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Unidade I METROLOGIA INDUSTRIAL Prof. Winston Gonçalves Medir Um mundo sem medidas: Figura 01: Representação do teorema de Pitágoras (fonte: Própria Autoria) 2 2 2 1 2 CCh História das medidas – primeiras citações de medidas Arca de Noé, citada na Bíblia (Gênesis, 6, v14) e no Alcorão (Surata de Noé – 29): “[...] Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. [...]” (Gênesis, 6:14,15). Figura 02: Representação do côvado e palmo (fonte: livro-texto) História das medidas – Egito e Mesopotâmia Côvado (~49,7 cm). Grão (~2,5 mm). Dedo (~1,5 cm). Pé (~33,3 cm). Haste (~6 m). Cordão (~60 m). Cabo (~360 m) Légua (~10,8 km) Figura 03: Representação do cúbito (fonte: livro-texto) Grão (~0,05 g). Siclo (~9 g). Mina (~497 g). Tigela (~1 l). Vaso (~10 l). Cesto (~60 l). História das medidas – sistema inglês O Myanmar, a Libéria e os Estados Unidos da América são os países que ainda adotam o sistema inglês de medidas. Figura 04: Representação da jarda (fonte: livro-texto) Figura 05: Representação da polegada (fonte: livro-texto) Figura 06: Representação da medida de pés (fonte: livro-texto) História das medidas – sistema métrico Um metro é a “décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre”. “[...] comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 partes do segundos [...]” (Resolução 3 de 1984, Inmetro). Figura 07: Mapa Múndi, com a representação do Equador e do Meridiano de Greenwich (fonte: livro-texto) Demais medidas Massa: medida relativa referente à quantidade de matéria existente em um corpo. Tempo: medida cronológica. “Um segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação à transição de um elétron entre os dois níveis do estado fundamental do átomo de césio 133.” Temperatura: na termodinâmica corresponde ao grau de agitação das moléculas. Interatividade Qual o sistema de medidas utilizado no projeto da Arca de Noé, segundo a Bíblia? “[...] Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira a farás: De trezentos __________ o comprimento da arca, e de cinquenta __________ a sua largura, e de trinta __________ a sua altura [...]. (Gênesis, 6:14,15) a) Metros. b) Cúbitos. c) Côvados. d) Polegadas. e) Jardas. Resposta Qual o sistema de medidas utilizado no projeto da Arca de Noé, segundo a Bíblia? “[...] Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira a farás: De trezentos __________ o comprimento da arca, e de cinquenta __________ a sua largura, e de trinta __________ a sua altura [...]. (Gênesis, 6:14,15) a) Metros. b) Cúbitos. c) Côvados. d) Polegadas. e) Jardas. Confiabilidade das medidas – erros É a diferença entre o valor de uma grandeza e um valor de referência. Na equação abaixo: E = erro de medição I = indicação VV = valor verdadeiro Na prática, o valor “verdadeiro” é desconhecido. Usa-se, então, o valor verdadeiro convencional. E = erro de medição I = indicação VVC = valor verdadeiro convencional VVIE VVCIE Confiabilidade das medidas – tendência (Td) É o mesmo que erro sistemático. Consiste em uma sequência de erros repetitivos, variando de maneiras previstas. Td = tendência do instrumento de medição Es = erro de medição MI = média das medições VVC = valor verdadeiro convencional VVCMIET sd Confiabilidade das medidas – erros aleatórios Figura 08: Representação do erro de paralaxe. Enquanto a leitura correta (olho do meio) é de 2,4; o olho posicionado na posição superior da figura lê 2,2 e o olho posicionado na posição inferior lê 2,5 (fonte: livro-texto) MIIiEai Figura 09: Representação em alvo e em gráfico Gaussiano de exatidão e precisão (fonte: livro-texto) Gráfico – curva de Gauss 2 5,0 2 1 )( iX exf Figura 10: Curva de Gauss e seus percentuais de probabilidade de dados serem encontrados dentro desse intervalo – desvios padrões (fonte: livro-texto) N.º de graus de liberdade ν Nível de probabilidade, ρ (*) 68,27% 90% 95% 95,45% 99% 99,73% 1 1,837 6,314 12,71 13,97 63,66 235,8 5 1,111 2,015 2,571 2,649 4,032 5,507 25 1,020 1,708 2,060 2,105 2,787 3,330 30 1,017 1,697 2,042 2,087 2,750 3,270 40 1,013 1,684 2,021 2,064 2,704 3,199 50 1,010 1,676 2,009 2,051 2,678 3,157 100 1,005 1,660 1,984 2,025 2,626 3,077 ∞ 1,000 1,645 1,960 2,000 2,576 3,000 Tabela 01: Coeficientes de Student e fator de abrangência (fonte: livro-texto) Repetibilidade A repetitividade define a faixa dentro da qual, para uma dada probabilidade, o erro aleatório é esperado. Medida de bloco padrão de 15,00 mm em paquímetro de resolução 0,02 mm (95% confiabilidade). Média = 15,002353 mm e desvio-padrão de 0,021 mm. tRe n R TMIRM ed Teste Medida (mm) Teste Medida (mm) Teste Medida (mm) 1 15,02 7 14,98 13 15,04 2 15,02 8 14,96 14 14,98 3 15,00 9 15,02 15 15,00 4 14,98 10 15,00 16 15,00 5 15,00 11 15,02 17 15,02 6 15,02 12 14,98 mmVVCMIET sd 00,000,1500,15 0424,002,012,2 tRe 0097,000,15 17 04,0 00,000,15 n R TMIRM ed Incerteza A palavra “incerteza” significa dúvida. De forma geral, “incerteza de medição” significa a dúvida sobre o resultado da medição. É usual definir incerteza como sendo um parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores fundamentalmente atribuídos ao mensurando. Figura 11: Adaptação do quadro “O grito”, pintura do norueguês Edvard Munch, 1893, para “Os Simpsons”, representando agora a incerteza de medidas para os diversos projetos mecânicos (fonte: http://wisdomquarterly.blogspot.com.br/2008/10/hells-niraya- unhappy.html) Incerteza “Parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos à mensurada. Este parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio-padrão (ou um dado múltiplo dele), ou a metade de um intervalo correspondente a um dado nível de confiança. A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes componentes podem ser estimados, com base na distribuição estatística dos resultados da série de medições e podem ser caracterizados pelo desvio-padrão experimentais. Os outros componentes, que também podem ser caracterizados por desvios padrões, são avaliados a partir da distribuição de probabilidades assumida, com base na experiência ou noutras informações. Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor da mensurada, e que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os componentes associados às correções e aos padrões de referência, contribuem para a dispersão” (INMETRO, 2009). Incerteza tipo A – incerteza padrão Considera apenas fatores estatísticos, podendo ser baseada em qualquer método de tratamento de dados, como desvio- padrão da média de observações independentes, métodos dos mínimos quadrados para ajustar uma curva aos dados, análise de variância (ANOVA) para identificar e quantificar efeitos aleatórios em certos tipos de medidas. n qis uIA )( Exemplo de incerteza tipo A Calcule a incerteza padrão (tipo A) de um micrômetro, em que foi utilizado um bloco padrão de 18,000 mm de comprimento nominal, em temperatura de 25 ºC ± 5 ºC. Teste Medidas (mm) 1 18,008 2 17,996 3 17,998 4 18,004 5 18,006 6 17,995 7 18,012 8 18,000 9 17,999 10 18,003 mmm n qis u mmqqi n qis mm n Xi X n i n i 7,10017,0 )( 00549,0)( 1 1 )( 002,18 2 1 1 Incerteza tipo B Estimativa da incerteza a partir de um julgamento científico, com base em todas as informações relevantes disponíveis sobre o instrumento e o processo de medição. Incluem nessas medidas: Dados de medições prévias. Experiências e conhecimento geral do comportamento e da propriedade de materiais e instrumentos relevantes. Especificação do fabricante. Dados fornecidos em certificados de calibrações ou outros certificados. Incertezas relacionadas aos dados de referências extraídos de manuais. Exemplo de incerteza tipo B Calcule a incerteza tipo B de um micrômetro, em que foi utilizado um bloco padrão de 18,000 mm de comprimento nominal, em temperatura de 25 ºC ± 5 ºC. Teste Medidas (mm) 1 18,008 2 17,996 3 17,998 4 18,004 5 18,006 6 17,995 7 18,012 8 18,000 9 17,999 10 18,003 A incerteza tipo A (uIA) = 0,0017 mm = 1,7 µm. A incerteza da calibração (uIC) é baseada em dados obtidos no certificado de calibração do micrômetro, que informa que a resolução de 1 µm e U95% é 0,0025 mm, para um fator de abrangência k = 2,1 (nível de confiança de 95% e grau de liberdade estimado). A incerteza da resolução (uIR) é um erro devido ao truncamento numérico, sendo que seu efeito é aleatório e calcula-se pelos seus limites máximos possíveis (distribuição retangular). A incerteza por variação térmica (uIT) é a variação do comprimento do bloco padrão em relação à variação da temperatura ambiental. O bloco padrão é feito em aço, cujo α = 11,5 µm/m ºC. mmm k U uIC 2,10012,0 1,2 0025,0%95 m mres uIR 29,0 32 1 32 . mCCmmmtLLuIT 035,1º5*º5,11018,0 11 Incerteza combinada É calculada considerando diversos cálculos de incerteza de medição. É a raiz quadrada da soma dos quadrados dos termos, sendo estes as variâncias (não correlacionadas) ou covariância (correlacionadas) dessas grandezas ponderadas de acordo com a variação do resultado da medição com mudança de grandezas. n i i i c xu x f u 1 2 2 2 n i ic xuu 1 22 n i j n j i ji c xxu x f x f u 1 1 2 ),( Exemplo de incerteza combinada Calcule a incerteza combinada de um micrômetro, em que foi utilizado um bloco padrão de 18,000 mm de comprimento nominal, em temperatura de 25 ºC ± 5 ºC. Teste Medidas (mm) 1 18,008 2 17,996 3 17,998 4 18,004 5 18,006 6 17,995 7 18,012 8 18,000 9 17,999 10 18,003 mu uuuuu c ITIRICIAc 39,2)035,1()29,0()2,1()7,1( 2222 2222 Incerteza expandida É a incerteza que define um intervalo sobre um resultado de medição, em que o valor mensurado pode ser confirmado com a confiança adequada. Calcula-se multiplicando a incerteza combinada com um fator de abrangência k. kuU c n i i i c u u 1 4 4 Exemplo de incerteza expandida Calcule a incerteza expandida com nível de confiança de 95% de um micrômetro, em que foi utilizado um bloco padrão de 18,000 mm de comprimento nominal, em temperatura de 25 ºC ± 5 ºC. Teste Medidas (mm) 1 18,008 2 17,996 3 17,998 4 18,004 5 18,006 6 17,995 7 18,012 8 18,000 9 17,999 10 18,003 Nº de graus de liberdade ν ρ (*) 95% 1 12,71 5 2,571 25 2,060 30 2,042 40 2,021 50 2,009 100 1,984 ∞ 1,960 9,25 035,129,02,1 10 7,1 )39,2( 4444 4 4 1 4 i u u in i c mU ukU c 8,439,2*06,2 *%95 Interatividade Qual a incerteza que analisa considerando apenas fatores estatísticos? a) Incerteza tipo A. b) Incerteza tipo B. c) Incerteza tipo C. d) Incerteza combinada. e) Incerteza expandida. Resposta Qual a incerteza que analisa considerando apenas fatores estatísticos? a) Incerteza tipo A. b) Incerteza tipo B. c) Incerteza tipo C. d) Incerteza combinada. e) Incerteza expandida. Instrumentos de medidas – escala (régua) Figura 12: Escala/régua em polímero (fonte: livro-texto) Figura 13: Escala/régua em metal (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – paquímetro Figura 14: Paquímetro analógico (fonte: livro-texto) Figura 15: Partes do paquímetro (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – micrômetro Figura 16: Micrômetro analógico (fonte: livro-texto) Figura 17: Partes do paquímetro (fonte: livro-texto) Leitura do micrômetro Figura 18: Leitura de 5,00 mm (fonte: livro-texto) Figura 19: Leitura de 5,94 mm (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – relógio comparador Figura 20: Relógio comparador analógico (fonte: livro-texto) Figura 21: Partes de um relógio comparador (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – projetor de perfil Figura 22: Projetor de perfil bidimensional (fonte: livro-texto) Figura 23: Projetor de perfil estilo microscópio (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – demais instrumentos Figura 24: Microscópio óptico (fonte: livro-texto) Figura 25: Teodolito (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – demais instrumentos Figura 26: Goniômetro (fonte: livro-texto) Figura 27: Balança (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – projetor de perfil Figura 28: Termômetro (fonte: livro-texto) Figura 29: Durômetro (fonte: livro-texto) Instrumentos de medidas – demais instrumentos Figura 30: Piezômetro (fonte: livro-texto) Figura 31: Multímetro (fonte: livro-texto) Figura 32: Proveta e erlenmeyer (fonte: livro-texto) Figura 33: Espectrofotômetro (fonte: livro-texto) Interatividade Qual o instrumento de medida mais adequado para fazer medição de uma peça que tenha medida de 1,17 mm? a) Paquímetro. b) Multímetro. c) Micrômetro. d) Relógio comparador. e) Proveta. Resposta Qual o instrumento de medida mais adequado para fazer medição de uma peça que tenha medida de 1,17 mm? a) Paquímetro. b) Multímetro. c) Micrômetro. d) Relógio comparador. e) Proveta. Calibração dos instrumentos Calibrar, segundo o Inmetro: “[...] conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.” Calibração Tipos de calibração: Calibração direta. Calibração indireta. Certificado de calibração. Rastreabilidade metrológica. Avaliação de conformidade. Acreditação dos laboratórios. Interatividade A prefeitura de um município contratou uma empresa especializada para realizar a calibração de radares de algumas avenidas. Qual é o tipo de calibração que a empresa deverá fazer nesses radares? a) Periódica. b) Preventiva. c) Direta. d) Indireta. e) Peditiva. Resposta A prefeitura de um município contratou uma empresa especializada para realizar a calibração de radares de algumas avenidas. Qual é o tipo de calibração que a empresa deverá fazer nesses radares? a) Periódica. b) Preventiva. c) Direta. d) Indireta. e) Peditiva. ATÉ A PRÓXIMA!
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