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FACES DA CULTURA
 
 Centro Educacional Recanto do Saber
 ALUNO(A): Carolina de Oliveira Uchôa
 TURMA: 2ªAno do Ensino Médio (Manhã)
FACES DA CULTURA
O que é cultura?
Conjunto de conhecimentos, valores, símbolos, tradições, ideias, costumes e práticas que se tornam características de um grupo, seja ele familiar, social, étnico, religioso e assim por diante.
Ao julgarmos se uma pessoa tem cultura, em nossa sociedade, é comum fazermos uma relação com os seus anos de estudo escolar e também com o volume de conhecimento adquirido na leitura de livros. Mais do que conhecimento prático, a pessoa culta é aquela que domina o conhecimento formal dos conteúdos difundidos pelos sistemas de ensino. Tal concepção do termo “cultura” está relacionada à ideia de erudição, ou seja, ao domínio que determinadas pessoas ou grupos sociais têm de uma série de conhecimentos formais a respeito do mundo, como aqueles advindos de Arte, Ciência, Filosofia, Matemática, Astronomia, etc. Assim, a cultura seria a cultura erudita considerada dominante, geralmente vinculada à elite e produzida por intelectuais, pensadores, músicos, cientistas e filósofos.
A noção de cultura como erudição é bastante restrita e está relacionada ao ponto de vista das camadas dominantes das sociedades. Além disso, a noção de erudição está vinculada a uma concepção hierarquizada do conceito de cultura, na qual determinados saberes são considerados superiores a outros. No outro extremo, temos o que se convencionou chamar de cultura popular, advinda dos hábitos e dos costumes difundidos pelas práticas das camadas menos privilegiadas da sociedade. São as expressões artísticas e as formas de conhecimento e sabedoria popular que são transmitidas por gerações e não estão necessariamente formalizadas e submetidas ao controle de um grupo. São práticas de origem tradicional e inventiva que se vinculam às expressões culturais formadoras da identidade de um povo. 
Conceito Antropológico de Cultura
O conceito de cultura com base na perspectiva antropológica é mais abrangente do que as noções de cultura que utilizamos corriqueiramente. Em seu sentido antropológico, a cultura corresponde ao conjunto de comportamentos, crenças, representações e costumes característicos de um grupo humano ou de diferentes sociedades humanas.
A Antropologia, como área d conhecimento pesquisa das Ciências Sociais, ocupou-se inicialmente da compreensão das particularidades culturais das sociedades não europeias, em oposição à Sociologia, que se voltou para a compreensão das mudanças sociais na Europa. O estudo das diferentes sociedades humanas demonstra que, ainda que exista uma unidade biológica do ser humano, coexistem diferentes escolhas culturais, cada uma com suas soluções originais para os problemas que lhes são apresentados.
A cultura de determinado povo não é algo natural ou preexistente, decorrente da essência de seu modo de ser 
ou de aspectos puramente biológicos. Não existe uma cultura ideal, que deve ser alcançada pelos seres humanos, muito menos uma programação prévia de como deve ser a cultura.
Etnocentrismo e Relativismo Cultural
A antropóloga estadunidense Ruth Benedict (1887-1948) afirma que a cultura funciona como uma espécie de lente pela qual os seres humanos observam o mundo. Desse modo, pessoas de culturas diferentes utilizam lentes diversas, apresentando, consequentemente, visões de mundo bastante distintas. O problema é que, muitas vezes, por estarmos presos à nossa própria cultura, imersos em nossas próprias lentes, acabamos nos tornando cegos em relação à cultura dos outros e até mesmo míopes quando se trata da nossa própria cultura. Tal analogia explica o porquê de existirem não apenas as diferenças, mas também o estranhamento, os conflitos e os desentendimentos de uma cultura em relação a outra. 
Tal estranhamento em relação à cultura do outro está vinculado ao que os antropólogos afirmam se tratar de visão etnocêntrica de mundo. O etnocentrismo (ver Conceitos sociológicos) está vinculado à forma como analisamos o mundo à nossa volta. Desse modo, a nossa cultura se apresenta para nós como a referência pela qual o mundo e os outros são avaliados, pois os seres humanos, em seu processo de socialização, incorporam determinadas condutas e padrões que são considerados normais, aceitáveis, verdadeiros e até mesmo esperados pelos demais. Em oposição, acabamos por considerar aquelas pessoas, grupos ou sociedades que não seguem tais padrões de comportamento como anormais, perigosos e até mesmo repulsivos. 
O etnocentrismo tem sido historicamente observado nos grupos humanos, que muitas vezes, reagem ao que parece contradizer ou ameaçar as práticas e os costumes já estabelecidos. Entretanto, toda cultura tem sua lógica e coerência interna, já que, conforme nos aponta Ruth Benedict, uma cultura não é a simples justaposição de traços culturais, mas uma maneira coerente de combiná-los. Por esse motivo, a Antropologia Cultural (ver Conceitos sociológicos) criticou o etnocentrismo e introduziu a noção de relativismo cultural (ver Conceitos sociológicos). O relativismo cultural defende que uma cultura só pode ser compreendida considerando o contexto e suas próprias tradições e lógicas, justamente pela impossibilidade de realizar comparações entre diferentes culturas. Para tanto, é necessário exercitarmos a alteridade, que significa nos colocarmos no lugar do outro a fim de tentar compreender a lógica da sua vida. A alteridade tem relação com o reconhecimento do outro, mesmo que, a princípio, existam diferenças culturais que nos tornem completamente distintos.

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