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Resenha 1° capitulo do livro Semiotécnica, Diagnóstico e Tratamento das Doenças da Boca.

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Exame Clínico 
Neste capítulo é abordado sobre a importância do exame clínico, que por sua 
vez tem a finalidade de coleta de sinais e sintomas. O exame clínico é divido 
em duas etapas: anamnese e exame físico. Ambas as etapas são para 
conhecer o paciente não só fisicamente, mas também seu histórico de doenças 
e histórico familiar. 
No exame clínico deve ser obedecida uma sequencia lógica, completa e 
minuciosa, coletando sinais e sintomas para poder elaborar hipóteses de 
diagnóstico. 
Primeiramente é feita a anamnese, onde é conversado com o paciente para 
conhecê-lo melhor e poder criar uma relação de confiança, mas sempre 
obedecendo à sequência cronológica. 
Para a coleta de dados primeiramente pode ser feita não necessariamente pelo 
clínico, mas pelo recepcionista ou até mesmo pelo paciente por meio de 
formulários, com todos os dados necessários. 
A anamnese deve seguir esta sequência: 
 Identificação do paciente; 
 Queixa principal/ duração; 
 História da doença atual; 
 Antecedentes hereditários; 
 Situação familiar; 
 Antecedentes mórbidos pessoais; 
 Hábitos e vícios. 
O exame físico também deve ser feito ordenadamente após a anamnese. 
Existem casos que podem ser exceções, pois chegam muitos casos de 
emergência ( paciente deve ser atendido imediatamente pois algo de grave 
está acontecendo) ou urgência (paciente deve ser atendido com rapidez pois 
algo de grave está por acontecer). 
 O exame físico deve cobrir todas as regiões anatômicas em busca de 
alterações primeiramente levando em consideração a queixa do paciente. Um 
exame físico completo é de extra importância pois podem haver lesões que não 
foram percebidos pelo paciente. Todas as estruturas devem ser examinadas 
utilizando as manobras de semiotécnica. 
É de extrema importância que o examinador tenha alguns preparos para um 
exame de excelência: Sentidos aguçados; segurança; conhecimento das 
estruturas anatômicas; conhecimento de fisiologia; boas condições de 
visualização. 
As manobras de semiotécnicas são utilizadas para colher sinais, e são 
divididas em algumas etapas: 
 Inspeção; 
 Palpação (direta e indireta); 
 Percussão (direta e indireta); 
 Auscultação; 
 Olfação; 
 Punção; 
 Diascopia; 
 Exploração cirúrgica; 
 Sondagem; 
 Raspagem; 
 Fotografia; 
 Ordenha. 
O exame físico é divido em extrabucal e intrabucal. Tudo que é observado no 
exame deve ser anotado no prontuário clínico e relido para complementar ou 
corrigir dados pois é um documento de valor legal. 
Anamnese: 
São pesquisados sintomas por meio do relato do paciente. É de extrema importância 
criar um clima de confiança para fazer com que o paciente se sinta à vontade. A 
narração do paciente durante o relado não deve ser interrompida pois tudo que é dito 
é importante para o diagnóstico. Sequência a ser seguida: 
 Identificação do paciente: 
- Nome completo, com um número de documento de identidade. 
- Idade, pois algumas doenças são mais comuns em determinadas épocas da 
vida. 
-Gênero, pois certas doenças atingem determinado sexo. 
-Etnia, pois certas doenças tem prevalência em um determinado grupo. 
-Estado civil. 
-Nacionalidade. 
Residência, onde o paciente pode ser encontrado caso necessite de retorno ou 
um tratamento. 
-Profissão, ocupação principal. É importante saber se o paciente exerce alguma 
atividade pois é importante saber o local e as condições em que ele exerce suas 
atividades profissionais. 
 
 Queixa principal/ duração: 
Queixa principal é o sintoma mais importante, e a duração é o tempo desde do 
início do sintoma até o momento atual. A queixa deve ser transcritas com as 
palavras do paciente. 
Há pacientes que quando nervosos falam muito e é função do examinador 
saber destacar a queixa do paciente e saber transcrevê-las com as suas 
palavras. E também há pacientes que são tímidos e pouco falantes, neste caso 
o examinador precisa fazer perguntas diretas como “O que sente?” 
O cirurgião dentista diariamente se depara com queixa de dores, que 
normalmente são elas que motivam o paciente a ir numa consulta. Os 
principais sintomas são: Dor; ardor; choque; adormecimento; alteração no 
paladar; hipersensibilidade; náusea; entre outros. 
Deve ser levado em consideração os critérios de avaliação da sensibilidade da 
dor: 
- Intensidade: Pode ser leve, moderada ou baixa. As dores também podem 
variar conforme o perfil emocional do paciente. 
-Estímulo: Se a dor é espontânea ou provocada. 
-Duração: Se é prolongada ou instantânea. 
-Frequência: Periodicidade. Quantas vezes ou por quanto tempo. 
-Localização: Difusa ou situada. 
- Fatores de alívio ou piora. 
 
 História da doença atual: 
Consiste no registro do relato da história desde o seu início. Deve constar os 
medicamentos utilizados, junto com os efeitos, sejam terapêuticos ou 
colaterais. 
Também devem ser obtidas informações de cirurgias ou outros procedimentos. 
 
 Antecedentes hereditários: 
Deve constar fatores genéticos, histórias de possíveis doenças na família. 
 
 Situação familiar: 
É necessário saber as condições de vida do paciente como sua dieta, seus 
costumes, sobre sua residência, para pode saber se existe alguma exposição e 
agentes nocivos. 
 
 Antecedentes mórbidos pessoais: 
Saber de doenças que acometeram o paciente, cirurgias realizadas e distúrbios 
sistêmicos. Deve-se verificar distúrbios ocorridos durante o tratamento 
odontológico, distúrbios ocorridos nos tecidos moles e duros da boca e região. 
 
 Hábitos e vícios: 
Hábitos- Manifestações repetitivas e/ou compulsivas praticadas de forma 
consciente ou inconsciente. Estas manifestações nem sempre causam danos, 
mas podem estar relacionadas com a doença apresentada pelo paciente. 
Vícios- São hábitos nocivos, como fumar, bebidas alcoólicas que são 
extremamente lesivos para a mucosa bucal. 
Sobre o tabagismo deve-se investigar o tipo e a quantidade de fumo. 
Sobre o etilismo deve-se investigar a quantidade e qual o tipo de bebida. 
Também deve ser investigado os hábitos sexuais do paciente. 
Sobre o uso de tóxicos é de extrema importância conhecer os tipo utilizados 
pois drogas podem modificar a densidade da saliva. 
 
Exame Físico: 
O exame físico deve cobrir todas as regiões anatômicas em busca de 
alterações. É muito importante dialogo e o relacionamento com o 
paciente para tranquiliza-lo, informando quais os próximos passos serão 
tomados. 
A execução do exame físico se inicia pelo exame geral observando o 
biótipo do paciente, eventuais alterações, aspectos emocionais e 
culturais. 
O exame físico regional é divido em extrabucal e intrabucal. 
 
 Exame extrabucal 
A) Fácies 
-Coloração 
- Alterações pigmentares 
-Distribuição de fâneros cutâneos 
-Sudorese 
-Alterações na textura 
-Distribuição do panículo adiposo 
-Olhos 
-Nariz 
-Ouvidos 
 
B) Cadeias ganglionares 
É de extrema importância a palpação dos linfonodos da região da cabeça e do 
pescoço. Os linfonodos são uma barreira de proteção; por isso passam por 
eles microrganismos e células tumorais, podendo provocar linfadenopatia 
infecciosa ou tumoral. 
As principais cadeias linfáticas que drenam a boca são: 
- Submandibular; -Mentoniana; - Bucinatória; -Pré-auricular; -Pós-
auricular; -Cervical (anterior, posterior, transversa). 
Para palpar um linfonodo é necessário relaxar a musculatura da área. 
-Linfonodo Linflamatório: É dolorido, pouco consistente, fugaz, e liso. 
-Linfonodo Tumoral: Indolor, consistente, fixo, e superfície irregular. 
 
C) Articulação temporomandibular (ATM): 
Os distúrbios da ATM podem ser próprios ou provenientes de alterações 
oclusais. 
A palpação deve ser feita com o examinador atrás do paciente, deve ser feita 
bilateralmente e simultânea, com os dedos cerca de 1cm na região pré-
auricular. Deve ser pedido para o paciente que abra e feche a boca para sentir 
a movimentação.
D) Glândulas salivares maiores: 
-Parótida: É a mais desenvolvida das glândulas e se encontra anteriormente ao 
pavilhão auricular. 
-Submandibular: Se encontra na região submandibular, alojando-se na face 
lingual do corpo da mandíbula. 
-Sublingual: É a menor das glândulas salivares maiores. Se encontra no soalho 
da boca. 
E) Ossos: 
Devem ser palpados à procura de aumentos depressões e assimetrias. 
Juntamente com os ossos devem ser palpados os músculos solicitando que o 
paciente realize movimentos. 
 
F) Inervação: 
Palpando-se uni ou bidigitalmente, pode-se avaliar sensibilidade dolorosa ao 
toque. 
Pode-se ainda testar a condução nervosa por meio de estimulação com 
choques elétricos. 
 
 Exame físico intrabucal: 
No exame físico intrabucal deve-se observar todas as estruturas da boca. A 
palpação é bidigital, para procurar lesões submucosas nodulares ou bolhosas. 
Os lábios fazer parte da parte externa boca, por isso está mais sujeito a 
traumas. 
O exame deve ser seguido por: 
-Fundo de sulco: É a mucosa labial e jugal com a mucosa alveolar. 
-Mucosa alveolar: Se encontra entre o fundo de sulco e a gengiva inserida. É 
tênue e móvel. 
-Gengiva inserida: Mucosa rosa-pálida que se encontra entre a mucosa 
alveolar e a gengiva livre. 
-Gengival livre: Extremidade da gengiva que emerge a partir da gengiva 
inserida. 
-Gengiva interdental: Se encontra entre dois dentes. 
-Rebordo alveolar: Arcadas edêntulas inferior e superior, total ou parcial. 
-Mucosa jugal: Tem inicio na comissura labial, mucosa retrocomissural, 
estendendo-se até o pilar anterior. Pode ser palpada bidigitalmente, com o 
polegar e o indicador. 
-Língual: Pode ser dividida em quatro regiões: dorso, ventre, bordas laterais e 
ápice. O paciente deve estar de boca aberta e a língua em repouso, se 
examina o dorso; solicitando o paciente que estire a língua se examina o ápice; 
com a língua fletida para um lado se examina o lado oposto, e vice-versa. O 
ventre anterior é examinado com o ápice lingual pressionado para cima. 
-Soalho da boca: Com afastadores, a palpação é feira com o dedo. Deve-se 
observar os ductos e a emergência das glândulas salivares. * Parótida: 
Mucosa jugal em direçãi ao espaço interoclusal. * Submandibular e sublingual: 
Mucosa do soalho da boca, ao lado da inserção do freio lingual. 
-Palato duro: Paciente deve estar com a cabeça para trás, a palpação é feita 
com o dedo indicador. 
-Palato mole: A língua deve esta protruída, e deve ser solicitado ao paciente 
que pronuncie as vogais E e I que determinam o levantamento do palato mole. 
-Porção visível da orofaringe: Deve ser solicitado ao paciente que pronuncie as 
vogais E e I enquanto se pressiona a língua, comprimindo-a contra o soalho da 
boca.

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