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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP PRYSCILA ALVES DE FRANCA ATUAÇÃO POLICIAL FRENTE À PROTEÇÃO DE GRUPOS VULNERÁVEIS Projeto de Pesquisa a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Prática de Pesquisa em Segurança Pública. TUTORA/ORIENTADORA: Alessandra Favero Del Vecchio RECIFE ABRIL de 2020 SUMÁRIO 1. Introdução………….............................................................................................................03 2. Objetivos……………………………….........................................................................…..04 2.1Objetivo Geral……………………………………………………………………………..04 2.2Objetivo Específicos………………………………………………………………………04 3. Justificativa………………………………...........................................................................04 4. Revisão Teórica…………………………………………………………………………….06 5. Metodologia...............................................................................................………………...08 6. Cronograma...............................................................................................................………08 7. Referências…………………………………………………………………………………09 3 1. INTRODUÇÃO No Brasil do século XXI, a vulnerabilidade social ainda é um problema muito grave uma situação que precisa ser resolvida, no entanto parte das políticas públicas, destinadas para resolver o problema da vulnerabilidade ainda não são suficientes. Não é fácil promover para os grupos que estão em vulnerabilidades social, situações que garantam melhorias. A situação envolve várias questões socioeconômicas e politicas também. É uma questão de segurança pública também quando a garantia dos direitos dos grupos vulneráveis não é exercida pelo Estado. Nobre e Barreira (2008, p. 139) destacam que: “a função policial está para além da necessidade de repressão à criminalidade, voltando-se não só à defesa da cidadania e à proteção dos direitos humanos, mas também à construção desses direitos”. Sendo assim a atuação policial na proteção de grupos vulneráveis é um trabalho que vai além da repressão ou prevenção da criminalidade, é um trabalho que passa pela garantia e construção dos direitos desta população em serem cidadãos, em desfrutar do direito a cidadania plena. Refletir sobre atuação policial na garantia dos direitos dos grupos que estão em situação de vulnerabilidade é trazer para o debate e dar visibilidade as ações que estão sendo feitas enquanto políticas de segurança pública para dar segurança e qualidade de vida para esta camada da sociedade. Debater a proteção e os direitos desses grupos vulneráveis é o caminho que os profissionais da segurança tem realizado. Algumas ações foram criadas e efetivadas de maneira positiva colocando em práticas experiências que promoveram e continuando promovendo a segurança de grupos vulneráveis. Nobre e Barreira (2008) destacam que: Uma das experiências de práticas de aproximação da polícia com os grupos vulneráveis e com os movimentos sociais, no Brasil, deu-se, explicitamente, com a criação de Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAMs). Com essa ação, resultado da luta do movimento feminista contra a violência de gênero, as delegacias especializadas passaram a ser responsáveis pelo registro e apuração de crimes contra a mulher, pelo seu enfrentamento e prevenção, representando, assim, o início da desnaturalização e do controle dessa ação violenta, que passou, então, a ser considerada como um problema de interesse público. (NOBRE, BARREIRA, 2008, p. 140) A criação da delegacia da mulher constituiu-se em uma prática de proteção a uma parcela que faz parte destes grupos vulneráveis, essa criação foi fruto de uma parceria entre polícia e movimentos sociais, no entanto para que políticas públicas surtam efeito e garantam o direito destes grupos é necessário que esse trabalho seja feito de forma contínua. Não seja 4 um trabalho assistencialista mas um projeto, uma política pública que garantam que esses grupos possam ser protagonistas de suas histórias de vida. Durante algum tempo os debates travados na segurança pública estavam relacionados ao combate a criminalidade através da força policial, após um período de transformações dentro das próprias corporações policiais passou-se a defender uma polícia cidadã, que trabalhe com base nos direitos humanos. Como afirma Toigo e Félix (2004, p. 04) “a partir da década de 1990 as instituições policiais procuraram estabelecer um novo paradigma, buscar sua identidade enquanto uma polícia cidadã”. Essa procura refletiu em uma polícia hoje que trabalha para o cidadão com o cidadão. 2. OBJETIVOS O presente projeto de pesquisa tem o intuito de trazer para o debate a importância da atuação policial frente a proteção de grupos vulneráveis. Para o desenvolvimento do projeto foram constituídos objetivos que contribuem com o debate e aprofundamento da discussão. 2.1 Objetivo Geral Compreender a importância da atuação policial na proteção dos grupos vulneráveis. 2.2 Objetivos Específicos Especificar a atuação policial frente a proteção dos grupos vulneráveis. Constatar de que maneira a atuação policial garante os direitos dos grupos vulneráveis. Conceituar grupos vulneráveis. 3. JUSTIFICATIVA Ao constatar que uma atuação policial positiva frente aos grupos vulneráveis pode significar a garantia dos direitos destes cidadãos, que muitas vezes vivem a margem da sociedade, buscamos trazer para o presente projeto de pequisa a reflexão e a discussão sobre a importância do trabalho dos profissionais de segurança pública enquanto agentes e promotores de ações que possibilitem segurança para aqueles que fazem partem destes grupos vulneráveis. 5 Para Cerqueira, Júnior e Ferreira (2014) em seu artigo “O Desafio da Segurança Pública no Brasil” um fator foi primordial para que mudanças positivas fossem efetivadas. Gradativamente, houve um reconhecimento que políticas efetivas iam muito além de simplesmente disponibilizar policial e viaturas nas ruas, mas careciam de diagnósti- cos precisos e ações preventivas, que levassem em conta não apenas as dinâmicas territoriais, mas a compreensão dos fatores circunstanciais e sociais, bem como dos elementos criminogênicos que facilitariam o crime. (CERQUEIRA, JÚNIOR, FERREIRA, 2014, p. 381) Sendo assim, investimento na área de segurança pública precisam ser contínuos e ter como base para suas politicas estudos, pesquisas diagnósticos que ajudassem os profissionais de segurança pública a pensarem e construírem possibilidades para a prevenção da criminalidade. Em relação aos grupos em vulnerabilidade social essas ações precisam ser imediatas e produzirem resultados. Este é um dos maiores desafio da segurança pública, passou a ser o objeto de estudo de pesquisas que comprovaram que os resultados positivos do trabalho policial acontecem quando os policiais estão preparados e aparelhados para trabalharem da melhor forma possível. Pesquisas realizadas nos últimos anos, pelo Ipea e por outros órgãos, apontam que a distribuição da ocorrência de crimes violentos não se dá de forma aleatória na socie- dade. Existem grupos com características etárias, raciais, de gênero e classe que es- tão mais expostos à violência, bem como municípios e mesmo regiões com determi- nados atributos urbanos e econômicos que levam à maior concentração dos proble- mas de segurança pública.(CERQUEIRA, JÚNIOR, FERREIRA, 2014, p. 382) Dessa forma a atuação da polícia frente a proteção desses grupos vulneráveis precisa ser feita de forma a garantir segurança, respeito e cidadania. Não com projetos paliativos, pontuais mas com politicas públicas efetivas. Nos dias atuais muitossão os problemas socioeconômicos que o Brasil enfrenta, vivemos em uma democracia porém os direitos básicos são negados a grande parte da sociedade brasileira. Pesquisas do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (2017), mostram que o trabalho policial baseado na prevenção e mediação de conflitos nos últimos anos têm ajudado a combater a criminalidade e a dar segurança para os grupos vulneráveis como as mulheres, jovens e negros. No entanto, estes dados ainda nos mostram o quanto ainda é preciso avançar na garantia de direitos para aqueles que estão nestes grupos de vulnerabilidades. Jovens negros ainda são a maioria das mortes entre a juventude brasileira, o feminicídio no Brasil ainda apresenta índices alarmantes. 6 Para combater essa realidade tão injusta e violenta é preciso um trabalho por parte dos órgãos competentes baseadas em políticas públicas de qualidade que não excluam ainda mais aqueles indivíduos que fazem parte dos grupos em vulnerabilidades. Leis, projetos e ações desenvolvidas pela segurança pública precisam garantir a todos os cidadãos o direito a segurança, o direito a vida. Estes direitos são garantidos na Constituição Federal Brasileira de 1988, na verdade eles precisam ser respeitados pelo Estado. 4. REVISÃO TEÓRICA A fundamentação teórica para este projeto de pesquisa tomou como base alguns documentos oficias, resultados de pesquisas de institutos que trabalham com o tema também foram utilizados como aporte teórico para fundamentar as ideias aqui presentes. Para refletir sobre os grupos vulneráveis em nossa sociedade e o papel da polícia enquanto sujeito que trabalha para garantir os direitos desses grupos, passou-se pela reflexão que vai além do trabalho da polícia enquanto combatente ao crime. Passa pela análise da policia enquanto parte integrante do movimento que ajuda a criar e efetivar meios que reverberem em ações positivas para a sociedade como um todo. Ações da segurança pública como a criação de delegacias especializadas, formação e capacitação dos profissionais da segurança foram eventos que contribuíram de forma positiva para diminuir alguns índices de violência. Os pesquisadores Cerqueira, Júnior e Ferreira (2014, p.383) afirmam que: “Uma observação empírica da vitimização violenta no Brasil nos mostra um desconcertante padrão de regularidade estatística, em que os grupos sociais direta- mente mais afetados são as mulheres, os negros e os jovens”. Estes grupos fazem parte dos grupos em que a polícia tem trabalhado para ajudar. A criação e a efetivação de algumas ações como do estado de Pernambuco tiveram resultados positivos. Os chamados grupos de trabalhos foram criados dentro da PMPE. Um exemplo foi o “Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Institucional da PMPE foi criado por meio da Portaria do Comando-Geral nº 1.255, de 10 de novembro de 2009, publicada no Boletim Geral nº 211, de 20 de novembro de 2009”. (PERNAMBUCO, 2020). Com essa medida a PMPE passou a realizar palestras em escolas, a oferecer cursos sobre a temática étnico-racial para seus policiais, com a criação desse GT passou a trabalhar com a prevenção estabelecendo o diálogo e a informação como caminhos para a atuação da polícia a 7 frente de grupos vulneráveis. Já que pesquisas mostram que Pernambuco tem um alto índice de mortes de jovens negros. Trad (2016, p.41) afirma que “as interações cotidianas entre os agentes de segurança pública e as comunidades são perpassadas por tensões recíprocas, cujas bases estão fundadas, em geral, na figuração social polícia comunidade”. Esta figuração precisa ser fortalecida, pois a polícia está muitas vezes onde outros serviços públicos não estão. A invisibilidade que muitos indivíduos que fazem parte de grupos vulneráveis sofrem estabelecem uma realidade de violência continua, que em alguns casos ações das policias civis e militares é que conseguem quebrar este círculo de violência. Conceituar quem são os grupos vulneráveis se faz necessário para que a compreensão sobre o tema proposto neste projeto seja melhor compreendido. De acordo com Beltrão (2014, p. 13) “a noção de vulnerabilidade leva-nos rapidamente a falar de igualdade, porque nem todos temos a mesma capacidade de resistência, porque nem todos somos igualmente vulneráveis, porque podemos identificar facilmente características que tornam algumas pessoas grupos, mais vulneráveis do que outros”. A partir desta noção colocamos dentro dos grupos vulneráveis aqueles que comumente em nossa sociedade vivem em situações de violências e de negação de direitos que é o caso de crianças, mulheres, idosos, portadores de deficiência, população LGBT, a população de afrodescendentes, pessoas em situação de rua, etc. Para estes grupos e outros contar com o apoio e trabalho de uma polícia cidadã, que garanta o exercício da sua cidadania é um fator importante para enfrentar as diversidades. As ocorrências que a polícia atende em seu cotidiano de trabalho muitas vezes envolvem pessoas vulneráveis que são vítimas de crimes violentos ou não, mas que nem sempre possuem apoio familiar ou de outras redes de proteção. Para atender melhor estas vítimas, algumas corporações policiais em diferentes estados brasileiros vem investido na capacitação dos policias. Rodrigues (2010, p. 78) destaca que: “a formação do policial militar deve estar intimamente ligada à sociedade para que ele possa compreender a sua forma de organização e as características sociopolíticas e culturais da comunidade em que deverá atuar”. Formar policiais que compreendam o valor e a importância do seu trabalho é primordial para que atuem de maneira ética quando estiverem frente a proteção dos grupos vulneráveis. Refletir sobre a atuação policial frente aos grupos vulneráveis é propor uma reflexão sobre segurança pública em um âmbito onde as discussões sobre cidadania, direitos humanos sejam fortalecidas para que a polícia possa desempenhar seu papel e garantir a aqueles que são invisibilizados pelo sistema possam ter voz em nossa sociedade. 8 5. METODOLOGIA O presente projeto de pesquisa é fruto de um levantamento bibliográfico que também utilizou o método dedutivo para compreender a importância da atuação policial na proteção dos grupos vulneráveis. De acordo com Gil (2008): O método dedutivo, de acordo com a acepção clássica, é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. (GIL, 2008, p. 28) A pesquisa realizada teve como base o método dedutivo pois a intenção foi realizar uma reflexão sobre os trabalhos e pesquisas já realizados sobre o tema e propor novas reflexões, fomentar novas questões a serem respondidas. Foi realizado um levantamento bibliográfico em bases online de pesquisas. Este tipo de pesquisa é importante pois contribui para a discussão da realidade, levanta hipóteses sobre temas que fazem parte do cotidiano e que necessitam de vários olhares. Chizzotti (2010:11) coloca que para atividade da pesquisa O investigador recorre à observação e à reflexão que faz sobre os problemas que enfrenta, e à experiência passada e atual dos homens na solução destes problemas, a fim de munir-se dos instrumentos mais adequados à sua ação e intervir no seu mundo para construí-lo adequado à sua vida.(CHIZZOTTI, 2010, p.11) Sendo assim recorremos a reflexão de obras de autores como: Nobre e Barreira (2008), Rodrigues (2010), Trad (2016), Beltrão (2014). Buscamos construir para o projeto um arcabouço teórico que fundamentasse nossa pesquisa bibliográfica a partir de reflexões descritivassobre o tema proposto. 6. CRONOGRAMA PERÍODO AÇÕES MARÇO Escolha do tema Levantamento bibliográfico Escrita do projeto 9 ABRIL Escrita do projeto Entrega e revisão do projeto 7. REFERÊNCIAS BELTRÃO, Jane Felipe. Direitos Humanos dos Grupos Vulneráveis. Rede de direitos Humanos e Edcuação Superior. Universitat Pompeu Fabra Barcelona, 2014. CERQUEIRA, Daniel Ricardo de Castro. JÚNIOR, Almir de Oliveira. FERREIRA, Hélder Rogério Sant´ana. O Desafio da Segurança Pública no Brasil. Brasil em desenvolvimento 2014: estado, planejamento e políticas públicas / [editores: Leonardo Monteiro Monastério, Marcelo Cortês Neri, Sergei Suarez Dillon Soares]. – Brasília: Ipea, 2014. CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 11ed. - São Paulo: Cortez, 2010. DASDH. Diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos. Grupos de trabalho de enfrentamento ao Racismo Institucional. Polícia Militar de Pernambuco. Disponível em: portais.pe.gov.br. Acesso em 13 de abril de 2020. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008. IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Grupos mais vulneráveis tiveram maior alta no desenvolvimento humano municipal. Disponível em https://www.ipea.gov.br/portal/ de maio de 2017. Acesso em 13 de abril de 2020. NOBRE, Maria Teresa. BARREIRA, César. Controle social e mediação de conflitos: as delegacias da mulher e a violência doméstica. Sociologias, Porto Alegre, ano 10, nº 20, jul./dez. 2008, p. 138-163 DOSSIÊ. RODRIGUES, Marcus Paulo Ruffeil. Gestão da Polícia Militar: a cultura institucional como agente limitador da construção de uma polícia cidadã. Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional Executivo em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro março de 2010. TRAD, Leny Alves Bomfim. Segurança Pública e Questões Raciais: Abordagem Policial na Perspectiva de Policiais Militares e Jovens Negros. Direitos humanos, grupos vulneráveis e segurança pública. Organização: Ana Carolina Cambreses Pareschi, Cíntia Liara Engel, Gustavo Camilo Baptista. Ministério da Justiça e Cidadania, Secretaria Nacional de Segurança Pública 2016. TOIGO, Marceu Dornelles. FELIX, Sueli Andruccioli. Polícia e comunidade: conflitos e concessos. VIII Congresso Luso-Afrobrasileiro de ciências sociais. A questão social no novo milênio. Coimbra, setembro de 2004. Disponível: http://www,ces.uc.pt/LAB2004.
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