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Gestão de Turismo Gestão de Agência de Viagens Aula nº 06 Profa Raquel Pazini Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 2 Introdução Nesta aula vamos estudar sobre o perfil de atuação do profissional, de acordo com a função exercida em cada departamento da agência. O estudo do PROAGÊNCIA, desenvolvido pela ABAV, estabelece as ocupações e respectivas competências necessárias a cada perfil, com destaque para a qualificação do consultor de viagem. Depois vamos analisar os aspectos de qualidade no atendimento e no relacionamento com os clientes, buscando compreender as características do consumidor no mercado turístico. Perfis profissionais Na aula anterior verificamos os principais departamentos e respectivas funções que podem ser estruturadas em uma agência de turismo. Mas quais seriam os perfis profissionais adequados? Vamos então conhecer as atribuições e responsabilidades das funções principais, com base nos estudos desenvolvidos pelo PROAGÊNCIA (2013). Diretor/Gerente Gerir empresas de prestação de serviços de agenciamento e operações turísticas: envolve a definição da estrutura organizacional da empresa; procedimentos administrativos e operacionais para equipe; políticas de qualidade e comercialização com fornecedores e clientes; planejamento financeiro; controle de despesas e receitas, entre outros. Elaborar o plano estratégico da empresa: para acompanhar a dinâmica e tendências do mercado turístico; selecionar a segmentação de público desejada; analisar os pontos fortes e fracos da empresa, assim como oportunidades de negócios; analisar a concorrência; selecionar os produtos e serviços preferenciais para comercialização, entre outros. Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 3 Gerenciar pessoas: está relacionada a seleção e contratação de funcionários; liderança e tomada de decisões; avaliação e acompanhamento da equipe; políticas de incentivo e remuneração; conhecimentos básicos de legislação trabalhista e previdenciária, entre outros. Assistente administrativo/financeiro Operar o caixa: para efetuar operações bancárias; pagamento de fornecedores; recebimento e conferência de pagamento dos clientes; controle de entradas e saídas em espécie do caixa, etc. Operar serviços administrativos e financeiros: se refere a conferência e pagamento de faturas dos fornecedores; cobrança e controle de comissões; emissão de faturas para clientes; emissão de notas fiscais; monitoramento de taxas, impostos e outras despesas financeiras; emissão e análise de relatórios de vendas; manutenção e atualização de cadastro dos clientes, entre outros, que são feitos com a utilização de sistemas específicos para esta função. Obs.: algumas agências com maior estrutura, precisam também de um ‘Assistente de Marketing’ para tratar especificamente dos recursos e materiais de divulgação, em sites, portais, redes sociais, etc. Promotor de viagens Promover produtos e serviços turísticos: por meio do relacionamento com os clientes da empresa; visitas para suporte e apoio de dúvidas; divulgação de campanhas de vendas; atualizações de produtos; promoção de eventos sociais e encontros de capacitação; monitoramento da qualidade dos serviços prestados, entre outros. Obs.: nas agências corporativas existe o ‘Executivo de Contas Corporativas’ que executa funções similares, adaptadas ao estilo do negócio das empresas. Agente de viagens Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 4 Vender produtos e serviços turísticos: envolve a assessoria ao cliente com informações de destinos; negociação de preços e condições especiais com fornecedores; elaboração de cotações de viagem; captação de vendas; atenção com a satisfação dos clientes, desde o atendimento ao pós- viagem, entre outros. Conforme o ramo de atuação da empresa, o agente de viagens pode ser especializado em: o Operador de emissivo: atua em operadoras na elaboração de roteiros e pacotes turísticos, envolvendo a seleção dos destinos para comercialização; negociação de preços e margens de lucro com cias aéreas, hotéis, receptivo, etc; definição das formas de pagamento; programações de atrações e logística para viagens regulares e grupos. o Operador de receptivo: trabalha em agências de turismo receptivo que atendem os turistas no destino da viagem, com elaboração e comercialização de roteiros, programas e pacotes para visitação dos atrativos turísticos da cidade e região. o Emissor de consolidadora: é responsável pelo atendimento de cotação, reserva e emissão de passagens aéreas à outros agentes de viagem. o Atendente: apoia e operacionaliza a comercialização de produtos turísticos. Observamos que o agente de viagens, de uma maneira geral, presta o atendimento direto ao cliente, e por isso é um dos grandes responsáveis pelo bom desempenho de vendas de uma empresa. Porém, será que esta função é exercida da mesma maneira, desde Thomas Cook? As transformações no mercado, a partir das novas tecnologias de informação e comunicação, interferiram nas práticas deste profissional? E como ficou o seu posicionamento com as mudanças nos canais de distribuição no turismo? Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 5 Este cenário motivou o surgimento de um novo perfil de atuação para o tradicional agente de viagens, que é o CONSULTOR DE VIAGENS. Porque emitir uma passagem aérea, e fazer uma reserva de hotel, o consumidor já pode fazer sozinho na internet. Então o consultor tem o propósito de agregar valor e mostrar a utilidade e vantagens de uma agência na organização de uma viagem, mesmo neste mercado competitivo atual. De acordo com Montanarin (2002, p. 50), profissionais que se tornaram especializados em determinados nichos passaram a adotar o termo consultoria, alguns fizeram apenas a alteração em seus cartões de visitas, trocando o termo “agente de viagens” por “consultor de viagens”, sem realmente saber o que o uso deste título acarreta. Por outro lado, outros estão se preparando, estudando, buscando conhecimento para oferecer seus serviços na consultoria de viagens aos seus passageiros. Os principais diferenciais do consultor são: Conhecimento do destino O consultor orienta sobre os destinos de interesse do cliente, a partir, principalmente, de suas próprias experiências de viagem. Isso permite informar detalhes, dar dicas e compartilhar experiências boas e ruins. A maioria dos clientes valoriza este conhecimento e tem mais segurança na escolha da viagem, sobretudo no momento de elaborar um roteiro, quando é necessário definir cidades, período de permanência, atrações para visitar, etc. Influência na decisão do cliente Além de conhecer diversos países, o consultor precisa, acima de tudo, conhecer as preferências e expectativas do seu cliente. A personalização e o relacionamento são fundamentais para ele perceber um destino de viagem que pode ser ideal para o cliente, e ele nem imagina que este lugar exista. Seleção de fornecedores adequada ao perfil do cliente Este profissional tem um conhecimento avançado dos fornecedores que tem parceria, por critérios de qualidade, credibilidade e confiança. Estas referências permitem fazer recomendações seguras ao cliente, como indicar o hotel de Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 6 acordo com as características desejadas (categoria e localização), diferenciar serviços de cias aéreas, recomendar operadoras especializadas para determinados roteiros, entre outros. Experiência no agenciamento Estas condições mostradas acima dificilmente são exercidas por um agente de viagens no início da carreira, já que o aprendizado exige tempo, tanto para viajar, quanto para fazer contatos profissionaise saber como atender e satisfazer cada tipo de cliente. Os erros e acertos fazem parte, a adaptação às mudanças no mercado é necessária, e ter prazer de trabalhar com o que gosta é essencial, pois ao escolher uma área de atuação, a experiência também corresponde ao período de tempo dedicado ao agenciamento. Podemos considerar que todo profissional que atue na função de comercialização em uma agência de turismo possa ser chamado de agente de viagens, enquanto o consultor é um perfil mais qualificado deste profissional. Quais são as competências recomendadas para o agente de viagens? Figura 1 – Competências = CHA Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 7 Fonte: http://www.vendersolucoes.com.br/artigo/O-CHA-para-o-profissional-de-sucesso Na figura acima verificamos que as competências são formadas pelo conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes do profissional. O estudo do PROAGÊNCIA (2013) também utiliza destes conceitos, e relaciona as competências com a “capacidade de enfrentar problemas e situações profissionais ou vitais de forma a produzir um resultado”. E para sistematizar e organizar este conteúdo, foi desenvolvida a “Árvore das Competências” em relação as ocupações profissionais comentadas anteriormente. O objetivo foi oficializar a estrutura ocupacional do segmento de agenciamento, auxiliando os programas de capacitação empresarial e profissional, com um modelo de educação por competência. Vamos então conferir os resultados deste estudo, que definiu as competências gerais (B) comuns ao setor de serviços em geral: Manter boa apresentação pessoal Permanecer eficaz em ambiente de mudança Comunicar-se bem Criar e inovar Manter comportamento profissional adequado Agir com ética e respeito à cidadania As competências transversais gerais (TG) são válidas para todas as ocupações do setor de agenciamento: Atender o cliente Trabalhar em equipe Gerar documentos e relatórios Dominar tecnologia de informação e comunicação Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 8 Manter-se informado Implementar política de qualidade As competências transversais (T) são adequadas a duas ou mais ocupações do segmento: Reservar e vender produtos e serviços turísticos Operar sistemas de reservas Operacionalizar produtos turísticos Manter rede de parceiros e fornecedores Promover a sustentabilidade dos destinos Comunicar-se em outros idiomas Promover produtos e serviços turísticos Operar o caixa Operar serviços financeiros e administrativos Assessorar na organização e realização de eventos O perfil profissional de cada ocupação é constituído pelo conjunto das competências gerais, transversais e específicas que são necessárias para o bom exercício profissional. O estudo coloca também que “o enfrentamento da crescente competição em um ambiente de mudanças aceleradas exige um trabalhador mais autônomo, responsável, polivalente, pensante, criativo. Um profissional capaz de enfrentar demandas novas e inusitadas em seu trabalho cotidiano”. Remuneração do setor Cada empresa tem autonomia para definir a política de remuneração dos seus funcionários. Mas alguns parâmetros podem ser utilizados, como o piso salarial, que sugere o salário mínimo mensal para o agente de viagens. Esta Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 9 informação atualizada pode ser obtida junto ao contador, mas está em média R$812,00. Além disso pode ser concedido um benefício para cobrir despesas com transporte e alimentação. Conforme o perfil do funcionário, a agência pode estabelecer metas e programas de remuneração complementares, já que a rentabilidade neste mercado depende muito de produtividade. As formas mais comuns são: ‘Comissão de vendas’ em que o agente ganha um percentual para cada venda realizada; e ‘Participação nos lucros’, em que são considerados um percentual de acordo com o resultado mensal final das vendas de toda a equipe. Cabe a agência analisar o modelo mais adequado para o seu grupo de colaboradores. A comissão de vendas é vantajosa para aqueles agentes que possuem uma carteira de clientes frequente, e tem um volume maior de vendas. Mas pode criar uma certa competitividade interna, e pouca colaboração no grupo. Enquanto o compartilhamento do resultado final da equipe parte de uma meta geral, em que todos se unem para atingir um objetivo comum. Qualidade no atendimento A qualidade é um fator essencial para qualquer produto ou serviço. No agenciamento ela fica mais complexa, porque são envolvidos diversos responsáveis na formatação de uma viagem. Mas como buscar qualidade no atendimento com o cliente? Este conceito pode ser compreendido analisando três elementos: expectativa, percepção e satisfação, de acordo com a figura abaixo. Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 10 Figura 2 – Relação de qualidade Ao agente de viagens cabe oferecer produtos e um serviço de qualidade, mas é o cliente que faz esta avaliação, ficando satisfeito ou não com a viagem. Esta consequência vai depender do equilíbrio e coerência desta relação entre expectativa e percepção. O agente de viagens pode influenciar na conformação da expectativa do cliente, para que seja o mais próximo possível da realidade que será percebida na viagem. Desta maneira, se a viagem atender exatamente os desejos e necessidades do cliente, e ainda o surpreender com algo positivo, além dele ficar satisfeito, as suas expectativas podem ser superadas. Segundo Petrocchi e Bona (2003, p. 167) “o maior desafio do agente de viagens não é o processo formal de venda, mas possuir a sensibilidade para compreender a expectativa, as necessidades ou os desejos do cliente e assessora-lo, a fim de que a viagem tenha, afinal, todas as condições esperadas”. Portanto este deve ser o foco da agência: superar expectativas! Para isso, o primeiro passo é conhecer os interesses do público-alvo da agência. Satisfação Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 11 Figura 3 – Elementos de interesse do cliente Vamos abordar sobre estas expectativas, que podem ser priorizadas ou combinadas de acordo com o perfil de cada pessoa. a) Preço: o orçamento disponível sempre influencia na escolha do destino e composição da viagem, mas por uma boa condição de preço muitos clientes mudam até datas e roteiros. Este cliente costuma fazer bastante pesquisa de preço, então o agente deve ter atenção para que o seu orçamento seja competitivo no mercado, pois se ficar mais barato comprar na internet ou em outra agência, é bem provável que ele faça a opção pelo menor preço. b) Atendimento: os clientes habituais da agência, que valorizam e reconhecem o relacionamento duradouro de confiança com o agente de viagens prezam pelo atendimento. Ele aprecia ser tratado de forma personalizada e ter uma assistência profissional para organização de suas viagens. Logo a seguir vamos conferir algumas dicas de atendimento de acordo com o perfil de cada cliente. c) Qualidade: neste caso relacionamos as categorias dos produtos turísticos: as cias aéreas oferecem passagem aérea em classe econômica, executiva e primeira; os hotéis são classificados em turísticos, superior, luxo, ou conforme a indicação de estrelas; as operadoras podem ter excursões com padrão turístico ou superior/luxo, entre outros. Então o cliente terá um Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 12 interesse maior nonível de qualidade, em boas referências, e lugares que conferem status, por exemplo. d) Benefícios: se referem as vantagens do cliente adquirir a sua viagem na agência, e de preferência que o surpreenda. Pode ser um brinde, um desconto, um up-grade cortesia, ou atitudes percebidas, como atendimento na casa ou escritório do cliente, apresentação visual e organização dos vouchers, entre outros. Cada agência deve buscar o seu diferencial para criar uma imagem positiva. De maneira geral, as agências devem buscar sempre equilibar estes interesses, ou seja, oferecer um bom atendimento, com preço compatível a categoria de produto comercializada, e benefícios únicos e perceptíveis ao cliente. Para isso, precisamos levar em conta alguns fatores: Controle das expectativas do cliente Informação e conhecimento Atenção Disponibilidade Cortesia e simpatia Comprometimento Trabalhar no tempo do cliente Preço compatível e competitivo Serviço adequado a categoria Mobilidade da agência na seleção de fornecedores Segundo Candioto (2012, p. 40), “quando procura um agente de viagem, o cliente está em busca de informações que possam complementar tudo aquilo que ele já sabe ou ouviu dizer sobre um destino, sobre um hotel etc. Ele quer facilidade, segurança, preço e algo que o convença de que fará a escolha certa”. Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 13 Quando o cliente ficar satisfeito com o atendimento recebido e tiver uma ótima experiência na sua viagem, a tendência é que ele procure sempre a mesma agência/agente para as futuras viagens, além de recomendar para amigos e parentes. Portanto, manter este relacionamento é a chave de sucesso para as agências de turismo atualmente. Seguem algumas recomendações para alcançar este propósito: Identificação e cadastro dos clientes Conveniência, acesso fácil e imediato Contato e comunicação adequados Status especial para clientes conhecidos Reconhecimento da história existente entre o cliente e a agência Soluções rápidas e eficazes caso surjam problemas Compreensão e entendimento das necessidades do cliente Diálogo profissional e amigável O comportamento do consumidor é muito estudado no marketing, justamente para que a empresa possa conhecer melhor o seu cliente e ter as ferramentas e estratégias mais adequadas para buscar a sua satisfação e fidelização, em cada momento de contato com a empresa: Interesse -> Atenção -> Desejo -> Convencer -> Ação de Compra -> Encantamento No agenciamento podemos utilizar destes parâmetros para melhorar o processo de comercialização, mas com esta sensibilidade de que cada turista tem uma personalidade, valores e percepção de qualidade diferentes e particulares. Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 14 Quadro 1 – Dicas de atendimento para cada tipo de cliente TIPOS DE CLIENTES CARACTERÍSTICAS COMO TRATÁ-LO CALADO/ SILENCIOSO/ TÍMIDO Não gosta de falar e não demonstra o que pensa Não se impressiona com a vantagem do produto Não responde aos argumentos de vendas Tem medo de tomar decisões, busca conselhos Seja breve e sensato Não o pressione Transmita-lhe confiança Estimule diálogo com perguntas que exigam respostas Aconselhe-o DESCONFIADO/ CURIOSO/ INDECISO É firme Faz muitas perguntas Quer saber tudo e os porquês Gosta de debater e raciocinar É desconfiado Suspeita de tudo Incentive-o, dê-lhe confiança Faça afirmações que você possa provar Demonstre segurança através de dados reais Seja firme e seguro ao expor seus argumentos SABIDO/ INTELIGENTE Sabe o que diz Não gosta de argumentos falsos Tem muita confiança em si É bem informado Não é facilmente influenciável Deixe-o a vontade Seja firme Apresente fatos e não opiniões Use a razão, o bom senso, o juízo, o critério e a lógica Não esconda informações mesmo que elas não sejam boas Compartilhe ao invés de impor o seu conhecimento BRIGUENTO/ IRRITADO Discute por qualquer coisa Costuma ofender e ameaçar Faz muitas críticas Pouco tolerante Evite discussões e atritos Saiba ouvi-lo Mantenha-se calmo e cortês Procure criar um clima amistoso Seja paciente Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 15 Direcione para o bom senso RACIOCÍNIO LENTO Quer sempre os mínimos detalhes É meticuloso e ordenado Demonstra dificuldade em associar elementos Use uma associação de ideias claras e sucintas Explique pausadamente Seja atencioso e paciente Acompanhe o ritmo do cliente BEM HUMORADO Facilmente desvia o assunto É muito simpático Aprecia uma conversa agradável Conduza o diálogo e mantenha a sua atenção Use exemplos Seja simpático e bem humorado Explore as suas ideias Fonte: Hollanda, 2003. A experiência profissional com o passar do tempo, ajuda a ter esta percepção e flexibilidade com cada cliente. Mas quando ele chega pela primeira vez na agência, será sempre um ponto de interrogação... Então qual é o perfil destes turistas que ainda não conhecemos? Devemos levar em conta a forte influência do cenário econômico, político e social, que favorece a realização de viagens e de uma nova classe de consumo no Brasil. Além da combinação da globalização e novas tecnologias em nível mundial, que estimula “consumir muito mais e mais rapidamente, como se fosse tudo ao mesmo tempo e agora” (Candioto, 2012, p. 38). Vamos conferir algumas características relevantes deste consumidor: Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 16 a) Infidelidade: está relacionada a liberdade de escolha do cliente, que pode comprar uma viagem de forma integral ou parcial na agência. A competitividade nos canais de distribuição não é mais uma novidade, e por isso a agência precisa lidar com a falta de exclusividade dos clientes. Ele pode comprar uma passagem aérea nacional no site da cia aérea por conta própria, mas sempre utilizar os serviços de uma agência na organização de suas viagens internacionais, por exemplo. b) Experiência e informações de viagem: em muitos casos alguns turistas sabem mais que o agente de viagens, mas ainda sim é possível atender este cliente de perfil mais exigente. Por que? Muitos consideram a pesquisa de destinos, os preparativos e a elaboração de roteiros como um hobby. Porém, valorizam o suporte técnico de uma agência e todo o respaldo e segurança durante a viagem. A internet ainda tem algumas limitações para personalização de viagens, que não é um impedimento para os sistemas que as agências possuem, que permitem diversas possibilidades. c) Menor Custo - Menor Tempo - Maior benefício: o ritmo de vida mais acelerado gera um imediatismo nas relações comerciais, também em virtude da concorrência e de todas as possibilidades de compra para o consumidor, que busca o melhor custo/benefício possível. Neste sentido, as agências devem ser criativas e buscar estratégias inovadoras para cativar o interesse e desejo do cliente, e garantir a ação de compra. d) Maior aproveitamento e valor do tempo livre: observa-se que muitas pessoas fragmentam os períodos de férias, e acabam fazendo viagens mais curtas, em média de uma semana. E como o ritmo de trabalho e estudo é cada vez mais intenso, o tempo livre é muito valorizado, e ainda melhor aproveitado em uma viagem. Por isso este é um investimento no tempo de lazer que envolve muitas expectativas, e deve ser usufruído sem preocupações e inconvenientes durante a viagem. Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 17 e) Características específicas:o marketing estabelece algumas segmentações, com base nas características em comum de alguns consumidores e também nas tendências de mercado. Isso permite adequar os produtos e serviços mais apropriados para atender famílias, terceira idade, jovens, casais, etc. Portanto, podemos verificar a importância do foco do negócio da agência, para que ela conheça o mercado e o seu público-alvo, e seja uma referência de qualidade para estes clientes. O que aprendemos na aula de hoje? Existem diferentes funções para atuação em uma agência, de acordo com o perfil e competência de cada profissional No atendimento ao cliente deve-se buscar sempre desempenhar uma consultoria em viagem A qualidade nos serviços depende da percepção e avaliação do consumidor As agências devem buscar um relacionamento com os seus clientes e conhecer os consumidores potenciais no mercado Para saber mais... Vídeo 1 - O presidente da Trend Operadora, Luis Paulo Luppa, fala sobre o progrma de treinamento "Os 12 mandamentos do agente de viagens". Publicado em 13/12/2011. https://www.youtube.com/watch?v=cXJSO0TUS7M Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 18 Bibliografia: DANTAS, J. C. S. Qualidade do atendimento nas agências de viagens: uma questão de gestão estratégica. São Paulo: Roca, 2002. Artigo científico (Revista Turismo e Sociedade): Consultor de viagens: o profissional do novo mercado turístico. http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/turismo/article/view/24769 Artigo científico (Revista Turismo Visão e Ação): Ter funcionários satisfeitos é ter clientes satisfeitos: realidade ou indícios? Um estudo em agências de viagens http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/7 Artigo científico (Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo): Inovação em serviços turísticos: a percepção desse processo em agências de viagens http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/oit/article/view/5735 O Ministério do Turismo faz uma pesquisa mensal de sondagem do consumidor, com consultas a 2.100 famílias, sobre a intenção de realizar viagens nacionais e internacionais nos próximos seis meses. Confira os arquivos no link abaixo. http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/conjuntura_economica/son dagem_consumidor_viagem/ REFERÊNCIAS CANDIOTO, M. F. Agências de turismo no Brasil: embarque imediato pelo portão dos desafios. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier, 2012. HOLLANDA, J. Turismo: operação e agenciamento. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2003. http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/turismo/article/view/24769 http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/7 http://app.ebape.fgv.br/revistaoit/ http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/oit/article/view/5735 http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/conjuntura_economica/sondagem_consumidor_viagem/ http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/conjuntura_economica/sondagem_consumidor_viagem/ Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 19 MONTANARIN, D. C. Consultor de viagens: novo profissional da era do conhecimento. Curitiba: Montanarin, 2002. PROAGÊNCIA. Agências de viagens no Brasil: competências e funções profissionais nas agências de viagens. ABAV. Outubro 2007. Disponível em: <http://www.abav.com.br/arquivos/Compet%C3%AAncias%20Proag%C3% AAncia.pdf> Acesso em: 15/07/2013. PETROCCHI, M.; BONA, A. Agências de turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2003. EXERCÍCIOS 1. A ABAV definiu algumas ocupações profissionais para o setor de agenciamento e depois identificou as competências relativas a cada função. Identifique os perfis profissionais correspondentes. a) Diretor/ Assistente de consultor de viagem/ Atendente b) Gerente/ Assistente administrativo/ Promotor de marketing c) Agente de viagens/ Operador de receptivo/ Operador de emissivo d) Consultor de viagens/ Promotor de consolidadora/ Assistente de marketing Resposta correta: c Comentários: de acordo com os perfis profissionais definidos pela ABAV, na opção (a) não existe a ocupação de assistente de consultor de viagem; na opção (b) não existe o promotor de marketing; e na opção (d) não existe o promotor de consolidadora. 2. Qual conceito estabelece uma relação entre expectativa e percepção para atingir a satisfação em serviços? a) Marketing b) Experiência c) Competências Gestão de Turismo | Gestão de Agência de Viagens | Aula n° 06 20 d) Qualidade Resposta correta: d Comentários: o marketing trata das relações entre oferta e demanda no mercado; as experiências são situações memoráveis vividas e sentidas pelo turista; e as competências são formadas por conhecimento, habilidades e atitudes.
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