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Dimensões Socioculturais Históricas e Filosóficas da Educação Física e do Esporte - Ebook 4

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E-book 4
Giovana Fernandes
DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS, 
HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO 
ESPORTE
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
REGULAMENTAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL�������������� 5
LICENCIATURA E BACHARELADO: 
DIFERENÇA �������������������������������������������������15
DIRETRIZES GERAIS PARA 
EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS �����20
Atividades rítmicas e expressivas ����������������������� 30
Conhecimento o corpo ����������������������������������������� 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 35
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book, estudaremos em que contexto ocor-
reu a regulamentação da Educação Física no Brasil� 
Com isso, compreenderemos de que modo o desejo 
pela regulamentação do exercício profissional na 
área da Educação Física tornou-se uma realidade, 
descobrindo quem foram os idealizadores desse 
sonho e quando de fato a proposta foi aprovada pelo 
Congresso Nacional, vindo a ser sancionada a Lei n� 
9696 de 1 de setembro de 1998�
A partir disso, criou-se o Conselho Federal de 
Educação Física (Confef) com a responsabilidade 
de orientar e fiscalizar o exercício das atividades dos 
profissionais de Educação Física.
Compreenderemos quem pode ou não atuar na 
área da Educação Física e qual foi a atitude tomada 
pelo Confef perante aqueles que trabalhavam na 
área sem a devida formação antes da vigência da 
Lei n� 9696/1998� Conheceremos, ainda, quais são 
as competências e as áreas em que o profissional 
de Educação Física regulamentado possui licença 
para atuar�
Nesse sentido, seremos capazes de identificar as 
diferenças entre licenciados e bacharéis, entendendo 
as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), 
que atribuíram uma diferente configuração ao esta-
belecer especificações relacionadas à licenciatura 
e ao bacharelado�
3
Por fim, compreenderemos as diretrizes que regem 
a Educação Física e os Desportos, ao conhecer os 
documentos que orientam o desenvolvimento desta 
disciplina nas instituições de ensino.
4
REGULAMENTAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO 
BRASIL
Neste tópico, estudaremos como se iniciou a luta 
pela regulamentação da Educação Física no Brasil, 
como se criou o Conselho Federal de Educação Física 
(Confef), instituição responsável por orientar e fis-
calizar o exercício das atividades dos profissionais 
de Educação Física, e quais são os direitos e as res-
ponsabilidades desses profissionais.
O desejo pela regulamentação do exercício profissio-
nal na área da Educação Física iniciou-se entre as 
décadas de 1940 e 1950� Entretanto, foi somente em 
1984 que se redigiu o documento que numerava as 
diretrizes para uma nova Educação Física brasileira� 
Essa iniciativa partiu de um grupo de intelectuais 
atuantes que estava reunido em Belo Horizonte (MG), 
em decorrência de um congresso�
Aconteceram grandes encontros entre professores 
de Educação Física em prol dessa causa� Um de-
les ocorreu em 1989, durante os Jogos Escolares 
Brasileiros, nos quais os profissionais emitiram um 
documento que norteava uma proposta para um es-
porte comprometido com a educação�
Também houve três encontros internacionais, que 
foram muito significativos para a Educação Física:
 ● World Summit on Physical Education, em Berlim, 
que levantou a questão da necessidade de uma 
5
Educação Física de qualidade com base na sua im-
portância para a sociedade;
 ● 3º Encontro de Ministros e Responsáveis pelo 
Esporte e Educação Física, em Punta del Este, que 
definiu as diretrizes para as ações governamentais 
direcionadas a favor da Educação Física e do esporte;
 ● Congresso Mundial da Federação Internacional 
de professores de Educação Física (Fiep), realizado 
em Foz do Iguaçu (PR), evento em que foi lançado o 
Manifesto Mundial FIEP de Educação Física 2000, o 
qual ressignificou o conceito de Educação Física, evi-
denciando seu compromisso com importantes ques-
tões da humanidade: exclusão social, meio ambiente, 
inclusão de pessoas com necessidades especiais etc� 
O evento se preocupou também com a importância 
em estabelecer relações entre Educação Física e 
outras áreas (ciência, lazer, cultura, turismo etc�)�
Em 1998, os professores de Educação Física que 
atuavam politicamente junto a autoridades políticas e 
empresariado do ramo educacional apresentaram um 
projeto de lei com o propósito de legalizar a categoria 
dos profissionais de Educação Física. Após décadas 
de luta, em 1 de setembro de 1998, a Lei n� 9696 foi 
aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada 
pelo Presidente da República� Assim, o sonho dos 
professores de Educação Física, que acreditaram e 
lutaram em prol da causa, foi então concretizado�
Nesse sentido, criou-se o Confef também em 1998� 
Trata-se de uma entidade civil sem fins lucrativos 
que orienta e fiscaliza o exercício das atividades dos 
6
profissionais de Educação Física. O objetivo desse 
Conselho é o de regulamentar o exercício desses 
profissionais, designando o Profissional de Educação 
Física como o único a ter uma licença para atuar na 
área, visto que o profissional deve estar regularmente 
registrado nos Conselhos Regionais de Educação 
Física (Cref)�
Em outras palavras, somente poderão operar os pro-
fissionais devidamente registrados nos Cref, sendo 
que o critério de ingresso no exercício profissional 
fica sob a responsabilidade de fiscalização e poder 
de decisão do Conselho�
Toda essa movimentação resultou no surgimento da 
ideia primordial de estabelecer quem poderia ou não 
atuar na área da Educação Física, sob o argumento 
de proteger o mercado de trabalho dos profissionais 
da área, já que pessoas sem uma formação adequa-
da atuavam nas diferentes áreas da Educação Física� 
O fato de haver profissionais sem formação atuando 
no mercado de trabalho comprometia as aulas de 
Educação Física, pois as atividades desenvolvidas 
tinham baixa qualidade�
FIQUE ATENTO
O papel do Confef é garantir à sociedade que 
o direito constitucional de ser atendida na área 
de atividades físicas e esportivas seja exercido 
por profissionais de Educação Física. Seus va-
lores são: Tradição, Legitimidade, Comprome-
timento, Cooperação, Tolerância, Democracia, 
7
Saber profissional, Responsabilidade social e 
Solidariedade�
Um ponto polêmico muito discutido quanto à re-
gulamentação do exercício profissional na área da 
Educação Física é como proceder com relação àque-
les que trabalhavam na área sem a devida formação 
antes da vigência da Lei n� 9696/1998� Assim, foi 
definido no seu artigo 2 que apenas serão inscri-
tos nos Conselhos Regionais de Educação Física 
os profissionais que tiverem diploma reconhecido 
dos cursos de Educação Física e os que, até a data 
do início da vigência da lei, tenham comprovado o 
exercício em atividades próprias dos Profissionais 
de Educação Física conforme termos estabelecidos 
pelo Confef�
Dessa forma, fica claro que apenas os profissionais 
com diploma autorizado de Educação Física podem 
ser aceitos como profissionais regulamentados, além 
de ser possível também que os profissionais que já 
exerciam atividades características dos profissionais 
de Educação Física, antes da promulgação, rece-
bessem do Confef uma autorização, com algumas 
particularidades, para trabalharem com atividades 
que já realizavam anteriormente�
Essa solução (descrita no inciso 3 do artigo 2) está 
correta do ponto de vista jurídico, pois possibilita a 
transição de um estado jurídico a outro, respeita o 
direito adquirido que é constitucionalmente assegu-
rado, além de promover uma adaptação daqueles 
8
que exerciam as atividades profissionais sem terem 
conhecimentos formais sobre o assunto�
FIQUE ATENTO
Entre as resoluções editadas pelo Confef e dire-
cionadas aos profissionais que atuavam na área 
da Educação Física sem formação, está a Re-
solução 045/2002, determinando qual deve ser 
a frequência em programas desenvolvidos pelo 
Conselho Regional de Educação Física (Cref) em 
parceria com as Instituições de Ensino Superior, 
comênfase em conhecimentos pedagógicos, éti-
cos e científicos, assim como na responsabilida-
de no exercício profissional. O curso envolve se-
minários e a participação em eventos esportivos�
Se, por acaso, uma pessoa sem a devida formação 
estiver exercendo a profissão, ela pode responder por 
exercício irregular de profissão; caso esteja vincula-
da a um estabelecimento, este também responderá 
subsidiariamente�
Após determinar qual entidade ficaria responsável 
pela regulamentação profissional, o legislador des-
creveu as competências e áreas em que o profissio-
nal regulamentado teria licença para atuar� Assim, 
no artigo 3 consta que “compete ao Profissional de 
Educação Física coordenar, planejar, programar, super-
visionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar 
trabalhos, programas, planos e projetos, bem como 
prestar serviços de auditoria, consultoria e assesso-
9
ria, realizar treinamentos especializados, participar 
de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e 
elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, 
todos nas áreas de atividades físicas e do desporto”�
O Confef dispôs sobre a Intervenção do Profissional 
de Educação Física, através da Resolução n� 
046/2002, determinando que esse profissional é apto 
a atuar em atividades físicas, nas suas diversas ma-
nifestações (ginásticas, exercícios físicos, desportos, 
jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, ativida-
des rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, 
lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento 
corporal, ioga, exercícios compensatórios etc.), fican-
do responsável por prestar serviços que propiciem o 
desenvolvimento da educação e da saúde�
O profissional que descumprir o determinado no 
Código de Ética (art� 12) será punido com advertência 
escrita, com ou sem aplicação de multa; censura públi-
ca; suspensão do exercício da profissão; cancelamento 
do registro profissional e divulgação do fato. Entre as 
competências do Confef, inicialmente, questionou-se 
sobre a responsabilidade da entidade em regular as 
atividades dos professores da área escolar� No en-
tanto, no artigo 2 da Resolução 46/2002, referente à 
especificação profissional, encontra-se descrito sobre 
a regência/docência em Educação Física�
Cabe, portanto, ao profissional identificar, planejar, 
programar, organizar, dirigir, supervisionar e lecionar 
conteúdos da Educação Física em todos os níveis de 
ensino (básica, infantil, médio e superior)�
10
A Resolução n. 23/2000 descreve a regulação, fisca-
lização e orientação dos profissionais e das pessoas 
jurídicas que ofereçam atividades físicas, desportivas 
e similares, estabelecendo finalidades e atribuições. 
Determina ainda que empresas estejam registradas 
nos Cref da jurisdição, conforme previsto no inciso 
4, do artigo 56, do Estatuto do Confef�
De acordo com Confef, as empresas prestadoras de 
serviços em atividades físicas, desportivas e simila-
res têm o dever legal de garantir que as prestações 
desses serviços aconteçam sob a responsabilidade 
de um profissional de Educação Física devidamente 
qualificado e registrado no Conselho. Se, por acaso, 
a empresa vier a contratar profissionais não regula-
mentados, pode ser punida com advertência escrita, 
multa, censura, suspensão e proibição de atuar, sem 
prejuízos de outras sanções cabíveis.
No que diz respeito à ampliação das áreas de atua-
ção da Educação Física, é um assunto causador de 
muita polêmica� Houve uma manifestação contrária 
a isso, principalmente por parte dos profissionais da 
dança, que se posicionaram contrários à colocação 
da dança como área privativa da Educação Física, 
alegando que o Confef não tem competência para 
legislar, fiscalizar e orientar outra categoria profissio-
nal que não está agregada por lei à sua área. Aliás, 
não só os profissionais da dança se manifestaram 
contrários à obrigação de se subordinarem ao Confef, 
como também os profissionais envolvidos com ioga, 
artes marciais etc�
11
O Confef posiciona-se fazendo referência à ativida-
de física como qualquer movimento humano� Logo, 
dança, ioga e lutas são consideradas atividades físi-
cas� Porém, na dança a atividade física é apenas um 
meio para uma expressão artística, a ioga é definida 
como uma atividade que envolve exercícios princi-
palmente respiratórios e de concentração, e as artes 
marciais, embora envolvam movimentos corporais, 
têm ensinamentos teóricos que consolidam a forma 
como o artista marcial deve se comportar perante 
diferentes situações.
Assim, resguardados por tais argumentos, esses 
profissionais não se submetem à supervisão do Cref, 
ainda que a decisão não esteja de acordo com o 
posicionamento do Confef� Trata-se de uma decisão 
em conformidade com a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ)�
REFLITA
Uma professora de zumba natural do estado do 
Mato Grosso foi autuada pelo Conselho Regional 
de Educação Física de São Paulo por atuar sem 
diploma� A professora acionou a Justiça Federal 
e conseguiu uma liminar para continuar dando 
suas aulas de zumba� Professores de dança não 
precisam ter formação em Educação Física, pois 
suas atividades são consideradas artísticas e cul-
turais. Entretanto, o Conselho profissional recor-
reu, sob a alegação de que as aulas oferecidas 
sob a certificação da marca Zumba Fitness são 
12
aulas de ginástica aeróbica, por isso, deveriam 
ser ministradas por um profissional de Educação 
Física para garantir a segurança dos estudantes�
Diante do exposto, você acredita que as diversas 
modalidades de dança fitness, como Zumba, Fit 
dance, Power dance etc�, por serem praticadas 
no intuito de condicionamento físico, devem ser 
ministradas por profissionais de Educação Físi-
ca registrados no Conselho da classe de acordo 
com a Lei n� 9�696/1998?
No que diz respeito à exigência do Cref para profissio-
nais que atuam como professores, foi determinado 
por uma liminar que não precisam da regulamenta-
ção, considerando ser suficiente para a prática da do-
cência um diploma expedido por uma instituição de 
ensino superior� Assim, foi editada uma lei estadual 
em São Paulo, em seu Artigo 2 consta que “Somente 
profissionais devidamente habilitados, portadores 
de licenciatura plena em educação física, podem 
ministrar a disciplina de Educação Física”�
Estabeleceu-se, com isso, a exclusão do registro e 
da fiscalização por parte do Confef:
a) dos professores habilitados, registrados e ad-
mitidos ao trabalho na forma de legislação de ensi-
no vigente, desde que exerçam somente atividades 
docentes;
b) dos mestres, instrutores e monitores de inicia-
ção e especialização desportiva e da cultura física 
13
credenciados, registrados e fiscalizados por suas 
federações e confederações;
c) não são consideradas atividades de Educação 
Física, para os efeitos desta lei, as formas de expres-
são referidas à identidade, à ação e à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasilei-
ra, isto é, os profissionais de danças, artes marciais, 
ioga, capoeira, circo etc�
14
LICENCIATURA E 
BACHARELADO: DIFERENÇA
Neste tópico, identificaremos as diferenças exis-
tentes entre as configurações dos currículos dos 
cursos de licenciatura e bacharelado em Educação 
Física. Conheceremos quais são as especificações 
de cada formação, segundo as novas Diretrizes 
Curriculares Nacionais, em seguida, quais são as 
diferenças relacionadas ao campo de atuação no 
mercado de trabalho�
A formação inicial em Educação Física passou por 
diversas transformações nos últimos anos, em fun-
ção das novas Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCN), que a partir de uma reestruturação curricular 
atribuiu uma diferente configuração ao estabelecer 
as especificações relacionadas à licenciatura e ao 
bacharelado�
De acordo com as DCN, no tocante às Resolução 
CNE/CP n� 1 e a n� 2 de 2002, os currículos dos cur-
sos de licenciatura precisam considerar conheci-
mentos das diferentes etapas da educação básica, 
preocupando-se também com questõesculturais, 
sociais e econômicas; conhecimentos sobre o de-
senvolvimento humano e a própria docência�
No que diz respeito à carga horária, a resolução 
determina que sejam cumpridas, ao menos, 2800 
horas dos cursos de Formação de Professores da 
Educação Básica, incluindo o curso de licenciatura 
15
em Educação Física, sendo que 400 horas devem 
ser destinadas a atividades práticas como compo-
nente curricular e devem ser cumpridas ao longo 
do curso� Essas 400 horas de estágio curricular su-
pervisionado devem ser cumpridas a partir da se-
gunda metade do curso; 1800 horas para os conte-
údos curriculares e 200 horas para outras atividades 
acadêmico-científico-culturais.
Quanto aos currículos dos cursos de bacharelado em 
Educação Física, segundo a Resolução CNE/CES n� 
7/20043, devem atender às demandas da formação 
ampliada e específica:
 ● A formação ampliada envolve os conhecimentos 
relacionados ao ser humano e à sociedade (Biologia 
do corpo humano, produção de conhecimentos cien-
tíficos e tecnológicos), com vistas a proporcionar 
uma formação cultural abrangente que contribua po-
sitivamente para a ação profissional, estabelecendo 
um diálogo com as demais áreas do conhecimento�
 ● A formação específica abrange os conhecimentos 
de Educação Física, as dimensões relacionadas à 
cultura do movimento humano, técnico-instrumental 
e didático-pedagógica, com vistas a qualificar o pro-
fissional de Educação Física conforme os campos 
de intervenção�
A carga horária mínima do curso de bacharelado em 
Educação Física, segundo a Resolução CNE/CES n� 
4/20098, são 3200 horas, considerando que estágios 
e atividades complementares excedam 20% da carga 
16
horária total do curso junto com a prática como um 
componente curricular, sem dissociar teoria e prática�
Assim, diante das mudanças nas Diretrizes 
Curriculares no que diz respeito à formação na área 
da Educação Física, podemos entender que os cursos 
de licenciatura e bacharelado devem ser estrutura-
dos como representações de campos de atuação 
diferentes, para que possam oferecer uma formação 
com características próprias�
De acordo com Oliveira (2005), a nova configuração 
da área oferece maior satisfação aos anseios dos 
futuros participantes dos cursos, pois desde o início 
eles poderão estar mais próximos das estruturas de 
intervenção que escolheram, tanto no que se refere 
à licenciatura quanto ao bacharelado.
As disciplinas das matrizes curriculares dos projetos 
pedagógicos devem caracterizar os cursos de licen-
ciatura e bacharelado, não apenas pela nomenclatura, 
mas pelos objetivos, ementas, referenciais, discus-
sões estabelecidas em sala de aula e carga horária 
em conformidade com as áreas de conhecimento�
Para uma compressão mais abrangente, resumi-
damente, a licenciatura forma professores aptos 
a atuar em diferentes etapas da educação básica, 
como componente curricular Educação Física� O ba-
charelado, por sua vez, qualifica o estudante, futuro 
profissional, para intervir na sociedade por meio das 
diferentes manifestações da atividade física e es-
portiva, incutindo na sociedade a busca pela adoção 
17
de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável, 
estando impedido de atuar na educação básica�
A Resolução CNE/CSE 7/2004 distingue as forma-
ções entre bacharel e licenciado, uma vez que esta-
belece que
O Professor da Educação Básica, licenciatura 
plena em Educação Física, deverá estar qua-
lificado para a docência deste componente 
curricular na educação básica, tendo como 
referência a legislação própria do Conselho 
Nacional de Educação, bem como as orienta-
ções específicas para esta formação tratadas 
nesta Resolução.
Com isso, quem deseja atuar como professor de 
Educação Física na educação básica deve estar 
ciente de que precisa buscar o curso de licenciatura; 
quem deseja atuar nos demais nichos do mercado de 
trabalho específico da Educação Física deve procurar 
cursos de bacharelado�
É preciso que a informação fique muito clara para 
o estudante, pois quem tiver formação em curso de 
licenciatura não poderá atuar na área do formado em 
curso de bacharelado e vice-versa, uma vez que são 
formações diferentes, e isso implica intervenções 
profissionais diferentes também.
18
SAIBA MAIS
A maioria dos estudantes do curso de Educação 
Física optava, inicialmente, pela licenciatura� Du-
rante muito tempo, essa opção foi uma tradição, 
mas na última década vem crescendo a procura 
pelo bacharelado� Dentre os motivos que estão 
levando os estudantes a buscarem o bacharela-
do, certamente encontramos o fato de ser uma 
carreira com considerável aumento do número 
de vagas no mercado de trabalho, devido à gran-
de expansão das academias de ginástica e à legi-
timação da educação física no campo da saúde�
Saiba mais detalhes sobre a formação em Educação 
Física, mercado de trabalho, expansão da área, va-
lorização do professor, grade curricular etc�, lendo 
a reportagem disponível em: https://g1.globo.com/
educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-di-
plomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-
-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-
-raio-x.ghtml�
19
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
DIRETRIZES GERAIS PARA 
EDUCAÇÃO FÍSICA E 
DESPORTOS
Neste tópico, estudaremos as diretrizes que regem 
a Educação Física e os Desportos, compreenden-
do como essa disciplina deve ser trabalhada em 
ambiente escolar em todas as fases do ensino� 
Conheceremos também os documentos que auxi-
liam escolas, equipes pedagógicas e professores na 
elaboração dos conteúdos e objetivos da Educação 
Física escolar�
A Educação Física, a partir da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN n� 9�394/1996), 
é considerada um componente curricular obrigató-
rio, assim, todos os estudantes da Educação Básica 
devem frequentar as aulas�
Dentre as principais missões da escola, está a trans-
missão de cultura e conhecimento� O conteúdo da 
Educação Física pode colaborar com a construção de 
um cidadão mais completo e consciente do seu papel 
na sociedade� Para que a Educação Física atinja seus 
objetivos, precisa acontecer segundo as diretrizes da 
educação brasileira�
A primeira lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional surgiu em 1946, mas já passou por diver-
sas reformulações. Na década de 1970, surgiu a Lei 
n� 5�692/1971� Ainda que tenha conservado alguns 
aspectos da lei anterior, aumentou a obrigatoriedade 
20
escolar de quatro para oito anos de duração, bem 
como modificou a nomenclatura do ensino primário e 
do ensino médio, que passaram a se chamar ensino 
de 1º grau e ensino de 2º grau� Nas décadas de 1980 
e 1990, o Brasil ampliou significativamente o acesso 
ao ensino fundamental obrigatório, aumentando o 
número de matrículas�
Nos últimos tempos, houve um aumento da oferta 
do ensino médio e da educação infantil nos sistemas 
públicos, resultado da nova LDBEN, sancionada em 
1996 (9�394/1996), que trouxe importantes mudan-
ças, como a integração da educação infantil e do 
ensino médio como etapas da educação básica e 
também um paradigma curricular novo, segundo o 
qual os conteúdos oferecessemmeios para que os 
estudantes da educação básica desenvolvessem 
capacidades e competências, flexibilidade, descen-
tralização e autonomia da escola associadas à ava-
liação de resultados (BRASIL, 1996)�
No tocante à Educação Física, estabeleceu-se que “a 
Educação Física, integrada à proposta pedagógica da 
escola, é componente curricular da educação básica, 
ajustando-se às faixas etárias e às condições da 
população escolar, sendo facultativa nos cursos no-
turnos” (BRASIL, 1996)� Dito de outra maneira, diante 
do fato de a educação básica abranger a educação 
infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, fica 
claro que a Educação Física passa a ser exercida des-
de as creches até a terceira série do Ensino Médio�
21
Dadas as determinações da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (Lei n� 9�394/1996), no que 
tange à primeira etapa da educação básica (educa-
ção infantil), as instituições de ensino devem recorrer 
ao Referencial Curricular Nacional (RCN), documento 
cujo objetivo é nortear os professores e as equipes 
pedagógicas na realização do trabalho destinado às 
crianças de 0 a 6 anos de idade�
SAIBA MAIS
O Referencial Curricular Nacional para a Educa-
ção Infantil faz parte da série de documentos dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados 
pelo Ministério da Educação e do Desporto� Esse 
documento foi criado a partir de um amplo debate 
de abrangência nacional e representa importan-
tes transformações na educação infantil. Acesse 
seus três volumes nos seguintes endereços:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_
vol1.pdf; http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/volume2.pdf; http://portal.mec.gov.br/seb/ar-
quivos/pdf/volume3.pdf.
 Para a Educação Infantil, o RCN é composto de três 
documentos:
1. Introdução�
2. Formação Pessoal e Social�
3. Conhecimento de Mundo, que é composto de 
seis documentos: Movimento, Música, Artes Visuais, 
22
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e 
Matemática�
De acordo com o RCN, a presença do movimento 
na educação infantil é extremamente importante 
no processo de desenvolvimento das crianças, 
porém normalmente essas atividades são minis-
tradas nas instituições de ensino pelos chamados 
professores polivalentes, não por profissionais de 
Educação Física�
Essa situação se estabelece, porque o movimento 
muitas vezes é mal interpretado e desvalorizado nas 
creches e pré-escolas� No entanto, essa visão que 
ainda permanece em algumas instituições deve aca-
bar definitivamente.
Os conteúdos relacionados ao movimento devem 
obrigatoriamente fazer parte da rotina das institui-
ções de educação infantil, por conta da importância 
da inserção de professores de Educação Física nesse 
nível de ensino que é reforçada para a melhoria da 
qualidade de ensino, uma vez que esses profissionais 
têm a devida qualificação para a função.
O trabalho com o movimento na Educação Infantil 
deve contemplar a multiplicidade das funções e ma-
nifestações do ato motor, proporcionando um amplo 
desenvolvimento dos aspectos específicos da mo-
tricidade infantil, abrangendo atividades voltadas à 
ampliação da cultura corporal de cada criança, bem 
como à reflexão acerca das posturas corporais pre-
sentes nas atividades cotidianas (BRASIL, 1998a)�
23
De acordo com o RCN, “a organização dos conteúdos, 
para o trabalho com movimento, deverá respeitar as 
diferentes capacidades das crianças em cada faixa 
etária, bem como as diversas culturas corporais pre-
sentes nas muitas regiões” (BRASIL, 1998a, p. 15). 
Os conteúdos apresentados no RCN estão organi-
zados em dois blocos: Expressividade e Equilíbrio 
e Coordenação�
Para a melhor compreensão, segue a organização 
dos conteúdos segundo o Referencial Curricular 
Nacional representado na Tabela 1: 
Expressividade A expressividade subjetiva do movimen-
to “deve ser contemplada e acolhida 
em todas as situações do dia a dia nas 
instituições de educação infantil, possi-
bilitando que as crianças utilizem gestos, 
posturas e ritmos para se expressar e se 
comunicar”�
Valoriza e estimula a intencionalidade e a 
criação na criança, fazendo gestos, modi-
ficando e interpretando seus significados.
Trabalha os conteúdos deste bloco com 
o envolvimento de atividades como 
brincadeiras de roda, mímicas, brincadei-
ras de faz-de-conta, danças circulares, 
brincadeiras que envolvam o canto e o 
movimento ao mesmo tempo, priorizando 
as atividades que incentivem as crianças 
a explorarem os vários ritmos, espaços, 
movimentos, intensidades etc�
24
Equilíbrio e 
Coordenação
Envolvem a valorização dos jogos mo-
tores e as brincadeiras que estimulam a 
progressiva coordenação dos movimen-
tos e o equilíbrio das crianças�
Faixa etária de 0 a 3 anos: trabalhar com 
a exploração de diferentes posturas 
corporais, com a ampliação progressiva 
da destreza para deslocar-se no espaço e 
com o aperfeiçoamento dos gestos�
Faixa etária de 4 a 6 anos: brincadeiras e 
jogos que envolvam correr, subir, escor-
regar etc�; a manipulação de diversos 
materiais e objetos e a utilização dos 
recursos de deslocamento e das habilida-
des básicas�
Tabela 1: Organização do conteúdo segundo o RCN. Fonte: Adaptada 
de Brasil (1998a).
O professor precisa estar atento à organização do 
ambiente em que as aulas acontecem, mas também 
à escolha dos materiais que serão utilizados, pois 
devem favorecer a descoberta e a exploração do 
movimento� De acordo com o RCN, o professor “deve 
refletir sobre as solicitações corporais das manifes-
tações da motricidade infantil, compreendendo seu 
caráter lúdico expressivo” (BRASIL, 1998a, p� 39)�
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram 
elaborados pelo Ministério da Educação com o pro-
pósito de nortear o trabalho dos professores das di-
ferentes disciplinas do Ensino Fundamental e Médio, 
acrescentando qualidade ao ensino, objetivando for-
mar estudantes mais participativos, críticos, autô-
nomos e conhecedores dos seus direitos e deveres�
Embora os PCN orientem o trabalho dos professores, 
é importante que se entenda que esses documentos 
25
são flexíveis e devem ser adaptados considerando 
a realidade de cada região do Brasil�
SAIBA MAIS
Entre as propostas dos PCN, é importante que te-
nhamos ciência de que tais documentos foram 
elaborados procurando respeitar as diversidades 
regionais, culturais e políticas características do 
nosso país, ao mesmo tempo, atentando-se à 
necessidade de construir referências nacionais 
comuns ao processo educativo em todas as re-
giões brasileiras. Saiba mais estudando os docu-
mentos sobre os ensinos fundamental e médio, 
acessando os seguintes endereços: http://portal.
mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf;
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/intro-
ducao.pdf;
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.
pdf.
No que se refere à Educação Física no ensino funda-
mental, as orientações dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais apontam para a importância da disciplina 
nesse nível de ensino, pois através dela os estudan-
tes podem desenvolver diversas habilidades corpo-
rais, tendo a oportunidade de participar de ativida-
des como jogos, esportes, lutas, ginástica e dança 
desenvolvendo a expressão de sentimentos, afetos 
e emoções.
26
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf
Os PCN propõem a democratização, humanização e 
diversificação das práticas pedagógicas da área da 
Educação Física, buscandoampliar a visão somente 
biológica, para um trabalho que leva em conta as 
dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos 
estudantes, uma vez que a Educação Física deve ser 
compreendida como uma cultura corporal, ou seja, 
como conhecimentos e formas de expressão que se 
modificam ao longo do tempo (BRASIL, 2001).
Ao considerarmos as transformações pelas quais a 
Educação Física escolar vem passando, podemos 
considerar que seu propósito já ultrapassou a busca 
pela aptidão física e pelo rendimento nos esportes� 
Atualmente, seus conteúdos se voltam para o desen-
volvimento de potencialidades dos estudantes, de 
maneira democrática e inclusiva, já que nenhum es-
tudante pode ser privado dos conteúdos da Educação 
Física, uma vez que compõem um vasto patrimônio 
cultural que deve ser valorizado, explorado e desfru-
tado por todos�
A partir dos conhecimentos adquiridos nas aulas 
de Educação Física, espera-se que os estudantes 
valorizem as atividades e possam reivindicar o seu 
acesso a elas, aprendam a cultivar bons hábitos 
de alimentação, higiene, atividade corporal e con-
quistem um senso crítico diante de alguns valores 
sociais, como padrões de beleza e saúde, ética do 
esporte profissional e sobre a questão de gênero 
(BRASIL, 2001)�
27
Quando a Educação Física é trabalhada com base na 
repetição de gestos técnicos, os estudantes ficam 
desmotivados e desinteressados em participar des-
se tipo de aula� Portanto, os professores precisam 
deixar para trás esse formato de aula que se volta 
aos conteúdos que façam com que os estudantes 
reflitam sobre suas potencialidades corporais e se 
tornem capazes de exercê-las social e culturalmente 
significativa.
FIQUE ATENTO
Objetivos gerais de acordo com os PCN para a 
Educação Física no ensino fundamental: espera-
-se que o estudante seja capaz de participar de 
atividades corporais, respeitando as diferenças 
físicas e pessoais de cada um; respeitar e ser so-
lidário com os amigos; conhecer e valorizar as di-
ferentes manifestações culturais e as diferentes 
pessoas de diferentes grupos sociais; conhecer 
ambientes saudáveis e se portar de forma higi-
ênica, conhecendo condições dignas; conhecer 
padrões de beleza e estética, dentro da cultura 
evitando o preconceito gerado pela mídia; conhe-
cer e organizar locais para que sejam promovi-
das atividades corporais de lazer, tendo respeito 
com o cidadão (BRASIL, 2001)�
Para que a Educação Física tenha um significado 
maior, é necessário inserir aos seus conteúdos ques-
tões culturais e sociais. Os PCN incluíram em sua 
28
proposta conteúdos que estão organizados em três 
blocos:
4. Esportes, Jogos, Lutas e Ginástica�
5. Atividades Rítmicas e Expressivas�
6. Conhecimento sobre o corpo�
Esses três blocos têm vários conteúdos comuns, 
porém, têm também as suas especificidades. Confira 
a seguir um pouco mais sobre cada um deles�
Esportes, jogos, lutas e ginástica
Os jogos podem ter caráter competitivo, coopera-
tivo ou recreativo, podem ser utilizados como uma 
forma de confraternização, de atividades cotidia-
nas, passatempo ou diversão� Eles estão entre 
os jogos e as brincadeiras regionais, os jogos de 
salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadei-
ras infantis de modo geral�
Consideram-se esportes como “práticas em que 
são adotadas regras de caráter oficial e competi-
tivo, organizadas em federações regionais, nacio-
nais e internacionais que regulamentam a atuação 
amadora e a profissional” (BRASIL, 2001, p. 48). 
Para a prática de determinados esportes, são ne-
cessários equipamentos específicos e condições 
espaciais apropriadas, como campo, piscina, bici-
cleta, ginásio, rede, bolas etc�; por exemplo, fute-
bol de campo, basquete, handebol, tênis de mesa, 
hóquei, beisebol, atletismo, natação, etc�
29
De acordo com os PCN, as lutas “são disputas em 
que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjulgado(s), 
mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, 
contusão, imobilização ou exclusão de um determi-
nado espaço na combinação de ações de ataque e 
defesa” (BRASIL, 2001, p� 49)� Em outras palavras, 
envolve as brincadeiras mais simples, por exemplo, 
o cabo de guerra e o braço de ferro, e também as 
práticas mais complexas da capoeira, do judô e 
do caratê, dentre outras�
As ginásticas, segundo os PCN, são técnicas de tra-
balho corporal que, de modo geral, assumem um 
caráter individualizado com finalidades diversas; 
possuem diversas finalidades, como a preparação 
para outras modalidades, relaxamento, manutenção 
ou recuperação da saúde, convívio social, recreação, 
competição, percepção do próprio corpo etc�
Nesse primeiro bloco de conteúdos, sugere-se tam-
bém que o professor inclua informações relacionadas 
à origem, à história e às características dos esportes, 
jogos, lutas e ginásticas, além de promover perante 
os estudantes a valorização e a apreciação dessas 
práticas�
Atividades rítmicas e expressivas
As atividades rítmicas incluem “(...) as manifestações 
da cultura corporal que têm como características 
comuns a intenção de expressão e comunicação 
30
mediante gestos e a presença de estímulos sonoros 
como referência para o movimento corporal” (BRASIL, 
2001, p� 51)�
Além das danças, devem-se trabalhar as brincadeiras 
cantadas; considerando a riqueza de manifestações 
rítmicas e expressivas existentes em nosso país, 
é preciso trabalhar as Danças Brasileiras (samba, 
baião, quadrilha, catira etc�); Danças Urbanas (rap, 
funk, pagode etc�); Danças Eruditas (clássicas, mo-
dernas, contemporâneas etc�); Danças e coreogra-
fias associadas a manifestações musicais (olodum, 
timbalada, escolas de samba, trios elétricos etc�); 
Brincadeiras de roda e cirandas� Esse conteúdo pode 
variar de acordo com o local em que a escola estiver 
inserida�
Através das danças e brincadeiras, os estudantes po-
dem conhecer as qualidades do movimento expres-
sivo (forte/fraco, rápido/lento, duração, intensidade 
etc�); conhecer técnicas de execução de movimentos; 
ser capazes de improvisar, construir coreografias e 
aprender a valorizar as manifestações expressivas.
A dança é uma das formas mais significativas de 
movimento, e o homem expressa seus sentimentos, 
emoções e a diversidade cultural existente em nosso 
país por meio da dança, ampliando as possibilidades 
de aprendizagem�
31
Conhecimento o corpo
O conhecimento do corpo refere-se a conhecimentos 
e conquistas individuais que subsidiam as práticas 
corporais expressas anteriormente, bem como dão 
recursos para o indivíduo gerenciar sua atividade 
corporal de forma autônoma (BRASIL, 2001, p� 46)�
Com isso, envolvem a compreensão dos aspectos 
anatômicos, fisiológicos, biomecânicos e bioquí-
micos, que devem ser trabalhadas as habilidades 
motoras, os conhecimento sobre alguns processos 
metabólicos de produção de energia, eliminação e 
reposição de nutrientes básicos, as alterações que 
ocorrem durante as atividades físicas (frequência 
cardíaca, queima de calorias, aumento da massa 
muscular, da força e da flexibilidade etc.) e o conhe-
cimento relacionados à estrutura óssea e muscular, 
dentre outros�
Devem ser trabalhados também os conhecimentos 
relacionados aos hábitos posturais e atitudes cor-
porais, discutindo, por exemplo, sobre qual a postu-
ra mais adequada para a realização de uma tarefa 
especifica etc.
Nesse bloco, os conteúdos devem ser trabalhados de 
modo que o estudante desenvolva uma percepção, 
sendo capaz de analisar e compreender as altera-
ções que ocorrem em seu corpo durante e depois 
de realizar as atividades�
32
Ao observarmos essa síntese, podemos compreender 
que todas as atividades sugeridas estão repletas de 
significados, e assim as aulas de Educação Física 
nos dias atuais oferecem ao estudante um ensino 
com mais qualidade diante da diversidade de conteú-
do que proporciona diferentes vivências relacionadas 
às práticas corporais e seus significados.
Compreendemos que o estudante, após sua longa 
passagem pelo ensino fundamental, ao chegar no 
ensino médio,tenha sólidos conhecimentos sobre 
a cultura corporal� Sendo assim, no que diz respeito 
ao trabalho a ser desenvolvido no ensino médio, de 
acordo com a proposta dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais, o professor de Educação Física deverá 
dar continuidade ao que foi desenvolvido no Ensino 
Fundamental nesse nível e também pautar-se em 
uma “melhor compreensão e utilização das formas 
de expressão, utilizando gestos e movimentos, seus 
significados, suas técnicas e táticas” (BRASIL, 1998b, 
p� 57)�
FIQUE ATENTO
Segundo os PCN, a Educação Física para o Ensi-
no Médio tem como objetivo preparar o estudan-
te como cidadão, aprimorar seus conhecimentos 
como pessoa humana, com formação ética, au-
tonomia intelectual e crítica, tendo ampla visão 
dos conhecimentos tecnológicos e os processos 
teóricos e práticos (BRASIL, 1998b)�
33
A atividade física no ensino médio deve significar 
para o estudante uma prática atrativa, a fim de que 
ele possa praticá-la em seu cotidiano, criando assim 
um hábito saudável. Ao finalizar o ensino fundamen-
tal, o estudante deve ter consciência da importância 
de seu papel dentro da sociedade, ou seja, deve estar 
ciente da cultura corporal e sua importância social�
A Educação Física não pode limitar-se a conteúdos 
voltados ao esporte de competição, tentando en-
grandecer o país através de medalhas, pois o am-
biente escolar deve ser um espaço que promova a 
integração, a percepção do estudante diante das 
suas capacidades e dificuldades, sendo também 
um ambiente aberto para a opinião dos estudantes, 
estimulando a reflexão, já que o corpo é uma forma 
de expressão e comunicação�
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book, estudamos de que maneira aconteceu 
a regulamentação da Educação Física no Brasil e 
como surgiu o Conselho Federal de Educação Física 
(Confef), instituição responsável por orientar e fisca-
lizar o exercício das atividades dos profissionais de 
Educação Física�
Pudemos refletir sobre as decisões do Confef em re-
lação aos profissionais que exerciam a profissão sem 
a devida formação antes da vigência da Lei Federal 
n� 9696 de 1998�
Na sequência, compreendemos quais são as compe-
tências necessárias e as áreas em que o profissional 
de Educação Física regulamentado tem licença para 
atuar. Além disso, refletimos sobre o posicionamento 
do Confef em relação aos profissionais que atuam 
com atividades como a dança ou ioga, por exemplo, 
que reivindicam seu direito de não serem registrados 
no Conselho de Educação Física�
Com isso, conhecemos quais são as diferenças entre 
os cursos de licenciatura e bacharelado, entendendo 
mais detalhadamente as especificações de cada for-
mação e os campos de atuação que cada tipo abrange�
Por fim, avaliamos as diretrizes que regem a 
Educação Física e os Desportos, quais são os do-
cumentos que norteiam o ensino dessa disciplina nas 
instituições de ensino públicas e privadas e quais são 
as novas propostas de como a disciplina deve ser 
trabalhada nas escolas em todas as fases do ensino�
35
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http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
	INTRODUÇÃO
	REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
	LICENCIATURA E BACHARELADO: DIFERENÇA
	DIRETRIZES GERAIS PARA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
	Atividades rítmicas e expressivas
	Conhecimento o corpo
	CONSIDERAÇÕES FINAIS

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