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EMBARGOS DE TERCEIRO

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EMBARGOS DE TERCEIRO 
Fernando e Lara se conheceram em 31/12/2011 e, em 02/05/2014, celebraram seu casamento 
civil pelo regime de comunhão parcial de bens. 
Em 09/07/2014, Ronaldo e Luciano celebraram contrato escrito de compra e venda de bem 
móvel obrigando-se Ronaldo a entregar o bem em 10/07/2014 e Luciano a pagar a quantia de 
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em 12/07/2014. 
O contrato foi assinado pelos seguintes sujeitos: Ronaldo, Luciano, duas testemunhas (Flávia e 
Vanessa) e Fernando, uma vez que do contrato constou cláusula com a seguinte redação: “pela 
presente cláusula, fica estabelecida fiança, com renúncia expressa ao benefício de ordem, a qual 
tem como afiançado o Sr. Luciano e, como fiador, o Sr. Fernando, brasileiro, casado pelo 
regime de comunhão parcial de bens, economista, portador da identidade X, do CPF-MF Y, 
residente e domiciliado no endereço Z”. 
No dia 10/07/2014, Ronaldo entregou o bem móvel, enquanto Luciano deixou de realizar o 
pagamento em 12/07/2014. 
Em 15/07/2014, Ronaldo iniciou execução de título extrajudicial apenas em face do fiador, 
Fernando, distribuída automaticamente ao juízo da MM. 2ª Vara Cível da Comarca da Capital 
do Estado do Rio de Janeiro. O executado é citado para realizar o pagamento em 03 dias. 
Fernando apresentou embargos, os quais são rejeitados liminarmente, porquanto 
manifestamente improcedentes. Não foi interposto recurso contra a decisão dos embargos. 
A execução prosseguiu, vindo o juiz a determinar, em 08/11/2014, a penhora de bens, a serem 
escolhidos pelo Oficial de Justiça, para que, uma vez penhorados e avaliados, sejam vendidos 
em hasta pública, a ser realizada em 01/03/2015. 
Em 11/12/2014, foi penhorado o único apartamento no qual Fernando e Lara residem — 
avaliado, naquela data, em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) —, bem imóvel esse 
adquirido exclusivamente por Lara em 01/03/2000. 
Na mesma data da penhora, Fernando e Lara foram intimados, por Oficial de Justiça, sobre a 
penhora do bem e sobre a data fixada para a expropriação (01/03/2015). 
Em 12/12/2014, Lara compareceu ao seu Escritório de Advocacia, solicitando aconselhamento 
jurídico. 
Na qualidade de advogado (a) de Lara, elabore a peça processual cabível para a defesa dos 
interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação 
vigente. 
(Valor: 5,00) 
Obs.: o examinando deve apresentar os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
CODIGO DE PROCESSO CIVIL 
CAPÍTULO VII 
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO 
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição 
sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, 
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. 
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. 
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: 
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, 
ressalvado o disposto no art. 843; 
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da 
alienação realizada em fraude à execução; 
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da 
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; 
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real 
de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios 
respectivos. 
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento 
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo 
de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou 
da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. 
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar 
o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. 
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a 
constrição e autuados em apartado. 
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão 
oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já 
devolvida a carta. 
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu 
domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. 
§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da 
ação principal. 
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como 
o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição 
judicial. 
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse 
determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, 
bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver 
requerido. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração 
provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte 
economicamente hipossuficiente. 
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual 
se seguirá o procedimento comum. 
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá 
alegar que: 
I - o devedor comum é insolvente; 
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; 
III - outra é a coisa dada em garantia. 
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, 
com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do 
bem ou do direito ao embargante. 
 
CODIGO CIVIL 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização 
do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura 
meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou 
estabelecerem economia separada. 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, 
na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do 
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-
rogação dos bens particulares; 
 
LEI 8.009/1990 
Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família 
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um 
único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. 
 
 
Súmula 332 STJ "A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia 
total da garantia". 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1648
Padrão de Resposta FGV / Espelho de Correção 
A peça processual cabível é a de Embargos de Terceiro, nos termos do Art. 674 do CPC, 
direcionada à 2ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, por 
dependência, na forma do disposto no Art. 676 do CPC. 
Como Larae Fernando são casados pelo regime da comunhão parcial de bens uma de suas 
consequências é a não comunicação dos bens anteriores à união matrimonial, permanecendo 
seus respectivos bens como de sua propriedade exclusiva (Art. 1.658 do CC). 
Sendo assim, penhorado indevidamente bem exclusivo — que não se comunica pelo regime de 
bens do casamento — de cônjuge de fiador que não anuiu ao contrato de fiança (Lara), faz-se 
cabível o ajuizamento de embargos de terceiros, por parte do cônjuge de fiador em face 
exclusivamente do exequente, Ronaldo, cujo termo final do prazo é até 05 dias após 
arrematação, adjudicação ou remição, mas antes da assinatura da respectiva carta, na forma do 
Art. 675 do CPC. O pedido formulado nos embargos deve ser o de suspensão do processo 
principal quanto aos atos de expropriação do bem imóvel de sua propriedade, na forma do Art. 
679 do CPC, com a consequente desconstituição da penhora. 
ITEM PONTUAÇÃO 
Endereçamento ao juízo da 2ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de 
Janeiro (0,10). 
0,00 / 0,10 
Distribuição por dependência aos autos da execução (0,30). 0,00 / 0,30 
Indicação correta das partes: embargante Lara e qualificação (0,10); embargado 
Ronaldo e qualificação (0,10). 
0,00 / 0.10 / 0,20 
Fundamentação Jurídica/Legal: 
(1) Demonstrar que o imóvel penhorado é de propriedade exclusiva de Lara (0,50), 
excluído do grupo de bens que se comunicam pelo casamento pela comunhão parcial, 
pois anterior ao casamento (0,50). Art. 1.658 OU Art. 1.659, I, do CC (0,10). OU 
0,00 / 0,50/ 0,60 / 
1,00/ 1,10 
Alegar a impenhorabilidade do imóvel (1,00). Conforme Art. 1º c/c 5º da Lei n. 
8.009/90 (0,10). OU 
Alegar a ineficácia da garantia (1,00). Conforme Súmula 332 do STJ OU Art. 1.647, 
Inc. III do CC. (0,10). 
(2) Indicar a juntada de documentos essenciais para a comprovação dos fatos alegados 
(0,40). Art. 677 do CPC (0,10). 
0,00 /0,40 / 0,50 
(3) Demonstrar ou justificar suficientemente a posse para o pedido liminar (0,40). Art. 
678, do CPC (0,10). 
0,00/0,40 / 0,50 
Formular corretamente os pedidos: 
(a) Pedido liminar com relação à expropriação do imóvel (0,20). 0,00 / 0,20 
(b) citação do embargado (0,10). 0,00 / 0,10 
(c) no mérito, sejam os embargos julgados totalmente procedentes (0,30) para 
determinar a desconstituição da penhora (desfazimento do ato de constrição) do bem 
imóvel de propriedade exclusiva de Lara (0,60); 
0,00 / 0,30 / 
0,60/0,90 
(d) condenação do embargado nos ônus da sucumbência (despesas processuais e 
honorários advocatícios) (0,20). 
0,00 / 0,20 
(e) protesto pela produção de todas as provas admitidas em direito (0,10). 0,00 / 0,10 
(f) juntada do comprovante de recolhimento das despesas processuais ou do pedido de 
gratuidade de Justiça (0,10). 
0,00 / 0,10 
(g) indicação de valor da causa correspondente ao valor do bem imóvel indevidamente 
penhorado: R$ 150.000,00 (0,10). 
0,00 / 0,10 
Estruturar a peça corretamente: fatos (0,10), fundamentos (0,20) e pedidos (0,20). 
0,00 / 0,10 / 0,20 
/ 0,30 /0,40/0,50 
Fechamento da peça (Indicar a inserção de local, data e assinatura) (0,10). 0,00 / 0,10

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