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SENAC- EAD CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS DA QUALIDADE, MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO E RESPONSABILIDADE SOCIAL (SGI) IDAIANA SOUSA DE ARAUJO DISCIPLINA: GESTÃO DOS SISTEMAS INTEGRADOS DA QUALIDADE, MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO E RESPONSABILIDADE SOCIAL DOCENTE: CÁSSIO EDUARDO GARCIA REFERÊNCIA: ABRIL / 2017 BELÉM-PARÁ 1. INTRODUÇÃO No mundo globalizado da obsolescência técnica ou funcional, Obsolescência planejada (ou programada) e Obsolescência perceptiva (ou percebida), as empresas tem se preocupado em se manter constantemente renovadoras e interessante para o consumidor instável. Para isso as organizações implantam diversos sistemas de gestão, para atender as demandas do ambiente onde estão inseridas. Estes sistemas são dos mais vários tipos de finalidade, desde de sistema de segurança da informação, sistema de gestão da qualidade , meio ambiente, responsabilidade social, saúde e segurança ocupacional. Ficando conhecido como SGI, quando implantados em conjunto dois ou mais sistemas. A integração de sistemas (SGI) tem sido cada dia mais comum nos diversos tipos de organização, já que há compatibilidade entre alguns requisitos por estas normas, tendo em vista que todas elas possuem base nos 8 princípios da qualidade: foco no cliente, liderança, envolvimento das pessoas, abordagem de processos, abordagem sistêmicas para gestão e factual para tomada de decisões, melhoria contínua, e benefícios mútuos nas relações com os fornecedores e no ciclo de melhoria contínua do PDCA: plan- planejar, Do- Executar, Check- verificar e Act- Agir, descritos na ABNT NBR ISSO 9000: 2005 WACLAWOVSKY, (2015). O SGI, é um sistema que integra todas as áreas do processo da empresa, e que permite alcançar os objetivos traçados, redução de custos, maior domínio do negócio,reduz duplicidade, burocracia e conflitos entre os SG’s, credibilidade no mercado, confiança do consumidor e stakeholders, mitiga acidentes e multas etc. Entretanto para implantar um sistema integrado, este apresenta muitos desafios para o profissional e para a organização, esta não estando preparada para as mudança de cultura, torna-se um potencial negativo para o SGI. Em contrapartida, WACLAWOVSKY, (2015, apud MONTEIRO 2003) salienta as desvantagens ao se implantar um sistema de gestão integrado. Desvantagens estas que devem avaliadas para que possam ser minimizadas durante a integração, que são: 1- os sistemas individuais já implementados simplesmente trabalham bem. 2- Os especialistas podem continuar concentrados em sua área de conhecimento. 3- Embora os SG's possam parecer compatíveis, existem diferenças conceituais difíceis de conciliar. 4- centralização, complexidade e inobservância de necessidades e limitações locais podem ser um grande perigo para SGI. 5- o tempo durante o qual se está planejando e implementando um SGI é um período vulnerável para a organização. 6- Os SG's possuem requerimentos muito variáveis. 7- As rivalidades podem impedir a manutenção do SGI. 8- Uma equipe integrada muito eficiente pode reduzir a intervenção dos gerentes. 9- A cultura negativa de um sistema pode influenciar negativamente a do outro que se pretende integra. 10- Medição ineficiente do desempenho. 2.OBJETIVOS GERAL Analisar a implantação do Sistema de Gestão Integrado da CPFL 2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS - Analisar os pontos fortes do sgi da CPFL - Analisar os pontos fracos do sgi da CPFL - Vantagens de se ter um sistema de sgi implantado 3.METODOLOGIA Esta pesquisa consiste em um estudo de caso de uma empresa do ramo de energia elétrica CPFL. Para desenvolvê-lo utilizou-se relatórios corporativos de sustentabilidade da própria empresa dos anos de 2004, 2015 e 2016, artigos e eletrônicos. Neste estudo será analisados os pontos fortes e fracos do sistema de gestão integrado (SGI) da empresa referida. 4.ESTUDO DE CASO 4.1. A Empresa CPFL CPFL surgiu como Companhia Paulista de Força e Luz, em 1912, resultado da fusão de quatro pequenas empresa de energia no interior paulista. Hoje, o Grupo CPFL Energia atua nos segmentos de distribuição, geração e comercialização de energia elétrica e de serviços de valor agregado. A CPFL emprega 7.119 pessoas, atua No segmento de distribuição de energia, por meio de 9 empresas. Com atuação em 4 estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, atendendo 568 municípios na área de concessão. A CPFL é líder com 14,3% de participação no mercado brasileiro, COM 9,1 milhões de clientes. Na geração de energia elétrica, é o terceiro maior agente privado do País, com uma matriz diversificada, de grandes e pequenas centrais hidrelétricas a parques eólicos, usinas de biomassa, térmicas a óleo combustível e, mais recentemente, a primeira usina solar do Estado de São Paulo. A CFFL tem uma Política da Qualidade que se preocupa com a satisfação de seus clientes, colaboradores e parceiros através da melhoria contínua da qualidade de seus produtos e serviços. Também preza por sua política ambiental, política de saúde e segurança e qualidade de vida, Política de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa. Em 1997, a CPFL adotou a Política Ambiental e passou a direcionar seu planejamento corporativo a partir de considerações ambientais, estudando possíveis impactos ambientais e formas de mitiga-los, tendo incorporado aos seus valores o respeito ao meio ambiente no desenvolvimento de suas atividades empresariais. Entre os compromissos firmados na citada Política Ambiental, a empresa se propõe a levar em conta as variáveis de qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional e de responsabilidade social no processo de planejamento e decisão de todas as atividades da empresa. Apoiando projetos que gerem um progresso tecnológico; promover a utilização de meios de produção mais eficientes buscando assim, reduzir os impactos causados por suas atividades, através de um uso racional de recursos naturais, conservação do meio ambiente e compartilhando essa cultura com seus diversos stakeholders, promovendo ações que levem a uma conscientização da necessidade de conservação da natureza. A CPFL possui a certificação em NBR ISO 9001, NBR ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000. O SGI da CPFL é constituído pela integração dos requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e SA 8000, consolidado nas distribuidoras CPFL Paulista, CPFL Piratininga (com atuação no estado de São Paulo) e RGE (com atuação no estado do Rio Grande do Sul). Existem dois manuais, um abrangendo ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, e outro específico para a SA 8000. A estrutura documental e o conteúdo dos documentos são os mesmos para todas as unidades de negócio, aceitando-se variações em documentos quando decorrentes de diferenças de processos entre organizações. No mesmo documento, são contemplados todos os requisitos de qualidade, meio ambiente, e saúde e segurança relacionados à atividade nele especificada. 4.1.2. DOS PONTOS FORTES DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO CPFL O SGI da CPFL é constituído pela integração dos requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e SA 8000, consolidado nas distribuidoras CPFL Paulista, CPFL Piratininga (com atuação no estado de São Paulo) e RGE (com atuação no estado do Rio Grande do Sul). Existem dois manuais, um abrangendo ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, e outro específico para a SA 8000. A CPFL, Considerar permanentemente a responsabilidade e a sustentabilidade social no processo de gestão dos negócios , através do gerenciamento dos impactos das ações da empresanos campos econômico , social e ambiental, em sintonia com os legítimos interesses da sociedade e com a legislação pertinente. Em 2015 a empresa em seu sistema integrado investiu R$ 87,38 milhões, sendo que deste R$ 59,9 milhões foram alocados para programas/projetos externos. Empresa, empresa disponibiliza recursos necessários para a implantação de planos empresarias que previnam, mitiguem, minimizem ou restaurem os impactos causados por suas atividades, disseminando esta cultura e compromisso por toda a organização, na cadeia de fornecedores e para os principais parceiros. A companhia apoia projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, que conduzam ao progresso tecnológico e contribuam para a minimização dos impactos causados pela operacionalização e implantação dos empreendimentos da Empresa. Promove e estimular iniciativas de conservação de energia, por meio de sistemas de produção e distribuição mais eficientes, buscando o uso racional dos recursos naturais, a minimização dos impactos ambientais e a conservação da biodiversidade, num contexto de estratégia empresarial voltada para a sustentabilidade. Outro ponto de destaque como oportunidade é o fato de o mercado de energia estar caminhando para uma transformação causada pela busca por alternativas mais limpas e com a tendência de que a matriz energética brasileira seja cada vez mais diversificada e distribuída. O momento pede a concentração de esforços no desenvolvimento de modelos inovadores de negócio para que possam gerar novas fontes de crescimento, já adequadas ao novo ambiente político e econômico. Sem dúvida, a busca por soluções sustentáveis por meio dos avanços tecnológicos irá transformar o setor elétrico. O mercado leva as empresas a fazer mais com menos e criar competitividade em seus processos para potencializar o crescimento com eficiência e inovação. Promover ações, em sua área de influência, que contribuam para definir estratégias de conservação da natureza e de valorização humana e cultural, com respeito pelo princípio da unidade do ambiente, expresso na diversidade e integridade da sociedade e dos ecossistemas naturais. A CPFL como ponto forte de seu sistema ambiental promove ações socioambientais com objetivo de conservar a vegetação no entorno dos reservatórios e recuperar e preservar a biodiversidade em áreas de proteção que estão próximas às usinas, promovendo estudos e sistemáticas de monitoramento da fauna e da flora nativa. A companhia também incentiva o desenvolvimento de iniciativas voltadas à conscientização das comunidades locais para a importância do uso adequado dos recursos naturais e da proteção ambiental. As principais atividades relacionadas ao tema nas usinas de geração convencional incluem diversos tipos de monitoramento, tais como de áreas de preservação permanente (APP), de ictiofauna, de águas superficiais, de erosão entre outros bem como manutenção dos plantios realizados e de faixas de servidão. A CPFL, assegura o cumprimento da legislação vigente, tais como leis, decretos, regulamentos, (Convenções da OIT, Declaração Universal dos Direitos Humanos e Convenções das Nações Unidas), relacionada ao meio ambiente, à segurança e saúde ocupacional e à responsabilidade social, internalizando os princípios da ética empresarial no desenvolvimento de suas atividades. Mantem o canal de comunicação aberto para seus clientes, colaboradores, órgãos governamentais ou não, comunidades vizinhas e mídia, prestando informações relativas às questões de meio ambiente, segurança e saúde ocupacional e responsabilidade social, decorrentes das atividades desenvolvidas pela Empresa. Assegura procedimentos adequados desde o desenvolvimento do projeto, aquisição, acondicionamento, manuseio e descarte de produtos perigosos, insalubres e/ou contaminantes, bem como prevenir a poluição e estimular a prática de reciclagem e reaproveitamento de materiais. A CPFL Energia considera a Saúde e a Segurança do trabalhador o principal valor da organização. Desde 2013, como facilitador das ações de prevenção de acidentes e promoção à saúde, o programa “Primeiro as Pessoas” trabalha diversas ações relacionadas à Saúde, Segurança e Qualidade de Vida dos colaboradores, parceiros e cliente. Os mecanismos de gestão ambiental adotados pela Companhia permitem a identificação de oportunidades de melhoria nos diversos processos operacionais, desde o planejamento da obra que conta com a participação da área de Meio Ambiente, o licenciamento ambiental e até o reaproveitamento de materiais após o uso. Em 2016, os investimentos em meio ambiente totalizaram R$ 132,37 milhões, sendo R$ 43,97 milhões relacionados com a produção/operação da empresa e R$ 88,40 milhões – programas/projetos externos. Dos programas socioambientais, nas usinas G4-EN13 G4-EU13 UHE Foz do Chapecó Em 2015, foi realizada a soltura de 148 mil alevinos de curimbatás e dourados para o repovoamento do rio Uruguai. Os alevinos foram produzidos na Estação de Piscicultura de Águas de Chapecó, por intermédio de convênio entre a empresa e o Instituto Goio-En. Do ponto de vista da responsabilidade social a CPFL buscou beneficiar as associações de pescadores pelo Programa de apoio aos Pescadores, com participação em visitas técnicas para conhecer novas técnicas de cultivo e processamento de peixes A CPFL promove iniciativas para “Gerir, inventariar e reportar as emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa), são iniciativas de redução de emissões onde a mesma atua junto ao setor público, privado e a cadeia de valor para o avanço das ações de mitigação das Mudanças Climáticas. Promove o atendimento às Políticas e Diretrizes Ambientais, de Responsabilidade Social, Saúde e Segurança e Qualidade do Grupo CPFL Energia, pelos fornecedores e prestadores de serviços críticos. O sistema integrado da CPFL, tem preocupação com as consequências futuras de suas ações e decisões, buscando sempre controlar e evitar riscos que possam trazer ameaças à perenidade do Grupo CPFL, bem como efeitos não negociados com as comunidades onde atua e com os públicos de seu relacionamento. 4.1.3. DOS PONTOS FRACOS DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO CPFL Em 2015, a CPFL recebeu 13 autos de infração decorrentes de não conformidade com leis e regulamentos ambientais. O montante de multas pagas no ano foi de R$ 62.907,09, relacionadas às atividades de poda, supressão de vegetação e coleta de resíduos oriundos do manejo da vegetação em suas redes de transmissão e distribuição de energia. Mesmo mitigando pontos fracos na gestão ambiental a CPFL em 2016, recebeu 5 autos de infração decorrentes de não conformidade com leis e regulamentos ambientais. O montante de multas pagas no ano foi de R$ 1.029,47, relacionadas a um auto de infração lavrado em 2014, referente a não apresentação de documentação de acompanhamento do transplante de árvores, realizado na Sede Campinas em 2009 (TCRA 6035/2009). Outros destaques negativos foram pautados em jornais de grande circulação nacional como g1.globo.com e A TRIBUNA.com, conforme anexo de não conformidades da CPFL. Outro ponto de risco observado, foi a queda de consumo de energia residencial e industrial, acendendo na CPFL um alerta exorbitante de inadimplência, tudo isso, causado pela crise econômica, que teve um impacto direto no mercado: segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia elétrica no Brasil fechou 2015 com declínio de 2,1% sobre 2014, totalizando 464,7 mil gigawatt-hora (GWh). A queda foi puxada principalmente pelo recuo do consumo das indústrias (-5,3%), em função do cenário desfavorável ao longo do ano. Influenciado pela alta das tarifas, o consumo residencial também registrou um decréscimo de 0,7% no ano, a maior redução desde 2004. Outro ponto vulnerável é das perdas. A CPFL tem se esforçado para combater as perdas comerciaisde conexões ilegais, fraudes ou erros de faturamento. Para tanto, em cada uma das oito subsidiárias há equipes técnicas capacitadas para realizar inspeções, monitoramento aprimorado do consumo irregular, aumento de reposição de equipamentos de medição obsoletos. Também foi desenvolvido um software para descobrir e analisara faturamento irregular. Do desempenho de gestão de emissões de gases de efeito estufa, a CPFL Energia faz seu inventário de GEE desde 2007. As emissões consideradas totais de GEE em 2016 somaram 914.748 toneladas de dióxido de carbono equivalentes (tCO_e) quando considerada a abordagem de participação acionária. Para a abordagem de controle operacional, as emissões somaram 615.865 tCO. 99% do inventário de emissões de GEE do Grupo CPFL está concentrado nas atividades de geração e de distribuição. Com relação à geração de energia, cerca de 80% do impacto está relacionado ao uso de óleo combustível nos geradores. Quanto à distribuição de energia, cerca de 80% das emissões estão associadas às perdas técnicas. Tais emissões são indiretas, pois têm origem na geração por insumos fósseis que compõem o Sistema Interligado Nacional. 5.CONCLUSÃO A partir das análises realizadas nos relatos integrados da CPFL , verificou-se que a empresa em relação aos pontos fortes e fracos do seu SGI, são compatíveis ao porte da empresa. Observou-se que a mesma se apresenta atenta as renovações do mercado, atende na medida do possível a legislação, atenta para as questões sociais, tem foco estratégico, com visão de futuro solido. Seus relatórios anuais, são de linguagem de fácil entendimento, no que tange o desempenho da companhia. Apesar das dificuldades econômicas do Brasil, percebe-se que a empresa se mantém otimista, e estável diante dos desafios. É renovadora, porque sempre está mitigando seus passivos ambientais e de segurança ocupacional da melhor forma possível, através de parcerias com as partes interessadas, e sempre está buscando parcerias nas universidades para desenvolvimento de produtos diferenciados, sustentáveis e competitivos. Com base na análise crítica, percebe-se que mesmo com os diversos desafios a serem superados, sendo necessário que se dê mais atenção para as ações preventivas de não conformidades na área ambiental. Percebe-se que a CPFL tem se esforçado para combater as perdas comerciais de conexões ilegais, fraudes ou erros de faturamento dos quais afeta seu desempenho financeiro. O SGI da empresa apresenta desemprenho que permite visualizar benefícios para a organização com um todo, e favorece um melhor relacionamento com seus stakeholders.
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