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FMU
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
1707727 — SEXTO SEMESTRE "B"
Beatriz Esposito Yalenti
APS
SÃO PAULO
2020
Beatriz Esposito Yalenti
APS
SÃO PAULO
2020
2
COMO SE FUNDAMENTA O DIREITO DE PUNIR DO SOBERANO, SOB A PERS-
PECTIVA DE BECCARIA?
Beccaria se utiliza da teoria do Contrato Social de Rousseau para explicar o direito de
punir. Ele diz que as leis foram criadas mediante a necessidade da conservação da liberdade
do homem. Desse modo, pequenas porções de liberdade foram sacrificadas para que então,
pudessem usufruir do resto com mais segurança, sendo assim, foi formada a soberania da nação.
(. . . ) Cansados de só viver no meio de temores e de encontrar inimigos por toda parte,
fatigados de uma liberdade que a incerteza de conservá-la tornava inútil, sacrificaram
uma parte dela para gozar do resto com mais segurança. A soma de todas essas
porções de liberdade, sacrificadas assim ao bem geral, formou a soberania da nação.
E aquele que foi encarregado pelas leis do depósito das liberdades e dos cuidados da
administração foi proclamado o soberano do povo. (Beccaria, p. 26, 1764)
O soberano do povo é aquele encarregado pelas leis do depósito dessas liberdades e dos
cuidados da administração, mas o mero depósito das liberdades não era o bastante. Foi necessário
que se criassem meios sensíveis e poderosos para comprimir o espírito despótico do homem,
ou seja a tendência de retirar da massa comum a sua porção de liberdade e ainda usurpar a dos
outros. Esses meios foram as penas estabelecidas contra os infratores da lei.
Na visão de Beccaria, no entanto, o legislador, apesar de representar toda a sociedade
unida por um contrato social, não tem competência para dizer se alguém violou ou não as leis.
Essa competência é do magistrado, que deve se pronunciar se há um delito ou não.
Diante disso, no caso de um delito, há duas partes: de um lado, o soberano, sustentando
a afirmação de que o acusado violou o contrato social, e do outro lado, o acusado, que nega
tal violação, portanto é necessário que haja entre esses dois lados um terceiro, que decida a
contestação: esse terceiro é o magistrado.
O legislador e o magistrado devem ter seu poder bem separados, suas funções devem ser
delimitadas a fim de evitar a concentração de poder.
DE QUE FORMA DEVEM SER ORGANIZADAS E ENUNCIADAS AS NORMAS QUE
REGEM A SOCIEDADE, SEGUNDO A PROPOSTA DE BECCARIA?
As leis devem ser escritas de uma forma simples e clara. Beccaria define que os textos
das leis devem ser um livro familiar, como uma espécie de catecismo, pois quanto mais homens
lerem e tiverem conhecimento e certeza das penas, menos delitos ocorrerá.
O autor também defende a utilidade da imprensa: somente ela pode tornar as leis públicas
e de acesso para todos, da mesma forma que é responsável por dissipar para a sociedade a
consequência das leis, fazendo, assim, com que o povo tema cometer algum delito. Desse modo,
sendo acessíveis a todos, quando se conhece a pena, o intuito de cometer um crime diminui.
A lei também deve indicar indícios suficientes para a prisão daqueles que são acusados
de cometer um delito, para que não haja abusos. Não cabe ao legislador julgar individualmente,
3
esse julgamento compete ao magistrado, no entanto, os juízes não podem interpretar as leis: esse
poder compete aos legisladores.
COMO DEVEM SER E QUAIS AS FUNÇÕES DA PENA, PARA BECCARIA?
A finalidade da pena deve existir para a preservação do cumprimento das leis para que
sejam evitados males maiores, punindo, dessa forma, aquele que desviou-se do contrato social.
No entanto, qualquer punição que se exceda a isso, será configurada como abuso. As penas
cruéis, odiosas e inúteis se deviam do fim que propaga o contrato social.
Ao aplicar a pena, deverá ser observada aquela que tenha mais eficácia e durabilidade,
ao mesmo tempo que ela deve ser a menos cruel possível, uma vez que, quanto mais severas
as penas, mais crimes serão cometidos com a finalidade de acobertar aquele que possui a pena
mais rigorosa de todas. Beccaria entende que a crueldade das penas tem como resultado uma
dificuldade em estabelecer uma proporção justa entre os delitos e as penas.
No que tange à pena de morte, para Beccaria, a vida de um cidadão não deve ser tirada,
a não ser que seja o único meio de impedir que cometa mais crimes, porque as pessoas têm
mais medo de terem sua liberdade retirada por uma vida inteira do que ver sua vida se esvair em
um único momento. Também entende que não serve de exemplo para outras pessoas, uma vez
que enxergam a morte de um indivíduo não passa de um espetáculo, não um castigo pelo delito
cometido.
Beccaria também entende que uma das penas para aquele que não obedece às leis é o
banimento da sociedade, dessa forma, a perda do privilégio do convivo social, mas, maior do que
isso, seria a perda dos bens daquela pessoa. Essa pena, poderia, portanto, ocorrer gradualmente,
de acordo com a gravidade do delito cometido, tendo o cidadão, nos crimes mais graves, todos
seus bens confiscados. Seguindo a mesma lógica, nos crimes medianos, apenas alguns de seus
bens deverão ser confiscados, e, de mesmo modo, nos crimes menos severos, o criminoso não
teria nenhum de seus bens confiscados.
Outra pena é a infâmia. O indivíduo será privado da confiança e consideração que um
cidadão tem pela sociedade, mas esta não deverá cair sobre um número grande de pessoas.
Dentre as penas de infâmia, banimento, e confisco, Beccaria entende que para os crimes
que consiste na honra pessoal dos indivíduos, a pena aplicada deve ser a infâmia, pois o infame
recebe a reprovação geral da sociedade em que está inserido. É a decretação de morte social do
indivíduo, desse modo, a sua própria honra é sacrificada em nome do bem-estar público.
	Folha de rosto

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