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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA FEDERAL DE FLORIANOPOLIS-SC JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº _______, inscrito CPF/UF sob o nº ______, residente e domiciliado na Rua ________, nº ___, bairro, Florianópolis, SC, CEP ________, com endereço eletrônico ________, vem por seu advogado infra-assinado, com escritório na Rua _______, bairro, estado, UF, CEP_______, com endereço eletrônico ________, onde recebe intimações e notificação de praxe, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo LXXIII, da CRFB/88, e com a Lei 1.747/65, ajuizar a presente Ação: AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR Em face do ato praticado pelo Ilustre Senhor SENADOR DA REPUBLICA, brasileiro, estado civil, Senador, cédula de identidade nº ______, inscrito CPF sob o nº _____, com endereço na rua______, no prédio do Senado Federal na esplanada dos Ministério, em Brasília, com base nos fatos a seguir exposto: 1- DOS FATOS O Autor ao saber que o parlamentar que ele votou, em 2009, quer fazer uma reforma em seu gabinete, e o orçamento está por mais de R$ 1.000.000,00, (um milhão de reais), o autor souber através do meio da imprensa, o que deixou muito constrangido e indignado com a situação. O que deixou insatisfeito ao saber que quem irá custear e o Senado Federal. Ao procurar saber sobre a reforma no gabinete do Senador, incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O senador declara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. O Autor tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. Temendo que não conseguisse resolver procurou ter a sua própria contribuição a população, pois o Senador ao começar a fazer a reforma seria usado o dinheiro público e conforme os fatos narrados a reforma será para seu conforto, enquanto que com o valor a ser usado na reforma e da população que paga seus impostos. Diante deste fato, que seja concedido a liminar, que Vossa Excelência possa julgar a lide da melhor forma possível. 2-DA FUNDAMENTAÇÃO JURIDICA 2.1 DA LEGITIMIDADE ATIVA Para que o Autor possa propor uma Ação Popular deverá estar em pleno gozo de sua função como cidadão, qual seja, seus direitos políticos, que deverá participa da vida política do País, devera exercer seu direito político como votar e ser votado. Apesar do nome da Ação, a legitimidade foi atribuída ao cidadão em sentido estrito, aos nacionais que estejam em seu pleno gozo de suas atribuições dos seus direitos políticos. Conforme o art. 1º, §3º da Lei 4.717/65, no caso em tela o Autor está com seus direitos adquiridos, o qual anexou o seu título de eleitor e sua certidão para comprovar que esta regular com a Justiça Eleitoral, motivo no qual a legitimidade ativa, para propor a presente ação. Art. 1º § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. Conforme o exposto o Autor possui toda sua estrutura para que seja feito uma Ação contra o Réu. 2.2-DA LEGITIMIDADE PASSIVA Conforme o artigo 6º da Lei 4.747/65, os legitimados passivos são, in verbis; Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. 3- DO DIREITO A ação popular é a ação constitucional de natureza civil, conferida a todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a imediata condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos, em prol da pessoa jurídica lesada, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se lê: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Assim, para ser legitimado ativo da ação popular segundo o mandamento constitucional do art. 5º, LXXIII, combinado com o art. 1º da Lei n. 4.717/65, é necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CRFB/88, desde que em pleno gozo dos seus direitos políticos, o que o impetrante comprova juntando Título de Eleitor e a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral, anexos na inicial. A exigência de ser cidadão também está expressamente prevista no art. 1º da Lei n. 4.717/65, Lei que Regula a Ação Popular, abaixo transcrito: Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 3.1 DA DOUTRINA De acordo com o professor Marcelo Novelino; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm#art141%C2%A738 “Em regra existe a presença do polo passivo, da pessoa jurídica de direito público a que pertence a autoridade que deflagrou o ato impugnado ou cujo este o nome foi praticado” (Manual do Direito Constitucional/Marcelo Novelino-8 ed. –Método 2013, p. 609). 3.2 DA JURISPRUDÊNCIA Superior Tribunal de Justiça STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA: CC 164362 MG 2019/0069556-8 Processo CC 164362 MG 2019/0069556-8 Órgão Julgador S1 - PRIMEIRA SEÇÃO Publicação DJe 19/12/2019 Julgamento 12 de Junho de 2019, Relator Ministro HERMAN BENJAMIN EMENTA COMFLICO NEGATIVO DE COMPETENCIA DIREITO AMBIENTAL, DESASTRE DE BRUMADINHO. ROMPIMENTO DA BARRAGEM DA EMPRESA VALE DO RIO DOCE. AÇÃO POPULAR. LEI 4.717/1965.COMPETENCIA PARA JULGAR A AÇÃO POPULAR QUANDO JÁ EM ANDAMENTO AÇÃO CIVIL PUBLICA COM OBJETO ASSEMELHADO DISTINGDHING. TEMA AMBIENTAL FORO NO LOCAL DO FATO. APLICAÇÃO SUBSIDIARIA DA LEI DE AÇÃO CIVIL PUBLICA. HISTORICO DA DEMANDA 1. Trata-se, na origem da Ação Popular proposta por Felipe Torello Teixeira, advogado qualificado nos autos contra a União, o Distrito Federal o Estado de Minas Gerais e a Vale S.A, objetivando liminarmente o bloqueio de ativos financeiros dos Réus, no valor de R$ 4.000.000.000,00 (quatro bilhões de reais) e ao final, a confirmação da tutelaliminar, cumulada com a declaração de nulidade dos atos comissivos da Vale S.A. e omissivo da União, do Distrito Federal e do Estado de minas Gerais, degradado pelo rompimento da barragem da Vale S.A, no Município de Brumadinho-MG. 4- DA MEDIDA LIMINAR É cabível o pedido de concessão de liminar para que seja suspenso o ato lesivo ao patrimônio público, qual seja, o Senador fazer uma reforma em seu gabinete. Conforme o artigo 5º da Lei 4.717/65, preenchendo os requisitos fumus boni iuris e periculum in mora. A probalidade do direito ou fumus boni iures este presente no fato que o Senador está querendo fazer uma reforma em seu gabinete para seu conforto, porém o dinheiro que irá ser gasto é dos impostos, isso não será melhoria para a população, desta forma a de ser observado o perigo de dano ou periculum in mora, pois está evidente o fato que o Réu está se aproveitando do seu cargo como Senador, para custear seu luxo. Preenchidos os requisitos, requeresse concessão da Medida Liminar para que sejam suspensos o valor e a licitação, para o projeto de reforma em seu gabinete. 5- DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A concessão liminar para suspender a licitação e o valor da reforma; b) A citação dos impetrados na forma do artigo 7º inciso I alínea A, da Lei 4.717/65, para querendo responda a Ação sob pena de revelia; c) A intimação do Ministério Público para acompanhar o feito, artigo 6º, § 4º e artigo 7º § 1º da Lei 4.717/65, na qualidade de custus legis, Fiscal da Lei artigo 178, I do CPC; d) A procedência da Ação para anular a licitação e o valor de 1.000,000,00 (um milhão de reais), e a condenação do Senhor Senador e no ressarcimento dos danos causados; e) A condenação do impetrado ao pagamento de custas e honorários advocatícios e ao ressarcimento de perdas e danos na forma do artigo 11 e 12 da Lei 4.717/65; f) Requer ainda, os alegados por todos meios de provas em direito admitido, em especial a prova testemunhal e documental; Dá-se a o valor da causa em 10.000,00 (dez mil reais) para efeitos fiscais. Termos em que, Pede e aguarda deferimento Florianópolis/SC Advogado OAB/UF
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