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Dimensões Socioculturais Históricas e Filosóficas da Educação Física e do Esporte - Ebook 3

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E-book 3
Giovana Fernandes
DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS, 
HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO 
ESPORTE
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
FILOSOFIA DO ESPORTE ������������������������� 5
PSICOLOGIA DO ESPORTE �������������������� 14
SOCIOLOGIA DO ESPORTE ������������������� 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 33
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book, estudaremos o esporte e suas diversas 
manifestações, com isso, compreenderemos mais 
detalhadamente essa prática milenar que sempre fez 
parte da vida do homem, acompanhando sua evolu-
ção. Para isso, identificaremos o esporte a partir de 
um viés filosófico, psicológico e social.
Compreenderemos, ainda, as diversas definições do 
movimento humano e também o papel do esporte 
como conteúdo da Educação Física. Assim, refle-
tiremos sobre as linhas filosóficas adotadas pela 
Educação Física escolar no passado e também sobre 
os novos significados relacionados à maneira de tra-
balhar os conteúdos desta disciplina nos dias atuais.
Abordaremos algumas definições do conceito de psi-
cologia do esporte, as questões que envolvem essa 
ciência, quais os campos de atuação e quais são 
as responsabilidades dos profissionais envolvidos. 
Dessa maneira, compreenderemos a real necessi-
dade da preparação emocional dos atletas, o que 
pode nos levar a refletir se, de fato, essa preparação 
influencia no desempenho e nos resultados do atleta 
diante de uma competição esportiva.
Por fim, identificaremos o papel que o esporte ocu-
pa na sociedade, pelo ponto de vista da Sociologia, 
ciência que estuda as relações humanas e os fenô-
menos sociais. Compreenderemos, então, o compor-
tamento do homem relacionado à prática esportiva 
3
no decorrer dos tempos, sendo capaz de notar as 
transformações e evoluções desse comportamento.
Por se tratar de uma manifestação desenvolvida so-
cialmente entre humanos, o esporte é uma atividade 
social. Porém, vai além disso, visto que o esporte ocu-
pa um papel de grande importância social, ou seja, 
tornou-se um fenômeno. Diante de todas as transfor-
mações ocorridas na relação entre esporte e socie-
dade, faz-se pertinente nos determos nessa reflexão.
4
FILOSOFIA DO ESPORTE
Neste tópico, conheceremos as questões filosófi-
cas que envolvem o papel do esporte na sociedade, 
bem como a prática do esporte como conteúdo da 
Educação Física escolar. O esporte não é uma ativida-
de recente, mas uma prática milenar que tem se de-
senvolvido junto com o ser humano, por isso contém 
em si uma forte carga cultural, ou seja, uma herança 
deixada por diferentes povos, épocas e costumes.
A Filosofia fenomenológico-existencial afirma que 
toda ação humana é intencional. Com base no prin-
cípio da intencionalidade que envolve o movimento 
humano, podemos considerar que eles estão sempre 
envoltos de significados. Diferentemente dos animais 
e das máquinas, todo movimento realizado pelo ho-
mem é intencional e tem um significado, pois a ideia 
de um corpo que somente realiza movimentos meca-
nicamente, diante do olhar da intencionalidade, ganha 
outro sentido, que envolve emoções e expressões.
Ao tentarmos compreender o movimento humano, 
entendemos que existem algumas formas de inter-
pretá-lo e, a princípio, podemos classificá-lo como 
uma ação motora. Do ponto de vista da Biomecânica, 
que estuda o movimento humano, pode-se analisar 
um movimento considerando o desempenho motor 
ou a performance, porém, sem analisar qualquer in-
tencionalidade e seus significados.
5
O homem é capaz de deslocar-se, isto é, movimentar-
-se, de um lugar para o outro, e essa ação também é 
repleta de significados, pois o que determina a forma 
como ela se realiza são as condições em que o ho-
mem se encontra. O movimento representa para o 
homem uma forma de aproximação, superação de 
distâncias e obstáculos. Atividades como caminhar, 
correr, saltar, nadar etc. são exemplos de formas de 
deslocamento que o homem é capaz de realizar.
Além de todas as representações, podemos compre-
ender o movimento como uma ação produtiva, ou 
seja, o movimento que desempenhamos para a rea-
lização de um trabalho manual ou braçal. Assim, en-
tendemos que o humano se movimenta no intuito de 
realizar tarefas que o levem a atingir seus objetivos.
O movimento pode ser compreendido também como 
uma linguagem, uma forma de expressão, pois uma 
das maneiras mais representativas de expressão é 
através dos seus gestos e movimentos. É importante 
considerarmos também que, ao realizar uma moda-
lidade esportiva de sua preferência, o ser humano 
consegue satisfação. Com isso, podemos afirmar 
que o movimento é também uma forma de prazer 
e realização.
Atualmente, foi nos esportes que o movimento hu-
mano e a Educação Física encontraram sua grande 
valorização. No que diz respeito à prática esportiva e 
à preparação de atletas, podemos notar (sobretudo 
em países desenvolvidos) grandes investimentos e 
6
um maior índice de aperfeiçoamento e conhecimento 
do movimento corporal.
Os avanços científicos e tecnológicos da biomecâni-
ca são tamanhos a ponto de fornecerem uma análise 
de alta precisão relacionada ao movimento do atle-
ta nas diversas modalidades esportivas existentes 
(SANTIN, 2003).
O conceito de esporte é bastante amplo, sua atual 
concepção apareceu entre os séculos 18 e 19, quan-
do se desenvolveram na Inglaterra alguns jogos de 
competição, que surgiram a partir dos jogos popu-
lares de bola, que eram praticados no final da Idade 
Média. Esses jogos se firmaram com o termo sport, 
estendendo-se para outros países (ELIAS; DUNNING, 
1992). Contudo, há alguns componentes necessários 
para a caracterização de esporte, como a existência 
de regras, a competição e o marco organizacional.
O termo esporte é também confundido com “ati-
vidade física”, pois atividades como correr, nadar, 
levantar pesos etc. são realizadas com o intuito de 
melhorar os aspectos relacionados à condição físi-
ca e à saúde. Não cumprem, porém, nenhuma das 
características necessárias para a caracterização do 
esporte, visto que não envolvem competições, nem 
obedecem a regras.
O esporte contempla ainda múltiplas definições, indo 
além do esporte de rendimento, que prioriza a for-
mação de atletas e a busca por medalhas. O esporte 
faz parte dos conteúdos a serem desenvolvidos nas 
aulas de Educação Física.
7
Ao desenvolver um trabalho com conteúdos rela-
cionados ao esporte em uma instituição escolar, o 
professor deve considerar que não se restringe a 
ensinar somente gestos técnicos, táticas e regras 
do esporte, já que as aulas de Educação Física na 
escola não devem repetir os princípios de um treino 
esportivo que vise ao rendimento, logo, não devem 
representar uma sessão de treinamento esportivo 
(SILVA, 2016).
FIQUE ATENTO:
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um 
documento que regulamenta quais são as apren-
dizagens essenciais a serem trabalhadas nas 
escolas brasileiras (públicas e privadas) de Edu-
cação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mé-
dio. A BNCC propõe a unidade temática “Esporte” 
considerando as manifestações formais e deriva-
das. Assim, as práticas derivadas dos esportes 
conservam suas características formais quanto 
às regras, porém, adaptam algumas outras nor-
mas institucionais, de acordo com interesses 
dos participantes, adequando às características 
do espaço, número de jogadores, material dispo-
nível etc.
A Educação Física escolar apresenta algumas linhas 
filosóficas como suporte e justificativa das suas ati-
vidades educativas. Os exercícios foram, por muito 
tempo na Educação Física, utilizados com o propó-
sito de produzir um atleta, pois era essa prática que 
8
agregava valor à disciplina, uma vez que vencer sig-
nificava a consagração do exercício físico.
O princípio da competição é a inspiração de teses 
filosóficas decisivas na compreensão da Educação 
Física e dos Desportos. A necessidade de competir, 
como ingrediente fundamental da prática dos des-
portos,fez com que a Educação Física adquirisse um 
papel de relevância dentro de toda prática desportiva 
e, especialmente, em relação aos grandes eventos 
esportivos.
Desse modo, conforme observa Santin (2003), a 
competição é uma forma de lutar para garantir a 
supremacia e a dominação de uma ideologia, e a 
Educação Física buscou por muito tempo formar o 
competidor-vencedor.
Diante de uma filosofia que valorizou e impôs como 
prioridade o rendimento nos exercícios físicos, surge 
então o conceito que comtempla as características 
do estudante ou atleta-padrão, ou seja, que apresen-
tava bom desempenho e rendimento em determinada 
modalidade esportiva.
Ancorada nessa filosofia, por muito tempo a Educação 
Física dispensou os estudantes completamente ca-
pazes de realizar movimentos e exercícios físicos 
para considerar as seguintes características com 
relação aos critérios utilizados para dispensar estu-
dantes (Decreto-Lei 69.450/1971) na seguinte ordem: 
militares; estudantes com problemas de saúde, em 
especial deformidade física; estudantes de cursos 
noturnos e com jornada de trabalho de, no mínimo, 
9
seis horas diárias; estudantes com idade superior a 
30 anos e alunas com prole.
A Educação Física escolar no Brasil sofreu diversas 
influências, apresentando diferentes correntes ide-
ológicas que, ao longo dos tempos, passaram por 
diversas modificações. No entanto, certas caracterís-
ticas sobrevivem até hoje e influenciam a formação 
do profissional da área e suas práticas pedagógicas.
REFLITA
A Educação Física escolar no Brasil sofreu diver-
sas influências, entre elas, a dos militares, a dos 
médicos e de grupos políticos. Com base nisso, 
reflita: Você acredita que as influências predomi-
nantes na Educação Física, em diferentes mo-
mentos históricos eram determinadas por inte-
resses políticos e econômicos?
As grandes influências que embasaram a Educação 
Física no Brasil foram a escola alemã de ginástica, 
a qual tinha como principal objetivo a defesa da pá-
tria; a escola francesa, a qual tinha como propósito 
o desenvolvimento social; e a escola sueca, a qual 
vislumbrou eliminar os vícios da sociedade pela edu-
cação física.
A educação física escolar, ao longo da história, sofreu 
diversas críticas, por exercer a função de selecionar 
os atletas que representariam o país em importan-
tes competições; em outro momento, por assumir 
10
um modelo segundo o qual os estudantes tinham 
autonomia para decidir o que fazer durante a aula, 
escolhendo a atividade e a forma como iriam praticá-
-la, limitando o papel do professor a um “entregador 
de bola” e marcador do tempo de jogo.
A Educação Física na escola foi repensada, com isso, 
ela se renovou e ganhou novos significados. Para além 
da ideia de estar voltada apenas ao ensino do gesto 
motor, hoje o professor é responsável por trabalhar 
com os estudantes as amplas possibilidades de mani-
festações da cultura corporal, para que os estudantes 
compreendam os diversos conceitos envolvidos nas 
práticas corporais vivenciadas durante as aulas.
SAIBA MAIS
Em Apontamentos filosóficos para uma análi-
se do esporte moderno: desdobramentos para 
a educação física, de Matheus Bernardo Silva 
(2016), você pode aprofundar os seus conheci-
mentos sobre informações relacionadas ao Es-
porte Moderno como um objeto de conhecimento 
da Educação Física, considerando esse fenôme-
no social um universo formado por riquezas mate-
riais e imateriais produzidas ao longo da história. 
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.
br/ojs/index.php/rfe/article/view/8642034/9526. 
Acesso em: 23 jan. 2020.
O conteúdo da Educação Física deve colaborar para a 
formação e para o desenvolvimento dos estudantes, 
11
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/view/8642034/9526
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/view/8642034/9526
ultrapassando o ato de ensinar um esporte, ginástica 
ou dança, mas considerando também seus valores 
implícitos, isto é, as atitudes que os estudantes de-
vem ter com relação às atividades corporais.
O professor precisa reconhecer o direito de o estu-
dante saber por que está realizando determinado 
movimento, ou seja, deve favorecer a compreensão 
dos conceitos que estão envolvidos na realização de 
determinado movimento, uma vez que toda atividade 
prática tem um referencial teórico que não pode ficar 
oculto.
Figura 1: O Esporte na escola. Fonte: Pexels.
A Educação Física não se preocupa somente com o 
desempenho físico do indivíduo, mas sim com um 
contexto mais amplo que envolve a responsabilidade 
sobre relações sociais, com o desenvolvimento dos 
valores humanos, da inclusão e da interdisciplina-
12
https://images.pexels.com/photos/2116469/pexels-photo-2116469.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=2&h=650&w=940
ridade, ou seja, participa na formação integral do 
estudante.
FIQUE ATENTO:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são 
documentos destinados a orientar os educado-
res pela normatização de algumas questões fun-
damentais pertinentes a cada disciplina. Não se 
trata de uma coleção de regras impostas, mas 
ainda assim deve ser utilizado como referência 
para a formulação e adaptação de objetivos, con-
teúdos e didática do ensino. Esses documentos 
foram elaborados com o intuito de garantir a 
toda e qualquer criança e jovem brasileiros, o di-
reito de usufruir de conhecimentos reconhecidos 
como necessários para o exercício da cidadania.
A proposta é que sejam adaptados às peculiari-
dades locais, respeitando as diversidades regio-
nais, culturais e políticas existentes no país. As 
orientações dos PCN relacionadas à Educação 
Física  valorizam o  universo das atividades físi-
cas sem limitá-lo ao ensino das habilidades mo-
toras e dos fundamentos dos esportes. Dessa 
forma, são incluídos os conteúdos conceituais 
de regras, táticas e alguns dados históricos das 
modalidades, reflexões sobre conceitos de ética, 
estética, desempenho, satisfação, eficiência etc.
13
PSICOLOGIA DO ESPORTE
Neste tópico, estudaremos o universo que envolve 
a Psicologia do Esporte, a fim de compreender sua 
importância, qual sua abrangência e quais são seus 
objetivos. A Psicologia do Esporte abrange um cam-
po de intervenção profissional que envolve conceitos 
tanto da Psicologia quanto das Ciências do Esporte.
Essa ciência era, inicialmente, mais voltada aos as-
pectos biológicos, porém, vem se desenvolvendo e 
atuando em questões relacionadas ao comporta-
mento dos atletas no que diz respeito à motivação, 
personalidade, agressividade, liderança, dinâmica de 
grupo, bem-estar etc. A Psicologia do Esporte atua, 
então, em junção a questões sociais, educacionais 
e clínicas.
A Psicologia do Esporte vai muito além de ser uma 
tendência, pois acima de tudo ela é uma necessida-
de. No que diz respeito a esse conceito “a Psicologia 
do Esporte e do Exercício é um estudo científico de 
pessoas e seus comportamentos em atividades 
esportivas e atividades físicas, e a aplicação des-
te conhecimento” (WEINBERG; GOULD, 1995 apud 
RUBIO, 1999).
A abrangência da Psicologia do Esporte no passa-
do não era tão clara como nos dias atuais, pois, ao 
final do século 19, embora já existissem pesquisas 
que abordassem temas ligados ao comportamento 
humano relacionado ao esporte e à atividade física, 
14
durante muito tempo não havia uma exata definição 
do que fosse essa área de estudo, nem quais eram 
os seus objetivos.
Nos anos 1920, surgiram então as publicações Corpo 
e alma no desporto: uma introdução à psicologia do 
treinamento, de Schulte, e Psicologia do treinamento 
e Psicologia do atletismo, de Griffith, que também 
foi o fundador do primeiro laboratório de pesquisa 
aplicada ao esporte dos Estados Unidos da América. 
Porém, no Ocidente demorou para que houvesse uma 
maior preocupação com pesquisas relacionadas a 
esse tema.
Na década de 1960, surgiram estudos que abordaram 
temas relacionados à Psicologia do Esporte. Essa 
foi uma década muito produtiva para a ciência,pois 
resultou em publicações que influenciaram a área 
até os dias de hoje. Nesse período, surgiram também 
a International Society Sport Psychology (ISSP) e a 
North American Society for the Psychology of Sport 
and Physical Activity (NASPSPA), fundada em 1968 
por um grupo de pesquisadores que publicava seus 
estudos relacionados ao desenvolvimento, aprendi-
zagem motora e Psicologia do Esporte.
A Psicologia do Esporte não é uma área exclusiva 
de psicólogos. Observou-se inicialmente uma dificul-
dade por parte desses profissionais em intervirem 
adequadamente nessa área, uma vez que os cursos 
de graduação em Psicologia não ofereciam essa qua-
lificação; já nos cursos de graduação em Educação 
15
Física, a Psicologia do Esporte é oferecida como um 
componente curricular.
O Centro Olímpico Americano formalizou, em 1983, três 
indicações referentes às possibilidades relacionadas a 
profissionais que pudessem atuar na área de Psicologia 
do Esporte (LESYK, 1998 apud RUBIO, 1999):
 ● Clínico: profissional capacitado para atuar com 
atletas e equipes esportivas, em clubes ou seleções, 
cuja preparação específica envolve conhecimen-
tos relacionados à área de Psicologia e do Esporte, 
não bastando apenas a formação em Psicologia ou 
Educação Física.
 ● Pesquisador: seu objetivo é estudar ou desenvol-
ver um determinado conhecimento na Psicologia do 
Esporte sem que haja uma intervenção direta sobre 
o atleta ou sobre a equipe esportiva.
 ● Educador: profissional que atua no desenvolvi-
mento da disciplina Psicologia do Esporte, seja na 
Psicologia, seja na Educação Física. Nos dois últi-
mos casos, não se exige formação específica do 
profissional.
Existem diferentes modelos propostos e relaciona-
dos à atuação dos profissionais envolvidos com a 
Psicologia do Esporte. Para Singer (1988 apud RUBIO, 
1999), o campo de atuação desse profissional envol-
ve o especialista em psicodiagnóstico, que avalia o 
potencial e as deficiências em atletas; o conselhei-
ro, que atua apoiando e intervindo junto aos atletas 
e à comissão técnica sobre questões coletivas ou 
16
individuais do grupo; o consultor, que avalia as es-
tratégias e os programas estabelecidos, otimizando 
o rendimento; o cientista, que produz e transmite os 
conhecimentos sobre a área; o analista, que avalia 
as condições do treinamento esportivo, fazendo a 
intermediação entre atletas e comissão técnica; o 
otimizador, que avalia o evento esportivo e busca 
organizar programas que aumentem o potencial de 
performance.
Considerando a diversidade de possibilidades de 
atuação do profissional em Psicologia do Esporte, 
espera-se que esse profissional tenha também uma 
diversidade de formação relacionada ao universo 
do esporte e do atleta, conhecendo regras e espe-
cificidades das modalidades esportivas, anatomia, 
fisiologia, biomecânica, dentre outras.
Para um trabalho que envolva uma intervenção 
psicológica eficiente, não se pode desconsiderar a 
importância do conhecimento das características 
especificas de cada esporte. As variáveis psicológi-
cas ligadas ao rendimento esportivo são as mesmas 
para todos os atletas, porém, existem diferenças 
com relação a cargas de estresse que pode variar 
segundo a modalidade esportiva, bem como a cada 
momento esportivo em um mesmo esporte. É preciso 
considerar ainda questões como o tipo de compe-
tição, a estrutura da temporada e os momentos de 
participação do atleta na competição. Assim, para a 
eficiente intervenção psicológica no atleta, o profis-
sional deve considerar todos esses aspectos.
17
Figura 2: O esporte de alta performance. Fonte: Pixabay.
Para realizar um bom trabalho multidisciplinar no 
esporte, considerando que a meta é a otimização 
do rendimento do atleta, não somente o psicólogo, 
mas também todos os profissionais envolvidos nes-
se propósito (médicos, fisioterapeutas e preparado-
res físicos) precisam desenvolver um trabalho em 
sintonia uns com os outros. Samulski (1992 apud 
RUBIO, 1999) aponta quatro campos de aplicação 
da Psicologia do Esporte:
 ● Esporte de rendimento: objetiva a otimização da 
performance em uma estrutura formal e institucio-
nalizada. Assim, nesse contexto, o psicólogo atua 
analisando e transformando as questões psíquicas 
que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo 
esportivo.
 ● Esporte escolar: atua na formação por princípios 
socioeducativos, preparando os praticantes para a 
18
https://cdn.pixabay.com/photo/2015/03/01/22/27/relay-race-655353_960_720.jpg
cidadania e o lazer. Nesse caso, o psicólogo analisa 
os processos de ensino, educação e socialização 
inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de 
formação e desenvolvimento do estudante.
 ● Esporte recreativo: visa ao bem-estar do homem, 
sendo praticado voluntariamente e com conexões 
com os movimentos de educação permanente e com 
a saúde. O papel do psicólogo, nesse caso, é o de 
realizar uma análise do comportamento recreativo 
de diferentes faixas etárias, classes sociais e atua-
ções profissionais em diferentes motivos, interesses 
e atitudes.
 ● Esporte de reabilitação: atua na prevenção e in-
tervenção em pessoas portadoras de algum tipo 
de lesão decorrente da prática esportiva, ou não, e 
também de pessoas com deficiência física e mental.
Alguns estudos em Psicologia do Esporte são contro-
versos no que diz respeito às práticas de avaliações 
que relacionam o tipo de personalidade e a escolha 
de uma modalidade esportiva. Os estudos nessa área 
são confusos, pois há divergências sobre a definição 
de personalidade, que seria uma característica sub-
jetiva ou comportamental?
Embora ainda paire dúvidas sobre o tema, uma consi-
deração comum entre os pesquisadores é que, embo-
ra a personalidade seja uma característica individual 
de um sujeito, no esporte, esse assunto ganha traços 
próprios quando encontramos um perfil comum no 
que diz respeito à conquista e ao êxito. Mesmo que 
haja diferenças individuais, algumas características 
19
comuns são observadas em atletas, como alta con-
centração, determinação, compromisso, autocon-
fiança, dentre outras.
Em meio a tantas questões estudas pela Psicologia 
do Esporte, uma delas versa sobre o motivo que leva 
um atleta a procurar o esporte e qual é a dinâmica 
envolvida na aderência a essa prática.
O grau de motivação de um atleta é determinado por 
um conjunto de fatores pessoais (personalidade, inte-
resses e habilidades), bem como a fatos relacionados 
à facilidade na prática da modalidade e o tipo de 
orientação dada pelo técnico. Essas questões podem 
ser compreendidas a partir de diferentes situações 
durante um jogo, uma vez que os atletas podem se 
sentir mais motivados ao serem criticados e outros 
podem sentir raiva, frustrar-se ou deprimir-se.
Citando Samulski (1992), Rubio (1999) chama de 
motivação intrínseca os traços internos, isto é, a 
capacidade desenvolvida pelo atleta na realização 
de um objetivo. Trata-se, portanto, de vontade, desejo 
e determinação, fatores que por vezes podem con-
trastar com as situações externas e adversas que 
dificultariam a realização do objetivo.
Por outro lado, chama de motivação extrínseca os fa-
tores externos, isto é, reconhecimento social, elogio, 
premiações, fatores que interferem e/ou determinam 
uma conduta. Trata-se, portanto, de fatores relacio-
nados ao meio social do atleta e que se manifestam 
na forma de incentivos ou dificuldades.
20
Por essa razão, para Rubio (1999), é basilar o de-
senvolvimento da motivação para o rendimento no 
esporte e, especialmente, para o esporte de alto 
rendimento.
Os atletas são comumente afetados pelo estresse e 
pela ansiedade, antes e durante competições. Essas 
condições podem afetar seu desempenho. Existem 
algumas estratégias capazes de ser trabalhadas nes-
ses atletas para que possam controlar o estado de 
excitação durante os períodos, pois para alcançarem 
bons resultados eles precisam estar bem não só 
física, mas também psicologicamente.
Algumas intervenções são utilizadas para avaliardi-
ferentes aspetos psicológicos no atleta, por exemplo, 
sua capacidade de competitividade, seu autocontrole 
e autoconfiança. A importância de obter tais diagnós-
ticos vem dos resultados de alguns estudos que já 
conseguiram identificar que os atletas de maior êxito 
têm mais facilidade de aceitar os erros na compe-
tição, assim como maior autocontrole e confiança.
Diante dos benefícios que as intervenções psicológi-
cas podem provocar no atleta, as equipes de alto ren-
dimento, além de se preocuparem com a preparação 
física dos atletas, devem oferecer-lhes um cuidado 
especial com a preparação emocional, pois isso é um 
diferencial que pode resultar em um melhor desem-
penho e, consequentemente, melhores resultados.
21
SOCIOLOGIA DO ESPORTE
Neste tópico, estudaremos a relação entre esporte 
e sociedade. Assim, conseguiremos compreender 
como o esporte tornou-se um fenômeno social que 
abrange diversos setores e envolve pessoas de to-
das as idades, ou seja, como esse fenômeno impac-
tou socialmente os diferentes povos nas diferentes 
épocas.
A Sociologia é a ciência que estuda os fenômenos 
sociais, por isso, trata das relações humanas que 
se formam ao longo do tempo, ou seja, estuda os 
pressupostos históricos sociais, de modo que se 
faça presente em todos os tempos da história.
O comportamento e as relações do ser humano são 
marcados por diversos acontecimentos que definem 
uma sociedade em determinada época. De acordo 
com as mudanças pelas quais a sociedade passa, as 
transformações caracterizam determinados momen-
tos históricos. A partir isso, podemos inferir como 
a sociedade era no passado, além de conjecturar 
comportamentos e atitudes sociais futuras.
A sociologia, entre outras questões, procura entender 
o comportamento do homem e as relações entre 
grupos sociais. E o esporte é impreterivelmente uma 
atividade social, pois se trata de uma manifestação 
desenvolvida socialmente pelos homens, ao longo 
da história, já desde os tempos mais remotos.
22
Assim, o esporte é um fenômeno social, uma vez que 
ocupa um importante papel na sociedade, abrangen-
do diversos setores, estando presente nas áreas da 
saúde, educação, entretenimento etc. Analisar as 
representações coletivas que envolvem as atividades 
físicas, as práticas lúdico-corporais e as esportivas, 
bem como sua construção no decorrer da história 
nos ajudam a compreender o papel do esporte na 
sociedade.
FIQUE ATENTO:
As representações coletivas caracterizam-se 
pelo estado de consciência coletiva e resultam 
em uma grande quantidade de indivíduos asso-
ciados. Essas representações reúnem pessoas 
com interesses comuns. Isso implica uma cons-
ciência coletiva representada por símbolos, ritu-
ais e pensamentos compartilhados. No Brasil, o 
futebol representa um ritual de forte expressão 
coletiva glorificada pela nossa cultura.
O lugar que o esporte ocupa na sociedade mediante 
os contextos culturais, sociais e econômicos é tema 
de vários estudos sobre o papel do esporte na so-
ciedade, e as pesquisas relacionadas a esse tema 
ganharam visibilidade a partir da década de 1970.
Nas décadas seguintes, por iniciativa de estudiosos 
da área, surgiram novas interpretações sobre a rela-
ção entre esporte e sociedade. As reflexões ligadas 
à Sociologia do Esporte pensam a Educação Física 
23
pela perspectiva da Sociologia, com isso, acontece 
um avanço na busca por respostas que as interpre-
tações com base em fundamentos exclusivamente 
biológicos não são capazes de explicar.
Embora as reflexões e pesquisas sobre as relações 
entre sociedade e esporte tenham conquistado maior 
visibilidade nas últimas décadas, na Educação Física 
o olhar sociológico sobre o esporte ainda não con-
quistou o mesmo espaço que as questões baseadas 
nos fundamentos biológicos.
A Sociologia do Esporte tem como objeto de estudo 
a compreensão do papel, da função e do significado 
do esporte na vida das pessoas. Procura compre-
ender as razões para a consolidação de diferentes 
modalidades esportivas, em períodos distintos nas 
diversas sociedades e classes sociais, além de dis-
cutir questões de gênero, diferenças étnico-raciais, 
influência da mídia e a emergência, o crescimento 
e a globalização dos mercados no campo esportivo 
(ASSUMPÇÃO et al., 2010).
A evolução do esporte, com seus valores e conquis-
tas, está diretamente ligada à sociedade em que ele 
se insere, ou seja, está totalmente atrelado ao tempo 
e espaço da sua socialização.
As atividades atléticas sempre estiveram presentes 
nas sociedades passadas, recordando que, na Grécia 
Antiga, elas faziam parte da religião e educação gre-
ga; já nos tempos do Império Romano, utilizaram-se 
os Jogos Públicos como estratégia para distrair e 
alienar o povo, com vistas a evitar as revoluções.
24
Reconhecido como uma atividade corporal de mo-
vimento de cunho competitivo, o esporte moderno 
surgiu na Inglaterra a partir dos jogos populares e 
espalhou-se para o resto do mundo. Após um longo 
período de guerras e a Revolução Industrial, houve 
a necessidade de desenvolver valores na sociedade 
que impedissem as revoltas das classes populares. 
Assim, o esporte foi um recurso utilizado pela bur-
guesia industrial no intuito de disciplinar operários, 
provocando na sociedade um processo civilizatório.
A Revolução Industrial na Europa provocou diversas 
influências no esporte, entre elas, o aumento no tem-
po de lazer. Dessa maneira, o esporte foi dissemina-
do por meio de marinheiros, embaixadores, comer-
ciantes e colonos. Já no século 20, esse fenômeno 
expandiu-se mundialmente com grande velocidade e 
até hoje nenhum outro movimento social conseguiu 
tamanha ascensão.
Com o tempo, o esporte tem ressignificado seu papel 
de instituição e cultura, assumindo um significado 
social de grande valor simbólico. Os Jogos Olímpicos 
da era moderna foram fundamentais para a propa-
gação do esporte pelo mundo.
Devido à forte influência da mídia, o esporte passou 
a integrar as estruturas econômicas do mundo ca-
pitalista, bem como a ser uma mercadoria de alto 
valor da indústria cultural.
25
REFLITA
A mídia divulga o esporte como um espetáculo, 
mas também como uma possibilidade de ascen-
são socioeconômica e mercadoria de consumo. 
Com base nisso, reflita:
Você concorda que a glorificação da mídia no 
Brasil é voltada especialmente para os atletas do 
futebol? Você acredita que o noticiário esportivo 
monopoliza a idolatria por alguns atletas e des-
considera os demais?
A prática esportiva envolve diversas questões além 
das habilidades físicas, como valores socialmen-
te estabelecidos, conhecimentos e atitudes, pois o 
esporte é uma importante forma de socialização e 
transmissão de valores.
O esporte ocupa, a cada dia, mais espaço na vida 
das pessoas, atingindo todas as camadas sociais 
e faixas etárias. Com isso, podemos entender que 
se trata de uma prática cuja linguagem é universal 
e capaz de promover a socialização, a cooperação 
e a transmissão de valores.
Nesse sentido, o esporte é uma importante ferra-
menta que corrobora com a inclusão social, e um 
bom exemplo disso são as paraolimpíadas, evento 
que ganha maior visibilidade, espaço na mídia e na 
sociedade anualmente (Figura 3).
26
Figura 3: Esporte e inclusão. Fonte: Pixabay.
O esporte paraolímpico não desempenha um papel 
como um diferenciador social. Muito pelo contrá-
rio, seu objetivo é a construção de um movimento 
que luta pela inclusão social, por meio da prática 
esportiva.
O esporte como fenômeno sociocultural expressa-se 
de diversas formas. Envolve diferentes manifesta-
ções da nossa cultura corporal de movimento, visto 
que está presente em nossas práticas corporais e 
em diversas atividades que realizamos. Por exemplo, 
na academia de ginástica, nas caminhadas que no 
parque ou mesmo na Educação Física escolar.
Diante dessa realidade, o esporte passa a ser objeto 
de estudo da Sociologia, não somente na forma do 
rendimento esportivo, mas também como objeto 
de manifestações corporais,dado que passa a ser 
27
https://cdn.pixabay.com/photo/2016/11/29/03/17/action-1867014_960_720.jpg
praticado e consumido por diferentes grupos sociais 
(RAITER; WIGGERS; OELKE, 2012).
A importância de valorizar a cultura corporal do mo-
vimento está em reconhecer o ser humano como um 
ser historicamente situado e culturalmente constitu-
ído pelas influências do meio em que vive.
O esporte é um fenômeno multicultural e sua defi-
nição envolve múltiplos significados, ou seja, é um 
conteúdo heterogêneo, com suas particularidades 
diretamente relacionadas ao meio cultural em que 
ele é desenvolvido e vivenciado.
Manuel Tubino (2001) classifica o esporte em três 
dimensões: o esporte-educação, o esporte-partici-
pação e o esporte-performance. Vamos conhecer 
cada uma das dimensões do esporte representadas 
na Tabela 1:
Esporte-educação
Envolve áreas relacionadas ao de-
senvolvimento psicomotor, integra-
ção social e conteúdos da atividade 
física com o propósito de formar 
cidadãos. É divido em esporte 
educacional e esporte escolar: o 
esporte educacional é ofertado para 
crianças e adolescentes, porém, 
fora do contexto escolar, conside-
rando entre outros os princípios da 
inclusão, participação e cooperação. 
Já o esporte escolar fundamenta-se 
nos princípios do desenvolvimento 
esportivo e do desenvolvimento do 
espírito esportivo, que envolve a 
determinação de qualidades morais 
importantes.
28
Esporte-participação
Possui diversas denominações, en-
tre as quais estão o esporte popular, 
o esporte lazer, o esporte comuni-
tário, o esporte ócio e o esporte de 
tempo livre:
baseado nos princípios do prazer, da 
participação e da inclusão;
caráter lúdico;
sua finalidade é o bem-estar dos 
participantes;
prática espontânea;
regras podem ser oficiais, adapta-
das ou criadas (estabelecidas entre 
os próprios participantes).
Esporte-performance
Também chamado de espor-
te de competição ou esporte 
institucionalizado:
respeita os códigos e as regras 
estabelecidos por organizações 
internacionais;
objetiva vitórias, recordes, títulos 
esportivos, visibilidade na mídia e 
prêmios;
tem por princípio superação e de-
senvolvimento esportivo;
pode ser classificado como de 
rendimento ou de alto rendimen-
to, e os princípios aplicados para 
essas duas manifestações são os 
mesmos.
Tabela 1: As três dimensões do esporte. Fonte: Adaptada de Tubino 
(2001).
Diante desse quadro, no qual o esporte é represen-
tado em três dimensões, entendemos que as práti-
cas inseridas em todas elas são as mesmas, o que 
muda é o modo como são interpretadas diante de 
cada dimensão.
O esporte educacional é utilizado como ferramen-
ta de educação para o estudante, e acontece sobre 
29
uma perspectiva inclusiva e formativa, já o esporte 
de rendimento seleciona talentos esportivos, foca 
em uma rotina de treinamento cujo objetivo são as 
grandes competições, e o esporte participação é 
voltado ao lazer e à diversão, sem rigidez de regras.
Todas as manifestações agem como benefício fisio-
lógico e psicológico, suas possibilidades como fer-
ramenta de comunicação, expressão, lazer e cultura 
estão presentes na elaboração das propostas peda-
gógicas para a Educação Física escolar (SILVA, 2016).
FIQUE ATENTO
No que diz respeito à estruturação da unidade te-
mática “Esporte” proposta pela BNCC, utilizou-se 
um modelo de classificação que distribui as moda-
lidades esportivas em categorias, favorecendo as 
ações motoras específicas e envolvendo esportes 
que apresentam exigências motrizes parecidas 
no desenvolvimento de suas práticas, consideran-
do os critérios de cooperação e interação com o 
adversário, desempenho motor e objetivos seme-
lhantes. Assim, são consideradas sete categorias:
Marca: envolve as modalidades que comparam 
os resultados registrados em segundos, metros 
ou quilos. Ex: todas as provas do atletismo, ciclis-
mo, levantamento de peso etc.
Precisão: caracteriza-se por modalidades que 
envolvem as atividades de arremessar/ lançar, 
acertar um alvo, tanto na posição estática quanto 
30
dinâmica, comparando-se o número de tentativas 
realizadas, a pontuação estabelecida em cada 
tentativa ou a proximidade do objeto arremessa-
do ao alvo. Ex: bocha, golfe, tiro com arco etc.
Técnico-combinatório: envolve as modalidades 
que consideram a qualidade do movimento se-
gundo padrões técnico-combinatórios. Ex: ginás-
ticas artística e rítmica, nado sincronizado, pati-
nação artística, saltos ornamentais etc.
Rede/quadra dividida ou parede de rebote: en-
volve as modalidades de arremessar, lançar ou 
rebater a bola em direção a setores da quadra 
adversária no intuito de que o time oponente seja 
incapaz de devolvê-la ou cometa um erro dentro 
do tempo em que o objeto do jogo está em mo-
vimento. Ex: voleibol, tênis de campo e de mesa, 
squash etc.
Campo e taco: envolve as modalidades de reba-
ter a bola lançada pelo adversário o mais longe 
possível, na tentativa de percorrer o maior núme-
ro possível de vezes as bases ou a maior distân-
cia entre as bases, enquanto os defensores não 
recuperam o controle da bola. Ex. beisebol.
Invasão ou territorial: envolve um conjunto de 
modalidades que compõem atividades de com-
parar a capacidade de uma equipe em levar uma 
bola, ou outro objeto, a uma determinada meta 
ou a um setor específico da quadra/campo de-
fendido pelos adversários. Ex: basquetebol, fute-
bol, handebol, polo aquático, rúgbi etc.
31
O esporte tornou-se um fenômeno que causa grande 
impacto na economia, através de todas suas formas 
de manifestação, sejam elas voltadas ao lazer, à edu-
cação formal ou ao alto rendimento. Tal impacto é 
diretamente influenciado pelos meios de comunica-
ção que divulgam os conceitos, costumes, valores e 
produtos associados ao universo do esporte.
A relação entre esporte e qualidade de vida produz 
um forte impacto no mercado de bens e serviços es-
portivos, pois o grande aumento na procura por aca-
demias de ginásticas, o crescimento do faturamento 
de lojas de acessórios esportivos e os programas 
de televisão relacionados ao esporte movimentam 
a economia.
Atualmente, a cultura do bem-estar, a busca pela 
qualidade de vida, por padrões estéticos, por desafio, 
aventura e diversão, ocasionou a multiplicação e a 
expansão de uma diversidade de práticas corporais.
Os diversos tipos de ginástica e dança, o tai-chi, mus-
culação, wind-surf, hidroginástica, skate, capoeira, 
esportes de aventura etc. representam algumas das 
modalidades que fazem parte da vida das pessoas 
atualmente.
É também por meio do esporte que o profissional 
da Educação Física exerce suas práticas, sendo que 
atualmente esse profissional se tornou muito requisi-
tado no mundo moderno, pois faz parte do cotidiano 
das pessoas em todas as faixas etárias, atuando em 
um gigantesco mercado de trabalho que envolve 
preparadores físicos, professores, gestores etc.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book, estudamos o esporte como um fenô-
meno social, conhecendo essa prática que tem acom-
panhado a evolução humana em todas as épocas. 
O esporte abrange diversas manifestações, assim, 
abordamos o modo como acontece na escola, em 
ambientes não formais e no alto rendimento, uma 
vez que o esporte pode ser praticado com diferentes 
objetivos.
Com o tempo, a Educação Física escolar ganhou no-
vos significados, pois já não mais prioriza o desem-
penho físico, envolvendo-se nas responsabilidades 
com as relações sociais e no desenvolvimento dos 
valores humanos. Dessa maneira, aprendemos a valo-
rização da cultura corporal do movimento e as novas 
propostas relacionadas ao conteúdo desta disciplina.
Pudemos nos inteirar das definições do conceito de 
Psicologia do Esporte, compreendendo quais são 
os profissionais que atuam nessa área, bem como 
quais são suas responsabilidades. Além do preparo 
físico do atleta, a preparação psicológica tem sido 
uma questão muito discutida, trazendo novos ques-
tionamentos sobre os fatores que influenciam o de-
sempenho do atleta nas competições.Por fim, refletimos também sobre o papel que o es-
porte ocupa na vida das pessoas e uma proposta de 
como este conteúdo pode ser abordado nas aulas 
de Educação Física.
33
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