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ATIVIDADE INTERDICIPLINAR CORRIGIA PROTA PARA BAIXAR NOTA TOTAL: EDUCAÇÃO DO CAMPO: FORMAÇÃO DOCENTE E CURRÍCULO/ EDUCAÇÃO FISICA/ UNOPAR

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO EDUCAÇÃO FÍSICA 
EDUCAÇÃO DO CAMPO: FORMAÇÃO DOCENTE E CURRÍCULO
Disciplinas; Libras – Língua Brasileira de Sinais, Educação Inclusiva, Sociedade, Educação e Cultura, Seminário da Prática I Professores:Amanda Larissa Zilli,Juliana Chueire Lyra, Luana Pagano Peres Molina, Tirza Cosmos dos Santos Hirata,
Tutor eletrônico; Adriana Monteiro Ortega. 
Tutor de sala; Maria
CIDADE
2020
SUMÁRIO
1.Introdução:..........................................................................................................03
2. A escola do campo e a transformação social ………………………...................04
3. Escola do campo: Formação docente e currículo..........................................08
3. Considerações finais..........................................................................................11
4. Referencias bibliográficas................................................................................12
CIDADE
2020
1. INTRODUÇÂO
As reflexões sob o foco de transformação das condições estruturais e pedagógicas das escolas do campo são vistas como temática sem ascensão nas últimas décadas, no Brasil. Há uma retomada desta problemática, mais intensamente,a partir dos anos 2000, com a reorganização das políticas agrárias e as deliberações das Diretrizes Operacionais para a Educação do Campo, decorrentes das lutas por uma educação de qualidade travada pelos Movimentos Sociais do Campo. Nesta historicidade o movimento das forças produtivas situa, de um lado,a improdutividade da escola rural, denunciando as raízes de práticas educativas deslocadas das necessidades do campesinato e comprometidas como projeto societário do capital.
As transformações ocorridas nas últimas décadas no campo, principalmente pela modernização da agricultura e expansão da atividade agropecuária, contribuíram para que o camponês aos poucos migrassem para as cidades.
A urgência da Educação do Campo, no Campo e para o Campo, surge da necessidade das contradições do modelo de desenvolvimento vigente no país. Dessa forma, a realidade que se teme a exclusão, a expropriação, os movimentos sociais e a busca por uma educação que atenda suas necessidades, resgate as suas identidades com o campo e que venha de encontro aos interesses socioculturais, econômicos, da população que habita no campo.
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam-e-aprendem, o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita.
 2. A ESCOLA DO CAMPO E A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
É possível afirmar que a identidade da Educação do Campo deve ser construída a partir de uma cultura produzida por relações mediadas pelo trabalho, no sentido de produção material e cultural da existência humana. Isso porque se parte do princípio de que a educação do campo busca interpretar a realidade para a construção de conhecimentos emancipatórios que realmente garantam a melhoria da qualidade de vida dos povos que vivem no e do campo, assim como a permanência com dignidade dos jovens nos espaços do campo. A questão não é estar ou não no espaço rural, como já apontado. Isso torna-se perceptível quando se leva em conta que há, na atualidade, diversas escolas nas zonas rurais que não se identificam como escolas do campo. A escola do campo vincula-se de maneira significativa com a identidade dos sujeitos do campo, sujeitos que se movimentam e se formam na luta pela terra, pela Reforma Agrária e por um novo projeto de sociedade. “A Educação Básica do Campo está sendo produzida neste movimento, nesta dinâmica social, que é também um movimento sociocultural de humanização das pessoas que dele participam” (CALDART, 2011, p. 24). É importante pontuar que toda prática pedagógica deve fundar-se na visão de mundo e de ser humano que se pretende formar. A educação do campo tem em seu projeto educativo o objetivo de formar um sujeito que não é estático, ao contrário, está sempre em movimento, porque é coletivo. Para Caldart (2000, p. 45), “O processo pedagógico é um processo coletivo e por isso precisa ser conduzido de modo coletivo, enraizando-se e ajudando a enraizar as pessoas em coletividades fortes”.
A falta de investimento na escola do campo com: nas bibliotecas, acervos variados, laboratórios, dificultam a aprendizagem dos alunos,pois limitam as alternativas para expandir o conhecimento, conhecer novas informações, sem ressaltar que a leitura é algo essencial na vida do ser humano.
Esses são alguns dos investimentos que faltam porque são muitas coisas que precisavam de mais atenção e planejamento, mas um dos mais agravantes é com relação à própria educação na questão curricular, ou seja, necessita urgentemente de investimentos que venha a melhorar a qualidade de ensino da educação do campo, começando pela proposta curricular. O método de ensino, calendário que deveria ser diferenciado, podendo assim atender os alunos do campo tanto no contexto educacional, profissional, como cultural, ou seja, respeitando a questão de trabalho, que faz com que muitos cheguem atrasados e faltem dias na principalmente em período de plantio e colheita, onde muitos acabam por optar em trabalhar em vez de estudar e isso poderia ser sanado porque com um calendário agrícola, os alunos estariam dentro de seu cronograma vivencial que se encaixaria com o educacional, não necessitando ocorrer várias faltas, muito menos desistências, porque poderiam ser conciliados os dois, mas infelizmente esse calendário só existe no papel, porque a prática é outra. Outra questão preocupante da educação do campo é quanto à abordagem curricular, o modo que se aplica o conteúdo, a sua escolha, a postura do professor quanto ao processo ensino aprendizagem no campo, porque o que ocorre é que muitos professores se esquecem de que estão trabalhando com uma escola do campo e não estão preparados nem qualificados para trabalhar com essa clientela e acabam desvalorizando as suas culturas e incumbindo a sua concepção de mentalidades de área urbana. Mesmo sem perceber, isso acaba gerando a concepção para os alunos de que para o futuro melhor tem que ser buscado na cidade com isso passa desmerecer a vida do campo suas culturas. Socorro (2005, p. 35) “diz que além de questões de infra estrutura, pessoal e outros, há uma herança mais cruel: a escola rural desrespeita a realidade onde está inserida, destrói a auto estima dos camponeses, não se coloca a serviço do seu crescimento”.
A resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que define as diretrizes para o atendimento escolar de jovens em situação de itinerância, deve servir de orientação para todo o sistema de Educação Básica do País. O projeto entrou em vigor dia 17 de maio, por meio do Ministério da Educação (MEC).
O documento considera como itinerantes crianças e adolescentes que vivem em grupos nessas condições por motivos culturais, políticos, econômicos, de saúde, a exemplo de ciganos, indígenas, povos nômades, acampados e circenses.
Segundo o texto, as unidades escolares que receberem jovens nessas condições devem informar às diretorias regionais de ensino ou às secretarias de Educação a matrícula do estudante. Além disso, caso o aluno não possua documentação que comprove que já tenha estudado, o colégio deve realizar a matricula na série correspondente à sua idade, após fazer uma avaliação de suas “necessidades de aprendizagem”.
O CNE também propõe que o processo de expedição de alvará dos estabelecimentos itinerantes, como de circos que, para obter autorização para funcionar,devem apresentar documentos que comprovem que as crianças estão estudando.
A Escola Itinerante nasce com um acampamento e segue com ele para onde ele for. Em cada ocupação, em cada atividade de mobilização e marcha, a escola está presente para que os sujeitos do campo na luta pela terra não fiquem sem estudar. Em muitas circunstâncias, ela acontece independente da sala de aula, situação em que esse projeto de escola tem construído as maiores transgressões, em seus aspectos físicos, político e pedagógico, podendo efetivar-se debaixo de árvores, na beira de uma estrada, de um rio, nas ruas, nas ocupações de terra, pedágios ou na roça; ou ainda nas situações de despejo promovidas, muitas vezes, pelo próprio estado que a aprovou para funcionar desta forma – itinerante. 
Essa escola perde a sua centralidade da sala de aula, mas ganha na sua coletividade, demonstrando e aprendendo que é possível e necessário fazer educação sem a centralidade na sala de aula e nos conteúdos, ao mesmo tempo, sem se descuidar dos mesmos. Nela, os sujeitos e as relações sociais passam a ter centralidade, na medida em que se pretende a formação humana dos sujeitos; e os conhecimentos escolares, os espaços da escola e as relações nela vividas contribuem para possibilitar a compreensão da vida em plenitude. (KNOPF, 2009).
Na organização dessa escola, o planejamento pedagógico considera a formação humana, tendo presente os diferentes aprendizados que compõem esse processo. O ambiente educativo da escola caracteriza-se como um local de encontro dos sujeitos do campo, onde eles despertam para a criação e aprendem a compartilhar o lápis, o caderno, o lanche, os saberes, construindo, assim, a sua identidade de Sem-Terra. As práticas pedagógicas construídas no cotidiano da escola envolvem atividades educativas diversas e trazem reflexões sobre a produção do conhecimento a partir da realidade das famílias e sua relação com a coletividade e o companheirismo.
A Educação do Campo defendida pela Conferência tratou da luta popular pela ampliação do acesso, permanência e direito à escola pública de qualidade no campo pautadas na concepção de que todas as pessoas têm o direito de estudar no lugar onde vivem (dos agricultores, extrativistas, ribeirinhos, caiçaras, quilombolas, pescadores, seringueiros etc.), e incorporou distintos processos educativos no seu Projeto Político Pedagógico para atender essas necessidades. Com esse “novo” pensamento, a Educação do Campo passa a integrar as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, onde as escolas do campo são definidas da seguinte maneira:
Parágrafo único - A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologiadisponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões a realidade social da vida coletiva no país. (art.2)
O eco da luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, pelo direito à educação que respeite as singularidades e diversidades da vida no campo, expandiu-se aos pesquisadores e formuladores de políticas públicas, sociais e educativas, passando a ser objeto de pesquisas nas Universidades, objeto de atenção das agências internacionais, dos governos e, principalmente, dos diversos movimentos sociais. (ARROYOet al., 2004).Uma proposta educacional que vise a formar a população do campo a partir de suas próprias necessidades e interesses, tendo os mesmos como atores do processo, requer uma atenção específica quanto à sua formulação. É preciso questionar o que se quer com essa proposta, que escola deve ser pensada para a mesma, que objetivos guiarão o percurso da formação, quais os métodos que serão utilizados, de que saberes essa formação é constituída e, ainda, quais conhecimentos sociais são importantes nesse espaço.Não é possível visualizar uma proposta de educação básica do campo que não esteja ligada a um projeto popular de educação e desenvolvimento para o país, ampliando assim, o leque de debates acerca dos problemas existentes no meio rural. É preciso políticas públicas setoriais de combate à exclusão social, ao êxodo rural, ao analfabetismo funcional, à agricultura familiar, à formação do professor, para que a luta por uma educação do campo não caia em medidas meramente paliativas. (NASCIMENTO, 2004).A esse respeito Jesus (2007, p.87) destaca que:
A defesa por um tratamento específico à educação do campo é cada vez mais incisiva e, dois argumentos básicos sustentam-na: o primeiro pauta-se na importância da inclusão da população do campo na política educacional brasileira como condição de construção de um projeto de educação, vinculado a um projeto de desenvolvimento nacional, soberano e justo. O segundo defende que a diversidade dos processos produtivos e culturais que são formadores dos sujeitos humanos e sociais do campo, necessita ser compreendida e considerada na construção do Projeto de Educação do Campo.
A Educação de Jovens e Adultos destinada à população do Campo é uma educação transformadora. Inicia pela garantia do direito à educação e segue na afirmação de um modelo de educação. Por isso que as experiências escolares da EJA Campo são tão intensas. Elas representam a própria experiência da vida, da luta e do desejo de uma aprendizagem para além da transmissão do conhecimento da ciência e da técnica.
Assim, torna-se importante a discussão do processo de (re)construção da história da educação no Brasil; pois a educação, oferecida às populações que moravam no campo, se estabeleceu conforme paradigma da educação rural, ou seja à revelia da política educacional, cuja base de orientação para sua formulação foi a realidade urbana; negando assim, a realidade, modo de vida, cultura e produção do campo; o que possibilitou o campo ser visto como espaço do atraso, da pobreza e o lugar das ausência. Com isso, a educação na área rural era ofertada sem nenhuma condição de dignidade. O que não servia às escolas urbanas e o que destorcia a boa imagem da educação urbana iria para as escolas rurais: isto da carteira escolar ao professor/a que se posicionava contra o poder político local. Sendo assim, a formação dos povos do campo era a de negação de sua identidade, de seu lugar. 
As consequências desse processo histórico ficaram fortemente marcadas com os baixos índices educacionais, a precarização do ensino, instigando no povo a vontade de mudar de vida. A reação a essa realidade é forte e marca a mudança dessa história, buscando afirmar outra condição de vida. São os próprios trabalhadores/as campesinos/as que apresentam a luta a partir de suas experiências. E a primeira afirmação é o campo como lugar de vida, de produção da vida. 
 Afirmar a Educação do campo é, acima de tudo, afirmar o projeto de sociedade e de campo que se quer e se defende e para que sujeitos. E para isso, a educação tem que ir para além da escola, tem que tomar as ruas, a vida das pessoas, construir um conhecimento que busque a inquietação das pessoas, sua indignação da realidade de opressão, exploração e miséria a que está submetida. Esta educação promove processos de mudanças, “A realidade social objetiva não existe por acaso, é produto da ação dos homens e não se transforma por acaso. Os homens são produtores da realidade” (FREIRE, 2005, p. 41). 
 3. ESCOLA DO CAMPO: FORMAÇÃO DOCENTE E CURRÍCULO 
o educador do campo ocupa na comunidade um papel fundamental no fomento à cultura, na formação dos sujeitos e na organização político-social. Os educadores têm a tarefa, como intelectuais da cultura, de promover a formação e socializar o conhecimento. Decorre daí uma grande discussão sobre a especificidade da formação do professor para a atuação em contexto campesino, dada a diversidade do sistema produtivo e a particularidade dos saberes e culturas das comunidades campesinas.
A formação de professores para atuação em escolas campesinasdeve ser concebida abrangendo preocupação com o campo social dos diferentes grupos que lutam pela sobrevivência nesse espaço, ou seja, o conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo, sejam os camponeses, os quilombolas, os indígenas, sejam os diversos tipos de assalariados vinculados à vida e ao trabalho no meio rural.
Busca-se, com essa perspectiva formativa, contribuir para a transformação social, econômica, cultural e educativa, considerando-se a educação como prática social, como um espaço de contradições e sínteses culturais, feito por professores e alunos; contribuir para que professores e alunos assumam um papel de reflexão constante e empenhando-se para o trabalho e seleção do conteúdo de forma compartilhada, vendo-os como produtos históricos e espacialmente construídos e situados. Essa proposta vai de encontro à expectativa de se repensar os cursos de formação, instituídos em contextos distintos, de modo que venham a preparar os professores para que sejam capazes de desenvolver pedagogias contra-hegemônicas e que consigam fortalecer os educandos das escolas do campo ao dar-lhes o conhecimento necessário para poderem funcionar como agentes críticos e transformadores da realidade, pois, como bem argumenta Freire (1997), a escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar os sujeitos capazes de fazer a transformação da sociedade, do mundo, de si mesmos.
A falta de investimento na escola do campo com: nas bibliotecas, acervos variados, laboratórios, dificultam a aprendizagem dos alunos, pois limitam as alternativas para expandir o conhecimento, conhecer novas informações, sem ressaltar que a leitura é algo essencial na vida do ser humano. Esses são alguns dos investimentos que faltam porque são muitas coisas que precisavam de mais atenção e planejamento, mas um dos mais agravantes é com relação à própria educação na questão curricular, ou seja, necessita urgentemente de investimentos que venha a melhorar a qualidade de ensino da educação do campo, começando pela proposta curricular. O método de ensino, calendário que deveria ser diferenciado, podendo assim atender os alunos do campo tanto no contexto educacional, profissional, como cultural, ou seja, respeitando a questão de trabalho, que faz com que muitos cheguem atrasados e faltem dias na principalmente em período de plantio e colheita, onde muitos acabam por optar em trabalhar em vez de estudar e isso poderia ser sanado porque com um calendário agrícola, os alunos estariam dentro de seu cronograma vivencial que se encaixaria com o educacional, não necessitando ocorrer várias faltas, muito menos desistências, porque poderiam ser conciliados os dois, mas infelizmente esse calendário só existe no papel, porque a prática é outra.
O professor que opta por trabalhar no campo deveria ser mais valorizado, porque ele está diante de um grande desafio, a começar por ter que realizar um trabalho com poucos recursos e subsídios, que é a realidade encontrada na maioria das escolas do campo, como poucos livros, internet lenta ou sem internet. Além disso, existe a questão pessoal que é como o caso da vinda para o trabalho, que envolve uma longa distância, porque na maioria das vezes os professores que atuam no campo são da cidade e necessitam se deslocar da cidade para o campo, com isso tem que antecipar suas vidas, acordando mais cedo, almoçando correndo, tudo para que se possa chegar a tempo no trabalho, sem mencionar o gasto financeiro, do deslocamento.
 Os problemas e desafios enfrentados pelos professores fazem com que muitos professores troquem o campo pela cidade. A rotatividade dos professores nas escolas do campo está associada aos fatores de facilidade no dia a dia bem como a comodidade e com isso é mais um ponto em que a educação do campo acaba perdendo e muito, porque assim que o professor começa a se adaptar, a conhecer a realidade dos alunos e da escola, a respeitar os conhecimentos trazidos pelos alunos eles acabam mudando de escola e no próximo ano começa tudo de novo e com isso o professor não cria aquele elo com a escola e nem adquire a concepção de luta por melhorias, porque na primeira oportunidade que tiver vai mudar de escola, por isso acaba não se interessando muitas vezes pelas lutas que envolvem a educação do campo e com isso deixa a desejar, por isso aqueles professores que atuam na escola do campo e que gostam de estar trabalhando nelas, deveriam ser valorizados e muito, principalmente aqueles que têm uma formação relacionada a essa área. 
 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A luta pela Educação do campo é um movimento histórico, pois por meio da educação se estabelece uma ponte do meio rural para o meio urbano. Por isso, a necessidade de adotar medidas cada vez mais fortes para que as lutas do povo do campo não sejam em vão.Portanto, para trabalhar com os alunos do campo é preciso não só ter conhecimentos científicos, mas é preciso conhecer a realidade local, as famílias que lutam por sobrevivência e qualidade de vida. Elaborar projetos para trabalhar com as famílias, a identidade do homem do campo entre outros. Usar metodologias de acordo com a realidade local, buscando resgatar experiências vividas pelo povo e assim fazer da educação algo inovador.
O modelo de desenvolvimento do país é cada vez mais contraditório, onde por um lado a modernização e a tecnificação privilegia poucos e ao mesmo tempo há exclusões, êxodo rural, movimentos sociais pela luta da terra e a Reforma Agrária que são carregados de conflitos e pouco entendidos pela sociedade.
Segundo Arroyo (2006) um projeto de educação do campo tem que incluir uma visão mais rica do conhecimento e da cultura. È preciso que as questões curriculares incorporem saberes do campo, que prepare o homem para a produção e o trabalho, para a emancipação, para a justiça, para a realização plena como ser humano. Neste sentido, não pode separar o tempo da cultura e tempo do conhecimento. Sendo assim, é preciso que a escola do campo crie sua própria identidade, que quando olharmos para a proposta pedagógica possa ver o homem do campo identificado nela, para isso, é importante que a escola esteja mais aproximada da realidade na qual está inserida e mais preparada para dela participar efetivamente.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna. Por uma educação do campo. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
ARROYO, Miguel. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. Petrópolis, 2004.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Da escola rural de emergência à escola de ação comunitária. In: ARROYO, Miguel Gonzalez (org.) Da Escola Carente à Escola Possível. São Paulo, SP: Editora Loyola, 6 edição, março de 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.Diretrizes operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Brasília, DF, 2001.BRASIL. Ministério da Educação. Grupo de Trabalho de Educaçãodo Campo. Referências para uma política nacional de educação do campo. Caderno de Subsídios,Brasília, DF, 2003.
BRASIL. PRONACAMPO. Programa Nacional de Educação do Campo. Ministério da Educação. Brasília, DF: janeiro de 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13214- documento-orientador-do-pronacampo-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 28/09/2019.
BELTRAME, S. A. B. Cenários da Escola do campo. In: FOERSTE, Erineu, MARGIT-SCHUTZ-FOERSTE, Gerda, CALIARI, Rogério. (Orgs.). Educação do Campo. Povos. Territórios. Movimentos sociais. Saberes da Terra. Sustentabilidade. Espírito Santo: UFES, 2009.
CALDART, Roseli Salete. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In: ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna (Org.). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 147-158. CALDART, Roseli Salete. A escola do campo em movimento. Currículo sem Fronteiras, v. 3, n. 1, p. 60-81, jan./jun. 2003.
CALDRT, R. S. Sobre educação do campo.In: FOERSTE, Erineu, MARGIT-SCHUTZ-FOERSTE, Gerda, CALIARI,Rogério. (Orgs.) Educação do Campo. Povos. Territórios. Movimentos sociais. Saberes da Terra. Sustentabilidade. Espírito Santo: UFES, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
JESUS, Janinha Gerke de. Saberes e formação dos professores na pedagogia da alternância. Vitória, 2007. 229f. Dissertação (Mestrado em Educação). Centro de Educação. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória –ES.
KNOPF, J. F. et al. Itinerante: A escola dos sem terra: trajetórias e significados. Setor de Educação (MST/PR) & Secretaria de Estado de Educação do Paraná/ Departamento da Diversidade – Coordenação de Educação do Campo.Curitiba - PR. Ano II. N.3 – Abril de 2009. (Coleção Cadernos da Escola Itinerante – MST)
______. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de 2002. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do Campo. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 9 abr. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012002.pdf>. Acesso em: 29 setembro. 2019.
NASCIMENTO, Maria Isabel M. A Primeira Escola de professores dos Campos Gerais-PR, Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP- Faculdade de Educação, 2004.
PACHECO, Lucy; PIOVESAN, Juliane. Educação do Campo: Desafios e Perspectivas para a formação docente. Revista de Ciências Humanas. v. 15, n. 24, p. 47-59, jul. 2014. Disponível em: http://www.revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/viewFile/1378/1726 Acesso em: 28/09/2019.

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