Buscar

Teologia_Sistemática_(Hodge)_III_Soteriologia_Escatologia(2)


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 1111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 1111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 1111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEOLOGIA SISTEMÁTICA 
[Clique em ÍNDICE] 
 
VOLUME III 
 
CHARLES HODGE, D.D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradutor e digitador: 
 
Carlos Biagini 
 
 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 2 
ÍNDICE 
 
 
PARTE III – SOTERIOLOGIA (continuação) 
 
CAPÍTULO XV 
REGENERAÇÃO 
 
§1. Uso do termo. 
§2. Natureza da Regeneração 
Não é uma mudança na substância da alma 
A regeneração não consiste num ato da alma 
A postura do doutor Emmons 
A doutrina do professor Finney 
A postura do Dr. Taylor 
Observações 
A regeneração não é uma mudança em nenhuma faculdade 
A regeneração não é meramente iluminação 
Não é uma mudança exclusiva dos mais elevados poderes da 
alma. 
Posturas especulativas modernas 
O corpo e a alma são um 
Deus e o homem são um 
Soteriologia destes filósofos 
Doutrina de Ebrard 
Doutrina de Delitzsch 
Doutrina da Igreja latina 
Doutrina da Igreja Anglicana 
§3. A doutrina evangélica 
Exposição da doutrina 
A regeneração é um ato de Deus 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 3 
A regeneração é ato do poder de Deus 
A regeneração não é um ato no sentido subjetivo do termo 
Não é uma mudança de substância 
É uma nova vida 
É um novo nascimento 
Um novo coração 
Toda a alma é objeto desta mudança 
§4. Objeções à doutrina evangélica 
A negação do sobrenaturalismo 
A confiança em falsas teorias psicológicas 
Objeções baseadas na perfeição divina 
 
CAPÍTULO XVI 
A FÉ 
 
§1. Observações preliminares 
§2. A natureza psicológica da fé. 
A ideia primária da fé é confiança 
O sentido mais restringido da palavra 
A fé não deve ser considerada simplesmente como uma graça 
cristã 
Definições da fé baseadas em sua natureza subjetiva 
A fé é distinguida da opinião e do conhecimento 
Objeções a esta definição 
A fé não é uma convicção voluntária 
Observações a esta definição de fé 
Definições de fé baseada nos objetos da fé 
Objeções a esta definição 
Definições baseadas sobre a classe de evidência em que repousa 
a fé 
Observações a esta definição 
A fé é convicção baseada no testemunho 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 4 
Este ponto de vista é quase universalmente mantido 
O sentido estrito da palavra “fé” 
Prova com base no uso geral do termo 
Prova da consciência 
Prova da Escritura 
§3. Diferentes classes de fé 
Fé morta, ou especulativa 
Fé temporal 
Fé salvadora 
O que significa o testemunho do Espírito 
Prova por meio de declarações expressas das Escrituras 
1 Coríntios 2:14 
Prova da maneira em que os apóstolos agiram 
Prova com base na prática na Igreja 
Prova com base na Analogia 
§4. Fé e conhecimento 
É necessária uma Revelação Sobrenatural? 
Devem as verdades da revelação ser demonstráveis pela razão? 
É possível que verdades reveladas não sejam filosoficamente 
reivindicadas? 
As tentativas para fazer isto são inúteis 
Pode o que é verdadeiro em Religião ser falso em Filosofia? 
Os Pais sobre esta questão 
Ensino Luterano neste ponto 
Sir William Hamilton 
A postura dos filósofos especulativos 
Podem os objetos da fé estar acima da razão, e entretanto, não 
contra ela? 
Os objetos da fé são consistentes com a Razão 
A fé no irracional é impossível 
O conhecimento, essencial para a fé 
O conhecimento, a medida da fé 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 5 
Prova de que o conhecimento é essencial para a fé 
A doutrina Romanista a respeito desta questão 
§5. Fé e sentimentos 
Fé religiosa mais do que simples assentimento 
A doutrina protestante 
Prova da doutrina protestante 
§6. Fé e amor 
Os Romanistas fazem com que o amor seja essencial à fé 
§7. O objeto da fé salvadora 
Fé geral 
Fé especial 
O testemunho de Cristo 
É dito que somos salvos ao receber a Cristo 
O ensino dos Apóstolos 
Cristo nosso Resgate 
Vivemos em Cristo pela fé 
Cristo não é recebido só num Papel Especial 
Requer-se do pecador crer que Deus o ama? 
Prova desta doutrina 
Gálatas 2:20 
§8. Os efeitos da fé. 
União com Cristo 
A justificação, efeito da fé 
A participação da vida de Cristo, efeito da fé 
A paz como fruto da fé 
Certeza 
A santificação é um fruto da fé 
A certeza da salvação 
O oitavo capítulo de Romanos 
 
 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 6 
CAPÍTULO XVII 
JUSTIFICAÇÃO 
 
§1. Enunciado simbólico da doutrina. 
Presidente Edwards 
Pontos incluídos nas anteriores declarações da doutrina 
§2. A justificação é um ato forense. 
Prova da doutrina recém-anunciada 
Pelo uso da Escritura 
Justificação é o oposto de Condenação 
Argumento com base em formas equivalentes de expressão 
Argumento com base no enunciado da doutrina 
O argumento do Apóstolo na Epístola aos Romanos 
Argumento derivado da base da justificação 
A justificação não é mero perdão 
Argumento com base na imutabilidade da lei 
Argumento com base na natureza de nossa união com Cristo 
Argumentos com base nos efeitos adscritos à justificação 
A doutrina de Calvino 
§3. As obras não são a base da justificação. 
A doutrina Romanista 
A doutrina Remonstrante 
A doutrina Protestante 
§4. A justiça de Cristo é a base da justificação. 
Significado dos termos 
A justiça de Cristo é a justiça de Deus 
§5. A imputação de justiça. 
§6. Prova da doutrina. 
O argumento do Apóstolo 
O paralelo entre Adão e Cristo 
Outras passagens que ensinam a mesma doutrina 
Argumento com base nos ensinos gerais da Bíblia 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 7 
§7. Consequências da imputação da justiça de Cristo 
§8. Relação da fé com a justificação. 
A doutrina Romanista 
A postura Remonstrante 
A doutrina Protestante 
§9. Objeções à doutrina Protestante da justificação 
Diz-se que conduz à libertinagem 
Inconsistente com a Graça do Evangelho 
Deus não pode declarar que o Injusto seja Justo 
A justiça de Cristo é devida a Ele mesmo 
Os crentes seguem culpados e suscetíveis de castigo 
Esta teoria refere-se unicamente à aparência externa 
§10. Afastamentos da doutrina Protestante 
Osiander 
Stancarus 
Piscator 
Doutrina Arminiana 
Comparação das diferentes doutrinas 
§11. Posturas modernas a respeito da justificação. 
Teorias racionalistas 
Teorias filosóficas 
Teólogos especulativos 
Ebrard de Erlangen 
Objeções a estas teorias 
Estas teorias são antibíblicas 
Estas teorias levam os homens a confiar em si mesmos 
 
CAPÍTULO XVIII 
SANTIFICAÇÃO 
 
§1. Sua natureza. 
É uma obra sobrenatural 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 8 
Prova de seu caráter sobrenatural 
Todos os exercícios de santidade são atribuídos ao Espírito 
como seu autor 
Somos ensinados a orar por arrependimento, fé e outras graças 
Argumento com base na união do crente com Cristo 
Argumento com base em doutrinas relacionadas 
§2. Em que consiste a santificação. 
Despojando-se do Velho Homem, e revestindo-se do Novo 
Paulo detalha sua própria experiência em Romanos 7:7-25 
O ensino de Romanos 7:7-25 
Gálatas 5:16-26 
Efésios 4:22-24 
§3. O método da santificação. 
A alma é conduzida ao exercício da fé 
O efeito da união com Cristo 
A obra interna do Espírito 
Deus chama ao exercício as graças do Seu povo 
A igreja e os Sacramentos como meios da Graça 
O ofício régio de Cristo 
§4. Os frutos da santificação, ou, as boas obras. 
Sua natureza 
A doutrina Romanista a respeito das boas obras 
As obras de supererrogação 
Preceitos e conselhos 
O sentido em que os frutos do Espírito nos crentes são 
chamados bons 
§5. A necessidade das boas obras. 
Antinomianismo 
§6. A relação das boas obras com a recompensa. 
A doutrina Romanista 
Refutação a esta doutrina Romanista 
Doutrina dos antigos teólogos protestantes 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 9 
§7. O perfeccionismo. 
A doutrina Protestante 
Argumento com base nas representações gerais da Escritura 
Passagens que descrevem oconflito entre a carne e o Espírito 
Argumento com base na Oração do Senhor 
Argumento com base na experiência dos cristãos 
§8. Teorias do perfeccionismo. 
A teoria Pelagiana 
A teoria Romanista 
A teoria Arminiana 
A Lei à qual os crentes estão sujeitos 
A teoria de Oberlin 
A relação entre as teorias de perfeição 
 
CAPÍTULO XIX 
A LEI 
 
§1. Observações preliminares. 
A personalidade de Deus está envolvida na ideia da Lei; e, 
portanto, toda moralidade está baseada na religião 
Princípios Protestantes limitando a obediência às leis humanas 
Liberdade cristã em assuntos indiferentes 
O uso escriturístico da palavra Lei 
Como a Lei é revelada 
Diferentes classes de leis 
Até onde se podem deixar de lado as leis contidas na Bíblia? 
Quando uma Lei Divina é substituída por outra. 
A perfeição da Lei 
O Decálogo 
Regras de Interpretação 
§2. A divisão do conteúdo do Decálogo. 
Argumentos em favor da disposição adotada pelos Reformados 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 10 
§3. O prefácio aos Dez Mandamentos. 
§4. O primeiro mandamento. 
Este é o principal de todos os mandamentos 
§5. A invocação dos santos e anjos. 
Mariolatria 
§6. O segundo mandamento. 
A proibição do culto às imagens 
As razões que se anexam a este mandamento 
A doutrina e prática da igreja de Roma quanto às imagens 
A doutrina Tridentina 
Belarmino 
Relíquias 
Observações 
A doutrina Protestante a respeito desta questão 
§7. O terceiro mandamento 
Significado do mandamento 
Juramentos 
A legitimidade dos juramentos 
Quando os juramentos são lícitos 
A forma de um juramento 
Normas que regem a interpretação e obrigação de um juramento 
A doutrina Romanista 
Votos 
A legitimidade dos votos 
Votos monásticos 
§8. O quarto mandamento. 
Seu desígnio 
O sábado foi instituído desde o princípio, e é de obrigação 
perpétua 
Evidência direta da instituição do Sábado antes de Moisés 
Objeções 
Como o Sábado deve ser santificado? 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 11 
As leis dominicais 
O estado da questão 
A prova de que esta é uma nação cristã e protestante 
Esta influência decisiva do cristianismo, é razoável e correta 
As demandas dos infiéis são injustas 
Conclusão 
§9. O quinto mandamento. 
Seu desígnio 
A relação filial 
A promessa 
Deveres paternos 
A obediência devida aos magistrados civis 
Obediência à Igreja 
§10. O sexto mandamento. 
Seu desígnio 
A pena capital 
O homicídio em autodefesa 
Guerra 
Suicídio 
Duelos 
§11. O sétimo mandamento. 
O celibato 
História 
O casamento, instituição divina 
O casamento como instituição civil 
A monogamia 
Conclusões 
Polígamos convertidos 
O divórcio 
O divórcio, sua natureza e efeitos 
Razões para o divórcio 
A doutrina da Igreja de Roma 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 12 
O casamento é um sacramento 
A leis dos países Protestantes a respeito do divórcio 
Inglaterra 
França 
Alemanha 
Os Estados Unidos 
O dever da Igreja e de seus oficiais 
A prostituição, o mal social 
Casamentos proibidos 
A base ou razão de tais proibições 
A teoria de Agostinho 
Segue em vigor a lei levítica do casamento? 
Como se deve interpretar a lei levítica? 
Graus proibidos 
Observações finais 
§12. O oitavo mandamento. 
A comunidade de bens 
Comunismo e socialismo 
Sociedade internacional 
Violações do Oitavo Mandamento 
§13. O nono mandamento. 
A importância da verdade 
Detrações 
Falsidade 
Classes de falsidade 
Reserva mental 
Fraudes piedosas 
Falsificações 
Falsos milagres 
Relíquias 
§14. O décimo mandamento. 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 13 
CAPÍTULO XX 
OS MEIOS DA GRAÇA 
 
§1. A Palavra. 
O testemunho da História 
A que se deve atribuir o poder da Palavra? 
O papel da Palavra como meio da graça 
A doutrina Luterana 
Observações 
§2. Os sacramentos. Sua natureza. 
O uso da palavra sacramento 
O uso teológico e definição da palavra 
A doutrina Luterana 
A doutrina Romanista 
A doutrina Remonstrante 
§3. Número dos sacramentos. 
Confirmação 
Penitência 
Ordem ou ordenação 
Casamento 
Extrema-unção 
Razões para fixar o número dos Sacramentos em Sete 
§4. A Eficácia dos sacramentos 
A doutrina Zwingliana e Remonstrante 
A doutrina da igreja Reformada 
A doutrina Luterana 
A doutrina Romanista 
Em que sentido os sacramentos contêm a graça? 
A doutrina «Ex Opere Operato» 
O Administrador 
§5. A necessidade dos sacramentos. 
§6. A validade dos sacramentos. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 14 
§7. O Batismo. 
O modo do batismo 
O uso da palavra nos clássicos 
Uso das palavras na Septuaginta e nos Apócrifos 
O uso do Novo Testamento 
O uso patrístico 
A universalidade do Evangelho 
Argumento com base no desígnio da ordenança 
§8. A fórmula do batismo 
§9. Os sujeitos do batismo 
Qualificações para o batismo de adultos 
Teoria da Igreja romana 
Teoria da Igreja puritana 
A comum teoria Protestante 
§10. O Batismo de crianças. 
1ª Proposição: A Igreja visível é uma instituição divina. 
2ª Proposição: A Igreja visível não se compõe exclusivamente 
dos regenerados. 
3ª Proposição: A Comunidade de Israel era a Igreja. 
4ª Proposição: A Igreja sob a Nova Dispensação é idêntica 
àquela sob a Antiga. 
5ª Proposição: Os requisitos para a admissão na igreja antes 
do advento são os mesmos que os requeridos para 
admissão na igreja cristã. 
6ª Proposição: As crianças eram membros da igreja sob a 
economia do Antigo Testamento. 
7ª Proposição: não há nada no Novo Testamento que justifica 
a exclusão dos filhos dos crentes da membresia na igreja. 
8ª Proposição: As crianças necessitam e podem receber os 
benefícios da redenção. 
§11. Os filhos de quem têm direito ao batismo? 
Diferença entre o uso judeu e cristão 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 15 
Doutrina da Igreja de Roma sobre o batismo de crianças 
Teorias com que muitos protestantes mantêm a conveniência 
do batismo de crianças além daquelas de pais crentes 
A doutrina puritana sobre este tema 
Doutrina e usos das Igrejas Reformadas 
§12. A eficácia do batismo 
Doutrina das igrejas Reformadas 
Prova da doutrina reformada 
O batismo é uma condição de salvação 
O batismo como um dever 
O batismo como meio de graça 
Regeneração batismal 
Argumentos diretos contra a doutrina da regeneração 
batismal 
§13. A doutrina luterana a respeito do batismo. 
Sua necessidade 
Seus efeitos 
A que se refere esta eficácia do batismo? 
A condição em que a eficácia do batismo foi suspensa 
§14. Doutrina da Igreja de Roma. 
§15. A Ceia do Senhor. 
A Ceia do Senhor é uma ordenança divina de obrigação 
perpétua. 
Os elementos a empregar-se na Ceia do Senhor 
As ações sacramentais 
O partir do pão 
A distribuição e recepção dos elementos 
O desígnio da Ceia do Senhor 
Requisitos para a Ceia do Senhor 
§16. A doutrina da Igreja Reformada sobre a Ceia do Senhor. 
Postura Zwingliana 
A doutrina de Calvino 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 16 
Confissões em que os Zwinglianos e os Calvinistas 
estão de acordo. 
O sentido em que Cristo está presente na Ceia do Senhor. 
Manducação 
O que se recebe na Ceia do Senhor 
A eficácia da Ceia do Senhor como um sacramento 
§17. Pontos de vista modernos a respeito da Ceia do Senhor. 
A aplicação destes princípios à Ceia do Senhor 
Observações 
§18. A doutrina Luterana. 
A declaração da Doutrina nos Livros Simbólicos 
Manducação 
Modo da presença 
O benefício recebido na Ceia do Senhor 
§19. A Doutrina da Igreja de Roma. 
A Transubstanciação 
Prova da Doutrina 
A negação do cálice aos leigos 
A Ceia do Senhor como sacrifício 
Observações 
§20. A Oração. 
O objeto da oração 
Os requisitos da oração aceitável 
Diferentes classes de oração 
Oração Pública 
A oração como meio da graça 
O poder da oraçãoTeologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 17 
PARTE IV: ESCATOLOGIA 
 
CAPÍTULO I 
O ESTADO DA ALMA DEPOIS DA MORTE 
 
§1. A doutrina Protestante 
A doutrina de uma vida futura no Antigo Testamento 
O estado intermediário 
§2. O sono da alma. 
Refutação da doutrina do sonho da alma 
§3. Doutrina patrística do estado intermediário. 
§4. Doutrina da Igreja de Roma. 
O Limbus Patrum 
O Limbus Infantum 
O inferno 
O céu 
O purgatório 
Argumentos empregados em favor da doutrina 
Argumentos contra a doutrina 
História da doutrina 
 
CAPÍTULO II 
A RESSURREIÇÃO 
 
§1. A doutrina escriturística. 
Os corpos dos homens ressuscitarão 
A identidade de nosso corpo futuro com o presente 
Em que consiste esta identidade? 
A natureza do corpo da ressurreição 
§2. História da doutrina. 
 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 18 
CAPÍTULO III 
A SEGUNDA VINDA 
 
§1. Observações preliminares. 
§2. A doutrina comum da Igreja. 
§3. A vinda pessoal de Cristo. 
§4. A chamada dos Gentios. 
§5. A conversão dos judeus. 
Serão os judeus restaurados à sua própria terra? 
§6. O Anticristo. 
O Anticristo de Daniel 
O Anticristo do Apocalipse 
Doutrina Católica Romana do Anticristo 
 
CAPÍTULO IV 
OS EVENTOS CONCOMITANTES DA SEGUNDA VINDA 
 
§1. A ressurreição geral. 
O tempo desta Ressurreição Geral 
§2. O Juízo final. 
A doutrina da Igreja 
§3. O fim do mundo. 
Observações 
§4. O reino dos céus. 
A consumação 
§5. A teoria do advento premilenial. 
Aguardavam os Apóstolos a segunda vinda em seu tempo? 
§6. O castigo futuro 
A duração do castigo futuro 
Objeções 
A Bondade de Deus 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE III 
 
 
 
 
SOTERIOLOGIA 
 
 
(continuação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 20 
 
CAPÍTULO XV 
REGENERAÇÃO 
 
§ 1. Uso do termo. 
 
A mudança subjetiva operada na alma pela graça de Deus é 
designada de várias maneiras na Escritura. É chamada um novo 
nascimento, uma ressurreição, uma nova vida, uma nova criatura, uma 
renovação da mente, um morrer para o pecado e viver para a justiça, uma 
translação das trevas à luz, etc. Em linguagem teológica chama-se 
regeneração, renovação, conversão. Estes termos se empregam 
frequentemente de maneira intercambiável. Às vezes se empregam para 
denotar todo o processo de renovação espiritual ou restauração da 
imagem de Deus, e às vezes para denotar uma etapa determinada deste 
processo. Assim, Calvino dá a este termo seu sentido mais amplo: 
«Numa palavra, afirmo que o arrependimento é uma regeneração 
espiritual, cujo fim não é outro senão restaurar em nós e voltar para sua 
antiga perfeição à imagem de Deus, que pela transgressão de Adão tinha 
ficado empanada e quase destruída. ... Mas esta restauração não se 
verifica num momento, nem num dia, nem num ano; mas Deus vai 
incessantemente destruindo em Seus escolhidos a corrupção da carne.»1 
Para os teólogos do século dezessete, a conversão e a regeneração 
eram termos sinônimos. Nos atos do Sínodo de Dort, encontramos 
expressões tais como “Status conversionis aut regenerationis,” e “effecta 
ad conversionem sive regenerationem prævia”. John Owen, em sua obra 
sobre o Espírito Santo, segue o mesmo uso. O quinto capítulo do terceiro 
livro dessa obra se intitula “A natureza da regeneração,” e um dos 
cabeçalhos debaixo dele é “A conversão não vem só pela persuasão 
moral.” “Se o Espírito Santo,” diz ele, “não age contrário aos homens na 
regeneração ou conversão,” então segue por esse diapasão. Turretino, 
 
1 Institución, libro III, cap. III, 9. Edición de FELIRE, Rijswijk, 1968, vol. I pág. 454. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 21 
 
como vimos, distingue entre o que ele chama “conversio habitualis” e 
“conversio actualis.” “Conversio habitualia seu passiva, fit per habituum 
supernaturalium infusionem a Spiritu Sancto. Actualis vero seu activa 
per bonorum istorum exercitium. . . . Per illam homo renovatur et 
convertitur a Deo. Per istam homo a Deo renovatus et convertus 
convertit se ad Deum, et actus agit. Illa melius regeneratio dicitur, quia 
se habet ad modum novæ nativitatis, qua homo reformatur ad imaginem 
Creatoris sui. Ista vero conversio, quia includit hominis ipsius 
operationem.”2 Isto é claro e preciso. Porquanto estas duas coisas são 
distintas, deveriam ser designadas com termos diferentes. As questões se 
o homem é ativo ou passivo na regeneração e se a regeneração é efetuada 
pela influência mediata ou imediata do Espírito deve ser respondida de 
uma maneira se a regeneração incluir a conversão, e de outra se é tomada 
em seu sentido restringido. Na Bíblia geralmente se preserva a distinção: 
μετάνοια (metanoia), arrependimento, mudança da mente, volta a Deus, 
isto é, conversão, é aquilo que o homem é chamado a fazer; ἀναγέννησις 
(anagénnësis), regeneração, é o ato de Deus. Deus regenera; a alma é 
regenerada. Na Igreja Romanista a justificação é fazer subjetivamente 
justo, isto é; livre de pecado e interiormente santo. O mesmo com a 
regeneração, e o mesmo com a santificação. Portanto, estes termos são, 
na teologia dessa igreja, constantemente intercambiados. 
Inclusive entre os Luteranos, na «Apologia da Confissão de 
Augsburgo», faz-se que a regeneração inclua a justificação. Quer dizer, 
faz-se para incluir todo o processo pelo qual se transfere ao pecador de 
um estado de pecado e condenação a um estado de salvação. 
Na “Fórmula de Concórdia,” diz-se: “Vocabulum regenerationis 
interdum in eo sensu accipitur, ut simul et remissionem peccatorum (quæ 
duntaxat propter Christam contingit) et subsequentem renovationem 
complectatur, quam Spiritus Sanctus in illis, qui per fidem justificati 
sunt, operatur, quandoque etiam solam remissionem peceatorum, et 
 
2 Locus xv. quæs. iv. 13, edit. Edinburgh, 1847, vol. ii. p. 460. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 22 
 
adoptionem in filios Dei significat. Et in hoc posteriore usu sæpe 
multumque id vocabulam in Apologia Confessionis ponitur. Verbi gratia, 
cum dicitur: Justificatio est regeneratio. . . . Quin etiam vivificationis 
vocabulum interdum ita accipitur, ut remissionem peccatorum notet. 
Cum enim homo per fidem (quam quidem solus Spiritus Sanctus 
operatur) justificatur, id ipsum revera est quædam regeneratio, quia ex 
filio iræ fit filius Dei, et hoc modo e morte in vitam transfertur. . . . 
Deinde etiam regeneratio sæpe pro sanctificatione et renovatione (quæ 
fidei justificationem sequitur) usurpatur. In qua significatione D. 
Lutherus hac voce, tum in libro de ecelesia et conciliis, tum alibi etiam, 
multum usus est.”3 
Embora este uso impreciso dos termos fosse inevitavelmente 
acompanhado de grande confusão, a própria «Fórmula de Concórdia», e 
os teólogos Luteranos posteriores, foram mais precisos. Em especial 
estabeleceram uma clara distinção entre a justificação e tudo o que 
significasse uma mudança subjetiva no pecador. 
Na Igreja primitiva o termo regeneração expressava frequentemente 
não uma mudança moral interior, mas uma mudança externa de estado 
ou relação. Entre os judeus, quando um pagão vinha a ser prosélito à sua 
religião, dizia-se que tinha nascido de novo. A mudança de seu estado de 
fora para dentro da teocracia era chamado regeneração. Este uso passou 
em certa medida à Igreja Cristã. Quando um homem torna-se membro da 
Igreja, dizia-se que tinha nascido de novo; e o batismo, que era o rito de 
iniciação, era chamado regeneração. Este uso da palavra não desapareceu 
totalmente. Segue-se fazendo às vezes uma distinção entre regeneração e 
renovação espiritual. A primeira é externa, a segunda interna. Alguns dos 
defensores da regeneração batismal fazem esta distinção e interpretam a 
linguagem dasfórmulas da Igreja da Inglaterra em conformidade com 
ela. A regeneração que tem lugar no batismo, para eles, não é uma 
 
3 III. 19, 20, 21; Hase, Libri Symbolici, 3d edit. p. 686. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 23 
mudança espiritual no estado da alma, mas somente um nascimento na 
Igreja visível. 
 
§ 2. Natureza da regeneração. 
 
Por consentimento quase universal, a palavra regeneração não é 
usada hoje em dia para designar toda a obra de santificação, nem as 
primeiras etapas daquela obra incluída na conversão, e muito menos a 
justificação ou nenhuma mera mudança de estado externo, mas é usada 
para mudança instantânea da morte espiritual à vida espiritual. Portanto, 
a regeneração é uma ressurreição espiritual: o começo de uma nova vida. 
Às vezes a palavra expressa o ato de Deus. Deus regenera. Às vezes 
designa o efeito subjetivo de Seu ato. O pecador é regenerado. Vem a ser 
nova criação. É nascido de novo. E isto é sua regeneração. Estas duas 
aplicações da palavra estão conectadas tão intimamente que não se 
produz confusão. A natureza da regeneração não recebe mais explicação 
na Bíblia que a que se dá de seu autor, Deus, no exercício da suprema 
grandeza de seu poder; seu sujeito, toda a alma; e seus efeitos, vida 
espiritual, e todos os seus conseguintes atos e estados em santidade. Sua 
natureza metafísica é deixada como um mistério. 
Não é a província da filosofia ou da teologia que tem que resolver 
esse mistério. É, entretanto, o dever do teólogo examinar as diversas 
teorias sobre a natureza desta mudança salvadora, e rejeitar todos os que 
sejam inconsistentes com a Palavra de Deus. 
 
Não é uma mudança na substância da alma 
A regeneração não consiste em nenhuma mudança na substância da 
alma. O único defensor da doutrina oposta entre teólogos protestantes foi 
Flacius Illyricus, chamado assim pelo lugar de seu nascimento. Foi um 
dos teólogos luteranos mais proeminentes no que se chama a segunda 
Reforma na Alemanha. Ele fez um grande serviço à causa da verdade em 
resistir à sinergia de Melâncton, e as concessões que esse eminente mas 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 24 
cedente reformador estava disposto a fazer aos papistas. Ele contribuiu 
com algumas das obras mais importantes da época em que viveu à 
reivindicação da fé protestante. Seu “Catalogus Testiam Veritatis,” 
destinado a provar que a doutrina da Reforma teve suas testemunhas em 
todas as idades, e sua “Clavis Scripturae Sacræ;” e especialmente a 
grande obra histórica “The Magdeburg Centuries” (em treze volumes, 
fólio), da qual foi o iniciador e principal autor, dão fé de sua 
aprendizagem, talentos, e a indústria incansável. Seu fervente espírito e 
sem concessões o envolveu em muitas dificuldades e dores. Morreu 
esgotado pelo sofrimento e o trabalho, diz seu biógrafo, um desses 
homens de fé dos quais o mundo não era digno. Sempre extremo em suas 
opiniões, sustentou que o pecado original era uma corrupção da 
substância da alma, e a regeneração de uma mudança dessa substância 
quanto a restaurar sua pureza normal. Todos os seus amigos que se 
tinham aliado a ele em sua controvérsia com os sinergistas e os 
partidários do interino Leipzig, agora o abandonaram, e ele ficou 
sozinho. Na “Fórmula de Concórdia,” adotada para resolver todas as 
controvérsias da época, estes pontos de vista peculiares de Flacius foram 
condenados como um renascimento virtual da heresia maniqueísta. 
Insistia-se em que se a substância da alma é pecado, Deus, por quem 
cada alma é criada, deve ser o autor do pecado; e que Cristo, quem, ao 
assumir nossa natureza, converteu-se em consubstancial conosco, deve 
ser um participante do pecado. Nenhuma Igreja cristã assumiu a 
responsabilidade pela doutrina de Flacius, ou assumiu que a regeneração 
implica uma mudança da essência da alma. 
 
A regeneração não consiste num ato da alma 
A regeneração não consiste em qualquer ato ou atos da alma. A 
palavra aqui, é óbvio, deve ser entendida não como incluindo a 
conversão, e muito menos toda a obra de santificação, mas em seu 
sentido restringido para o começo da vida espiritual. A opinião oposta, 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 25 
 
que faz a regeneração, inclusive em seu sentido mais estrito, um ato da 
alma, celebrou-se por classes muito diferentes dos teólogos. 
Está, é óbvio, envolvido na doutrina de Pelágio, que nega o caráter 
moral a tudo menos aos atos da vontade. Se “todo pecado é pecado,” e 
“todo amor é amor,” então cada mudança moral no homem deve ser uma 
mudança de uma forma de atividade voluntária a outra. Como depois os 
remonstrantes mantiveram o princípio em questão fizeram a regeneração 
consistir no próprio ato do pecador na conversão a Deus. A influência 
exercida sobre ele foi uma influência a que ele poderia ceder ou resistir. 
Se ele cedeu, foi uma decisão voluntária, e nessa decisão consistiu sua 
regeneração, ou o início de sua vida religiosa. 
 
A postura do doutor Emmons 
O Dr. Emmons, sustentando que todo pecado e a santidade consiste 
em atos, que age, quer seja pecaminoso ou santo, são imediatamente 
criados por Deus, faz a regeneração consistir em dar a Deus o começo de 
uma série de atos sagrados. Em seu discurso sobre a Regeneração, a 
primeira proposição que se compromete estabelecer é, “que o Espírito de 
Deus, na regeneração, não produz nada senão o amor.” Este se mantém 
em oposição aos que dizem que o Espírito produz uma nova natureza, o 
princípio, a disposição, ou sabor. “Os que estão no estado de natureza,” 
diz ele, “não estão em nenhuma necessidade de ter um novo poder, ou 
faculdade, ou princípio de ação produzido neles, com o fim de que 
cheguem a ser santos. Eles são tão capazes de amar como de odiar a 
Deus. . . . Isto é certo para todos os pecadores, que são agentes morais, e 
os próprios objetos do governo moral, antes como depois da 
regeneração. Sempre que, portanto, o divino Espírito os renova, 
regenera, ou santifica, Ele não tem ocasião de produzir qualquer coisa 
em suas mentes, além de amor.”4 “O amor que o Espírito de Deus 
produz na regeneração é o amor de benevolência, e não o amor de 
 
4 Sermon 51, Works, edit. Boston, 1842, vol. v. p. 112. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 26 
 
complacência.”5 “Embora não haja uma conexão natural ou necessária 
entre o primeiro exercício do amor e todos os exercícios futuros da graça 
entretanto, há uma conexão constituída, que faz exercícios futuros da 
graça como certos, como se tivessem passado de uma nova natureza, ou 
um princípio sagrado, como muitos supõem.”6 
Sua primeira inferência da doutrina de seu sermão é: “Se o Espírito 
de Deus produz nada mais que amor na regeneração, então não há 
motivo para a distinção que se faz com frequência entre a regeneração, a 
conversão e a santificação. São, em natureza e tipo, precisamente os 
mesmos frutos do Espírito. Na regeneração, Ele produz santos 
exercícios, na conversão, Ele produz santos exercícios, e na santificação, 
Ele produz santos exercícios.”7 Em segundo lugar, “Se o Espírito de 
Deus na regeneração produz nada mais que amor, então os homens não 
são mais passivos na regeneração que na conversão ou na santificação. 
Aqueles que sustentam que o Espírito divino na regeneração produz algo 
antes do amor como fundamento da mesma, quer dizer, uma nova 
natureza, ou um novo princípio de santidade, sustentam que os homens 
são passivos na regeneração, mas ativos na conversão e na santificação. 
... Mas se o que se disse neste discurso é verdade, não há uma nova 
natureza, ou princípio de ação, produzido na regeneração, mas só o 
amor, que é atividade em si.”8 
 
A doutrina do professor Finney 
O Professor Finney, em suas “Conferências sobre Teologia 
Sistemática, ensina: (1.) Que a satisfação, a felicidade, a beatitude, é o 
único bem absoluto; a virtudeé só relativamente boa, quer dizer, boa 
quando tende a produzir felicidade. (2.) Que toda virtude descansa na 
intenção de promover a felicidade do ser, quer dizer, do ser universal. 
 
5 Ibid. p. 114. 
6 Sermon 51, Works, edit. Boston, 1842, vol. v. p. 116. 
7 Ibid. p. 116. 
8 Ibid. pp. 117, 118. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 27 
 
Não há virtude na emoção, sentimento ou qualquer estado da 
sensibilidade, visto que estes são involuntários. Amar a Deus embora 
não seja a complacência em sua excelência, mas antes, “o querer-lhe 
bem.” (3.) Todo pecado é o egoísmo, ou a eleição de nossa própria 
felicidade em lugar do bem do ser universal. (4.) Todo agente moral é 
sempre “como algo pecaminoso ou santo bem como com seus 
conhecimentos possam ser.” (5.) “Como a lei moral é a lei da natureza, é 
absurdo supor que completa obediência a ela não deveria ser a condição 
inalterável da salvação.”9 (6.) A regeneração é uma mudança 
“instantânea” de todo pecado à santidade completa.”10 Trata-se de uma 
simples mudança de propósito. 
O sistema do professor Finney é um produto notável da lógica 
inflexível. É valiosa como uma advertência. Isso mostra até que 
extremos a mente humana pode transportar-se, quando abandonada à sua 
própria orientação. Começa com certos axiomas, ou, como ele os chama, 
verdades da razão, e destes chega a conclusões que de fato são deduções 
lógicas, mas que abalam o sentido moral, e não provam nada, senão que 
suas premissas são falsas. Seu princípio fundamental é que a capacidade 
limita a obrigação. O livre-arbítrio se define como “o poder de escolher, 
ou negar-se a escolher, em cumprimento da obrigação moral em todos os 
casos.”11 “A consciência da afirmação da capacidade para cumprir 
qualquer requerimento, é uma condição necessária da afirmação da 
obrigação de cumprir esse requerimento.”12 “Falar da incapacidade para 
obedecer a lei moral, é falar coisas sem sentido.”13 
Entretanto, reconhece-se que a capacidade do homem se limita aos 
atos da vontade, portanto o caráter moral só pode afirmar-se de tais atos. 
 
9 Lectures on Systematic Theology, by Charles G. Finney, edit. Oberlin, Boston, and New York, 1846, 
p. 364. 
10 Ibid. p. 500. 
11 Lectures on Systematic Theology, by Charles G. Finney, edit. Oberlin, Boston, and New York, 
1846, p. 26. 
12 Ibid. p. 33. 
13 Ibid. p. 4. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 28 
 
Os atos da vontade são eleições ou vontades. “Por eleição tem-se por 
objeto a seleção ou eleição de um fim. Por vontade tem-se por objeto os 
esforços executivos da vontade de assegurar o final previsto.”14 Somos 
responsáveis, portanto, só por nossas eleições na seleção de um fim 
último. “Em geral se aceita que a obrigação moral respeita estritamente 
só a intenção última ou a eleição de um fim por si mesmo.”15 “Tenho 
que a obrigação moral respeita a intenção última somente. Agora estou 
preparado para dizer, ainda mais, que esta é uma primeira verdade da 
razão.”16 “O correto pode afirmar-se só de boa vontade, e o mal só de 
egoísmo. . . . É adequada para ele [para o homem] a intenção do bem 
supremo do ser como uma fim. Se honestamente fizer isto, ele não pode, 
fazendo isto, errar em seu dever, porque ao fazer isto, ele realmente 
realiza tudo de seu dever.”17 “O caráter moral pertence exclusivamente à 
intenção última da mente, ou à eleição, diferente da vontade.”18 
A finalidade de ser eleito é “o bem supremo do ser.” “O bem pode 
ser físico ou moral. O bem natural é sinônimo de valor. O bem moral é 
sinônimo de virtude.”19 Bem moral é só um bem relativo. Cumpre uma 
demanda de nosso ser, e portanto produz satisfação. Esta satisfação é o 
bem supremo do ser.”20 “Venho agora a indicar o ponto sobre o qual é o 
tema central, ou seja: Que alegria, felicidade, ou satisfação mental, é o 
único bem final.”21 “De que valor é a verdade, o direito, o justo, etc., 
além do prazer como a satisfação mental derivados dos mesmos às 
existências sensíveis.”22 
 
14 Ibid. p. 44. 
15 Ibid. p. 26. 
16 Ibid. p. 36. 
17 Ibid. p. 149. 
18 Ibid. p. 157. 
19 Ibid. p. 45. 
20 Ibid. p. 48. 
21 Ibid. p. 120. 
22 Lectures on Systematic Theology, by Charles G. Finney, edit. Oberlin, Boston, and New York, 
1846, p. 122. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 29 
 
Segue-se destes princípios que os homens cumprem seu dever geral, 
e são perfeitos, se tiverem a intenção da felicidade do ser em geral. Não 
há moralidade em emoções, sentimentos, ou sentimentos. Estes são 
estados involuntários da sensibilidade, e são em si mesmos nem bons 
nem maus. “Se alguma ação externa ou estado de sensação existe, em 
oposição à intenção ou a eleição da mente, não pode por nenhuma 
possibilidade ter um caráter moral. O que está além do controle de um 
agente moral, ele não pode ser responsável”23 “O amor pode, e com 
frequência existe, como todos sabem, na forma de um mero sentimento 
ou emoção. . . . Esta emoção ou sentimento, como todos sabemos, é 
puramente um estado involuntário da mente. Devido ao fato de que é um 
fenômeno da sensibilidade, e é óbvio, um estado passivo da mente, que 
não tem em si mesmo caráter moral.”24 A gratidão, “como um mero 
sentimento ou fenômeno da sensibilidade. . . não tem caráter moral.”25 O 
mesmo é dito sobre a benevolência, a compaixão, a misericórdia, 
consciência, etc. A doutrina é: “Nenhum estado da sensibilidade. . . tem 
caráter moral em si mesmo.”26 O amor que tem a excelência moral, e que 
é o cumprimento da lei, não é um sentimento de complacência, mas “boa 
vontade,” desejando o bem ou a felicidade de seu objeto. Deveria um 
homem, portanto, sob o impulso de um sentimento benévolo, ou um 
sentido do dever, realizar um ato correto, ele pecaria como de fato se, 
sob o impulso da malícia e da cobiça, ele realizasse um ato mau. A 
ilustração é que, pagar uma dívida de um senso de justiça, é tão mau 
quanto roubar um cavalo de cobiça. Um homem “pode ser prevenido [de 
cometer] injustiça comercial por uma consciência constitucional ou 
frenológica ou senso de justiça. 
Mas isto é só um sentimento da sensibilidade, e se restringido só 
por isso, ele é tão absolutamente egoísta, como se tivesse roubado um 
 
23 Ibid. p. 164. 
24 Ibid. p. 213. 
25 Ibid. p. 278. 
26 Ibid. p. 521. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 30 
 
cavalo na obediência à cobiça.”27 “Se o homem egoísta fosse pregar o 
evangelho, seria só porque sobretudo era muito agradável ou gratificante 
para si mesmo, e não a todos por amor ao bem de ser como um fim. Se 
ele deve converter-se num pirata, seria exatamente pela mesma razão. ... 
Seja qual for o curso que toma, ele toma precisamente pela mesma razão; 
e com o mesmo grau de luz que deve começar com o mesmo grau de 
culpabilidade.”28 Alimentar os pobres com um sentimento de 
benevolência, e assassinar um pai com um sentimento de malícia, 
envolve o mesmo grau de culpabilidade! Tal sacrifício à lógica nunca foi 
feita antes por qualquer homem. Mas ainda mais maravilhoso, se for 
possível, é a declaração de que um homem pode “sentir-se 
profundamente maligno e sentimentos de vingança contra Deus. Mas o 
pecado não consiste nestes sentimentos, nem necessariamente os 
implica.”29 
A excelência moral não é um objeto de amor. Dizer que estamos 
obrigados a amar a Deus porque Ele é bom, diz-se que é “mais absurdo. 
O que é amar a Deus? Por que, como se tem lembrado, não é exercer 
uma mera emoção da complacência nEle. É à vontade de algo para 
Ele.”30 “Deve-se dizer que a santidade de Deus é o fundamento de nossa 
obrigação de amá-Lo, eu pergunto em que sentido pode ser assim? Qual 
é a natureza ou forma de que o amor, que sua virtude nos põe na 
obrigação exercitar? Não pode ser uma mera emoção de complacência, 
por emoções que os estados involuntáriosda mente e simples fenômenos 
da sensibilidade, aplicam-se sem a fraqueza da legislação e a 
moralidade.”31 “Estamos na obrigação infinita a amar a Deus, e querer 
Seu bem com todo nosso poder, porque o valor intrínseco de Seu bem-
estar, se Ele é santo ou pecador. A condição de que Ele é santo, estamos 
 
27 Ibid. p. 317, 318. 
28 Ibid. p. p. 355. 
29 Lectures on Systematic Theology, by Charles G. Finney, edit. Oberlin, Boston, and New York, 
1846, p. 296. 
30 Ibid. p. 64. 
31 Ibid. p. 91. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 31 
 
na obrigação de querer Sua felicidade real, mas certamente estamos na 
obrigação de querer com não mais que todo nosso coração, e alma, e 
mente e força. Mas isto é-nos requerido fazer porque o valor intrínseco 
de Sua bem-aventurança, qualquer que seja Seu caráter.”32 Seguramente 
tal sistema é um ὑπόδειγμα τῆς ἀπειθείας. 
 
A postura do Dr. Taylor 
O sistema do Dr. Taylor, de New Haven está de acordo com a do 
professor Finney em fazer com que o livre-arbítrio inclui o poder pleno; 
em limitar a responsabilidade e o caráter moral dos atos voluntários, com 
relação à felicidade como o bem supremo; e em fazer a regeneração 
consistir num mudança de propósito. Os dois sistemas diferem, 
entretanto, no essencial quanto ao fundamento da obrigação moral ou 
natureza da virtude; e quanto à natureza dessa mudança de finalidade em 
que consiste a regeneração. O Professor Finney adota a teoria comum 
eudemonística que faz a felicidade do ser, quer dizer, do universo, o bem 
supremo; e portanto faz com que a virtude consista no propósito de 
governo promover essa felicidade, e todo pecado no propósito de buscar 
nossa própria felicidade, em vez da alegria de ser; consequentemente, a 
regeneração é uma mudança desse propósito, quer dizer, é uma mudança 
do egoísmo à benevolência. 
O Dr. Taylor, por sua vez, reconheceu o fato de que como o desejo 
da felicidade é um elemento constitutivo de nossa natureza, ou a lei de 
nosso ser, deve ser inocente, pelo que não deve confundir-se com o 
egoísmo. Ele portanto, deduziu que este desejo de felicidade é 
justamente o princípio de ação no controle de todas as criaturas sensíveis 
e racionais. O pecado consiste em buscar a felicidade na criatura; a 
santidade na busca da felicidade em Deus; a regeneração é o propósito 
ou a decisão de um pecador em busca de sua felicidade em Deus e não 
no mundo. Esta mudança de objetivo, ele às vezes chama uma “mudança 
 
32 Ibid. p. 99. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 32 
de coração,” às vezes “dar o coração a Deus,” às vezes “amar a Deus.” 
Como a regeneração é a eleição de Deus como nosso bom chefe, é um 
ato inteligente, voluntário da alma, e portanto deve efetuar-se de acordo 
com as leis estabelecidas da ação mental. Supõe os atos preliminares de 
consideração, avaliação e comparação. O pecador contempla a Deus 
como fonte de felicidade, estima que sua adequação às necessidades de 
sua natureza. Compara-O com outros objetos de eleição, e decide 
escolher a Deus como sua porção. Às vezes a palavra regeneração é 
utilizada num sentido amplo, incluindo todo o processo de exame e 
decisão; às vezes num sentido restringido, pela própria decisão. 
Sendo tal a natureza da regeneração, é certamente provocada pela 
influência da verdade. A Bíblia revela a natureza de Deus, e Sua 
capacidade e vontade para fazer felizes Suas criaturas; exibe todos os 
motivos que devem determinar a alma para tomar Deus como porção. 
Como a regeneração é um ato racional e voluntário, é inconcebível que 
esta teria lugar, salvo em vista de considerações racionais. Não se nega a 
influência do Espírito neste processo. Admite-se o fato de que todas as 
considerações que deveriam determinar o pecador para fazer a eleição de 
Deus, fique sem efeito salvador, a menos que o Espírito o faça eficaz. 
Estas opiniões se apresentam em detalhe no “Christian Spectator” 
(uma revista trimestral) ao redor de 1829. Sobre a natureza da 
modificação em questão, o Dr. Taylor diz: “A regeneração, considerada 
como uma mudança moral da qual o homem é o tema — dando a Deus o 
coração — fazendo um novo coração — amando a Deus supremamente, 
etc., são termos e frases que, em uso popular, denota um ato complexo. . 
. . Estas palavras, em todo falar e escritura comum, usa-se para designar 
um ato, e entretanto, este ato inclui um processo de atividades mentais, 
que consistem na percepção e a comparação de motivos, a estimativa de 
seu valor relativo, e a eleição ou querer da ação exterior.” “Quando 
falamos dos meios de regeneração, usaremos a palavra regeneração num 
sentido mais limitado que seu conteúdo popular comum; e o 
confinaremos, principalmente por amor da fraseologia conveniente, ao 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 33 
 
ato da vontade ou do coração, diferente de outros atos mentais 
relacionadas com ela; ou a esse ato da vontade ou do coração que 
consiste numa preferência de Deus a todos os outros objetos; ou a essa 
disposição do coração, ou que regula o afeto ou a finalidade do homem, 
que o consagra a serviço e glória de Deus.”33 
“O amor ou o desejo da felicidade, é a principal causa ou razão de 
todos os atos preferivelmente ou eleição que fixa soberanamente sobre 
qualquer objeto. Em cada ser moral que forma um caráter moral, deve 
haver um primeiro ato moral preferivelmente ou eleição. Isto deve 
respeitar um único objeto, a Deus ou ao dinheiro, como o bom chefe, ou 
como um objeto de afeto supremo. Agora de onde vem essa opção ou 
preferência? Não de uma eleição prévia ou preferência do mesmo objeto, 
pois falamos da primeira eleição do objeto. A resposta que a consciência 
humana dá, é que o ser constituído com capacidade para a felicidade 
deseja ser feliz; e sabendo que ele é capaz de obter satisfação de 
diferentes objetos, considera que a maior felicidade pode ser derivada, e 
como neste respeito ele julga ou estima seu valor relativo, então ele 
escolhe ou prefere um ou outro como seu bem supremo. Embora isto 
deva ser o processo mediante o qual um ser moral forma a sua primeira 
preferência moral, substancialmente o mesmo processo é indispensável 
para uma mudança desta preferência. A mudança consiste na preferência 
de um novo objeto como o bem supremo; uma preferência que a 
preferência anterior não tem tendência a produzir, mas uma tendência 
direta a prevenir; uma preferência, portanto, não são resultado de, ou em 
qualquer maneira por uma prévia preferência de um objeto dado, mas 
resultam dos atos de considerar e comparar as fontes de felicidade, que 
são ditadas pelo desejo da felicidade ou o amor próprio.”34 
Sendo a Regeneração uma mudança de finalidade, o modo em que 
se produz se explica assim. “Se o homem sem a graça divina é um agente 
 
33 Christian Spectator, vol. i. New Haven, 1829, pp. 16-19. 
34 Ibid. p. 21. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 34 
 
moral, então ele está qualificado a examinar, comparar e estimar os 
objetos de eleição como meio de felicidade, e capaz também de tal 
entusiasmo constitucional à vista do bem e o mal posto antes que ele, 
como poderia resultar em seu dar seu coração a Deus, sem a graça. ... O 
ato de dar a Deus o coração tem que produzir-se em perfeito acordo com 
as leis do livre-arbítrio e da ação voluntária. Se a graça que interpõe 
infringe essas leis, o efeito não pode ser a ação moral; e devem violar 
estas leis, se é que prescinde da classe de atividades intelectuais que 
agora se examina. O que quer que seja, portanto, a influência que 
assegura uma mudança de coração no pecador, a mudança em si é uma 
mudança moral, e implica o exercício de todas as faculdades e 
capacidades do agente moral, que na natureza das coisas são essenciais 
para uma ato moral.”35 Na página anterior se havia dito: “As Escrituras 
nos autorizama afirmar, em geral, que o modo de influência divina é 
consistente com a natureza moral desta mudança como um ato voluntário 
do homem; e, também, que é através da verdade, e implica a atenção à 
verdade da parte do homem.”36 “Não pode,” o Dr. Taylor pergunta: 
“Aquele que formou a mente do homem, chegar a ela com uma 
influência de seu Espírito, que concordará com todas as leis da ação 
voluntária e moral? Porque motivos, sem uma interposição divina, não 
assegurará esta mudança moral no homem pecador, e porque não têm a 
eficácia positiva em sua produção, deve Deus em sua produção dispensar 
os motivos por completo? Devem as conexões adequadas entre os 
motivos e os atos de vontade, ou entre o exercício dos afetos e a 
percepção de seus objetos, ser dissolvidas, e não têm lugar? Deve Deus, 
se por Sua graça Ele leva os pecadores a dar-Lhe seu coração em santo 
amor, obter a mudança de tal maneira que eles não terão a percepção 
prévia ou a vista do objeto de seu amor; e não sabem o que queiram ou a 
quem amam, em lugar de seus ídolos antigos? Limita assim uma teologia 
 
35 Christian Spectator, 1829, p. 223. 
36 Ibid. p. 17. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 35 
 
consistente ao Único Santo, e o obriga a obter o mais perfeito do 
impossível, na transformação do caráter moral do homem pecador?”37 
Isto pode ser uma explicação correta do processo de conversão, com a 
que este sistema confunde a regeneração. A conversão é certamente um 
voltar voluntário da alma do pecado para Deus. Pela natureza do caso 
que se produz aproximadamente por motivos adaptados, ou não seria 
nem racional nem santo. Mas isto não prova nada quanto à natureza da 
regeneração. A análise mais precisa das leis da visão não pode lançar luz 
sobre a forma em que Cristo abriu os olhos dos cegos. 
 
Observações 
É evidente que estes pontos de vista da regeneração são meras 
teorias filosóficas. O Dr. Emmons assume que é tal a dependência de 
uma criatura ao Criador, que não pode agir. Nenhuma criatura pode ser 
uma causa. Não há eficiência nas segundas causas. Logo, é óbvio, a 
primeira causa deve produzir todos os efeitos. Deus cria tudo, até 
volições. Na alma só há atos ou exercícios. A regeneração, portanto, é 
um ato ou volição criado por Deus; ou, é o nome dado à abertura de uma 
nova série de exercícios que são santos em lugar de pecaminosos. 
O professor Finney assume que a capacidade plenária é essencial 
para a atividade moral; que um homem, pelo que respeita à sua vida 
interna, tem um poder só sobre suas eleições e volições; tudo, portanto, 
ao que é responsável, tudo o que constitui o caráter moral, deve cair sob 
a categoria de eleição, a seleção de um fim último. Assumindo, além 
disso, que a felicidade é o único bem absoluto, todo pecado consiste no 
exercício indevido de nossa própria felicidade, e toda virtude na 
benevolência ou na finalidade de buscar a felicidade do ser. A 
regeneração, portanto, consiste na mudança da finalidade de buscar 
nossa própria felicidade, com o fim de buscar como nosso fim último a 
felicidade do universo. 
 
37 Ibid. p. 433. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 36 
O Dr. Taylor, está de acordo com o Professor Finney da natureza da 
atividade livre, e na doutrina de que a felicidade é o bem supremo, 
mantém com ele em que todo pecado e santidade consistem na ação 
voluntária. Mas assumindo que o amor próprio, diferente do egoísmo, é 
o motivo em toda ação moral racional, ele faz com que a regeneração 
consista na eleição de Deus como a fonte de nossa própria felicidade. 
Todas estas especulações estão fora da Bíblia. Não têm autoridade 
ou valor porque não se derivam de sua verdade inerente, e qualquer 
homem está em liberdade para controvertê-las, se não se encomendarem 
a sua própria razão e consciência. Mas além disso, o caráter puramente 
filosófico destes pontos de vista, seria fácil demonstrar, não só que não 
têm nenhuma base válida em que descansar, mas também em que são 
inconsistentes com os ensinos da Escritura e com a genuína experiência 
cristã. Isto será tratado quando o relato bíblico da regeneração for 
considerado. 
 
A regeneração não é uma mudança em nenhuma faculdade 
A regeneração não consiste numa mudança em qualquer dá 
faculdades dá alma, se na sensibilidade, ou a vontade ou ou intelecto. 
Segundo alguns teólogos, vos sentimentos ou ou coração, não sentido 
restringido dá palavra, É a sede exclusiva dou pecado original. A 
corrupção hereditária, em outras palavras, face-se consistir na aversão 
dou coração dá coisas divinas, e uma preferência corta coisas dou 
mundo. Ou fim a ser efetuado na regeneração, portanto, É simplesmente 
corrigir esta aversão. A compreensão, insiste--se, quanto À verdade 
moral e religiosa refere--se, entende corretamente e aprecia ou que se 
ama; e de igual maneira, não mesmo âmbito, cremos que ou entendemos 
como correto e bom. Portanto, se vos sentimentos forem atos ou que 
devem ser, todas ás demais operações dá mente, ou ou homem interior, 
terá razão. 
Esta teoria se baseia em parte numa visão errônea dou significado 
dá palavra “coração” usada nas Escrituras. Numa multidão de casos, e 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 37 
em todos vos casos em que se fala dá regeneração, significa a alma 
inteira; quer dizer, inclui ou intelecto, a vontade e a consciência, assim 
como todos vos afetos. Daí a Bíblia fala dois olhos, dois pensamentos, 
dois propósitos, dois projetos, assim como dois sentimentos ou afetos 
dou coração. Na linguagem dá Escrituras, portanto, um “novo coração” 
não significa simplesmente um novo estado de sentimento, mas uma 
mudança radical na estado de toda a alma ou dou homem interior. Além 
disso, esta teoria passa por alto ou que a Bíblia constantemente assume: a 
unidade de nossa vida interior. Ás Escritura não contemplam ou 
intelecto, a vontade e vos afetos, como independentes, elementos 
separáveis de um todo. Estas faculdades São só diferentes formas de 
atividade em uma e a mesma subsistência. Nenhuma execução dá afetos 
pode ocorrer Sem um exercício dou intelecto, e, se ou objeto É moral ou 
religioso, Sem incluir um exercício te correspondam de nossa natureza 
moral. 
 
A regeneração não é meramente iluminação 
Outra teoria antagônica igualmente unilateral, é que o intelecto só 
está em falta, e que a regeneração reduz-se na iluminação. Este ponto de 
vista é muito mais plausível que o anterior. A Bíblia faz a vida eterna 
consistir no conhecimento; pecado é cegueira ou escuridão; a transição 
de um estado de pecado a um estado de santidade é uma translação da 
escuridão à luz; diz-se que os homens devem ser renovados até o 
conhecimento, quer dizer, o conhecimento é o efeito da regeneração, a 
conversão diz-se que é efetuada pela revelação de Cristo; o rechaço dEle 
como o Filho de Deus e Salvador dos homens refere-se ao fato de que os 
olhos dos que não creem estão cegados pelo deus deste mundo. Estas 
representações bíblicas provam muito. Demonstram que o conhecimento 
é essencial para todos os santos exercícios; que a verdade como objeto 
de conhecimento, é de vital importância, e que o erro é sempre mau e 
com frequência fatal; e que o efeito da regeneração, à medida que se 
manifesta em nossa consciência, consiste principalmente em 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 38 
compreensão ou discernimento espiritual das coisas divinas. Estas 
representações também provam que na ordem da natureza, o 
conhecimento ou discernimento espiritual, é antecedente e causativo 
relativamente a todos os santos exercícios dos sentimentos ou afetos. É a 
compreensão da verdade espiritual que desperta o amor, a fé e alegria; e 
não o amor que produz o discernimento espiritual. Foi a visão que Paulo 
tinha da glória divina de Cristo que o fez imediatamente e para sempre 
seu adorador e servidor. As Escrituras, entretanto, não ensinam que a 
regeneraçãoconsiste exclusivamente na iluminação, ou que as 
faculdades cognitivas são exclusivamente o tema da força renovadora do 
Espírito. É a alma como tal a que está espiritualmente morta; e deve ser a 
alma um novo princípio de vida controlador de todos os seus exercícios, 
quer seja da inteligência, da sensibilidade, da consciência ou da vontade 
que se comunica. 
 
Não é uma mudança exclusiva dos mais elevados 
poderes da alma. 
Há outro ponto de vista do sujeito, que cai dentro deste cabeçalho 
do que pode chamá-la regeneração parcial. que se baseia em tricotomia, 
ou a assunção de três elementos na constituição do homem, ou seja, o 
corpo, a alma e o espírito (o σῶμα, ψυχή y πνεῦμα), o primeiro material, 
o segundo animal, o terceiro espiritual. Para o segundo, quer dizer, para 
a alma ou ψυχή, faz-se referência ao que o homem tem em comum com 
os animais inferiores, vida, sensibilidade, vontade e compreensão; para o 
espírito o que é peculiar a nós como seres racionais, morais, religiosos, 
ou seja, de consciência e razão. Este terceiro elemento, o πνεῦμα, ou 
razão, é com frequência chamada divina; às vezes em sentido literal, e às 
vezes num sentido figurado. Em qualquer caso, de acordo com a teoria 
em questão, não é a sede do pecado, e está corrompida pela Queda. 
Continua sendo, embora nublada e pervertida pela desordem nos 
departamentos mais baixos de nossa natureza, o ponto de contato e a 
conexão entre o homem e Deus. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 39 
Isto ao menos é um ponto de vista do assunto. Segundo outra 
opinião, nem o corpo nem a alma (que não sejam σῶμα nem ψυχή), tem 
um caráter moral. A sede da vida moral e divina é exclusivamente o 
πνεῦμα ou espírito. Diz-se que esta está paralisado pela Queda. É morto 
em sentido figurado, não suscetível de impressão das coisas divinas. Há 
tantas teorias sobre a natureza da regeneração entre os defensores desta 
tríplice divisão na constituição do homem, como há sistemas da 
antropologia. A ideia comum a todas, ou a uma maioria delas, é que a 
regeneração consiste na restauração do πνεῦμα ou o espírito à sua normal 
influência controladora de todo o homem. Segundo alguns, este é um 
processo natural em que um homem animal, quer dizer, um homem 
governado pela ψυχή, chega a ser razoável, ou pneumático, quer dizer, 
regido pelo πνεῦμα ou poderes superiores de sua natureza. Segundo 
outros, é um efeito sobrenatural devido à ação do Espírito (Πνεῦμα) 
divino sobre o πνεῦμα humano ou o espírito. Em qualquer caso, 
entretanto, o πνεῦματικός, ou o homem espiritual, não é alguém em 
quem habita o Espírito Santo como um princípio de uma nova vida, 
espiritual, mas que está governada por seu próprio πνεῦμα ou espírito. 
Segundo outros mais, o πνεῦμα ou razão no homem é Deus, a 
consciência de Deus, o Logos, e a regeneração é a ascendência adquirida 
gradualmente deste elemento divino de nossa natureza. 
Com referência a estes pontos de vista da regeneração é suficiente 
observar: (1.) Que a tríplice divisão de nossa natureza nos quais se 
fundou é antibíblica, como já tratamos de demonstrar. (2.) Admitindo 
que existe uma base para tal distinção, não é de classe assumida nestas 
teorias. A alma e o espírito não são distintas substâncias ou essências, 
uma das quais pode ser santa e a outra profana, ou negativa. Isto é 
incompatível com a unidade de nossa vida interior, que as Escrituras 
constantemente assumem. (3.) Subverte a doutrina escriturística da 
regeneração e a santificação para fazer o princípio que rege no novo ser 
seu próprio πνεῦμα ou espírito, e não o Espírito Santo. 
 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 40 
Posturas especulativas modernas 
A filosofia especulativa moderna introduziu uma mudança tão 
radical nas opiniões entretidas da natureza de Deus, de Sua relação com 
o mundo, da natureza do homem e de sua relação com Deus, da pessoa e 
obra de Cristo e da aplicação de Sua redenção para a salvação dos 
homens, para que todas as antigas, e, pode-se dizer com segurança, 
formas das Escrituras destas doutrinas foram superadas, e outras que 
foram apresentadas, que são ininteligíveis sem a luz dessa filosofia, e 
que em grande medida reduzem as verdades da Bíblia à forma de 
dogmas filosóficos. Deixamos de ouvir do Espírito Santo como a terceira 
pessoa da Trindade, aplicando aos homens a redenção comprada por 
Cristo; da regeneração por Sua onipotência, ou de Sua morada nos 
corações dos crentes. As formas desta nova teologia são muito 
diferentes. Todos elas são talvez compreendidas sob três categorias: em 
primeiro lugar, as que são abertamente panteístas, apesar de que afirma 
ser cristã; em segundo lugar, as que são teístas, mas não admitem a 
doutrina da Trindade; e em terceiro lugar, os que tratarão de acomodar a 
teologia como um a filosofia nas formas da doutrina cristã. 
Ao todo, não obstante, a antropologia, a cristologia, a soteriologia, a 
eclesiologia defendidas, são tão mudadas que se tornam impossíveis de 
reter em sua exposição os termos e fórmulas com as quais a Igreja desde 
o princípio foi familiar. A regeneração, a justificação e a santificação são 
termos quase antiquados; e o que resta das verdades desses termos se 
utilizam para expressar, combinam-se na ideia de um desenvolvimento 
de uma nova vida divina na alma. Quanto à antropologia, estas modernas 
especulativas, ou como com frequência se chamam, e são chamados por 
outros, místicas, os teólogos ensinam: (1.) Que não há dualismo no 
homem entre a alma e o corpo. não há mais que uma vida. O corpo é a 
alma projetando-se para o exterior. Sem um corpo não há alma. (2.) Que 
não há verdadeiro dualismo entre Deus e o homem. A identidade entre 
Deus e o homem é o último resultado da especulação moderna; e é a 
ideia fundamental do cristianismo. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 41 
 
O corpo e a alma são um 
Quanto ao primeiro destes pontos, Schleiermacher 38 diz: “não há 
um ser espiritual e um mundo físico, corporal e uma existência espiritual 
do homem. Estas representações não conduzem a nada, mas o 
mecanismo morto de uma harmonia restabelecida. Corpo e espírito são 
reais só em e com o outro, de modo que a ação corporal e espiritual só 
pode ser relativamente distinta.” O falecido Presidente Rauch39 diz: “Um 
dualismo admite dois princípios para um único ser, oferece muitas 
dificuldades, e a maior é que não pode dizer como os princípios podem 
unir-se num terceiro. Um rio pode ter sua origem em duas fontes, mas 
uma ciência não pode, e muito menos a vida individual.” 
“Seria um erro dizer que o homem compõe-se de duas substâncias 
essencialmente diferentes, de terra e alma; mas ele é só a alma, e não 
pode ser outra coisa. Esta alma, entretanto, desdobra-se na vida externa 
do corpo, e internamente na vida da mente.” Assim Olshausen 40 ensina 
que a alma não tem subsistência, senão no corpo. O Dr. J. W. Nevin 41 
diz: “Não temos direito de pensar no corpo de maneira nenhuma como 
uma forma de existência e por si mesmo, em que a alma como outra 
forma de existência é empurrada de uma maneira mecânica. Ambos 
formam uma vida. A alma para ser completa, para desenvolver-se 
absolutamente como uma alma, deve exteriorizar-se, lançar-se no 
espaço, e esta exteriorização é o corpo.” 
 
Deus e o homem são um 
Quanto ao segundo ponto, ou a unidade de Deus e o homem, como 
a alma se exterioriza no corpo, “dividindo a si mesmo, unicamente que 
sua unidade pode chegar a ser, portanto, mais livre e completa 
 
38 Dialektik, sect. 290-295; Works, Berlin, 1839, 3d div. vol. iv. part 2. pp. 245-255. 
39 Psychology, New York, 1840, pp. 169, 173. 
40 Commentary, 1 Cor. xv. 20. 
41 Mystical Presence, edit Philadelphia, 1846, p. 171. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 42 
 
intensamente,”42 desta maneira o próprio Deus Se exterioriza no mundo. 
Schleiermacherdiz, é em vão tratar de conceber a Deus como existente, 
quer seja antes ou fora do mundo. Podem distinguir-se no pensamento, 
mas são só “zwei Werthe pieles dieselbe Förderung, dois valores do 
mesmo postulado.” De acordo com esta filosofia, é igualmente 
verdadeiro: “não há mundo, não há Deus,” como “não há corpo, não há 
alma.” “O mundo,43 em seu ponto de vista inferior, não é simplesmente 
um teatro ou cenário em que o homem deve atuar sua parte como 
candidato para o céu. Em meio de todas as suas diferentes formas de 
existência, tudo está impregnado com o poder de uma só vida, que vem 
em última instância, a seu sentido pleno e a força só na pessoa humana.” 
O mundo, portanto, está impregnado pelo poder de uma só vida;” a 
forma mais alta dessa vida (na terra) é o homem. O que é essa vida? 
Qual é este princípio impregnante que se revela em formas múltiplas da 
existência, e culmina no homem? É, certamente, Deus. O homem, 
portanto, como Schleiermacher, diz, é “a forma existencial” de Deus na 
terra.44 Ullmann45 indica que os místicos alemães na Idade Média 
ensinaram “a unidade da Deidade e a humanidade.” Os resultados 
alcançados pelos místicos sob a guia dos sentimentos, diz ele, a filosofia 
moderna chegou pela especulação. 
Esta doutrina da unidade essencial de Deus e o homem, os teólogos 
especulativos adotam como ideia fundamental do cristianismo. Trabalhar 
essa ideia numa forma compatível com o teísmo e o Evangelho, é o 
problema que os teólogos trataram de resolver. Estes intentos deram 
lugar em alguns casos, ao panteísmo declarado cristão, como é chamado; 
em outros, em formas de doutrina tão perto de ser panteísta que 
dificilmente se distingue do próprio panteísmo; e em todos, numa 
 
42 Mystical Presence, edit. Philadelphia, 1846, p. 172. 
43 Mercersburg Review, 1850, vol. ii. p. 550. 
44 Dorner’s Christologie, 1st edit., Stuttgart, 1839, p. 488. 
45 “Charakter des Christenthums,” Studien und Kritiken, 1845, erstes Heft, p. 59. Veja-se também uma 
tradução deste artigo no princípio de The Mystical Presence, by J. W. Nevin, D. D. Philadelphia, 
1846. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 43 
modificação radical, não só da teologia da Igreja como se expressa em 
suas normas recebidas, mas também da forma bíblica das doutrinas 
cristãs, se não de sua essência. Isto é visto como verdade na antropologia 
deste sistema, que destrói a diferença essencial entre o Criador e Suas 
criaturas, entre Deus e o homem. 
A cristologia desta teologia moderna já se apresentou em seus 
aspectos essenciais. Não há dualismo em Cristo como entre a alma e o 
corpo. Os duas são uma vida. Tampouco há dualismo entre a divindade e 
a humanidade nEle. O divino e o humano em Sua pessoa são uma vida. 
Ao ser o homem ideal ou perfeito, Ele é o Deus verdadeiro. A deificação 
que a humanidade tinha chegado em Cristo, não é um ato sobrenatural da 
parte de Deus; é alcançado por um processo de desenvolvimento natural 
em Seu povo, quer dizer, a Igreja. 
 
Soteriologia destes filósofos 
A soteriologia deste sistema é simples. A alma se projeta no corpo. 
Eles são uma vida, mas o corpo pode ser muito para a alma. O 
desenvolvimento desta única vida em sua forma dupla, para dentro e 
para fora, não pode ser simétrica. Portanto a humanidade como uma vida 
genérica, uma forma da vida de Deus, tal como se projeta externamente 
no mundo de Adão em diante, não se desenvolveu corretamente. Se fosse 
deixado sem ajuda não chegaria à meta, ou se desenvolve a si mesma 
como divina. Um novo começo, portanto, deve ser dado à mesma, um 
começo novo criado. Isto se faz mediante uma intervenção sobrenatural 
que resulta na produção da pessoa de Cristo. NEle a divindade assume a 
forma de um homem, — a forma de existência de homem, — Deus faz-
se homem, e o homem é Deus. Esta entrada renovada, por assim dizer, 
de Deus ao mundo, esta forma especial de vida divino-humana, é o 
cristianismo, que é constantemente declarada “a vida de Cristo,” “uma 
nova vida teantrópica.” “Os homens fazem-se cristãos por ser partícipes 
desta vida. Convertem-se em partícipes desta vida pela união com a 
Igreja e a recepção dos sacramentos. A encarnação de Deus continua na 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 44 
 
Igreja, e este novo princípio da “vida divino-humana” desce de Cristo 
aos membros de sua Igreja, tão naturalmente e tanto por um processo de 
desenvolvimento orgânico, como a humanidade, derivada de Adão, 
desdobra em si mesmo seus descendentes. Cristo, portanto, salva-nos, 
não tanto pelo que fez, como pelo que Ele é. Ele não fez nenhuma 
satisfação à justiça divina; nenhuma expiação pelo pecado; nenhum 
cumprimento da lei. Não há, portanto, realmente nenhuma justificação, 
nem verdadeiro perdão, inclusive, no sentido comum da palavra. Há uma 
cura da alma, e com essa cura a eliminação dos males incidentes à 
doença. Os que se fazem partícipes deste novo princípio de vida, que é 
verdadeiramente humano e verdadeiramente divino, fazem-se um com 
Cristo. Todo o mérito, justiça, excelência, e o poder, inerente à vida 
“divino-humana,” é óbvio, pertencem àqueles que participam dessa vida. 
Esta justiça, excelência, etc., são nossas. Elas são subjetivos em nós, e 
formam nosso caráter, assim como a natureza derivada de Adão era a 
nossa, com todas as suas corrupções e fraquezas. 
Se for perguntado o que é a regeneração, de acordo com este 
sistema, a resposta provavelmente seria, que é um termo obsoleto. Não 
há espaço para o que geralmente era significado pela palavra, e não há 
razão para manter a própria palavra. A regeneração é uma obra do 
Espírito Santo. Mas este sistema em sua integridade não reconhece o 
Espírito Santo como uma pessoa distinta ou agente. E os que se veem 
obrigados a fazer o reconhecimento de Sua personalidade, são 
evidentemente envergonhados pela admissão. O que as Escrituras e o 
atributo da Igreja ao Espírito, operando com a liberdade de um agente 
pessoal, quando e onde lhe pareça, este sistema atribui à “a vida 
teantrópica” de Cristo, operando como uma nova força, de acordo com 
as leis naturais do desenvolvimento.46 
A impressão feita sobre os leitores dos teólogos modernos desta 
escola, é a realizada por qualquer outra forma de disquisição filosófica. 
 
46 Mystical Presence, edit. Philadelphia, 1846, pp. 225-229. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 45 
Não tem, e de sua própria natureza não pode ter nada mais que a 
autoridade humana. Este sistema pode ser adotado como uma questão de 
opinião, mas não pode ser um objeto de fé. E portanto não pode apoiar as 
esperanças de uma alma consciente da culpa. Na volta de tais escrituras à 
Palavra de Deus, a transição que estes teólogos nos querem fazer crer, é 
de culpa à fé, mas a consciência do cristão, é como a transição da 
confusão de línguas em Babel, onde ninguém entende a seus 
companheiros, à enunciação harmoniosa daqueles “que falaram sendo 
inspirados pelo Espírito Santo.” 
 
Doutrina de Ebrard 
Dos escritores que pertencem à classe geral de teólogos 
“especulativos”, alguns se aderem muito mais perto das Escrituras que 
outros. O Dr. J. H. A. Ebrard, de Erlangen, já tem sido reiteradamente 
referido como afeito à fé reformada; e em que conscientemente se aparta 
dela, ele se considera como único a cumprir seus princípios legítimos. 
Seu “Dogmatik,” de fato, tem um caráter muito mais bíblico que a 
maioria dos sistemas modernos da Alemanha. Em Ebrard, como em 
outros, encontramos um compromisso entre a doutrina da Igreja da 
regeneração e a moderna teoria da encarnação de Deus na raça humana. 
Não só é uma distinção que faz entre o arrependimento, a conversão, e a 
regeneração; mas também verdadeiro arrependimento e a conversão 
autêntica são feitos preceder à regeneração. 
Os dois anteriores tomam lugar na esfera da consciência. Em todos 
os estados e exercícios relacionados com o arrependimento e a 
conversão, a almaé ativa e cooperativa; e a única influência exercida por 
Deus ou Seu Espírito, é mediata e moral. Não é até que o pecador 
obedeceu à ordem de arrepender-se, crer em Cristo, e a voltar a Deus, 
que Deus dá à alma esse algo divino que a torna uma nova criatura, e sua 
união vital orgânica com Cristo. Neste último processo a alma é 
simplesmente passiva. Deus é o único agente. O que se diz que é 
comunicada à alma é Cristo, a pessoa de Cristo, a vida de Cristo, Sua 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 46 
 
substância, ou uma nova substância. Uma distinção, entretanto, faz-se 
entre essência e substância. Ebrard insiste47 em que o mais oculto, o 
germe substancial de nosso ser é nascer de novo na regeneração — não 
meramente mudado, mas recém-nascido. Entretanto, diz que a “essentia 
animæ humanae” não se muda, e assente à declaração de Bucan: 
“Renovatio fit non quoad essentiam ut deliravit Illyricus, sed quoad 
qualitates inhærentes.” O que ele afirma,48 com frequência em outras 
partes, quer dizer, “Que Cristo, real e substancial, nasce em nós.” Mas 
acrescenta que as palavras “real e substancial” se utilizam para proteger-
se contra a hipótese de que a regeneração consiste simplesmente num 
pouco de exercício interior, ou estado transitório da consciência. 
É, como ele ensina realmente, muito mais; algo menor que a 
consciência; uma mudança no estado da alma, que determina os atos e 
exercícios que se manifestam na consciência, e se manifestam na vida. 
Encontra sua doutrina da regeneração, não no que Calvino e alguns 
poucos dos teólogos reformados ensinaram sob esta divisão, mas no que 
eles ensinam da Ceia do Senhor, e da união mística. Calvino49 diz: “Sunt 
qui manducare Christi carnem, et sanguinem ejus bibere, uno verbo 
definiunt, nihil esse aliud, quam in Christum ipsum credere. Sed mihi 
expressius quiddam ac sublimius videtur voluisse docere Christus . . . . 
nempe vera sui participatione nos vivificari. . . .Quemadmodum enim 
non aspectus sed esus panis corpori alimentum sufficit, ita vere ac 
penitus participem Christi animam fieri convenit, ut ipsius virtute in 
vitam spiritualem vegetetur.” 
“Temos aqui sem dúvida,” diz Ebrard,50 “a doutrina de uma 
comunicação secreta, mística da substância de Cristo ao centro 
importante no homem (a ‘alma’), que se desenvolve por um lado, no 
físico, e por outro, na vida puramente intelectual.” 
 
47 Dogmatik, edit. Königsberg, 1852, vol. ii. p. 320. 
48 Ibid. p. 300. 
49 Institutio, IV. xvii. 5, edit. Berlin, 1834, vol. ii. p. 403. 
50 Dogmatik, vol. ii. p. 310. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 47 
 
Estes escritores estão corretos em negar que a regeneração é uma 
mera mudança nos propósitos, ou sentimentos, ou estados de consciência 
de alguma classe no homem; e também em afirmar que se trata da 
comunicação de um novo e permanente princípio da vida à alma. Mas se 
apartam da Escritura e da fé da Igreja universal na substituição da 
natureza teantrópica de Cristo,” “sua vida divino-humana,” “a 
humanidade genérica curada e elevada à potência de uma vida divina” 
(quer dizer, deificada), pelo Espírito Santo. Esta substituição faz-se 
abertamente na obediência à ciência moderna, à nova filosofia que tem 
descoberto uma verdadeira antropologia e revelou “a verdadeira unidade 
de Deus e o homem.” Como já se comentou, supõe-se que a transmissão 
da natureza “teantrópica de Cristo” levava consigo seus méritos, assim 
como sua bênção e poder. Tudo o que temos de Cristo, temos dentro de 
nós. E se podemos descobrir pouco de Deus, e pouco como Deus em 
nossas almas, tão pior. É tudo o que temos que esperar, até que nossa 
vida interior se desenvolva. O Cristo interior (como alguns dos Amigos 
[Quakeres] também ensinam), é, segundo este sistema, todo o Cristo que 
temos. Ebrard, portanto, segundo uma opinião identifica a regeneração e 
a justificação. “Regeneração,” diz,51 “como o ato de Cristo, é a causa 
(‘causa efficiens’) da justificação; Ele comunica Sua vida a nós, e 
desperta uma nova vida em nós. Esta é a justificação, uma mudança 
interior subjetiva, o que implica mérito, assim como a santidade. 
Este fator de confusão a obra do Espírito Santo na regeneração, com 
o ato judicial, objetivo da justificação, pertence ao sistema. Ao menos, é 
só no terreno da vida infundida que se pronunciam justos aos olhos de 
Deus. O que recebemos é “a verdadeira vida divino-humana de Cristo,” e 
“o que pode ser de mérito, virtude, eficácia ou valor moral de qualquer 
maneira, na obra mediadora de Cristo, tudo é apresentado na vida, pelo 
poder de que solo este trabalho se obteve, e na presença dos que só pode-
se ter a realidade ou a estabilidade. A imaginação de que os méritos da 
 
51 Ibid. p. 315. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 48 
 
vida de Cristo pode ser separado de sua própria vida, e transmitidos 
sobre seu povo nesta forma de resumo, no terreno de uma constituição 
jurídica meramente externa, não é bíblico e contrário a toda razão, ao 
mesmo tempo.”52 A regeneração consiste na comunicação da vida de 
Cristo, sua substância, à alma, e esta vida divino-humana 
compreendendo todo o mérito, virtude, ou eficácia que pertence a Cristo 
e sua obra, — regeneração consiste na justificação, da que é a base e a 
causa. 
 
Doutrina de Delitzsch 
Delitzsch dedica uma divisão de sua “Biblical Psychology” ao tema 
da regeneração. Começa o debate com um discurso sobre a pessoa de 
Cristo. “Quando se deseja examinar a nova vida espiritual do homem 
redimido, partimos do divino arquétipo humano, a pessoa do 
Redentor.”53 O homem foi, quanto ao seu espírito e sua alma, sua 
composição originária, a imagem de Deus, e o espírito era a “imagem de 
Sua natureza triúna e a última [a alma] de Sua sétupla ‘doxa.’ O homem 
estava em liberdade para conformar sua vida com o espírito, ou o 
princípio divino dentro dele, ou permitir o controle de sua vida a ser 
assumida pela alma. A ruína era a consequência da Queda. Isto pode ser 
corrigido e o homem redimido só por “um novo começo da intensidade 
criativa similar.”54 Este novo início foi efetuado na encarnação. O Filho 
de Deus fez-Se homem, não por assumir nossa natureza, no sentido 
comum dessas palavras, mas por deixar de ser todo-poderoso, onisciente 
e onipresente, e encolhendo para Si mesmo os limites da humanidade. 
Era uma vida humana em que Ele assim entrou, uma vida como um 
espírito, alma e corpo. Não há dualismo na pessoa de Cristo, como entre 
o corpóreo e o espiritual, ou entre o humano e o divino. É a natureza 
 
52 Mystical Presence, by J. W. Nevin, D. D., Philadelphia, 1846, p. 191. 
53 A System of Biblical Psychology, by Franz Delitzsch, D. D., translated by R. R. Wallis, Ph. D.; 
Edinburgh, 1867, p. 381. 
54 Ibid. p. 382. 
Teologia Sistemática (Charles Hodge) – Volumes I, II, III 49 
 
divina em forma humana, ou esta natureza divino-humana, que é pura e 
simples, embora perfeitamente humana, que se comunica ao povo de 
Deus em sua regeneração. Para esta comunhão na vida de Cristo, a fé é 
indispensável, e portanto, diz Ebrard, os bebês não podem ser objeto de 
regeneração, conquanto Delitzsch, luterano, sustenta que os crianças são 
capazes de exercer a fé, e, portanto são suscetíveis de ser regeneradas. O 
que se recebe de Cristo, ou a de Seu povo, que são feitos partícipes, é “o 
Espírito, a alma, o corpo de Cristo”55 O novo homem, ou o segundo 
Adão, fez-se um “espírito que dá vida,” e pouco a pouco submete o 
velho homem, ou nossa natureza de Adão, e traz todo o homem (πνεῦμα, 
ψυχή y σῶμα), espírito, alma e corpo, à altura da vida de Cristo, em 
quem o divino e o humano se fundem num, ou antes, aparecem em sua 
unidade original. 
A comunicação da vida teantrópica à alma é um ato do Espírito 
divino em que não temos nem a atividade

Continue navegando