar e aí 
faltariam tabernas, esse setor se tornaria mais lucrativo e a taxa de lucro subiria. 
2. Custo da dificuldade de aprender o ofício ou o custo de educação: Isso vai explicar a diferença de trabalho 
qualificado e não qualificado. Trabalho qualificado ganha mais. 
3. A constância ou inconstância do emprego: Há empregos que são muito constantes, que não dependem 
do clima, são sazonais, etc; porém outros não são. O cara que não pode trabalhar todos os dias do ano, 
vai ter que ganhar nos dias em que ele trabalha, tanto quanto ganharia trabalhando o ano inteiro. Em 
todo lugar esses trabalhos menos constantes vão ser melhor remunerados. 
4. Grau de confiança: Algumas profissões, você não vai dedicar sua reputação, sua saúde, alguém que não 
tem um determinado nível na sociedade (preconceito de classe de Smith), essa pessoa vai ter que ganhar 
o suficiente á fazer jus a sua confiança, a seu modo de vida na sociedade. 
5. Nem o custo de treinamento, nem constância nem inconstância, nem grau de confiança, vão afetar taxa 
de lucro. A taxa de lucro vai ser afetadas pelo emprego ser agradável ou desagradável e também por este 
quinto setor que é a probabilidade de sucesso no emprego ou risco de fracasso: Aqui, Smith fala do 
sapateiro x advogado; aqui não só existe uma diferença em relação a dificuldade do aprendizado, mas 
também uma probabilidade de fracasso ou insucesso muito maior; Um sapateiro irá vender seus sapatos, 
já um profissional liberal, só 1 em 100 vai conseguir ser advogado. Então, isso já justifica diferenciais de 
salários. A admiração também faz parte dessa remuneração. Esse fator também vai afetar taxa de lucro. 
Por exemplo, se eu sou um traficante, não posso falar para meu filho, e vou ser repudiado socialmente; 
então da mesma forma que a admiração influencia na remuneração, a falta dela influencia também, você 
também deve ganhar mais sendo menos admirado. Voltando, isso vai mostrar por que um advogado vai 
ganhar mais do que os outros, por que, o risco de fracasso nessa profissão vai ser muito maior; taxas de 
lucros: produzir sapatos ou fazer importações de bens que estão em outros continentes e envolvem 
navios, pessoas, etc. Smith diz que essas remunerações não são tão grandes quanto elas seriam, por que 
as pessoas sobre estimam a possibilidade de sucesso e subestimam a possibilidade de fracasso (Isso é 
usado na economia comportamental). Por outro lado, ele diz que as pessoas tem uma tendência a sobre 
estimar o risco, ele toma como exemplo o fato de raríssimos navios terem seguro, sendo que é um 
empreendimento altamente arriscado. Essa questão do risco, afeta tanto a remuneração do trabalho 
como os lucros. As atividades com maior chance de fracassar vão pagar mais. Smith vai falar que as 
vantagens totais do emprego, vão acabar sendo igualados pela concorrência. Para ele, se você tem 
liberdade econômica, não tem corporações de ofício, monopólios, lei dos pobres, etc, a diferença de 
salários e taxas de lucro, vão ser basicamente uma compensação por maior ou menor agradabilidade, 
confiança, ou seja, todos os fatores que ele usou para explicar os diferenciais de salário. Mas, as vantagens 
totais vão ser iguais, por que pequenos salários e pequenos lucros contrabalançam grandes vantagens e, 
grandes salários e lucros contrabalançam grandes desvantagens. Então, no final, as vantagens totais de 
todos os empregos seriam equivalentes, seriam igualadas. 
Na parte 2 do capítulo, Smith vai falar que muitas vezes as vantagens são muito maiores, quer dizer, as 
diferenças de salários e taxas de lucro são muito maiores do que aquelas que apenas compensariam vantagens 
ou desvantagens dos setores, por conta dos monopólios, corporações de ofício, lei dos pobres, e outras 
interferências na economia que provocam diferenças nas vantagens totais. 
Na primeira parte, tem diferenças pecuniárias/ monetárias, mas as vantagens totais são iguais entre os 
diferentes empregosdo trabalho e do capital. Já na segunda, quando você tem monopólios, corporações de 
ofícios, etc, você vai ter vantagens totais desiguais, nos diferentes empregos. No primeiro a prof não iria no 
mercado financeiro, no segundo sim. 
O crescimento, a estagnação e o declínio da economia, vai afetar o nível de salário e o nível da taxa de lucro, 
mas, não afeta essas paridades. Todos os salários/ lucros, sobem na mesma proporção no crescimento da 
economia e caem na mesma proporção no declínio da mesma.

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