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Museu Guggenheim Bilbao - Análise projetual /01 Maio de 2020 Larissa Peres de Andrade Arquitetura e urbanismo O Museu Guggenheim Bilbao fica localizado na cidade de Bilbao, no norte da Espanha. O responsável pela arquitetura dessa obra icônica é o grande arquiteto desconstrutivista Frank Gehry. Um ícone da arquitetura que mudou a história de uma cidade 02 M U SE U G U G G E N H E IM B IL B A O O autor: O arquiteto Frank Gehry tem um estilo unico e é conhecido pelo desconstrutivismo em suas obras, com linhas ousadas, bem como uma arquitetura pós-modernista , se tornou um dos arquitetos mais conhecidos e aclamados do século XX. Sua genialidade foi reconhecida sobretudo com o prêmio Pritzker, o “Nobel da arquitetura”, concebido a profissionais que se empenharam em construções inovadoras. FRANK GEHRY 03 “ARQUITETURA DEVE FALAR DE SEU TEMPO E LUGAR, PORÉM ANSEIA POR INTEMPORALIDADE.” FRANK GEHRY Ficha Técnica Nome da Obra: Museu de Guggenheim Local: Bilbão - Espanha Arquiteto: Frank O. Gehry Primeiras negociaçoes: 1991 Proposta inicial: 1993 Ano construção: 1994 Ano conclusão: 1997 Estrutura principal: Aço Área Terreno: 32.500 m² Área construção: 24.000 m² Gabarito: 50 m MUSEU DE GUGGENHEIM Presentations are communication tools that can be used as demonstrations, lectures, speeches, and more. CONSULTATION bilbao encontrava-se numa uma situação econômica crítica. O museu Guggenheim foi desenvolvido como uma peça-chave de um plano de reurbanização que visava transformar a cidade de um centro industrial decadente para um polo turístico cultural. Foi decido que seria construído uma galeria de arte para exibir alguns dos maiores artistas contemporâneos, e ela seria uma obra de arte por si mesma. O Museu, sozinho, transformou Bilbao uma atração turística internacional, impulsionando sua economia. CONTEXTO DA CIDADE 05 MUSEU GUGGENHEIM O NASCIMENTO DE UMA IDÉIA O museu de arte moderna e contemporânea surgiu da ideia de criar uma grande construção para contribuir no processo de regeneração da estrututura econômica do País. O museu constitui um dos elementos mais importantes dentro do plano de reurbanização da cidade de Bilbão, juntamente com outros grandes projetos concebidos por alguns dos mais prestigiosos arquitetos do mundo, assim como a ampliação da capacidade operativa do perto e a renovação do aeroporto de Bilbao. MUSEU DE GUGGENHEIM Dependendo do nível em que são feitas as secções para a obtenção das plantas, logicamente, as formas do Museu assumem diferentes curvaturas. No entanto, na análise da implantação do edifício é possível identificar um procedimento recursivo, em sentido anti-horário, de variação de escala sobre as diferentes formas, tendo como eixo central a posição do átrio. Os padrões de formatos de folhas (relativos à forma do próprio terreno) e a sobreposição entre estes padrões, que mostra uma correspondência topológica entre eles. Formas: Do urbano à escala do edifício ACESSOS E CIRCULAÇÃO Entrando no espaço expositivo, encontra-se o átrio, iluminando naturalmente por uma abertura zenital em forma de ´´flor metálica``, Os três níveis das galeriasdo edificio se organizam ao redor deste átrio central e se conectam mediante passarelas curvilineas, elevadores panorâmicos e torres com escadas O lugar escolhido por Gehry para a implantação do museu fica às margens do rio Nervión, próximo da Universidade, do Museu de Belas Artes e do Teatro Arriaga, importantes centros culturais da cidade de Bilbao. O museu conta com acesso facilitado através da rua Iparraguirre e da Ponte Salbeko Zubia. Chama-se a atenção para a forma do terreno, que já estava delimitada pelas curvas do rio e da ponte. O entorno do terreno e sua conformação topográfica foram determinantes no projeto de Gehry. Ao Sul, numa cota mais elevada (situada no nível das ruas de acesso), o edifício se apresenta através de formas ortogonais e materiais tradicionais. Com isto estabelece relação com os espaços históricos da cidade, tanto formalmente quanto pelos revestimentos e cores adotadas A origem da forma e sua relação com o lugar A obra transita entre superfícies poliédricas e curvas, entre superfícies regradas desenvolvíveis, reversas e com maior grau de liberdade. Compreender o esquema organizacional do museu dá pistas para entender alguns propósitos de associações formais, Estrutura organizacional do museu o átrio (na cor amarela) constitui espaço central de distribuição, em conformação híbrida, integrando os tipos formais que caracterizam a obra volumes dos espaços administrativos, comerciais e de exposições do térreo se organizam ao redor do átrio, e passarelas promovem a circulação acima dele (em amarelo) “áreas utilizáveis” estão distribuídas em três pavimentos, e panos de vidro fazem o fechamento vertical entre os volumes; volumetria do conjunto, onde se observam prismas, cilindros, estes de diretriz curva e de geratriz ortogonal, (em bege e azul) e cilindroides ou ainda formas mais livres (em cinza) Observa-se também uma convergência de traçados para o local do átrio, o que reflete sua importância na organização interna dos espaços, conectando os eixos dos volumes prismáticos: de maior extensão (que também converge com o eixo da ponte), de menor extensão (à esquerda) e o da sala de exposições 104, já citada anteriormente por se estender sob a ponte e se conectar com a torre. Os traçados e eixos reguladores que acusam como é possível notar que os traçados e eixos reguladores usam como ponto de partida oa ponte Salbeko Zubia. A forma e seus condicionamentos externos Traçados reguladores Gehry, por meio de modelos físicos, ou com precisão, a partir dos digitais, controla a forma ao nível dos olhos. Parece valer-se de efeitos anamórficos (ilusões de ótica sobre determinados pontos de vista) para lograr concordâncias e paralelismos. Conforme pode- se observar pelas imagens relações de concordâncias, paralelismos e convergências nas visuais Transformação do entorno a partir da forma ÁTRIO O átrio, além de ser o elemento organizador interno, dando acesso às galerias através de passarelas, é também em termos volumétricos, contrastando com o que lhe circunda. Constitui um espaço híbrido, entre o exterior e o interior, comunicando o edifício com a cidade e o rio graças aos panos de vidro com a altura de três pavimentos. Este espaço está coberto por “un gran lucernario en forma de flor metálica” parecendo também estar relacionada com a própria conformação do lote original, que se assemelha a uma espécie de folha ou pétala. O cálculo da Dimensão foi aplicado sobre duas imagens que se confrontam, com o propósito de compará-las: a fachada sul do Museu e o conjunto de edificações emoldurado pela vegetação ao fundo. Se fez pela observância de similaridades entre as duas imagens, possível estratégia de refletir a cidade não somente pelo efeito da luz sobre o titânio, mas como resultado de uma transformação geométrica, repetindo a própria forma. a estimativa da dimensão do edifício À esquerda a imagem do entorno que confronta a obra e à direita a fachada sul (voltada para a cidade). Dez destas galerias têm a forma ortogonal, identificadas na sua parte externa por seus revestimentos de pedra. Em contraste, as outras nove salas são de uma irregularidade singular e se identificam a partir do seu exterior pelo revestimento de titânio. As obras de maior porte são obrigadas em uma galeria especial livre de colunas e com um tipo de piso preparado especialmente para suportar o trânsito frequente e o peso das obras que aloja. 11.000 m² de espaço de exposição, distribuídos em 19 galerias /13 Os tipos de galerias estão associados à geometria dos espaços. Os volumes prismáticos formam principalmente as galerias “tradicionais”, com plantas em formato quadrado ou retangular, que recebem exposições “clássicas”. As galerias, destinadas às exposições de arte contemporânea, têm plantas em formato curvo e pés-direitos muito maisaltos. 13 Salas de exposições Os elementos voltados para o Norte, à beira do rio, apresentam formas orgânicas e são revestidos com materiais reflexivos, como vidro e placas de titânio, que valorizam a relação da edificação com a água e a natureza, que é reforçada pela existência de um espelho d´água. O titânio confere a cor acobreada do edifício e muda de tonalidade conforme o horário do dia ou as condições climáticas, conforme observa Charles Jencks. O fato dessa parte do terreno estar situada numa cota inferior ao restante de seu entorno possibilita que o edifício, mesmo adotando uma escala monumental, respeite a altura das edificações do entorno, integrando-se a elas e ainda assim representando um elemento inédito na paisagem. O museu com seu imenso sucesso internacional, mostrou possibilidades concretas de percorrer novos caminhos na analises feitas e ultrapassou as geometrias simplificadas e o rigor do ângulo direito tão amado pelos tradicionalistas. Considera-se que as hipóteses construídas e evidenciadas graficamente explicitam as estratégias utilizadas por Gehry para estabelecer o diálogo entre a obra e o tecido urbano da cidade.O uso da lógica fractal para estabelecer as relações com o lugar foi a estratégia para garantir que a obra mantivesse sua unidade formal, pelo menos em termos geométricos. O arquiteto usa a recursão para estabelecer uma relação harmônica e rítmica com o lugar. Proporções e repetições dialogam com a arquitetura existente no entorno imediato. Considerações Finais Larissa Peres de Andrade, Estudante de Arquitetura e Urbanismo.
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