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A AFETIVIDADE E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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unip - Universidade Paulista
Educação a distância 
CURSO: PEDAGOGIA
psicologia na educação
A AFETIVIDADE E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR
2018
Universidade Paulista
Educação a distância 
psicologia na educação
A AFETIVIDADE E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR
2018
Resumo
A escola para muitas crianças torna-se um segundo lar, para muitos acaba sendo uma extensão de sua própria casa. Mas este lar não oferece apenas conhecimentos, nele a criança irá despertar os sentimentos e também suas próprias atitudes, como é o caso da afetividade. A educação do cativar, o afetivar deveria ser uma preocupação para os futuros educadores, pois este é um elemento que controi e condiciona o comportamento, o caráter e a aprendizagem cognitiva da criança. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo investigar qual a importância da afetividade no processo escolar, na Educação Infantil. Os procedimentos metodológicos que nortearam a pesquisa consistiram na construção de dados qualitativos, através de pesquisas de análises bibliográficas em artigos, periódicos, cartilhas da educação infantil como Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI), entre outros. Verificou-se como resultados, que a afetividade é uma base para a escola promover futuras pessoas pensantes, com um melhor convívio em grupo, tanto no seio familiar e social também. Deste modo entendeu-se que a afetividade é uma ferramenta muito eficaz no processo ensino-aprendizagem, onde contribui positivamente para que o aluno supere suas limitações pessoais e passando a adquirir os saberes que o nortearam por toda a sua vida. 
Palavras-chave: Afetividade. Aprendizagem. Educação Infantil.
Summary
The school for many children becomes a second home, for many ends up being an extension of their own home. But this home does not only offer knowledge, in it the child will displace the feelings and also their own attitudes, as is the case of affectivity. The education of the captivating, the Affectivar should be a concern for future educators, because this is an element that controls and conditions the behavior, character and cognitive learning of the child. Thus, this research aimed to investigate the importance of affectivity in the school process in early childhood education. The methodological procedures that did not have the research consisted in the construction of qualitative data, through researches of bibliographical analyses in articles, periodicals, bookcases of early childhood education as a Curricular reference for Education Children (Rcnei), among others. It was verified as results that affection is a basis for the school to promote future thinking people, with a better group conviviality, both in the family and social as well. Thus, it was understood that affectivity is a very effective tool in the teaching-learning process, where it contributes positively to the student overcoming his personal limitations and acquiring the knowledge that guided him throughout his life. 
Keywords: Affectivity. Learning. Early Childhood Education.
Sumário
1- INTRODUÇÃO.......................................................................................................5
2- DESENVOLVIMENTO..........................................................................................7
3- CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................10
3.1- CONCEITO DE AFETIVIDADE................................................................12
3.2- AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO...............................................................16
3.3- A AFETIVIDADE E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.........22
3.4- A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO AFETIVO PROFESSOR-ALUNO..................................................................................................................25
4- CAPÍTULO II – METODOLOGIA.....................................................................29
5- CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO.....................................................31 
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................36
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................39
1- Introdução
Neste trabalho monográfico pretende-se estudar a afetividade e sua importância na educação infantil, bem como a necessidade de se trabalhar mais a afetividade. Sabe-se da importância da mesma no processo cognitivo e que os vínculos afetivos fazem parte do desenvolvimento do ser humano.
A afetividade é a dimensão constituinte de todo ser humano, ela exerce um papel fundamental na nossa vida psíquica, pois as emoções e os sentimentos são os “combustíveis” que alimentam o nosso psiquismo e estão presentes em todas as expressões de nossa vida. É a mais evidente manifestação da nossa subjetividade, na qual se encontram os sentimentos, as emoções, as paixões, o medo, o sofrimento, o interesse, a tristeza, a alegria. Nesse aspecto, podemos considerar a afetividade como de acordo com Barreto (1998, p. 71), como:
O conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob as formas de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre de impressão de dor ou de prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza (BARRETO, 1998, p. 71).
É sabido que alguns pesquisadores da área educacional resistem em atribuir valor à afetividade; isso é percebido, por exemplo, na exposição de alguns trabalhos sobre o tema. No entanto, estudos de teóricos significativos para a educação abrangem a questão da afetividade no processo de ensino e aprendizagem, presente nos trabalhos de Piaget, Vygotsky, Henry Wallon e outros.
Portanto, pretendendo-se contribuir com as pesquisas e análises em trabalhos, reflexões e dados empíricos sobre as contribuições dessa afetividade para a aprendizagem no final das séries iniciais do ensino fundamental.
Para Piaget (apud CUNHA, 2000) o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre criança e as pessoas com quem ela mantém contatos regulares, no caso da escola, o aluno e os professores. Ele enfatiza as construções realizadas pelo sujeito, ou seja, essas construções passam a ser possíveis através da interação do aluno com o seu meio, havendo assim a modificação do papel do professor, o qual passa a ser um facilitador, enquanto o aluno assume a posse das ideias.
Pressupõe-se que haverá durante toda a fase de escolarização, várias interações, nas quais a afetividade está presente, e é isso que será focado como aspecto facilitador para o aprendizado neste estudo. Além dos clássicos acima mencionados, outros teóricos, como Fernández (1991, p. 47), dizem que toda a aprendizagem é repleta de afetividade já que ocorre a partir de interações sociais.
Ao se refletir sobre a afetividade no processo de aprendizagem percebe-se o quanto essa temática passa despercebida ou até mesmo é ignorada por alguns professores. Os efeitos negativos dessa prática podem ser percebidos durante todo o percurso escolar, o qual terá como foco de estudo as séries iniciais do ensino fundamental.
A afetividade está diretamente ligada às emoções, pois através dela a criança consegue demonstrar seus sentimentos, desejos e vontades. Através dela a criança aprende a ser um ser social desenvolvendo amizades e laços afetivos com outras pessoas.
A falta de afeto pode gerar problemas emocionais como transtorno de ansiedade e depressão. Trabalhando com Educação Infantil percebe-se a importância que a afetividade tem no desenvolvimento das crianças e como ela influencia no seu comportamento. Deve-se considerar de fundamental importância que professores ofereçam primeiramente uma educação afetiva para auxiliar na formação do caráter das crianças.
             Henri Wallon (2003) em seus pensamentos considera a pessoa como um todo. Afetividade, emoções, movimento e espaço físico que se encontram num mesmo plano. As emoções para o autor têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa.
2-DESENVOLVIMENTO
A importância da afetividade na Educação Infantil é o título deste trabalho que tem uma enorme importância e valor. Não se pode esquecer que houve uma mudança significativa na vida das pessoas nas últimas décadas: a globalização, a competitividade cada vez maior, os pais trabalhando cada vez mais, as crianças estudando num ritmo acelerado. Enquanto isso, a aprendizagem significativa ocupa o lugar de destaque na vida das crianças. 
Para AUSUBEL (1963, p. 58), Aprendizagem significativa é o mecanismo humano, por excelência, para adquirir e armazenar a vasta quantidade de ideias e informações representadas em qualquer campo de conhecimento. A essência da aprendizagem significativa requer um ambiente acolhedor e não arbitrário. É fundamental que professores entendam o grau de conhecimento que cada criança tem armazenado ao chegar à escola. Aproveitando o início da escolarização para trabalhar a afetividade na relação professor e aluno. 
Há possibilidades que a Teoria de Ausubel (1978) e suas possíveis práticas para o ensino e aprendizagem sejam sintetizadas na seguinte asserção de sua autoria (1978, p. 4). 
Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, diria o seguinte: o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Averigue isso e ensine-o de acordo.
É preciso repensar a educação do século XXI; que mentes se pretendem formar? Qual a importância do profissional na formação da criança? Hoje em dia cada vez mais professores da Educação Infantil estão preocupados em ensinar conteúdos acadêmicos e esquecendo ou mesmo não se apropriando da real importância da Educação Infantil que é não trabalhar com as estruturas básicas para a aprendizagem formal, mas principalmente propiciar às crianças a convivência harmoniosa com o outro. Esta se dá pela afetividade. O aluno não tem mais seu mestre como referencial e as afetividades na Educação Infantil estão deixando de existir.
 A pedagogia exercida atualmente nas escolas é para ser uma Pedagogia de Autonomia, que se inicia na Educação Infantil, como defendia Paulo Freire, mas esta pedagogia só existe na teoria, os educandos não podem exercer a liberdade de se expressar, pois os conteúdos são extensos e acadêmicos.
A proposta desse trabalho é contribuir para que o educador seja um exemplo para seu educando e a afetividade entre ambos possa ser constante, autorizando o saber e possibilitando que sejam evidenciadas as habilidades, competências e capacidades. É na troca de informações que acontece o vínculo de afeto e confiança entre educador e educando. O ambiente onde a criança está inserida faz toda diferença em seu aprendizado. A escola deve ser um lugar favorável à aprendizagem prazerosa, acolhedora, possibilitando a vivência, criatividade, o brincar, a ludicidade, tão importantes nesta fase do desenvolvimento infantil segundo Piaget (1971), Vygotsky (1993) e Wallon (1968).
 A criança não está preparada psicologicamente para desenvolver as funções cognitivas como a escola realmente quer. Percebemos que a criança na fase escolar infantil não está tendo a devida atenção. Atenção esta que merece ser vista pelos educadores e pela escola. Os pais ficam a mercê da instituição, acreditando no que ela lhe propõe, querendo que seus filhos sejam os melhores e para isto exigem muito mais do que podem e devem responder não valorizando as fases do desenvolvimento infantil que é de fundamental importância para sua saúde física e emocional.
Toda criança tem talento próprio e o professor não pode esquecer que esta é a porta de entrada do desenvolvimento dela. A criança é autora do seu próprio desenvolvimento, mas precisa de um mediador, cuja principal figura é o professor.
 A função do educador é uma tarefa excepcional. Adequar as propostas pedagógicas à afetividade específica de cada criança é a tarefa mais delicada que todo adulto, pai, educador ou professor, deve ter sempre em mente. Para isso é preciso levar em consideração à própria visão do mundo infantil que o adulto forma, possibilitando assim o ressignificar e a resiliência.
 É preciso compreender que a criança é um ser afetivo e precisa de cuidados para evoluir bem no seu aprendizado. O adulto precisa conectar-se com as suas próprias vivências da infância, para assim poder brincar com a criança e nessas brincadeiras possibilitar a construção dos aprendizados.
 Quando há cuidado, há aprendizado significativo. 
Tem-se na fala de Montserrat (1999) que a educação da afetividade precisa levar em consideração a vertente racional e emotiva dos conceitos e fatos que os alunos estão aprendendo. É preciso pensar em educação da afetividade e principalmente no educando que é a razão maior da existência do sistema educacional, se não fosse os estudantes não existiria escolas e educadores. 
Morin (2002) destaca que a educação do futuro deverá estar centrada na condição humana, considerando que o homem da racionalidade é também o da afetividade. 
A relevância do referido estudo é com base na afetividade entre as crianças, pais, professores e gestores; colocando que somos referências para as crianças, seja na escola, em casa ou para a sociedade. Não podemos ficar longe quando o tema é afetividade, pois precisamos ser sensíveis diante dos sujeitos que nos cercam.
É imprescindível para o educador, pais e responsáveis do século XXI tratar as questões dos afetos com mais atenção, é preciso que estejamos mais sensíveis diante do papel da afetividade, seja em casa, na escola e na sociedade.
3- CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O propósito deste trabalho é poder refletir sobre a importância da afetividade na educação infantil, onde existe um mediador professor que exerce uma função muito importante com o seu relacionamento com o aluno dentro das Instituições de Ensino, buscando-se uma fundamentação teórica que vislumbre e nos permita compreender a importância dessa relação, bem como as suas relações que envolvem a escola como Instituição de Ensino e suas diretrizes e também as ligações do desenvolvimento da afetividade do aluno como ser humano a deter o conhecimento.
A metodologia a ser aplicada faz com que se entenda e compreenda a importância do embasamento teórico para a pesquisa, pois os procedimentos metodológicos irão oferecer a fundamentação e o embasamento para que a pesquisa seja desenvolvida e que se tenham resultados para as devidas apresentações. 
Dividiu-se em três capítulos, está pesquisa bibliográfica oferece aos educadores a oportunidade de se ter informações e reflexões sobre a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem. No primeiro capítulo buscou-se expor o tema em questão fazendo uma abordagem sobre as teorias de alguns autores; já no segundo capítulo buscou-se demonstrar o método seguido e a forma em que transcorreu a pesquisa bibliográfica, enfocando a escola e a família como mediadores na relação afetiva, e expressa ainda à importância da formação do educador para a conquista da cidadania; no terceiro capítulo veem trazer as discussões e as análises, as reflexões e fazer com que se discutam as ações implementadas utilizadas pelo professor, levando-o a refletir sobre suas práticas pedagógicas.
O cotidiano escolar é um espaço por si só, propiciador de atividades e situações Em que questões relacionadas à afetividade, afloram, posto que essas sejam manifestações humanas. Tendo em vista a natureza da pesquisa, o objetivo está voltado para o desvendar da afetividade presente nas relações vivenciadas na sala de aula como condição indispensável e importante no processo de ensino, uma vez que essa afetividade é muito ausente no cotidiano escolar. 
Em face dessa constante ausência, apresenta-se esta pesquisa com o tema a importância da afetividade na Educação Infantil no ensino-aprendizagem dos alunos, onde objetiva-se: A compreensão do conceito de afetividade, como a afetividade na Educação ajuda os alunos, a afetividade e as dificuldades de aprendizagem e a importância do relacionamento afetivo professor/aluno,no processo ensino e aprendizagem através de uma pesquisa bibliográfica. 
Como objetivos específicos: entender a relação afetiva estabelecida entre professor/aluno no processo de ensino-aprendizagem; refletir os benefícios dessa relação em sala de aula; analisar a importância da afetividade docente para o desenvolvimento do individuo, o aluno.
3.1- CONCEITO DE AFETIVIDADE
Para compreender o tema afetividade de forma ampla é necessário entender a perspectiva de afetividade e a teoria de desenvolvimento cognitivo de acordo com Jean Piaget. Segundo Piaget (1976, p. 16) o afeto é essencial para o funcionamento da inteligência.
(...) vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e valorização. Assim é que não se poderia raciocinar, inclusive em matemática, sem vivenciar certos sentimentos, e que, por outro lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão.
Para muitos a escola acabou se tornando uma segunda casa, considera-se hoje como uma extensão do lar de cada aluno, onde não se pode apenas fornecer-lhes somente os conhecimentos de conceitos, mas se deve conduzi-lo para o desenvolvimento da sua individualidade e aprendizagem para que cresça em sua totalidade. 
A escola, assim como a família, é uma instituição de caráter essencial na formação dos indivíduos de uma sociedade. Essa instituição exerce o papel de contribuir não só na aquisição de conhecimentos no campo cognitivo, mas também na construção da personalidade.
É primordial que a escola, espaço que mantém profunda relação com os professores, esteja apta a desenvolver uma educação que leve a reflexão e ao surgimento do pensamento crítico e consciente. Compete à escola além de auxiliar no processo de absorção de conhecimentos intelectuais, proporcionar o desenvolvimento afetivo entre os indivíduos, visto que uma civilização composta por pessoas frigidas é um campo minado, propício à autodestruição. Neste contexto cabe citar o trabalho de Saltini (1997:15) que enfatiza que, 
“As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores”. 
A palavra afetividade é derivada dos termos afeto e afetivo. Geralmente se refere a demonstrações de amor que um ser humano demonstra a quem ama. A afetividade é muito importante na vida das pessoas e no desenvolvimento das crianças. 
Segundo Piaget, “a afetividade não diz respeito apenas a sentimentos e emoções, mas também a vontades e desejos, interferindo no comportamento, gerando assim ações de rebeldia ou de obediência, de amor ou medo”.
Para Piaget (1975), o desenvolvimento afetivo ocorre paralelamente ao desenvolvimento moral, e a moral independe dos interesses pessoais do individuo, por exemplo, se uma pessoa faz uma ação que a sociedade julga correta visando os próprios interesses, ou deixo de fazê-la por medo de possíveis punições, essa ação não é considerada moral. Complementa ainda que Souza (2003) no que diz respeito à afetividade, ela não se restringe apenas às emoções e aos sentimentos, mas engloba as tendências e a vontade. 
De acordo com La Taille (1992): 
“A afetividade é comumente interpretada como uma energia, como algo que impulsiona as ações. Vale dizer que existe algum interesse, algum móvel que motiva a ação. O desenvolvimento da inteligência permite, sem dúvida, que a motivação possa ser despertada por um número cada vez maior de objetos ou situações. Todavia, ao longo desse desenvolvimento, o principio básico permanece o mesmo: a afetividade é a mola propulsora das ações, e a Razão esta a seu serviço. (LA TAILLE et al., 1992, p. 65)”.
Segundo Wallon (1975), a afetividade evolui desde o nascimento do indivíduo até a idade adulta. Na criança os estados afetivos estão vinculados à sua disposição e manifestações orgânicas, relacionadas aos estados de bem-estar, ou seja, conforto corporal e sensação de segurança, e de mal-estar, frio, fome, cólica, ou seja, sensação de mau-humor. Nota-se que a partir da influência do meio, os gestos da criança denominados orgânicos vão se transformando em expressões diferenciadas, surgindo então o período emocional. Seus movimentos não são mais de pura impulsividade, nem de necessidades primitivas, mas são reações orientadas e resultantes do ambiente social, ou seja, a criança está assimilando as orientações do meio ao qual está inserida, e isso colabora para o processo pedagógico, pois a criança esta desenvolvendo a maturidade. 
Wallon acreditava (1975 p. 198) na importância do outro para o desenvolvimento humano, e defende que a emoção é o primeiro e mais forte elo entre os indivíduos: 
“As primeiras relações utilitárias da criança não são as suas relações com o meio físico, que, quando aparecem, começam por ser lúdicas; são relações humanas, relações de compreensão, que tem como instrumento necessário meios de expressão, e é por isso que a criança, se não é naturalmente um membro consciente da sociedade, também não é um ser primitivo e totalmente orientado para a sociedade”. 
Ainda segundo as ideias de Wallon (1954, p. 287-296), “a afetividade seria a primeira forma de interação com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento [...]. As emoções são também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, as inteligências”. Wallon baseou as suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
Pelos estudos realizados por Wallon, a afetividade sempre esteve ligada a vida das pessoas desde o seu nascimento. Em primeiro lugar ela faz o papel da comunicação da criança com o mundo, através de impulsos emocionais. Por exemplo, enquanto não surge à fala, são os movimentos que traduzem a vida psíquica, garantindo a relação da criança com o mundo. 
Segundo Wallon, os movimentos expressivos, como toque físico, olhares e sorrisos são cheios de afetividade. Como a linguagem oral ainda não existe, é estes gestos, a base existente para variadas emoções e, consequentemente, para o desenvolvimento.  
Ainda seguindo o seu pensamento Henri Wallon, diz que, a afetividade está totalmente ligada ao desenvolvimento cognitivo do aluno, ele somente se diferencia entre um adulto e uma criança, supostamente a partir dai haverá uma inclusão de inteligência por parte dela, seguindo a trajetória para o racionalizar-se. 
Para Guiotti (2011), a afetividade é um conceito amplo que abrange várias manifestações de emoções e sentimentos que podem ser tanto negativos quanto positivos, como, por exemplo: o carinho, amor, atenção, raiva, confiança, dentre outros.
Observa-se a imensa importância que os aspectos afetivos assumem para o desenvolvimento psicológico do aluno, e é por meio destas emoções que ele irá demonstrar e exteriorizar todos os seus desejos e todas as suas vontades. 
A emoção é como se fosse uma máquina, a qual altera o seu funcionamento conforme a sua necessidade. A emoção faz com se altere a respiração e as batidas do coração, causando uma alteração nos sentimentos do outro o que irá propagar para o meio social. Desta forma a afetividade é um dos principais elementos do desenvolvimento do ser humano.
Conforme Wallon (2003), a escola imobiliza a criança numa carteira, aonde limita a sua exposição de suas emoções e do pensamento que são elementos fundamentais para o desenvolvimento de todo ser humano.
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Com este pensamento o autor diz que a sociedade de certa forma intervém no desenvolvimento psicológico da criança e do aluno, através das experiências que são repetidas e das muitas dificuldades enfrentadas em ultrapassar por elas, devido à dependência que a criança tem de seus semelhantes. 
Do ponto de vista de Wallon, a afetividade é um ponto de fundamental importância, no construir do ser, do seu conhecimento, o qual se manifesta assim que nasce e se estenderáao longo de sua vida.
Desta maneira e assim sendo, deve-se priorizar a prática das relações de afetividade e solidariedade no âmbito escolar, onde serão proporcionadas situações que irão dar prazer ao aluno de construir o seu conhecimento e o seu crescimento junto com os demais alunos.
3.2- AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO
O ato de educar e o de cuidar na Educação das crianças de 0 a 6 anos podem ser incluso como um momento único e sequencial que está recomendado pela LDB (Lei Diretrizes e Bases Nacional 9394/96) onde regulamenta a Educação de modo gera l, que à Educação Infantil de termina como a primeira etapa da Educação Básica. 
Segundo a LDB 9394/96, no artigo 29, preconiza-se que: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. 
Com base na LDB 9394/96, nas pesquisas consultadas, pode-se assegurar que a Educação Infantil tem como objetivo cooperar para a formação integral da criança, de maneira lúdica e afetiva, com a inclusão da Educação Infantil na educação básica, obtendo a primeira etapa e o reconhecimento, que a educação dar início nos primeiros anos de vida é essencial para a realização de sua finalidade, assegurada também pelo art. 22, ainda da LDB que diz: “A Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores”. 
A escola de Educação Infantil é fundamental para a vida dos pequenos, é neste ambiente que as crianças se abrangem nas relações morais e éticas que compõem a sociedade na qual estão inseridas. É no momento dessa fase que acontece a formação de hábitos, costumes e valores que constroem os alicerces da personalidade, que carecem estar baseadas na afetividade. 
Segundo Wallon (1979), diz que na pré-escola: Cabe o papel de preparar a emancipação da criança e reduzir a influência exclusiva da família e promover o seu encontro com outra criança da mesma idade. 
Nas ideias de Wallon, posso dizer que compete à escola expandir e gerar um espaço sócio afetivo e saudável para as crianças, gerando uma socialização de forma ampliada do convívio dos pequenos. 
O Ministério da Educação e a Secretaria de Ensino Fundamental em 1998 publicou o Referencial Nacional Curricular para a Educação Infantil, mostrando um avanço na busca de metas para a educação das crianças nas creches, pré-escolas e instituições semelhantes. 
Educar não é apenas repassar informações ou demostrar um caminho e mostrar o caminho que o professor julga ser o certo. Educar é ajudar, é encaminhar, é dar sentido e o mais importante, é dar ao aluno a oportunidade dele se conscientizar de si, das pessoas que estão em seu meio e da sociedade em que ele está inserido e vive, e fundamentalmente do seu papel dentro dela. 
Muitos autores veem, defendendo que o afeto é indispensável para o ato de ensinar. Embora os fenômenos afetivos sejam de natureza subjetiva, isso não os torna independentes da ação do meio sociocultural, pois se pode afirmar que estão diretamente relacionados com a qualidade das interações e relações entre sujeitos, enquanto experiências vivenciadas.
A aprendizagem está diretamente ligada à afetividade, pois é por meio dela que o aluno se sente motivado a aprender. Na educação infantil a afetividade contribui para o desenvolvimento cognitivo e moral.
Para Wallon (1986), “as emoções têm um papel predominante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades”. 
E conforme Almeida (1999, p. 103), o autor defende ser necessário que as emoções sejam utilizadas pelo professor como fonte de energia e as expressões emocionais como facilitadoras do conhecimento. 
Muitos estudos realizados sobre aprendizagem consideram o afeto e sua influência no processo de aprendizagem. Estudiosos como Jean Piaget e Vygotsky, já atribuíam importância à afetividade no processo evolutivo, mas Henri Wallon foi além, ao considerar a pessoa como um todo.
Wallon (2007) afirma que o processo de evolução depende tanto da condição genética quanto do ambiente. O sujeito nasce com um equipamento orgânico, que lhe oferece alguns recursos. No entanto, é o meio que permitirá que essas potencialidades se desenvolvam.
O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades.
Segundo Piaget (1990) a afetividade não modifica a estrutura no funcionamento da inteligência, porém, é a energia que impulsiona a ação de aprender.
Na teoria Piagetiana, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: o cognitivo e o afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral.
De acordo com Dell’Agli e Brenelli (2006, p.32) a:
“Ação, seja ela qual for, necessita de instrumentos fornecidos pela inteligência para alcançar um objetivo, uma meta, mas é necessário o desejo, ou seja, algo que mobiliza o sujeito em direção a este objetivo e isso corresponde à afetividade”. 
Na teoria de Piaget, a afetividade cumpre o papel de fonte de energia para o funcionamento da inteligência.
Ao iniciar a vida escolar a criança carrega consigo suas emoções, sentimentos, inclusive o do medo, sendo necessário um tempo de adaptação dela no ambiente escolar. Este tempo vária de acordo com cada criança, e dependerá também das relações afetivas que desenvolverá com o professor.
A afetividade, por sua vez, tem uma concepção ampla, envolvendo diferentes manifestações, englobando sentimentos de origem psicológica e emoções de origem biológica. 
A afetividade é um período de desenvolvimento nas crianças, que apresenta inúmeros desafios, quando aparecem os elementos peculiares de cada ser. É com o surgimento destes fatos que acontece a modificação das emoções nos sentimentos de solidez e equilíbrio. 
A afetividade é o que transporta a nossa vida — a alegria, a felicidade, a esperança, o entusiasmo, a motivação, o prazer e o principal de todos: o amor, que é o prolongamento do domínio, que é o coração. É inconcebível uma educação em que não exista a afetividade em sua composição, pois “[...] sem afeto não há educação”. (CHALITA, 2004, p. 149).
Segundo Lima (2013, p. 37) que diz: “A escola deve ser um espaço múltiplo e ao mesmo tempo proporcionar ambientes de vivências individuais, deve conter os elementos que nos constituem enquanto seres que sentem pelo cheiro, pelo toque, pelo gosto, pelo olhar e pela audição. Espaços para as infâncias são espaços que as traduzem, mas também as modificam que as acolhem em um momento e em outro as libertam para criar, recriar e manifestar a sua cultura”. 
Segundo Nunes e Silveira (2009), Wallon afirma que a escola tem de tratar adequadamente as emoções dos alunos, não aumentando as situações de frustração e ansiedade, porque isso pode prejudicar o funcionamento cognitivo da criança durante o seu processo de aprendizagem. O professor precisa também ter cautela com suas próprias reações emocionais expostas ao aluno. É importante que ele compreenda que o desenvolvimento humano transita por momentos conflituosos de intensa manifestação emocional e que deve agir sem se deixar ser influenciado por essas situações conflituosas, buscando sempre manter o equilíbrio e utilizando a razão, pois a boa relação entre professor e aluno é um fator imprescindível para a aprendizagem.
É nos seio da escola que a criança começa a se introduzir no mundo livre, é daquele momento em diante que ela se liberta da vida familiar, neste período é preciso muito cuidado e disciplina, uma disciplina que traga uma ordem para que possa enfrentar o seu crescimento forada vida familiar.
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Precisa-se de uma compreensão de que na escola a figura do professor é que irá compreender o aluno e o seu meio sociocultural, tudo dentro do universo vivido pelo aluno. É muito importante que se conheça esse universo, para o desempenho do trabalho do professor que atua no ensino-aprendizagem do aluno dentro da sua formação universal, cultural e pessoal. Acima é preciso que se tenha muito amor, carinho e respeito na relação do professor para com o seu aluno. 
Rangel nos faz refletir quando diz:
Acredita-se que a ocupação da escola deve-se ser com enorme enfoque no saber, do conhecimento. Que o professor sério e dotado de competência através de seu compromisso em educar para o conhecimento, contribuirá com a formação do individuo, da pessoa, devendo também contribuir para a superação dos desajustes emocionais. (1992:72).
Sendo assim, para a criança o vínculo afetivo é essencial para o bom desenvolvimento cognitivo, como observa Hillal (1985, p.18):
 “A afetividade é o suporte da inteligência, da vontade, da atividade, enfim, da personalidade. Nenhuma aprendizagem se realiza sem que ela tome parte. Muitos alunos há cuja inteligência foi bloqueada por motivos afetivos; outros há cuja afetividade não resolveu determinados problemas, apresentando falha no comportamento. A afetividade constitui a base de todas as reações da pessoa diante da vida de todos os seus acontecimentos, promovendo todas as atividades”.
Em se tratando da educação infantil, a relação do professor com os alunos é constante, dá-se o tempo todo, na sala, durante as atividades, no pátio, e por essa proximidade afetiva é que se dá interação com objetos e a construção do conhecimento.
Saltini (2008, p.100) afirma que, “essa inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento”.
O referido autor complementa:
“Neste caso, o educador serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião. A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado”. (SALTINI, 2008, p.100)
A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, que o professor, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.
3.3- A AFETIVIDADE E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Em relação à afetividade e as dificuldades de aprendizagem, tem-se discutido a necessidade da disposição afetiva positiva para aprender. Dessa forma, cognição e emoção são indissociáveis e são imprescindíveis na compreensão do sucesso escolar do aluno.
De acordo com Rueda, Bartholomeu e Sisto (2006), assim:
“Torna-se pertinente à realização de estudos que tratem dos fatores afetivos no sentido de clarificar os processos psicológicos que subjazem às cognições envolvidas no processo de aprendizagem. De modo geral, considerando os estudos pesquisados, pode-se dizer que o baixo desempenho acadêmico está relacionado a problemas psicológicos como instabilidade emocional, imaturidade, ansiedade, impulsividade, agressividade, maiores necessidades de realização e baixo autoconceito”. (RUEDA, BARTHOLOMEU e SISTO, 2006). 
E ainda de acordo com Sisto e Martinelli (2006), Nesse cenário, o aspecto socioafetivo é considerado uma das áreas em que a aprendizagem gira ao redor, ou seja, é um fator que pode estar relacionado às dificuldades de aprendizagem. (SISTO e MARTINELLI, 2006). 
Nessa perspectiva, é necessário entender o que compreendemos como dificuldade de aprendizagem. Definir uma criança com dificuldade de aprendizagem é bastante complexo, já que envolve uma multiplicidade de conceitos, modelos, hipóteses. Alguns autores a entendem como algo com caráter intrínseco ao indivíduo, devido a disfunções no sistema nervoso central, e outros que acreditam que a mesma ocorre por diferenças culturais não reconhecidas pela escola. 
Segundo Sisto (2001), a maioria dos autores entende dificuldade de aprendizagem como “relacionadas a um grupo heterogêneo de transtornos e a dificuldades significativas de aquisição e de uso da recepção, da fala, da leitura, da escrita, do raciocínio e das habilidades matemáticas, e também por se referirem a 27 dificuldades intrínsecas, que podem ocorrer ao longo da vida”. (BAZI e SISTO, 2006, pág. 57). 
O que nos indica a dificuldade de aprendizagem é o baixo rendimento e/ou o fracasso escolar. As discrepâncias observadas entre a capacidade mental e o baixo desempenho refletido em resultados escolares insatisfatório caracterizam os indivíduos com dificuldades de aprendizagem. Os mesmos apresentam coeficiente de inteligência dentro ou muitas vezes acima da média, mas manifestam rendimento escolar abaixo da média em algumas áreas. (SISTO, 2001). 
Podemos relacionar as dificuldades de aprendizagem às variáveis psicológicas já que existem diferenças individuais que facilitam ou dificultam a aquisição de conteúdos, há diferenças na capacidade para responder emocionalmente a situações de esforço e tensão. Dessa forma, baixo desempenho, problemas para organizar o pensamento, dificuldades para recordar conteúdos, dificuldade quanto à utilização do potencial, foram relacionados negativamente a alguns problemas psicológicos como sentimentos de fracasso, ansiedade, impulsividade, estresse, dentre outros. (BAZI e SISTO, 2006). 
Durante a escolarização, a criança pode passar por algumas situações de fracasso, ao não obter êxito nas demandas escolares, pode ser gerado sentimentos de frustração. Martinelli (2001) afirma que a afetividade direciona os interesses, influenciando assim, a quantidade de energia empregada em cada ato, na medida em que os sentimentos que este ato desperta no sujeito. 
Assim como fora visto anteriormente, alguns estudos recentes destacam a relação entre o aspecto cognitivo com o emocional, sendo necessária uma disposição afetiva para que ocorra a aprendizagem. Esta disposição é manifestada por atitudes, interesse e confiança nas capacidades cognitivas, para que assim, o aluno alcance melhor desempenho. Pesquisas realizadas por Watts (1979) e Wenz-Gross e Sipertein (1997), já apontavam que os problemas de aprendizagem podem advir de aspectos emocionais que comprometem a comunicação da criança. (SANTOS, RUEDA e BARTHOLOMEU, 2006). 
Alguns autores como Burochovitch e Martinelli (2001) averiguaram as manifestações emocionais de crianças que apresentaram problemas escolares, tais quais déficit de atenção, ansiedade, desadaptação, agitação, e apontaram a presença de 28 ansiedade e imaturidade emocional no controle de impulsos e organização do pensamento, e dificuldades para superar as demandas sociais. Isso consequentemente gera os sentimentos de fracasso e uma autoimagem depreciativa. (RUEDA, BARTHOLOMEU e SISTO, 2006).
 Como veremos a seguir, esta visão, centrada no aluno, é criticada por alguns autores, a exemplo de Sawaya (2004), pois não leva em consideração o sistema de ensino como um todo, as relações estabelecidas dentro do ambiente escolar e o quanto o aluno pode ser afetado por isto. Levando-se em consideração o que fora citado acima, fica evidente a pertinência de estudos referentes aos fatores afetivos, não apenas para explanar o entendimento acerca do estudante, assim como também entender as implicações cognitivas que se estabelecem ou responsabilizá-lo pelas dificuldades. 
Monteiro e Gaspar (2007) destacam também a importância dos processos interativos em sala de aula, dando ênfase aos aspectos subjetivos e emocionais, que podem criar obstáculos no ensino e igualmente na aprendizagem,a partir de um estudo da teoria de Vygotsky. São-nos expostos três sentimentos decorrentes de experiências emocionais negativas por parte do aluno, que dificultam a interação entre aluno e professor: a indiferença, quando a relevância das atividades propostas não é reconhecida; o embaraço há um constrangimento por desempenhar determinada atividade; e a frustração, o aluno sente-se incapaz de realizar as atividades.
3.4- A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO AFETIVO PROFESSOR-ALUNO
De acordo com as discussões, a afetividade é entendida como uma ferramenta que auxilia o professor no seu dia-a-dia, nas suas atividades rotineiras em sala de aula, uma vez que se trata de uma maneira de aproximação na relação professor e aluno.
Em se tratando da educação infantil, está ferramenta é enormemente utilizada com uma facilidade, por ser utilizada com um público que aceita melhor o afeto, o contato mais próximo com o professor.
De acordo com Alencastro (2009), uma criança não é um ser de pura razão, os afetos, as emoções e os sentimentos são eficazes para a constituição do indivíduo. 
Nos primeiros anos de vida escolar, a criança não consegue assimilar e aprender os conteúdos sem ter o afeto, ela irá estudar a sua corporeidade, o seu imaginário e também a sua sensibilidade. O professor será o mediador entre a criança e o seu ensino-aprendizagem, e entre a criança e a ação de desenvolver os seus conhecimentos.
De acordo com Mello e Rúbio (2013):
“Para que se possa compreender de forma mais ampla o tema da importância afetividade na educação infantil, entendemos que primeiramente faz-se necessário tratar rapidamente sobre a educação infantil. A Educação Infantil foi vista durante um grande tempo como uma forma de cuidar, sendo assim deixada em segundo plano, não contando com nenhuma preocupação no que diz respeito ao caráter pedagógico que está inserido em todo contexto educacional”. (MELLO; RUBIO, 2013, p. 3).
O professor nos dias atuais tornou-se muito importante para a evolução da educação infantil, o professor não é mais aquele que apenas transmite o conhecimento, ele agora inicia o aluno no processo de aquisição e construção do saber. É um profissional que é imprescindível, tem o domínio de todo o conteúdo em seu campo, conhece toda a metodologia e didática a ser transmitida a seus alunos, e ainda tem a missão de organizar, detalhar e introduzir o acesso ao saber dos alunos.
É necessário mostrar o saber não só para a vida, tão pouco o conhecer e saber de determinadas matérias, é preciso ser um conhecedor de gente que tenha valores, seja digno, demonstre a ética de ser gente, mostre domínio cultural e social e seja participativo ao meio em que está. Ensinar e construir novos cidadãos este serão os conteúdos a ser ministrado, organizar o desenvolvimento intelectual do sujeito, mostrar os seus direitos e deveres, para que possam ser capazes de defendê-los como cidadãos. 
É muito importante demonstrar que existe deveres e que eles trazem as responsabilidades que devem ser cumpridas por todo cidadão de bem para que haja uma convivência digna entre todos. Desta forma, é imprescindível que o professor trabalhe com os alunos a questão de valores, para que ele perceba o outro, perceba aquele que está a sua volta, assim serão formados alunos que saibam a importância do respeito, do ouvir, do ajudar e amar o próximo.
De acordo Teles que conclui:
 Ensinar acarreta ser humilde. Nós não nascemos dotados e nem temos o saber. O nosso conhecimento em nossa área, mesmo que sejamos estudiosos nunca será completo. Desta maneira, esta posição de sermos donos do saber é ridícula. Somos e seremos aprendizes eternamente em tudo e será preciso que os futuros alunos aprendam também esta verdade. (2004:40, 41).
O professor precisa se questionar sempre sobre o seu saber, assim ele estará sempre na busca de um novo saber e um poder de transmitir de forma correta o seu conhecimento.
 
Falar-se do relacionamento e da afetividade do professor e o aluno é simplesmente declarar as emoções, a disciplina, o respeito, a postura do eu professor e do outro o aluno. Para a criança isto é uma rotina na sua vida, onde queira que esteja inserido ou até o meio em que esteja será uma constante, em todo o lugar, ambiente, seja na escola, em sua família, estas questões sempre estarão presentes.
O autor declara que todas as teorias sobre emoções são e têm fundamentos mecanicistas de difíceis compreensões. Ele as vê com diferentes reações e tumultuadas, logo após destaca o poder que as emoções têm de ativar, que são consideradas por ele positivas. Na função de mediador do professor a afetividade é direcionada para o olhar da relação professor/aluno. Mas também se faz possível expressar a afetividade sob outras dimensões que seja humana. 
     De acordo com o pensamento de Vygotsky (1996:78), a relação professor/aluno não deve ser uma relação de imposição, mas, sim de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um ser interativo  e ativo no seu processo de construção do conhecimento.  O professor  por sua vez deverá assumir um papel fundamental nesse processo, como um sujeito mais experiente. Por essa razão cabe ao professor considerar o que o aluno já sabe, sua bagagem cultural é muito importante para a construção da aprendizagem. O professor é o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domínio e a apropriação dos diferentes instrumentos culturais.
     
Para que se compreendessem seus pensamentos Wallon e Vygotsky (2003) enfatizaram a íntima relação entre afeto e cognição, superando a visão  dualista do homem. Além  disso as ideias dos autores aproximam-se no que diz respeito ao papel das emoções na formação do caráter e da personalidade.
            De acordo com o autor Paulo Freire (1993 p, 71), cabe ao professor observar a si próprio; olhar para o mundo, olhar para si e sugerir que os alunos façam o mesmo e não apenas ensinar regras, teorias e cálculos. Desta forma, e de acordo com Paulo Freire o professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua situação privilegiada em sala de aula não apenas para instruções formais, mas para despertar os alunos para a curiosidade; ensiná-los a pensar, a ser persistentes a ter empatia e serem autores e não expectadores no palco da existência. O aluno tem que ter interesse em voltar à escola no dia seguinte reconhecendo que aquele momento é  mágico para sua vida.
Faz-se necessário a promoção por parte da educação da aprendizagem dos aspectos afetivos e também dos aspectos cognitivos para que haja uma potencialização do desenvolvimento do ser humano. Torna-se evidente a necessidade da contemplação de uma formação afetiva, marcada e traçada nos princípios do respeito, amor, carinho, amizade, espirito de grupo e muita confiança, como forma de formação do sujeito. 
4- CAPÍTULO II – METODOLOGIA 
A metodologia da pesquisa foi bibliográfica elaborada a partir de material publicado, como: publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. (GIL, 1999, p.124).
 A presente pesquisa é de caráter qualitativo, utilizou-se este instrumento com o intuito de compreender e analisar o tema proposto e o pensamento de cada teórico/autor analisado de forma que pudesse expressar e expor tudo o que foi pesquisado e analisado.
A pesquisa qualitativa segundo Minayo (2004, p.27):
“(...) se preocupa em dar respostas a questões particulares, com um nível de realidade que não se pode quantificar. Portanto, a realidade é o próprio dinamismo da vida individual e coletiva com toda a riqueza de significados dela transbordante”.
O levantamento das informações, a análise e a interpretação dos dados pesquisados se deram através da investigação qualitativa descritiva, onde os dados foram analisados. Segundo Lüdke e André (2004, p.12) na pesquisa qualitativa, o processo, as perspectivas observadas são mais importante do que o produto, considerando os diferentes pontos de vista, o que permite o dinamismo interno dassituações, geralmente inacessível ao observador externo.
A presente pesquisa objetiva, por meio de uma investigação qualitativa investigar a influência da afetividade docente no desenvolvimento cognitivo de educandos das séries iniciais do ensino fundamental, compreendendo a relação afetiva estabelecida entre professor e aluno no processo de aprendizagem, observando assim os benefícios dessa relação.
Buscou-se conhecer por meio de pesquisa bibliográfica as representações e aspectos de aprendizagem de educandos, bem como, as estratégias de ensino e de apropriação do conhecimento. Este estudo pretende apontar, os diferentes aspectos da importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem e os tipos de intervenções afetivas que favoreçam esse processo.
Para dar conta da investigação proposta pela pesquisa bibliográfica procurou-se embasamento nos trabalhos mais recentes em torno do tema, considerando as clássicas contribuições de Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon entre outros teóricos. Para uma análise mais profunda do tema procurou-se contextualizar o referencial bibliográfico constante em livros, revistas científicas, artigos, sites, entre outros, visando olhar a relação entre professor e aluno sob uma nova perspectiva, apresentando assim os benefícios da afetividade no processo de ensino e aprendizagem.
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5- Capítulo III – ANálise da pesquisa
Através da pesquisa, observamos que atualmente há grande preocupação em investigar a importância da afetividade nas relações entre professor e alunos. Em todos os artigos é salientada a importância das emoções e da afetividade no processo de ensino-aprendizagem.
 Houve um avanço nas pesquisas sobre este tema, que, antes, era pouco difundido e pouco levado a sério. Ainda há poucas pesquisas, mas já podemos observar maior interesse e maior preocupação com os aspectos emocionais em âmbitos escolares de todos os níveis, desde a Educação Infantil até os níveis universitários. 
Ao longo do trabalho, pode-se observar, através dos resultados obtidos na análise dos artigos, que as pesquisas levantadas contribuem de forma significativa para pensarmos em novas práticas pedagógicas que levem em consideração as emoções, os sentimentos e a afetividade.
Em todos os materiais analisados, publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet, as conclusões que os autores chegaram é de que a afetividade é um fator decisivo e fundamental para que a aprendizagem ocorra de maneira significativa. As pesquisas realizadas mostraram à importância que a afetividade tem para a educação e o quanto a mesma ainda é negligenciada pelas escolas. 
Diversos artigos salientaram a importância que as relações estabelecidas dentro do ambiente escolar, já são determinantes para que o aluno se sinta motivado, se sinta capaz e, consequentemente, consiga aprender de maneira prazerosa e significativa.
O motivo da escolha por este tema foi devido a sua discussão ter tido muita ênfase nos últimos tempos pela sociedade, vários comentários de professores e teóricos sobre a falta de afetividade com os alunos. Sabe-se que na aprendizagem que a relação entre o professor e aluno é muito importante à prática da afetividade. O educador deverá ser conhecer muito bem os seus alunos, pois assim irá desenvolver e realizar melhor o seu trabalho, com muito mais amor, dedicação e entusiasmo.
A qualidade do trabalho pedagógico dentro da escola tem uma fundamental importância da afetividade, pois é do conhecimento dos educadores/educadoras, é de grande importância para que a criança consiga aprender com mais alegria e entusiasmo, existem várias pesquisas que demonstram que o relacionamento entre professor/aluno está devidamente equilibrado e fica evidenciado que a depressão está por trás de muitos problemas entre os alunos que demonstram qualquer tipo de deficiência cognitiva ou de aprendizagem.
O professor com suas atitudes e experiências deverá saber criar e promover o ambiente adequado e calmo para que possa haver um ensino usando-se a afetividade. De acordo com Freire (1996, p. 42), algumas vezes, não dá para imaginar o que um simples gesto do professor poderá representar na vida de um aluno. 
Muitos educadores preocupam-se somente em transmitir conteúdos aos alunos, ensinar-lhes a maior quantidade de matéria que for possível, esquecendo-se que cada criança ali presente é um ser dotado de particularidades, identidade, bagagem cultural, opiniões, emoções. Não há como ignorar estes fatores dentro da sala de aula. A prática pedagógica deve corresponder às necessidades daquele determinado grupo social dentro da classe, respeitando as peculiaridades de cada criança, o que, na realidade, muitas vezes não ocorre.
Os professores e educadores fazem análise e tentam entender a carência afetiva dos alunos, diante das reclamações dos pais que dizem ter muitas dificuldades na relação com seus filhos, os filhos falam da falta de atenção por parte de seus pais. Diante de tudo isso deve o professor procurar ter um relacionamento afetivo com seus alunos, deverá escutá-lo, trata-lo bem, não importando a sua religião, a sua etnia ou a sua classe social.
Conforme Ferreira (1999, p. 62):
“A afetividade admite ser um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifesta como forma de emoção, sentimento e paixao, acompanhado sempre com a impressão de dor ou prazer, satisfação ou de insatisfação, agrado ou de desagrado, alegria ou de tristeza”. 
Para que haja um relacionamento bom entre as pessoas, se faz necessário que esses fenômenos psíquicos façam parte de suas vidas, elas precisam e necessitam de afetividade, para serem pessoas que sintam serem queridas, amadas e bem seguras em seus relacionamentos. 
A formação de opiniões e conceitos por parte das crianças é de fundamental importância, isto irá contribuir para que elas se sintam seguras e amadas e tenham o direito de demonstrar suas emoções, seus sentimentos e paixões para desenvolverem melhor fisicamente e psicologicamente, crescendo em um ambiente saudável, harmonioso e adequado.
 Saltini enfatiza que: 
“O ato amoroso consiste em querer alguém que nos entenda, que nos ouça e nos veja. Não são necessários grandes carinhos, precisamos apenas de alguém que nos veja, observe, perceba que existimos e que estamos aqui - a isso chamo de relação afetiva”. (2002, p. 78). 
Há um discurso tradicional e instituído de que o professor deve ouvir, conhecer, amar e respeitar os alunos, ou seja, deve ser amigo deles. Mas surge um questionamento: se formos amigos de nossos alunos, não perderemos o respeito dos mesmos? Chalita (2004, p.149) diz: [...] que não, diz ainda que o professor só irá conseguir atingir seus objetivos se for amigo verdadeiro de seus educandos, e com essa amizade conseguirá sim, o respeito dos mesmos. Ao conhecer seus alunos e ter uma relação com eles, o professor poderá cumprir o seu papel como educador.
 Observa-se ainda que a cordialidade afetiva faça com que a pessoa, seja ela aluno ou não, conheça o que está vendo ou vivenciando, estabelecendo uma relação de confiança que estimula o raciocínio. Como afirma Rogers (1986, p. 11) em que fala [...] da necessidade da sala de aula ser um ambiente de confiança, na qual a curiosidade e o desejo natural de aprender possam ser nutridos e realçados. 
A família e a primeira instituição onde acontecem as primeiras manifestações de aprendizagem pela criança. Assim, cabe à família ser o ponto de segurança e referência para ela, para que a mesma cresça segura e confiante em suas relações. 
Como afirma Delors (2003). 
Considera-se então a grande influência que a família exerce na formação da criança e com isso a sua importância no dia-a-dia escolar delas. Percebendo a sua importância na educação da criança à família deve se interar do que a mesma vivencia na escola.
 Cabe à escola o envolvimento das famílias e a conscientização das mesmas no acompanhamento dos discentes nas realizações de suas atividades escolares, como também,agilizar o envolvimento dos mesmos na comunidade escolar. 
A conscientização da família com o seu papel a desempenhar na sociedade é tão importante quanto o papel da escola na sociedade. O aluno precisa vir para a escola disposto a aprender e satisfeito com a vivência familiar, sem trazer consigo problemas que o impedirão de aprender. 
Como pondera Monteiro (2004, p. 117) que diz:
A aprendizagem passa pela emoção, por isso, se o sujeito não se sentir seguro e confiante, sua consciência vai estar tomada com a preocupação de se defender o tempo todo que não conseguirá deixar sua curiosidade e criatividade surgirem e com elas o desejo de aprender.
 No cotidiano escolar professores e alunos não se vêem, não se conhecem, forma-se pessoas sem vínculos afetivos com aqueles que convivem então porque não rever essa metodologia.
 Ser conhecedor desse papel fará da escola uma entidade transformadora de toda nação na formação de cidadãos comprometidos com a sociedade, críticos, reflexivos, autônomos e atuantes. Planejar e atuar com mais afetividade dará aos educadores instrumentos para mediar suas aulas no intuito de construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Para que a aprendizagem realmente ocorra de forma significativa e prazerosa, fazendo assim com que os alunos se sintam motivados a aprender e sintam-se confortáveis no ambiente escolar, é preciso romper com esta distância entre professores e alunos. É preciso que a sala de aula se torne um ambiente amigável e harmonioso, que permite que todos se expressem e sintam-se livres para questionar e demonstrarem a sua opinião, e sintam que têm alguém para ouvi-los, para ajudá-los a superar as suas dificuldades, não só de aprendizagem, como também os seus problemas pessoais.
6- Considerações finais
Influenciar de forma positiva e significativa é a forma de aprendizagem dos seres humanos sobre o poder da afetividade. Por meio da sua vivência harmoniosa e afetiva é que o aluno controi, produz e edifica a sua aprendizagem. 
O afeto é um dos principais fatores que contribuem para o aperfeiçoamento do método de ensino aprendizagem. Assim, o tema “A importância da afetividade na educação infantil” apresenta extrema importância na área educacional, considerando que a afetividade impulsiona a aptidão de aumentar o conhecimento voltado para o conhecer e o aprender, de forma que os vínculos afetivos e aprendizados vão estabelecer as trocas a partir das interações entre o meio e o sujeito. 
Compreende-se que o sentido da aprendizagem é exclusivo e particular na vida de cada ser humano, por isso, que o desenvolver-se da aprendizagem é um processo continuado, e a afetividade é desempenho indispensável na formação da criança, uma vez que um ensino que deixe de abordar o sentimento (aspectos afetivos) em uma classe e na família poder gerar danos incontáveis no desenvolver cognitivo da criança. 
É importante um laço entre escola e família para a evolução da criança, é preciso que a criança sinta na escola um lugar onde ela encontre apoio, carinho, incentivo e que usem métodos para desenvolver habilidades, sentimentos e capacidades. Que de pequeno construa um caminho para o saber, e que os pais em casa deem sequência ao trabalho feito na escola, é fundamental o apoio de todos fazendo com que a criança se sinta mais segura para expandir sua autoestima e suas habilidades adquiridas ao decorrer do tempo. 
A afetividade em uma educação infantil de qualidade tem como alvo contribuir para o desenvolvimento integral da criança, de forma afetiva e lúdica, entendendo que a integração entre afetividade e cognição é essencial. 
As tendências pedagógicas aplicadas na escola tem como dimensão a afetividade, onde é proporcionado o bem-estar, a felicidade e o prazer, que são fundamentais para crescimento da autoestima e formação da personalidade do aluno. Por mais inovador e complexo seja um projeto educacional, tudo dependerá do afeto para uma aprendizagem escolar com índices bastante satisfatórios. Afetividade e cognição são elementos que estão ligados e se interagem com uma reciprocidade em beneficio de um ensino-aprendizagem positivo para o aluno. 
As interações escolares devem ser prazerosas, entre a relação sujeito-objeto e neste processo a afetividade atua como fator determinante, pois quando vemos algum sentido no que iremos aprender se cria uma relação afetiva com o objeto. Acreditamos aqui que as marcas da afetividade tem o poder de contágio, o professor que se apaixona pelo seu objeto de ensino transmite isso para o aluno tornando o aluno mais disponível, receptivo a novos conhecimentos e experiências. 
O sentimento de autoestima ou baixa estima é fruto de relações de fracasso ou êxito nas relações entre o sujeito e o objeto e entre o sujeito e o mediador do conhecimento. Afetividade é prática pedagógica, no pensar as condições de ensino, o que ensinar e suas relevâncias, sua clareza, o como organizar os conteúdos, as atividades para favorecer a interação do educando com o mesmo, o que fazer em sala de aula, pensar o como avaliar e a qualidade da mediação. Relacionar as práticas educacionais realizadas com afetividade ao comprometimento do educador que proporciona assim um desenvolvimento cognitivo efetivo dos educandos. 
A afetividade é um sentimento comum nas relações humanas, sentimento esse que dá motivação desde as ações mais corriqueiras até as mais complexas. Sabe-se que o ser humano não se arrisca em aventuras pelas quais não credita que ao final dará certo.
O compromisso professor-aluno norteado por práticas efetivas leva a um desenvolvimento cognitivo mais efetivo por parte do aluno, pois compreende como as relações afetivas em sala de aula influenciam no processo ensino-aprendizagem e por consequente no desenvolvimento cognitivo de forma positiva, como se dá a influência afetiva nos processos cognitivos na relação das vivências em sala de aula, na convivência professor/aluno, demostrando a influência na relação aluno/conteúdo a serem aprendidos. 
Ante ao exposto, pode-se afirmar baseado em nossa pesquisa bibliográfica e pelas colocações abordadas, que a escola precisa proporcionar o desenvolvimento integral da criança considerando a afetividade na aprendizagem. E que é de grande importância uma formação afetiva efetiva para os profissionais que atuam no campo da educação.
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Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de............... 
Universidade Paulista – Polo.......
Orientação: Nome do Orientador

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