Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FENÔMENOS DE TRANSPORTE Aula 1 Profa. Iara Prof. Simões Prof. Ricardo Prof. Fábio MOVIMENTO DE UM FLUIDO A análise cinética dos fluidos baseia-se na classificação das propriedades e do regime de escoamento do fluido em questão. Fluido Viscosidade Ideal Real Massa específica Incompressível Compressível MOVIMENTO DE UM FLUIDO A análise cinética dos fluidos baseia-se na classificação das propriedades e do regime de escoamento do fluido em questão. Fluido Movimento Permanente (estacionário) Variado (não estacionário) Escoamento Laminar Turbulento MOVIMENTO DE UM FLUIDO Reservatório de grandes dimensões com descarga de fluido em movimento permanente. Reservatório com descarga de fluido em movimento variado. EXPERIMENTO DE REYNOLDS (1883) Laminar Transição Turbulento REGIME DE ESCOAMENTO Comportamento da velocidade do fluido em função do tempo. NÚMERO DE REYNOLDS Durante seus estudos sobre a transição entre os regimes de escoamentos laminar e turbulento Osborne Reynolds descobriu o parâmetro que permite determinar o regime de escoamento. Esse parâmetro é conhecido como número de Reynolds (Re): onde: ρ é massa específica do fluido; v é a velocidade média de escoamento do fluido; L é um comprimento característico da geometria de escoamento; µ é a viscosidade dinâmica do fluido; e n é a viscosidade cinemática do fluido. n = = LvLv Re NÚMERO DE REYNOLDS Pode-se estimar se as forças viscosas são ou não desprezíveis em relação aos efeitos inerciais por meio do cálculo do número de Reynolds. ▪ Re alto → os efeitos viscosos são pequenos em relação aos efeitos inerciais. ▪ Re pequeno → os efeitos viscosos são dominantes e é possível desprezar os efeitos da inércia. Ou seja: e força de inércia R força de atrito viscoso = NÚMERO DE REYNOLDS Para escoamentos em tubos, em condições normais, o número de Reynolds indica se o escoamento será laminar ou turbulento: • Re ≤ 2000 → escoamento laminar; • 2000 < Re < 2400 → escoamento de transição; • Re ≥ 2400 → escoamento turbulento; TENSÃO DE CISALHAMENTO Considerando uma superfície de área A submetida à ação de uma força, define-se: ▪ Pressão (P): ▪ Tensão de Cisalhamento (𝜏): nFP A = tF A = Superfície de área A submetida a uma força normal à superfície Fn e a uma força tangencial à superfície Ft TENSÃO DE CISALHAMENTO ▪ Fluido inicialmente em repouso entre placas; ▪ Força tangencial (Ft) aplicada sobre a placa superior; ▪ Placa arrastada ao longo do fluido com velocidade v. TENSÃO DE CISALHAMENTO ▪ Tensão de Cisalhamento – Definição: Razão entre o módulo da Ft e à área submetida à ação dessa força. ▪ Sob a influência da Tensão de Cisalhamento, um elemento de volume sobre uma deformação contínua. ▪ Para fluidos newtonianos em regime de escoamento laminar: a constante de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação (dv/dy) é a viscosidade dinâmica (ou absoluta), µ. dv dy = : Viscosidade Dinâmica (Absoluta) v: Velocidade da Placa y: Altura da camada do fluido FLUIDOS NEWTONIANOS ▪ Essa equação é conhecida como lei de Newton da viscosidade e é aplicada para escoamentos laminares.. ▪ Fluidos newtonianos são fluidos cuja tensão de cisalhamento é linearmente proporcional à taxa de deformação, e são chamados assim em homenagem a Isaac Newton, que estudou a resistência ao movimento dos fluidos em 1687. ▪ Se a viscosidade dinâmica for constante, o fluido é newtoniano. Já se a viscosidade dinâmica não for constante o fluido é classificado como não newtoniano. dv dy = VISCOSIDADE CINEMÁTICA ▪ A razão entre a viscosidade dinâmica (µ) e a massa específica (ρ) é definida como sendo a viscosidade cinemática (𝜈) do fluido. ▪ Assim, a tensão de cisalhamento pode ser reescrita como sendo: = = n dv dy VISCOSIDADE ▪ depende do fluido, temperatura e pressão. ▪ Unidades para no SI (MLT e FLT) e no sistema CGS (FLT): . Sistema Viscosidade dinâmica () SI (MLT) kg/m.s SI (FLT) N.s/m² = Pa.s (Pa é pascal) CGS (FLT) dina.s/cm² = P (poise) ▪ Unidades para n no SI e no sistema CGS: Sistema Viscosidade cinemática (n) SI m²/s CGS cm²/s = St (stoke) EXEMPLO 1 Em um arranjo, colocam-se duas placas planas, horizontais e paralelas, separadas por 2 mm. Na região entre essas placas, existe um fluido cuja viscosidade dinâmica vale 0,29 Pa.s. A placa superior inicia o deslocamento, enquanto a placa inferior é mantida fixa. Se a velocidade da placa superior for de 5 m/s, determine a tensão de cisalhamento que atuará no fluido. Solução: ▪ Para determinar a tensão de cisalhamento : ▪ Distribuição linear de velocidades. A taxa de deformação é: 0 0 v - vdv Δv v - 0 v = = = = dy Δy y - y y - 0 y -3 3 dv v 5 m/s 5 m 1 = μ = μ = 0,29 Pa s 0,29 Pa s dy y 2x10 m 2x10 s m− = dv dy = 725 Pa = EXEMPLO 1 EXERCÍCIO 1 – MÓDULO 1 – DISCIPLINA ONLINE Para um escoamento sobre uma placa, a variação vertical de velocidade v com a distância y na direção normal à placa é dada por v(y) = ay - by², onde a e b são constantes. Obtenha uma relação para a tensão de cisalhamento na parede (y = 0) em termos de a, b e µ (viscosidade dinâmica). Solução: Para y = 0 → ( ) = = − dv a 2 b y dy = a EXERCÍCIO 6 – MÓDULO 1 – DISCIPLINA ONLINE Acetona escoa por um conduto com 2 cm de diâmetro, em regime de escoamento laminar (considerar Reynolds igual a 2000). Sabendo que a massa específica e viscosidade dinâmica da acetona, valem respectivamente ρ = 790 kg/m3 e μ = 0,326 mPa.s, determine a velocidade de escoamento (em m/s) para que as condições acima sejam mantidas. Solução: Dados: D = 2 cm Re = 2000 ρ = 790 kg/m3 μ = 0,326 mPa.s 3 2 2000 0,326 10 790 2 10 e e Rv D R v D v − − = = = 3 41,27 10 / 41,27 / v m s v mm s −= = VAZÃO Vazão Volumétrica (Q) ▪ Taxa de escoamento calculada por meio da razão entre o volume () que passa por uma seção reta e o intervalo de tempo de escoamento (t) do fluido: ▪ Unidades: m3/s; l/s; m3/h; l/min. ▪ As relações entre litro e metro cúbico são: 1 m³ = 10³ l 1 l = 10-3 m³ volume Q tempo t = = VAZÃO VOLUMÉTRICA (Q) ▪ Relação entre a vazão volumétrica e a velocidade do fluido: ▪ Válida somente se a v for constante ao longo da seção. ▪ Como isso não é válido para a maioria dos casos práticos ➔ analisar o perfil da velocidade e determinar a velocidade média ao longo da seção. s A Q Q v A t = = ▪ Perfil de velocidade variando ao longo da seção de área A: ▪ Define-se a velocidade média (vm) como sendo a velocidade uniforme que produziria a mesma vazão na seção transversal estudada. A dQ v dA Q v dA= = m A Q v dA Q v A= = VAZÃO VOLUMÉTRICA (Q) VAZÃO VOLUMÉTRICA (Q) ▪ Igualando as duas expressões anteriores, tem-se: ▪Ou seja, a velocidade média corresponde ao valor médio da velocidade v ao longo da seção transversal do tubo m A 1 v v dA A = VAZÃO EM MASSA (QM) ▪ Razão entre a massa (m) e o tempo de escoamento (t) do fluido: Unidades: kg/s; kg/min; kg/h; utm/s; utm/min; utm/h. ➔ utm (unidade técnica de massa). ▪ Relação entre utm e kg: 1 utm = 9,80665 kg ▪ Em termos da massa específica (): M massa m Q tempo t = = M m m Q t = = = RELAÇÃO ENTRE VAZÃO VOLUMÉTRICA E VAZÃO EM MASSA ▪ A equação anterior pode ser escrita como: → massa específica; v → a velocidade ao longo da seção; e A → a área da seção transversal. M M MQ Q Q Q v A t = = = VAZÃO EM PESO (QG) ▪ Razão entre a força peso (G) que passa por uma seção reta e o intervalo de tempo de escoamento (t) do fluido: ▪ Relação entre a vazão em peso e a vazão mássica: ▪ Relação entre a vazão em peso e a vazão volumétrica, com γ =ρ.g: G peso G Q tempo t = = • N/s, N/min, N/h • kgf/s, kgf/min, kgf/h • dina/s, dina/min, dina/h G G M m g Q Q Q g t = = G GQ Q g Q Q = = Vazão Expressão Unidade no SI Volumétrica (Q) m³/s Em massa (Qm) kg/s Em peso (QG) N/s volume Q tempo t = = AvQ = M massa m Q tempo t = = MQ Q= G peso G Q tempo t = = gQQ MG = QQG = VAZÃO VOLUMÉTRICA, EM MASSA E EM PESO E AS RELAÇÕES ENTRE ELAS EXERCÍCIO 5 – CAPÍTULO 2 – LIVRO TEXTO Água escoa em regime permanente em um conduto retangular e de área constante, com fluxo de massa de 60 kg/s. Determine a velocidade do fluido, sabendo que o fluido é incompressível e suas propriedades são uniformes. * Livro texto: SANTOS, T. C.; FERREIRA, P. J. G. Fenômenos de Transporte. São Paulo. ISBN: 978-85- 917144-1-4, 1ª Edição, 2014. EXERCÍCIO 5 – CAPÍTULO 2 – LIVRO TEXTO = = = M M Q v A Q 60 v A 1000 0,2 0,2 = = M água Dados : Q 60 kg/ s 1000 kg/m³ =v 1,5 m / s Para Regime Permanente ▪ Massa e Energia: propriedades que se conservam➔ não podem ser criadas nem destruídas. ▪ Considere um fluido em movimento permanente pelo tubo de corrente e, por definição, o fluido dentro do tubo não pode cruzar a fronteira dessa superfície. ▪ A partir do movimento ➔ expressão para conservação de massa do fluido. ▪ No tubo de corrente, as velocidades nas seções A1 e A2 são, v1 e v2. ▪ Elemento de fluido penetrando na parte inferior do tubo de corrente, o volume desse elemento (ΔV1) corresponde: EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Para Regime Permanente ▪ Elemento de fluido penetrando na parte inferior do tubo de corrente, o volume desse elemento (ΔV1) corresponde: ▪ O L1 em função da v e do t que o fluido leva para percorrer o V1 naquela extremidade do tubo: ▪ A massa de fluido que entra na extremidade inferior do tubo durante o Δt corresponde à ρ1 vezes o volume ΔV1. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE 1 1 1V A L = 1 1L v t = 1 1 1V A v t = 1 1 1 1m A v t= EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE ▪ Analogamente: ▪ Como nenhum fluido se acumula no tubo de corrente, em regime permanente de escoamento, as duas massas m1 e m2 são iguais. ▪ Equação da continuidade representa a conservação de massa em fluxo constante. Assim, em regime permanente, a vazão mássica será conservada: 1 1 1 2 2 2A v t A v t = 1 2m m= 2 2 2 2m A v t= 1 1 1 2 2 2A v A v = M1 M2Q Q= EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE PARA FLUIDOS INCOMPRESSÍVEIS ▪ Se o fluido em movimento for incompressível, como a massa específica é cte (ρ1 = ρ2) e a eq. da continuidade ficará: ▪ Ou seja, a vazão volumétrica se conserva: ▪ Portanto, para fluidos incompressíveis, as velocidades médias e as áreas são grandezas inversamente proporcionais. ▪ Assim, uma diminuição da velocidade corresponde a um aumento da área. 1 1 2 2A v A v = 1 2Q Q= EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Entradas e Saídas não únicas ▪ Para sistemas com diversas entradas e saídas, a equação da continuidade pode ser generalizada para: ▪ Ou seja, a soma das vazões em massa na entrada é igual à soma das vazões em massa na saída. ▪ A mesma análise pode ser aplicada para um fluido incompressível: M M Entrada Saída Q Q= Entrada Saída Q Q= EXEMPLO DE APLICAÇÃO Em um determinado circuito hidráulico, um reservatório admite água com uma vazão de 25 l/s. Nesse mesmo reservatório, é trazido óleo por outra tubulação com uma vazão de 14 l/s. A mistura homogênea formada é então descarregada por outro tubo cuja seção transversal tem uma área de 37 cm². Determine a velocidade da mistura. RESOLUÇÃO - EXEMPLO DE APLICAÇÃO Dados: A vazão total é a soma da vazão da água e vazão do óleo: -3 água -3 3 óleo -4 2 Q = 25 l/s = 25×10 m³/s Q = 14 l/s = 14×10 m /s A = 37 cm² = 37×10 m água óleo -3 3 -3 3 -3 3 Q = Q + Q Q = 25×10 m /s + 14×10 m /s Q = 39×10 m /s Para determinar a velocidade da mistura, tem-se: = -3 3 -4 2 -3 3 -4 2 Q Q = v A v = A 39×10 m /s v = 37×10 m 39×10 m 1 37×10 s m v = 10,54 m/s v ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar