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PM/SP 
Soldado PM de 2ª Classe 
 
ATUALIDADES Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e 
internacionais, ocorridos a partir do 2º semestre de 2016, divulgados na mídia local e/ou nacional. ........ 1 
 
Questões ........................................................................................................................................... 55 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
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- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
POLÍTICA 
 
Sistema Político Brasileiro 
O sistema político brasileiro tem base nas ideias iluministas do pensador francês Montesquieu. O 
pensador defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário em sua obra “O 
Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva à tirania, então o Estado deveria 
dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis, o congresso) e judiciário 
(que julga e fiscaliza os poderes). 
No Brasil o voto é universal, ou seja, todo cidadão com a idade mínima de 16 anos pode participar do 
processo político e eleger seus representantes. O país é uma república federativa presidencialista, onde 
o Chefe de Estado, no caso o presidente, é eleito através do voto direto da população e os estados 
possuem autonomia política, com a possibilidade de criar leis específicas. 
Assim como na obra de Montesquieu o país possui a divisão do poder entre Executivo, representado 
pelo presidente da república, Legislativo, que é representado pelo congresso nacional e Judiciário que é 
representado pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Poder Executivo 
O poder executivo é compreendido pelo presidente da república e seus ministros de Estado no sistema 
federativo brasileiro, com atribuições e responsabilidades definidos pela constituição federal. Nos estados 
da federação e no distrito federal, o poder executivo é exercido pelos governadores e seus secretários, 
com atribuições e responsabilidades controlados pela constituição estadual. Nos municípios, os 
representantes do poder executivo são os prefeitos e seus secretários, que também possuem atribuições 
e responsabilidades, definidas na lei orgânica de cada município. 
O presidente, governadores e prefeitos são eleitos através de sufrágio (voto) universal. O eleitor tem 
o direito de escolher aquele que melhor se encaixa em sua visão política. Todos os candidatos devem 
ser filiados a um partido político e, quando eleitos, possuem mandato com tempo determinado. No Brasil 
as funções de presidente, governador e prefeito possuem duração de 4 anos cada, com a possibilidade 
de reeleição. Durante suas campanhas os candidatos discutem seus programas de governo e os rumos 
que pretendem dar ao país. 
Existem punições ao presidente da república em caso de crime de responsabilidade, como previsto na 
constituição federal, além de punição para infrações penais comuns. Para ser submetido a julgamento o 
presidente precisa ter acusação admitida por pelo menos dois terços da Câmara dos Deputados. Nos 
casos de infrações penais ele é julgado pelo Supremo Tribunal Federal e em caso de crimes de 
responsabilidade é julgado pelo Senado Federal. 
Entre as principais funções do presidente da república estão a execução de leis e expedição de 
decretos e regulamentos; prover cargos e funções públicas; promover a administração e a segurança 
públicas; emitir moeda; elaborar o orçamento e os planos de desenvolvimento econômico e social nos 
níveis nacional, regional e setoriais; exercer o comando supremo das forças armadas; e manter relações 
com estados estrangeiros. 
Além das funções executivas, o presidente conta ainda, em alguns casos, com poder legislativo. O 
poder pode ser aplicado em veto a leis aprovadas pelo Congresso Nacional e a edição de medidas 
provisórias com força de lei de aplicação e execução imediatas. 
Os ministros de estado e auxiliares diretos do presidente podem ser nomeados ou demitidos livremente 
por ele. Para assumir alguma das funções a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade, brasileiros 
natos, e estar no exercício dos direitos políticos. Os ministros nomeados pelo presidente são responsáveis 
por diversas políticas de governo, em diversos campos de atuação, como educação, economia, cultura, 
finanças e justiça, entre diversos outros. Os ministros podem ser convocados para justificar seus atos 
ATUALIDADES Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, 
sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir do 2º 
semestre de 2016, divulgados na mídia local e/ou nacional. 
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perante a Câmara dos Deputados, o Senado ou qualquer uma de suas comissões para explicar atos ou 
programas. 
 
Poder Legislativo 
O Poder Legislativo é representado por pessoas que devem elaborar as leis que regulamentam o 
Estado, conhecidos por legisladores. Na maioria das repúblicas e monarquias o poder legislativo é 
formado por um congresso, parlamento, assembleia ou câmara. 
Seu objetivo é elaborar normas de abrangência geral ou em raros casos individual, que são 
estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. 
Entre as principais funções do poder legislativo estão a de fiscalizar o Poder Executivo, votar 
leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da 
república ou os próprios membros do legislativo. 
No Brasil, o Poder legislativo é exercido em âmbito federal, estadual e municipal. O Congresso 
Nacional é formados pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal e é responsável pelo Poder 
Legislativo federal. Possui a função de elaborar e aprovar as leis do país, e também controlar os atos do 
executivo e impedir abusos pela fiscalização permanente. Nos estados é exercido pelas assembleias 
legislativas e nos municípios pelas câmaras municipais, ou de vereadores 
 
Poder Judiciário 
O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo 
com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país. 
No Brasil, o judiciário não depende dos demais poderes nem possui controles externos de fiscalização. 
Sua função é a de aplicar a lei a fatos particulares e, por atribuição e competência, declarar o direito e 
administrar justiça. Além disso, pode resolver os conflitos que podem surgir na sociedade e tomar 
decisões com base na constituição, nas leis, nas normas e nos costumes, que adapta a situações 
específicas. 
O poder judiciário possui a divisão entre a União(Federal) e os estados, com a denominação de justiça 
federal e justiça estadual, respectivamente. 
Entre os órgãos que formam o poder Judiciário estão o SupremoTribunal Federal (STF), Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho, 
Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito 
Federal e Territórios. 
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da 
Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11 
ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado 
Federal. 
Os juízes que atuam em tribunais superiores são nomeados pelo presidente da república, porem 
precisam de aprovação do Senado. Outros cargos são preenchidos através de concurso público. Os 
juízes têm cargo vitalício, não podem ser removidos e seus vencimentos não podem ser reduzidos. 
 
Operação Lava Jato1 
O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de 
automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas 
inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, 
o nome inicial se consagrou. 
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. 
Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na 
casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar 
do esquema de corrupção que envolve a companhia. 
No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça 
Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por 
doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério Público Federal 
recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras. 
Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam 
propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 
5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de 
operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa. 
 
1 http://lavajato.mpf.mp.br/entenda-o-caso 
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As empreiteiras - Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para 
conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo 
menor preço. Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concorrência 
real por uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em 
reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em benefício 
privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de 
um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o 
registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição de prêmios de 
um bingo. 
Funcionários da Petrobras - As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem 
convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não 
só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo 
convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo 
levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos 
desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas 
relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades. 
Operadores financeiros - Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por 
intermediar o pagamento da propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro 
limpo aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador 
financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados 
com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário 
em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. 
Agentes políticos - Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização – começou em 
março de 2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28 
petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das 
quais 49 são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”). São pessoas que integram 
ou estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras. 
Elas foram citadas em colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do Procurador-
Geral. A primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área cível, e na área 
criminal aqueles sem prerrogativa de foro. 
Essa repartição política revelou-se mais evidente em relação às seguintes diretorias: de 
Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior 
apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e 
Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para o PGR, esses 
grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de esforços e unidade 
de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em 
nome de integrantes do PMDB e do PT. 
 
Por onde começou 
 
Primeira etapa 
A Lava Jato começou em 2009 com a investigação de crimes de lavagem de recursos relacionados ao 
ex-deputado federal José Janene, em Londrina, no Paraná. Além do ex-deputado, estavam envolvidos 
nos crimes os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. Alberto Youssef era um antigo conhecido 
dos procuradores da República e policiais federais. Ele já havia sido investigado e processado por crimes 
contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro no caso Banestado. 
 
Interceptações telefônicas 
Em julho de 2013, a investigação começa a monitorar as conversas do doleiro Carlos Habib Chater. 
Pelas interceptações, foram identificadas quatro organizações criminosas que se relacionavam entre si, 
todas lideradas por doleiros. A primeira era chefiada por Chater (cuja investigação ficou conhecida como 
“Operação Lava Jato”, nome que acabou sendo usado, mais tarde, para se referir também a todos os 
casos); a segunda, por Nelma Kodama (cuja investigação foi chamada “Operação Dolce Vita”); a terceira, 
por Alberto Youssef (cuja apuração foi nomeada “Operação Bidone”); e a quarta, por Raul Srour (cuja 
investigação foi denominada “Operação Casa Blanca”). 
O monitoramento das comunicações dos doleiros revelou que Alberto Youssef, mediante pagamentos 
feitos por terceiros, “doou” um Land Rover Evoque para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo 
Roberto Costa. 
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Primeiras medidas 
Em 17 de março de 2014, foi deflagrada a primeira fase ostensiva da operação sobre as organizações 
criminosas dos doleiros e Paulo Roberto Costa. Foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 
18 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução 
coercitiva, em 17 cidades de 6 estados e no Distrito Federal. 
Ao comparecerem a um dos endereços das buscas,um prédio onde funcionava a empresa Costa 
Global, vinculada a Paulo Roberto Costa, policiais federais decidiram ir até a residência do investigado 
para pegar as chaves da empresa, em vez de arrombá-la. Enquanto os policiais se deslocavam, parentes 
do ex-diretor foram flagrados, por câmeras de monitoramento do edifício, retirando do local sacolas e 
mochilas contendo provas de crimes. 
Em 20 de março de 2014, aconteceu a segunda fase ostensiva da operação. O ex-diretor da Petrobras 
Paulo Roberto Costa foi preso e foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. 
Em seguida, os procuradores da República do caso viriam a acusar o ex-diretor e seus familiares pelo 
crime de obstrução à investigação de organização criminosa. 
Nessas medidas iniciais, mais de 80 mil documentos foram apreendidos pela Polícia Federal, além de 
diversos equipamentos de informática e celulares. A análise desse material somou-se aos 
monitoramentos de conversas e aos dados bancários dos investigados que foram coletados e analisados 
eletronicamente no sistema Simba (Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias), do Ministério 
Público Federal. 
Para analisar todo o material apreendido nas primeiras etapas da investigação e propor acusações, o 
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, designou, em abril, um grupo de procuradores da 
República. No mês que se seguiu, os integrantes dessa força-tarefa chegaram às conclusões que 
culminaram no oferecimento das primeiras denúncias. 
Foram oferecidas 12 ações penais em face dos grupos criminosos, envolvendo 74 denunciados 
(número a ser ajustado para 55 caso se considere a parcial sobreposição de réus nas diferentes 
acusações), pela prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, formação de organização 
criminosa e lavagem de recursos provenientes desses crimes, de corrupção e de peculato. 
Paralelamente, os procuradores da República fizeram pedidos à Justiça (15 medidas cautelares), 
obtendo o bloqueio de praticamente todo o patrimônio dos acusados no Brasil, o que somou mais de R$ 
50 milhões, valor esse que, se espera, seja revertido aos cofres públicos. 
 
Segunda etapa 
As provas colhidas apontavam para a existência de um grande esquema de corrupção e lavagem de 
dinheiro na Petrobras. O aprofundamento das investigações para apurar os crimes marcou o início da 
segunda fase do caso. 
Foram expedidos pela Justiça mandados de intimação, cumpridos em 11 de abril de 2014, quando a 
estatal voluntariamente colaborou e entregou os documentos procurados, evitando buscas e apreensões. 
Nesse mesmo dia, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão temporária, 6 de 
condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, em cinco cidades. O objetivo era o aprofundamento da 
investigação sobre os doleiros. 
Em maio de 2014, uma reclamação da defesa para o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu as 
investigações por algumas semanas. Levando informações parciais ao STF, a defesa alegou que haviam 
sido investigadas pessoas que somente o Supremo poderia investigar, em especial deputados federais. 
Após receber informações adicionais sobre o caso, o ministro Teori Zavascki concluiu que não houve 
usurpação por parte do juiz, porque a identificação de parlamentares era recente e o STF já havia sido 
informado sobre o fato. O julgamento determinou a cisão do caso, para que apenas a parte relativa aos 
parlamentares indicados permanecesse no STF. 
Nessa mesma época, o Ministério Público da Suíça entrou em contato com o MPF e informou que 
Paulo Roberto Costa tinha mais de US$ 23 milhões em bancos suíços, dinheiro incompatível com seus 
rendimentos lícitos. Os valores foram bloqueados. 
Em trabalho integrado com a força-tarefa do Ministério Público Federal, os auditores fiscais da Receita 
Federal forneceram um dossiê contendo provas de que Paulo Roberto Costa e familiares estavam 
envolvidos na lavagem de milhões de reais oriundos da Petrobras. Os procuradores da República 
obtiveram então, perante a Justiça, 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução 
coercitiva, que foram cumpridos pela Polícia Federal em 22 de agosto de 2014. 
Já se sabia que algumas diretorias da estatal, como a que foi chefiada por Costa, têm orçamentos que 
podem ser superiores aos de alguns dos 39 Ministérios vinculados à Presidência da República. Também 
era do conhecimento dos procuradores da República a corrupção em que o ex-diretor estava envolvido, 
bem como se suspeitava que a abrangência do esquema era maior. Aconteceu, então, outro evento que 
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representou um avanço da investigação: a colaboração de Paulo Roberto Costa por meio de um acordo 
de delação premiada. 
 
Colaborações 
Em 27 de agosto de 2014, Paulo Roberto Costa assinou acordo de colaboração com o Ministério 
Público Federal. A iniciativa foi do próprio ex-diretor, que prestou importante auxílio para a apuração dos 
fatos em troca de benefícios. 
No acordo, negociado com procuradores da República da força-tarefa, Costa se compromete a 
devolver a propina que recebeu (incluindo os milhões bloqueados no exterior), a contar todos os crimes 
cometidos, bem como a indicar quem foram os outros criminosos. Caso ficasse provado que, em algum 
momento, ele mentiu ou ocultou fatos, todos os benefícios seriam perdidos. 
Como houve a sinalização de que políticos do Congresso Nacional, sujeitos à atuação do Supremo 
Tribunal Federal, estariam envolvidos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que tem atribuição 
originária para atuar em tais casos, autorizou o processo de negociação, ratificando o acordo de 
colaboração e determinando que os procuradores da República da força-tarefa, por delegação, e os 
policiais federais do caso colhessem os depoimentos de Paulo Roberto Costa, o que foi feito ao longo do 
mês que se seguiu. O acordo de colaboração foi então homologado pelo STF, que decide sobre o 
encaminhamento das investigações em relação a parlamentares. 
Depois de Paulo Roberto Costa, foi a vez de Alberto Youssef recorrer aos procuradores da República 
para colaborar em troca de benefícios. 
Alguns outros acordos de colaboração, não menos importantes, foram negociados pela força-tarefa do 
caso Lava Jato e submetidos, por não envolverem situações especiais como a de parlamentares, ao juiz 
federal da 13ª Vara Federal, em primeiro grau de jurisdição. As informações e provas decorrentes desses 
acordos feitos em primeiro grau alavancaram as investigações, permitindo sua expansão e maior 
eficiência. 
 
Primeiras denúncias da segunda etapa 
Os depoimentos e provas colhidas em decorrência das colaborações, bem como a análise de materiais 
apreendidos, documentos, dados bancários e interceptações telefônicas, permitiram o avanço das 
apurações em direção às grandes empresas que corromperam os agentes públicos. 
Em 14 de novembro de 2014, foram executados, pela Polícia Federal em conjunto com a Receita 
Federal, 85 mandados, sendo 4 de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 49 de busca e apreensão 
e 9 de condução coercitiva, em diversas cidades do país, especialmente em grandes e renomadas 
empresas de construção como Engevix, Mendes Júnior Trading Engenharia, Grupo OAS, Camargo 
Correa, Galvão Engenharia, UTC Engenharia, IESA Engenharia, Construtora Queiroz Galvão e 
Odebrecht Plantas Industriais e Participações. 
No dia 11 de dezembro de 2014, na semana de combate à corrupção, os procuradores da República 
da força-tarefa ofereceram cinco denúncias criminais contra 36 pessoas pela prática de 154 crimes de 
corrupção, 215 de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Dentre os acusados, 23 pertencem 
aos quadros das construtoras OAS, Camargo Correa, UTC, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e 
Engevix. O valor da propina apontado nas acusações é da ordem de R$ 300 milhões. O Ministério Público 
pediu o ressarcimento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. As penas individuais podem somarmais de 
cem anos de prisão. 
Em 14 de dezembro de 2014, os procuradores da República protocolaram denúncia criminal contra 
quatro pessoas, incluindo o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, pela prática de 
corrupção envolvendo US$ 53 milhões, crimes financeiros, e de lavagem de dinheiro. Foram dois atos de 
corrupção, 64 de lavagem e sete crimes financeiros. O ressarcimento pedido é da ordem de R$ 140 
milhões, que se soma ao pedido de perdimento de R$ 156 milhões. 
 
Prisão de Nestor Cerveró 
Em 14 de janeiro de 2015, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cuñat Cerveró foi 
preso preventivamente ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, quando chegava de 
viagem de Londres. No dia 13 de janeiro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência 
de Cerveró e de seus familiares, em função de seu envolvimento em crimes de corrupção passiva e 
lavagem de dinheiro que foram denunciados pelo MPF em dezembro de 2014 (Ação Penal nº 5083838-
59.2014.404.7000). 
A prisão e as buscas foram obtidas pelo MPF durante o recesso judiciário. A prisão preventiva foi 
requerida por haver fortes indícios de que Cerveró continuava a praticar crimes, como a ocultação do 
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produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares. 
Também havia evidências de que ele buscaria frustrar o cumprimento de penalidades futuras. 
Em 22 de janeiro de 2015, foi decretada nova prisão preventiva de Nestor Cuñat Cerveró, atendendo 
a pedido de aditamento da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua no caso Lava Jato. 
Segundo o juiz Sérgio Moro, responsável pela ação penal que investiga esquema de corrupção na 
Petrobras, a nova prisão foi decretada para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em vista a 
possibilidade de Cerveró dissipar seu patrimônio, dificultado futura punição. A isso se somou a existência 
de cidadania e passaporte espanhóis, o que ex-diretor omitiu das autoridades. 
O juiz também assentou sua decisão em novas evidências, trazidas pelo MPF, de que a empresa 
Jolmey, proprietária de imóvel em que o investigado residiu por vários anos, pertence de fato ao ex-diretor. 
Os documentos oferecidos pela Força Tarefa indicaram que a empresa foi usada para que Cerveró 
internalizasse e usufruísse no Brasil a propina que ganhou no exterior, conferindo-lhe aparência de 
dinheiro legítimo. Reforçou a prisão, também, a existência de operações imobiliárias subvaloradas, o que 
pode caracterizar outro tipo de subterfúgio para lavar dinheiro. Esses tipos de prática tornam mais difícil 
a identificação e a recuperação dos valores desviados. 
 
Aprofundamento das investigações 
Em 5 de fevereiro, a pedido da Força-tarefa do MPF, a Polícia Federal desencadeou mais uma fase 
da Operação Lava Jato. Com o deferimento dos pedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, 
foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, três de prisão temporária, 18 de condução coercitiva 
e 40 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. 
O objetivo foi produzir provas sobre pagamentos de propinas para agentes públicos relacionados à 
diretoria de serviço da Petrobras e à BR Distribuidora, subsidiária da empresa. Os trabalhos realizados 
foram desdobramentos das fases anteriores da operação, dentro do compromisso do MPF de 
aprofundamento das investigações e, assim como aconteceu nas outras fases, contaram com apoio da 
Receita Federal. 
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão cumpridos no estado de Santa Catarina, 
por sua vez, tiveram seus pedidos baseados em depoimentos prestados por uma testemunha ao MPF e 
à PF e em indícios de prática de lavagem de dinheiro, corrupção e fraudes em licitações relacionadas a 
contratos firmados entre a empresa que foi alvo dos mandados e a BR Distribuidora. O que mais chamou 
a atenção foi que o esquema de corrupção, envolvendo a BR distribuidora, ainda era um esquema atual, 
que não foi estancado apesar de todas as investigações e ações até então feitas. 
 
Colaboração Premiada 
Acordos de colaboração com investigados e réus 
Para incentivar os criminosos a colaborar com a Justiça, várias leis trouxeram a possibilidade de se 
conceder benefícios àqueles acusados que cooperam com a investigação. Esses benefícios podem ser 
a diminuição da pena, a alteração do regime de seu cumprimento ou mesmo, em casos excepcionais, 
isenção penal. Essa colaboração é extremamente relevante na investigação de alguns tipos de crime, 
como por exemplo: no de organização criminosa, em que é comum a destruição de provas e ameaças a 
testemunhas; no de lavagem de dinheiro, o qual objetiva justamente ocultar crimes; e no de corrupção, 
feito às escuras e com pacto de silêncio. 
Há duas formas de colaboração premiada. Na primeira, o criminoso revela informações na expectativa 
de, no futuro, tal cooperação ser tomada em consideração pelo juiz quando da aplicação da pena. Na 
segunda, o criminoso entra em acordo com o Ministério Público, celebrando, após negociação, um 
contrato escrito. No contrato são estipulados os benefícios que serão concedidos e as condições para 
que a cooperação seja premiada. 
A lei brasileira que detalhou como funciona a colaboração premiada é chamada Lei de Combate às 
Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013). Embora não houvesse previsão expressa de acordos de 
colaboração entre o criminoso e o Ministério Público antes da lei, eles já vinham sendo feitos desde a 
força-tarefa do caso Banestado (entre 2003 e 2007). 
Em cada acordo, muitas variáveis são consideradas, tais como informações novas sobre crimes e 
quem são os seus autores, provas que serão disponibilizadas, importância dos fatos e das provas 
prometidas no contexto da investigação, recuperação do proveito econômico auferido com os crimes, 
perspectiva de resultado positivo dos processos e das punições sem a colaboração, entre outras. Há uma 
criteriosa análise de custos e benefícios sociais que decorrerão do acordo de colaboração sempre por 
um conjunto de procuradores da República, ponderando-se diferentes pontos de vista. O acordo é feito 
apenas quando há concordância de que os benefícios superarão significativamente os custos para a 
sociedade. 
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Acordos de colaboração no caso Lava Jato 
Cinco procuradores da República que trabalham hoje no caso Lava Jato atuaram na força-tarefa do 
Banestado. Na ocasião, foi redigido o primeiro acordo de colaboração escrito e clausulado na história 
brasileira, entre Ministério Público e acusado, exatamente com Alberto Youssef. Foi nesse período 
também que se desenvolveu mais intensamente a experiência de colaboração, tendo sido feitos 18 
acordos escritos de colaboração, os quais foram aperfeiçoados ao longo do tempo. 
Se não fossem os acordos de colaboração pactuados entre procuradores da República e os 
investigados, o caso Lava Jato não teria alcançado evidências de corrupção para além daquela 
envolvendo Paulo Roberto Costa. Existia prova de propinas inferiores a R$ 100 milhões. Hoje são 
investigados dezenas de agentes públicos, além de grandes empresas, havendo evidências de crimes de 
corrupção envolvendo valores muito superiores a R$ 1 bilhão. Apenas em decorrência de acordos de 
colaboração, já se alcançou a recuperação de cerca de meio bilhão de reais. 
Todos os acordos feitos pela força-tarefa de procuradores da República do caso Lava Jato foram 
homologados pela Justiça, parte pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e parte pelo Supremo Tribunal 
Federal. O termo do acordo deve ser juntado às ações penais em que a colaboração será utilizada, após 
a sua homologação, por força de lei. 
Dos 15 acordos de colaboração feitos pelo Ministério Público Federal no caso Lava Jato, 11 foram 
feitos com investigados ou réus soltos, e emtodos os casos foram estes que procuraram o Ministério 
Público para as negociações, acompanhados e sob orientação de seus advogados. Quatro foram feitos 
com pessoas presas, e em três deles, após o acordo, houve mudança do regime de prisão. 
 
PROCESSO DE IMPEACHMENT DE DILMA2 
Às 13h34 desta quarta-feira (31/08/16), Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment e encerrou seu 
mandato frente à Presidência da República. Em discurso após a votação no Senado, Dilma disse que 
sofreu um segundo golpe e prometeu uma oposição “firme e incansável”. Às 16h49, Michel Temer (PMDB) 
deixou a vice-presidência oficialmente e foi empossado presidente. Mais tarde, na primeira reunião 
ministerial, respondeu aos opositores, prometendo não levar “desaforo para casa”: “golpista é você”. 
Após 73 horas, o julgamento do impeachment no Senado terminou com o veredicto de condenação de 
Dilma por crime de responsabilidade, pelas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e por ter editado decretos 
de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. Foram 61 a favor e 20 contrários ao 
impeachment, sem abstenções. Em uma segunda votação, os senadores decidiram manter a 
possibilidade de Dilma disputar novas eleições e assumir cargos na administração pública. 
Governistas surpresos com a segunda votação prometeram recorrer. Segundo o colunista Gerson 
Camarotti, a divisão foi costurada entre PT e PMDB para aliviar Dilma. O senador Aloysio Nunes (PSDB-
SP) decidiu entregar o cargo, mas Temer não aceitou. O senador Fernando Collor, que sofreu 
impeachment em 1992, criticou: "dois pesos, duas medidas”. 
 
DISCURSO DE DILMA 
Em seu primeiro pronunciamento, a agora ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a decisão é o 
segundo golpe de estado que enfrenta na vida e que os senadores que votaram pelo seu afastamento 
definitivo rasgaram a Constituição. Ao lado de aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi 
enfática: "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos 
lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode 
sofrer. 
 
POSSE DE TEMER 
Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da 
República. A cerimônia durou apenas 11 minutos. Ao apertar a mão de Temer, o presidente do Senado, 
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ele: "Estamos juntos". 
Na primeira reunião ministerial do governo, Temer afirmou que agora a cobrança sobre o governo será 
"muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você, que está contra 
a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma. 
 
O novo presidente embarca para a China, onde participa, nos dias 4 e 5, em Hangzhou, da Cúpula de 
Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo. Temer afirmou que vai "revelar aos olhos 
do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica." Durante a ausência, assume 
provisoriamente a Presidência o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara. 
 
2 31/08/2016 – Fonte: http://especiais.g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/impeachment-de-dilma/ 
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REPERCUSSÃO E MANIFESTAÇÕES 
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. Na Avenida 
Paulista, um grupo protestava contra o impeachment, enquanto outro comemorava com bolo e 
champagne. 
 
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL 
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é 
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín” 
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou 
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das 
previsões de que seu afastamento seria concretizado. 
 
E como fica agora?3 
O rito da destituição de Dilma foi consumado e o Partido dos Trabalhadores (PT), que a sustentava, 
passa à oposição, depois de 13 anos no poder. Mas o Senado manteve os direitos políticos dela, o que 
lhe permitirá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública. 
A saída da presidenta era desejada, segundo as pesquisas, por 61% dos brasileiros, o que não impede 
que tenha sido uma comoção nacional. 
 
Senadores aprovam parecer, Dilma vira ré e vai a julgamento em plenário4 
O Senado aprovou por 59 votos a 21 na madrugada desta quarta-feira (10/08/2016), após quase 15 
horas de sessão, o relatório da Comissão Especial do Impeachment que recomenda que a presidente 
afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento pela Casa. 
Com isso, ela passa à condição de ré no processo, segundo informou a assessoria do Supremo 
Tribunal Federal (STF). O julgamento final da presidente afastada está previsto para o fim do mês no 
plenário do Senado. 
Antes da votação do texto principal, os senadores já tinham rejeitado, também por 59 votos a 21, as 
chamadas "preliminares" que questionavam o mérito da denúncia contra Dilma. Depois do texto principal, 
houve a votação de três destaques (propostas de alteração do texto principal), apresentados por 
senadores defensores de Dilma com o objetivo de restringir os delitos atribuídos a ela. Todos os 
destaques foram rejeitados. 
Embora estivesse presente ao plenário, o único dos 81 senadores que não votou foi o presidente da 
Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele afirmou que tomou essa decisão para se manter isento. "Procurei 
conduzir com isenção. Desconstruir essa isenção agora não é coerente", explicou. 
Após a votação, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, disse 
acreditar que ainda é possível reverter o resultado no julgamento final do impeachment, embora 
reconheça que não “é uma situação fácil” para a presidente afastada. 
 
Lava Jato: Queiroz Galvão pagou R$ 10 milhões a alto escalão da Petrobras5 
A força-tarefa da Operação Lava Jato informou hoje (2/8/2016) que colheu provas documentais de que 
a construtora Queiroz Galvão destinou ao menos R$ 10 milhões em pagamentos ilegais para funcionários 
de alto escalão das diretorias de Serviços e Abastecimento da Petrobras entre 2010 e 2013, com o 
objetivo de firmar contratos e obter vantagens indevidas junto à petroleira estatal. 
A cifra total de repasses ilegais a funcionários da estatal e a partidos políticos, contudo, pode ser muito 
maior, de acordo com a Polícia Federal. O doleiro Alberto Yousseff revelou aos investigadores ter tido 
acesso a um balanço do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em que constava 
uma dívida de R$ 37 milhões ligada à construtora Queiroz Galvão. Os integrantes da força-tarefa 
afirmaram que a atuação ilegal da Queiroz Galvão envolveu todas as modalidades de contravenções 
investigadas no âmbito da Lava Jato. “A Queiroz tem uma peculiaridade, ela representa todos os pecados, 
todas as espécies de crimes que nós verificamos na Operação Lava Jato”, disse o procurador da 
República Carlos Fernando dos Santos Lima, em Curitiba, em entrevista sobre a 33ª Operação da Lava 
Jato, deflagrada nesta terça-feira(2/8/2016). 
 
3 31/08/2016 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html 
4 12/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/senadores-aprovam-parecer-dilma-
vira-re-e-vai-julgamento-em-plenario.html 
5 02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-08/lava-jato-queiroz-galvao-pagou-10-milhoes-para-diretores-da-
petrobras 
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Além do repasse direto de propina a funcionários da estatal, a empreiteira repassou dinheiro a políticos 
e partidos por meio de caixa 2 de campanha e utilizouainda doações legais de campanha como meio de 
pagamento de vantagens indevidas a partidos, informou a força-tarefa. 
 
Presos 
Na 33ª fase da Lava Jato, deflagrada hoje (2/8/16), a PF prendeu preventivamente os ex-executivos 
da Queiroz Galvão Othon Zanoide e Idelfonso Colares. Um mandado de prisão temporária continua 
pendente, contra Marco Pereira Reis, ex-executivo do consórcio Quip, cuja participação majoritária é da 
Queiroz Galvão. São investigados contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e 
nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de 
Caxias (RJ). A Queiroz Galvão é a empreiteira com o terceiro maior volume de contratos com a Petrobras, 
de mais de R$ 20 bilhões. 
O investigadores apuram ainda o esquema de lavagem de dinheiro por meio de contas no exterior 
mantidas pelo consórcio Quip, formado também pelas empresas UTC Engenharia e Iesa. O consórcio foi 
responsável pela construção e reforma de plataformas de exploração de petróleo como a P-55 e P-53. 
 
CPI no Senado 
Os investigadores informaram também haver fortes indícios de que outros R$ 10 milhões foram pagos 
pela Queiroz Galvão, provavelmente a parlamentares, para que executivos da empresa não fossem 
convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, em 2009. 
 
Sergio Moro solta Monica Moura, mulher de ex-marqueteiro do PT6 
Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, mandou soltar Monica Moura, mulher do ex-
marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana. A decisão, desta segunda-feira 
(01/08/2016), foi confirmada pelo advogado de defesa, Fábio Tofic Simantob. Segundo o juiz, Monica 
Moura está proibida de atuar em campanhas eleitorais no Brasil. 
O casal foi preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, em fevereiro deste ano. De acordo com 
a força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu US$ 3 milhões de 
offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 
2013 e 2014. 
De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro é oriundo de 
propina retirada de contratos da Petrobras e da Sete Brasil - empresa criada para operação do pré-sal. 
Zwi é representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e, segundo os procuradores, foi citado por delatores 
da operação do esquema como elo de pagamentos de propina. 
 
Rodrigo Maia: conheça o perfil do novo presidente da Câmara7 
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46 anos, foi eleito na madrugada de quinta-feira 
(14/07/2016), com 285 votos, presidente da Câmara dos Deputados. Maia venceu em segundo turno o 
deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que até então era apontado como candidato favorito do Palácio do 
Planalto para o cargo. Rosso somou 170 votos. Outros cinco parlamentares votaram em branco. 
 
Mandato tampão 
Rodrigo Maia ficará à frente da Câmara até fevereiro de 2017. Em discurso no plenário da Casa, o 
deputado vencedor destacou sua biografia e se disse pronto para assumir o comando. “Ofereço a 
dimensão da experiência que acumulei em quase 20 anos aqui dentro e a correção pela qual pautei minha 
vida pública”, pontuou Maia. 
Citando a crise econômica que atinge o país e o conturbado momento político pelo qual passa o 
Congresso, o deputado afirmou que as repúblicas "nunca se consolidam sem a força dos parlamentos". 
“Quando a Câmara é atacada ou mal defendida, é a cada um dos nossos mandatos que atacam”, disse 
Maia. “Sei que estou pronto para navegar nessa tormenta, que passará. A Câmara, o Congresso e o 
Brasil são maiores que qualquer crise”, finalizou. 
 
Trajetória política 
Formado em economia, Rodrigo Maia é deputado federal pelo Rio de Janeiro há cinco legislaturas. Foi 
eleito para o primeiro mandato em 1998. Tentou se eleger prefeito do Rio em 2012, tendo Clarissa 
Garotinho (PR-RJ) como vice. 
 
6 01/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/08/sergio-moro-manda-soltar-monica-moura-diz-defesa.html 
7 14/07/2016 
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-07/rodrigo-maia-conheca-o-perfil-do-novo-presidente-da-camara 
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Maia também ocupou o cargo de secretário de Governo do Rio de Janeiro (1997-1998) e de secretário 
de Governo do Município do Rio de Janeiro (1996). Antes de chegar ao Democratas (DEM), o parlamentar 
foi filiado ao PFL e ao PTB. Maia assumiu a presidência nacional do DEM, partido que ajudou a criar, em 
2007. 
Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM), Rodrigo Maia integra um bloco informal dos 
chamados governistas independentes. Além do DEM, compõem o grupo o PSDB, o PSB e o PPS. 
 
Histórico na Casa 
No primeiro turno da votação para presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conquistou os 
apoios do PSDB, DEM, PPS e PSB. 
Na Casa, o representante do Democratas votou a favor da admissibilidade do processo de 
impeachment da presidenta, agora afastada, Dilma Rousseff. O deputado também votou a favor da 
proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa mudar a maioridade penal de 18 para 16 anos em 
caso de crimes graves. 
Em 2015, foi presidente e relator da proposta de reforma política. É presidente da Comissão Especial 
da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Atualmente, é membro efetivo das comissões de 
Finanças e Tributação. 
 
Por 11 a 9, Conselho de Ética aprova parecer pela cassação de Cunha8 
O Conselho de Ética aprovou nesta quarta-feira (14/06/2016), por 11 a 9, parecer do deputado Marcos 
Rogério (DEM-RO) pela cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha 
(PMDB-RJ). A decisão ocorre uma semana após ser divulgada notícia de que o procurador-geral da 
República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Cunha. 
O peemedebista é acusado, no processo por quebra de decoro parlamentar, de manter contas secretas 
no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. 
Ele nega e afirma ser o beneficiário de fundos geridos por trustes (entidades jurídicas formadas para 
administrar bens e recursos). 
 
Ministério de Temer tem 6 partidos que governaram com Dilma9 
O ministério do governo de Michel Temer, anunciado nesta quinta-feira (12/05/2016), tem seis partidos 
que fizeram parte da chapa anunciada pela presidente Dilma Rousseff na reforma ministerial de outubro 
de 2015, antes do desembarque de partidos como o PMDB e o PP. São eles: PMDB, PP, PR, PRB, PSD 
e PTB. 
Temer foi notificado às 11h25 da decisão do Senado Federal, que aprovou nesta manhã a abertura 
de processo de impeachment e o afastamento por até 180 dias de Dilma da Presidência da República. 
Em seguida, anunciou por meio de sua assessoria os nomes dos ministros que integrarão o novo 
governo. 
Entre os 24 nomes anunciados, alguns já haviam sido divulgados informalmente por interlocutores de 
Temer ao longo das últimas semanas, como Henrique Meirelles (Fazenda), Romero Jucá (Planejamento), 
Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). 
Dos ministros anunciados por Temer, quatro assumiram pastas do governo Dilma na reforma 
ministerial de outubro. São eles: Eliseu Padilha (PMDB), que era da Aviação Civil no governo da petista 
e passa a assumir a Casa Civil de Temer; Gilberto Kassab (PSD), que, da pasta de Cidades, passa a 
assumir Comunicações; Henrique Eduardo Alves (PMDB), que se mantém no Ministério do Turismo; e 
Helder Barbalho (PMDB), que passou de Portos para Integração Nacional. 
 
Comparação partidária 
Em outubro do ano passado, Dilma anunciou uma reforma com redução de 39 para 31 ministérios. 
Faziam parte do ministério do governo 9 partidos, sendo que o PT era a sigla com mais pastas (9). Ele 
era seguido de perto pelo PMDB, que tinha 7. Os demais (PTB, PR, PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP) tinham1 pasta cada um. Oito ministros não eram filiados a partidos. 
Já no novo governo Temer, são 24 ministérios com 11 partidos. A sigla que lidera é o PMDB, com 7 
pastas, seguido do PSDB (3) e do PP (2). PR, PRB, PSD, PTB, DEM, PPS, PV e PSB têm 1 ministério 
cada um. Quatro ministros não são filiados a partidos. 
 
8 14/06/2016 
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/06/em-votacao-apertada-conselho-de-etica-aprova-cassar-eduardo-cunha.html 
9 12/05/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/05/ministerio-de-temer-tem-6-partidos-
que-governaram-com-dilma.html 
 
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Além da manutenção dos seis partidos já citados, o governo Temer se destaca por ter pastas lideradas 
por partidos da oposição - DEM, PSDB, PPS e PV. 
Entre as pastas que foram extintas, estão Aviação Civil, Comunicação Social, Portos e a Controladoria 
Geral da União. Outras ainda passaram por fusões, como as pastas de Educação e de Cultura, que se 
uniram para formar o ministério de Educação e Cultura, e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que viraram o Ministério do Desenvolvimento Social e 
Agrário. 
Além disso, duas pastas foram criadas: a de Fiscalização, Transparência e Controle e a Secretaria de 
Segurança Institucional. 
 
Eduardo Cunha é preso em Brasília por decisão de Sérgio Moro10 
O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-
feira (19/10/2016), em Brasília. A prisão dele é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. A decisão 
foi do juiz Sérgio Moro no processo em que Cunha é acusado de receber propina de contrato de 
exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. 
A Polícia Federal (PF) informou que o ex-presidente da Câmara foi preso na garagem de um edifício. 
Já o advogado dele disse que a prisão aconteceu no apartamento funcional de Cunha. 
O deputado cassado embarcou às 15h em um avião da Polícia Federal (PF) no aeroporto de Brasília 
com destino a Curitiba, onde ficará preso. O avião chegou ao aeroporto, na Região Metropolitana de 
Curitiba, às 16h45. De lá, Cunha seguiu para a superintendência da PF. 
No despacho que determinou a prisão, Moro diz que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não 
se esvaziou". O juiz havia autorizado a PF a entrar na casa de Cunha no Rio de Janeiro para prendê-lo. 
Moro é responsável pelas ações da operação Lava Jato na 1ª instância. Após Cunha perder o foro 
privilegiado com a cassação do mandato, ocorrida em setembro, o juiz retomou na quinta-feira 
(13/10/2016) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Nesta segunda (17/10/2016), Moro havia intimado Cunha e dado 10 dias para que os advogados 
protocolassem defesa prévia. 
Em nota divulgada por seus advogados, Cunha afirmou que a decisão de Moro que resultou na prisão 
é "absurda" e "sem nenhuma motivação". 
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em liberdade, Cunha representa risco à instrução 
do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade 
concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla cidadania. 
Cunha tem passaporte italiano e teria, segundo o MPF, patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões 
que podem estar em contas no exterior. 
Para embasar o pedido de prisão do ex-presidente da Câmarax, a força-tarefa da Operação Lava Jato 
listou atitudes, que conforme os procuradores, foram adotadas por Cunha para atrapalhar as 
investigações. 
Entre elas, a convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como 
defensora do lobista e colaborador da Lava Jato Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou 
Cunha de ter recebido propina da Petrobras. 
Atitudes de Cunha para atrapalhar a Lava Jato, segundo o MPF: 
– Requerimentos no TCU e à Câmara sobre a empresa Mitsui para forçar o lobista Julio Camargo a 
pagar propina; 
– Requerimentos contra o grupo Schahin, cujos acionistas se tratavam de inimigos pessoais do ex-
deputado e do seu operador, Lucio Bolonha Funaro; 
– Convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do 
lobista Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da 
Petrobras; 
– Contratação da KROLL pela CPI da Petrobras para tentar tirar a credibilidade de colaboradores da 
Operação Lava Jato; 
– Pedido de quebra de sigilo de parentes de Alberto Youssef, o primeiro colaborador a delatar Eduardo 
Cunha; 
– Apresentação de projeto de lei que prevê que colaboradores não podem corrigir seus depoimentos, 
como fez o lobista Julio Camargo, ao delatar Eduardo Cunha (refere-se ao projeto de lei de autoria do 
deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos membros da tropa de choque que o ex-deputado federal 
Eduardo Cunha liderava); 
 
10 19/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/10/juiz-federal-sergio-moro-determina-prisao-de-eduardo-cunha.html 
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– Demissão do servidor de informática da Câmara que forneceu provas que evidenciaram que os 
requerimentos para pressionar a empresa Mitsui foram elaborados por Cunha, e não pela então deputada 
“laranja” Solange Almeida; 
– Suspeita do recebimento de vantagem indevida por emendas para bancos e empreiteiras; 
– Manobras junto a aliados no Conselho de Ética para enterrar o processo que pede a cassação do 
deputado; 
– Ameaças relatadas pelo ex-relator do Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP); 
– Relato de oferta de propina a Pinatto, ex-relator do processo de Cunha no Conselho de Ética. 
 
PEC 241: tire dúvidas sobre a proposta que limita gastos públicos11 
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para o aumento dos gastos 
públicos pelas próximas duas décadas foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno na 
madrugada desta terça-feira (11). 
 
Veja abaixo perguntas e respostas sobre a proposta: 
 
O que propõe a PEC 241, conhecida como PEC do Teto de Gastos? 
A PEC do teto de gastos, proposta pelo governo federal, tem o objetivo de limitar o crescimento das 
despesas do governo. A medida fixa para os três poderes - além do Ministério Público da União e da 
Defensoria Pública da União - um limite anual de despesas. 
 
Por que o governo quer limitar os gastos? 
Essa proposta é uma das principais "armas" da equipe econômica para tentar reequilibrar as contas 
públicas nos próximos anos e impedir que a dívida do setor público, que atingiu 70% do Produto Interno 
Bruto (PIB) em agosto, aumente ainda mais.A justificativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é 
de que governo vem se endividando e pagando juros muito altos para poder financiar essa conta. 
 
Como é calculado esse limite de gastos? 
Segundo o texto, o governo, assim como as outras esferas, poderão gastar o mesmo valor que foi 
gasto no ano anterior, corrigido pela inflação. Ou seja, tirando a inflação, o limite será o mesmo valor do 
ano que passou. 
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é a desvalorização 
do dinheiro, quanto ele perde poder de compra num determinado período. O texto da PEC prevê que, 
para o ano de 2017, os gastos públicos serão corrigidos em 7,2%. 
 
Há algum prazo de duração? 
Sim. A proposta é de que a PEC seja aplicada pelos próximos 20 anos. 
 
Não poderá sofrer qualquer alteração? 
Sim. A partir do décimo ano, o presidente da República que estiver no poder poderá alterar o formato 
de correção das despesas públicas. No entanto, a proposta de revisão terá de ser enviada ao Congresso 
Nacional por meio de projeto de lei complementar. Será admitida somente apenas uma alteração nos 
critériosde correção por mandato presidencial. 
 
O que acontece se o limite não for obedecido? 
Caso alguns dos Poderes ou órgãos a eles vinculados descumpram o limite de crescimento de gastos, 
ficará impedido no exercício seguinte de, por exemplo, reajustar salários, contratar pessoal, realizar 
concursos públicos e criar novas despesas até que os gastos retornem ao limite previsto pela PEC. 
 
A medida se aplica para todos os tipos de gastos do governo? 
Em 2017, haverá exceção para as áreas de saúde e educação, que somente passarão a obedecer o 
limite a partir de 2018, segundo o governo. Atualmente, a Constituição especifica um percentual mínimo 
da arrecadação da União que deve ser destinado para esses setores. 
Em entrevista à rádio Estadão, o presidente Michel Temer disse que o teto não é para a saúde, para 
a educação ou para a cultura. O teto é global. Ele afirmou ainda que quando o governo for formalizar 
qualquer proposta de orçamento, é possível que tenha de rever projetos de obras públicas, por exemplo, 
"para compensar sempre saúde e educação". 
 
11 Fonte: 11/10/2016 http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/veja-perguntas-e-respostas-sobre-pec-que-limita-gastos-publicos.html 
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E no caso das transferências entre o governo federal e os municípios? 
A PEC determina que alguns outros gastos não precisarão se sujeitar ao limite estabelecido pela 
medida, como as transferências do governo federal para Estados e municípios e os gastos para a 
realização de eleições. 
 
O projeto enfrenta resistência? 
Sim. Desde que foi apresentado pela equipe econômica do governo, ainda no primeiro semestre deste 
ano, o projeto enfrenta resistências por parte de setores da sociedade. Partidos que fazem oposição ao 
presidente Michel Temer, por exemplo, argumentam que, se aprovada, a proposta representará o 
"congelamento" dos investimentos sociais. 
Para uns, ela é uma medida muito rígida para durar tanto tempo, e deveria ser flexível para se adaptar 
às mudanças do país. 
Para a professora Cristina de Mello, da PUC-SP, se houver uma queda abrupta da arrecadação, por 
exemplo, a dívida aumentaria, porque os gastos serão congelados em um patamar alto. 
Segundo a professora, o argumento de que uma medida de longo prazo passa mais credibilidade é 
falacioso. Isso porque, se antes do prazo de dez anos, o governo precisar mexer em alguma regra, a PEC 
gerará desconfiança. 
"Se daqui a alguns anos, for necessário fazer um gasto maior e mudar o índice de inflação por outro 
mais confortável, vai haver descrença. Por que escolheram esse critério e não outro? Pode haver 
maquiagem de dados", disse em entrevista à BBC. 
 
O que diz quem apoia o projeto? 
O mercado financeiro vê a proposta com bons olhos, já que uma medida válida por um período tão 
extenso passaria a mensagem de que o Brasil está comprometido com o equilíbrio das contas. 
Jolanda Battisti, da FGV, afirma que o prazo representa que o governo está "comprando tempo" para 
colocar a dívida sob controle. 
"É como se uma pessoa endividada que diz que vai te pagar de volta, mas só dez reais por semana, 
e não em grandes prestações." 
Um plano de longa duração, afirma, substitui ações mais drásticas, como aumentar impostos ou cortar 
despesas imediatamente, o que poderia agravar o desemprego. 
 
Renan lê PEC 241 em plenário e texto passa a tramitar no Senado12 
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu em plenário nesta quarta-feira (26) a 
ementa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que estabelece um limite para os gastos públicos 
pelos próximos 20 anos. Com isso, a PEC passa a tramitar no Senado. 
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a 
PEC foi aprovada na madrugada desta quarta pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 
abstenções) e, agora, passará a ser analisada pelo Senado. 
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou a PEC aprovada 
pelos deputados a Renan. A proposta, agora, será remetida à CCJ. 
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, Renan Calheiros disse que sugeriu o nome de Eunício Oliveira 
(CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da Comissão de 
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, José Maranhão (PMDB-PB) indicar o relator. 
Segundo Renan, o presidente da CCJ demonstrou disposição em escolher o líder do PMDB para 
relatar o texto na comissão. 
Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário “natural” e que foi acordado entre 
líderes partidários. 
Pelo cronograma acertado entre Renan Calheiros e os líderes partidários (veja todas as datas ao final 
desta reportagem), a votação da PEC em primeiro turno está prevista para 29 de novembro e, em segundo 
turno, para 13 de dezembro. 
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo 
menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança 
no texto original, a PEC retornará à Câmara. 
 
PEC 241 
A PEC 241 prevê que, nos próximos 20 anos, os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) 
só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior. 
 
12 http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/renan-le-pec-241-em-plenario-e-texto-passa-tramitar-no-senado.html 
1270596 E-book gerado especialmente para LUCAS RODRIGUES DA SILVA
 
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A partir do décimo ano, porém, o presidente da República poderá propor ao Congresso uma nova base 
de cálculo. 
Em caso de descumprimento, a PEC estabelece uma série de vedações, como a proibição de realizar 
concursos públicos ou conceder aumento para qualquer membro ou servidor do órgão. 
Inicialmente, os investimentos em saúde e educação deveriam obedecer o limite estabelecido pela 
PEC, mas, diante da repercussão negativa e da pressão de parlamentares da base aliada, o Palácio do 
Planalto decidiu que essas duas áreas só serão incluídas no teto a partir de 2018. 
 
Cronograma 
O cronograma definido por Renan Calheiros e líderes partidários estabelece o seguinte rito da PEC 
241 no Senado: 
- Ainda nesta semana: texto é encaminhado à CCJ, onde será designado um relator; 
- 1º de novembro: parecer do relator é apresentado, e senadores terão uma semana para análise; 
- 8 de novembro: audiência pública para debater a PEC (especialistas a favor e contrários à proposta 
serão chamados); 
- 9 de novembro: votação do parecer do relator (se a PEC for aprovada, o texto será enviado ao 
plenário); 
- Data a definir: audiência pública para debater a PEC no plenário (especialistas a favor e contrários à 
proposta serão chamados); 
- 29 de novembro: votação da PEC em primeiro turno no plenário; 
- 13 de dezembro: votação da PEC em segundo turno no plenário (se for aprovada, a proposta será 
promulgada e as novas regras passarão a valer). 
 
Aprovada na Câmara, PEC 241 passa a tramitar no Senado como PEC 5513 
Aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta-feira (26), a Proposta de Emenda 
à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, 
recebeu nova numeração ao passar a tramitar no Senado, sob a numeração de PEC 55. 
A mudança na numeração da PEC não implica necessariamente em uma mudança no conteúdo da 
proposta (os senadores ainda analisarão o texto e poderão propor alterações). De acordo com a 
Secretaria-Geral da Mesa, a modificação ocorre para organizar o sistema do Senado. 
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a 
PEC foi aprovada pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções) e, agora, passará 
a ser analisada pelo Senado. 
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou o texto da PEC 
ao presidentedo Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 
A proposta já foi remetida à Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, posteriormente (veja o 
calendário completo ao final desta reportagem), será analisada, em dois turnos, pelo plenário. 
 
Relatoria 
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, nesta quarta, Renan Calheiros sugeriu o nome de Eunício 
Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da CCJ, José 
Maranhão (PMDB-PB), porém, indicar o relator. 
Segundo Renan Calheiros, Maranhão "demonstrou disposição" em escolher o líder do PMDB para 
relatar o texto. O nome de Eunício, mesmo sem um anúncio oficial pelo Senado, já aparece como relator 
da matéria, no sistema eletrônico. 
Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário "natural" e que foi acordado entre 
líderes partidários. 
Pelo cronograma acertado entre Renan Calheiros e os líderes partidários, a votação da PEC em 
primeiro turno está prevista para 29 de novembro e, em segundo turno, para 13 de dezembro. 
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo 
menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança 
no texto original, a PEC retornará à Câmara. 
 
 
 
 
 
 
13 http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/aprovada-na-camara-pec-241-vira-pec-55-no-senado.html 
1270596 E-book gerado especialmente para LUCAS RODRIGUES DA SILVA
 
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Temer sanciona lei que eleva teto para aderir ao Supersimples14 
O presidente da República, Michel Temer, sancionou nesta quinta-feira (27/10/2016), durante evento 
no Palácio do Planalto, o projeto que amplia o teto de faturamento para que empresas possam aderir ao 
Supersimples, programa que simplifica o pagamento de tributos. As mudanças entram em vigor em 2018. 
Hoje, para ser incluída no programa uma microempresa tem que ter faturamento anual de até R$ 360 
mil. No caso da empresa de pequeno porte, o limite é de R$ 3,6 milhões por ano. 
O projeto sancionado eleva o limite para microempresa para R$ 900 mil e, para empresas de pequeno 
porte, para R$ 4,8 milhões. 
No caso de Microempreendedor Individual (MEI), o projeto eleva o teto de faturamento anual de R$ 60 
mil para R$ 81 mil a partir de 2018. 
Outros pontos do projeto são a regulamentação dos "investidores-anjo", pessoas que financiam com 
recursos próprios empreendimentos em estágio inicial, e a possibilidade de pequenos negócios do setor 
de bebidas optarem pelo Simples Nacional. 
Além disso, o projeto amplia o prazo de parcelamento de dívidas tributárias de micro e pequenas 
empresas de 60 para 120 meses. Essa regra entra em vigor assim que a regulamentação for feita pelo 
Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado à Receita Federal. 
Salões de beleza 
Na cerimônia, o presidente Michel Temer também sancionou o projeto de lei que cria a possibilidade 
de contratos de “parceria” entre salões de beleza e profissionais, como cabeleireiros e maquiadores. 
De acordo com o texto, os estabelecimentos não precisarão contratar conforme as regras da CLT, 
podendo pagar um percentual pela prestação dos serviços. Na prática, significa uma flexibilização dos 
contratos de trabalho nessas empresas. 
Pela proposta, o profissional receberá uma “cota-parte” pela prestação do serviço, enquanto o 
contratante ficará com um percentual do que foi pago pelo cliente a título de “aluguel” dos materiais e uso 
da estrutura do estabelecimento. 
Este modelo poderá ser usado para a contratação de cabeleireiro, manicure, barbeiro, esteticista, 
depilador e maquiador. 
O texto destaca que esses profissionais podem não ter vínculo de emprego com a empresa. Pela 
proposta, os salões que optarem por esse tipo de contratação poderão adotar o regime especial de 
tributação previsto no Estatuto da Micro e Pequena Empresa. O “profissional-parceiro” será enquadrado 
como Microempreendedor Individual (MEI). 
A parceria precisa ser oficializada por meio de contrato que fixe o percentual que será retido pelo salão 
por cada serviço prestado pelo parceiro. A empresa terá que reter os tributos e contribuições 
previdenciárias devidas pelo profissional em decorrência das atividades desenvolvidas. 
 
Ao STF, Maia diz que críticas à PEC do teto têm 'natureza política'15 
A Câmara dos Deputados enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal na qual afirma que a 
PEC do teto de gastos, apresentada pelo governo federal, não ofende a autonomia dos poderes da 
República. Segundo o documento de 24 páginas, assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, 
parte dos questionamentos contra a proposta tem aspecto "sombrio e pessimista" e revelam "natureza 
política". 
A manifestação foi enviada em ação de deputados do PC do B e PT contra a PEC, que terá que passar 
por julgamento de mérito no plenário do Supremo, o que não tem data para acontecer. 
"As alegações de violação a direitos fundamentais (à educação e à saúde) e ao princípio da proibição 
de retrocesso social revelam vaticínio sombrio e pessimista, escorado em argumentos metajurídicos - 
incapazes de disfarçar a natureza eminentemente política da controvérsia", diz Maia. 
A PEC, anunciada pelo governo como medida que vai reequilibrar as contas públicas, condiciona pelos 
próximos 20 anos o aumento das despesas da União (Legislativo, Executivo e Judiciário) à inflação do 
ano anterior. 
Há duas semanas, o ministro Barroso, relator do caso, rejeitou conceder liminar para suspender o 
andamento da ação. Para ele, uma intervenção do Judiciário só se justificaria se houvesse clara violação 
de cláusula pétrea da Constituição - itens que não podem ser alterados por meio de emenda -, o que não 
ficou demonstrado. 
Segundo Rodrigo Maia, não há ofensa à autonomia porque os entes da União manterão a prerrogativa 
de elaborar o próprio orçamento. "Não prospera a alegação relativa à proeminência do Poder Executivo 
quanto à iniciativa de alteração do limite de gastos improcede igualmente a alegação de ofensa à 
 
14 http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/temer-sanciona-lei-que-eleva-teto-para-aderir-ao-supersimples.html 
15 http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/ao-stf-maia-diz-que-criticas-pec-do-teto-tem-natureza-politica.html 
1270596 E-book gerado especialmente para LUCAS RODRIGUES DA SILVA
 
. 16 
autonomia dos Poderes Legislativos (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e Judiciário, do 
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, sabido que essa autonomia compreende 
tão somente a possibilidade de apresentação da respectiva proposta de orçamento." 
Rodrigo Maia completou que, mesmo com a PEC, será mantida a atribuição dos parlamentares do 
Congresso de darem "a última palavra" sobre o orçamento da União. 
"As normas eventualmente resultadas da PEC 241/2016 mantêm intacto o cerne da competência 
atribuída aos representantes do povo em matéria orçamentária pública: deputados e senadores 
continuarão tendo a última palavra sobre cada montante de recursos públicos a serem alocados em cada 
programação orçamentária." 
 
Supremo admite corte de salário de servidores em greve16 
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legítima nesta quinta-feira (27/10/2016) a possibilidade 
de órgãos públicos cortarem o salário de servidores em greve desde o início da paralisação. 
Não poderá haver o corte nos casos em que a greve for provocada por conduta ilegal do órgão público, 
como, por exemplo, o atraso no pagamento dos salários. 
Com a decisão, a regra passa a ser o corte imediato do salário, assim como na iniciativa privada, em 
que a greve implica suspensão do contrato de trabalho. 
Mas os ministros abriram a possibilidade de haver acordo para reposição do pagamento se houver 
acordo para compensação das horas paradas. 
A decisão tem repercussão geral, devendo ser aplicada pelas demais instâncias judiciais em processos 
semelhantes.No julgamento, os ministros analisaram um recurso apresentado pela Fundação de Apoio à Escola 
Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), que, em 2006, foi impedida pela Justiça estadual de 
realizar o desconto na folha de pagamento dos funcionários em greve. 
Relator do caso e primeiro a votar quando começou o julgamento, em 2015, o ministro Dias Toffoli 
afirmou que a decisão não derruba o direito de greve nem a possibilidade de os servidores recorrerem ao 
Judiciário. 
“Qualquer decisão que nós tomarmos aqui não vai fechar as portas do Judiciário, seja para os 
servidores seja para o administrador público. O que estamos decidindo é se, havendo greve do servidor 
público, é legal o corte de ponto”, afirmou na sessão. 
Primeiro a se manifestar contra o desconto, Fachin defendeu que a suspensão do pagamento só 
ocorresse após uma decisão judicial que reconhecesse a ilegalidade da greve. 
“A suspensão do pagamento se dá no momento da própria gênese do movimento paredista. Está se 
interpretando que o trabalhador deve ir a juízo para um obter direito que lhe é assegurado 
constitucionalmente [salário]”, argumentou. 
Em vários momentos, ministros que defendem o corte na remuneração alertaram para os prejuízos 
causados à população com a paralisação dos serviços. 
“O administrador público não apenas pode, mas tem o dever de cortar o ponto. O corte de ponto é 
necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a 
paralisação, que gera sacrifício à população não seja adotada pelos servidores sem maiores 
consequências”, afirmou Roberto Barroso. 
O ministro Gilmar lembrou que, em quase todos os países, servidores com estabilidade no emprego 
não têm o direito sequer de fazer greve. 
 
Câmara conclui votação de projeto que muda regra do pré-sal17 
A Câmara dos Deputados concluiu na noite desta quarta-feira (9/11/2016) a votação do projeto de lei 
que muda as regras de exploração do petróleo do pré-sal. O texto já passou pelo Senado e segue agora 
para sanção do presidente Michel Temer. 
Na Câmara, o texto-base foi aprovado no dia 5 de outubro em uma sessão bastante tumultuada, mas 
ficou pendente a análise de destaques (sugestões de alteração ao texto original). Uma parte foi apreciada 
no dia 24 de outubro, mas ficaram faltando dois, que foram votados e rejeitados nesta quarta. 
A proposta, defendida pelo governo, desobriga a Petrobras a participar de todos os consórcios de 
exploração do pré-sal. 
Pela lei vigente, a Petrobras atua em todos os consórcios de exploração de blocos licitados na área 
do pré-sal com um mínimo de 30% de participação na qualidade de operadora, a quem cabe conduzir a 
execução direta ou indireta de todas as atividades de exploração e produção. 
 
16 http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/supremo-admite-corte-de-salario-de-servidores-em-greve.html 
17 09/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/camara-conclui-votacao-de-projeto-que-muda-regra-do-pre-sal.html 
1270596 E-book gerado especialmente para LUCAS RODRIGUES DA SILVA
 
. 17 
A proposta aprovada no Congresso Nacional estabelece que a Petrobras poderá estabelecer aqueles 
campos nos quais terá interesse em participar dos consórcios de exploração. 
O projeto determina ainda que o Conselho Nacional de Política Energética dará preferência à estatal 
para se manifestar, num prazo de 30 dias, sobre se irá ou não participar da exploração. 
Contrária à proposta, a oposição argumenta que a mudança nas regras de exploração permitirá que 
os campos de pré-sal passem para as mãos de empresas privadas multinacionais. 
O presidente da estatal, Pedro Parente, por outro lado, já disse ser "importante" que a Petrobras tenha 
opção de participar ou não dos consórcios. 
 
O empresário bilionário surpreendeu o mundo ao contrariar as pesquisas e derrotar Hillary 
Clinton na disputa pela Casa Branca18 
Mesmo com Hillary Clinton apontada como favorita em praticamente todas as pesquisas de intenção 
de voto e nas projeções feitas por institutos e pela imprensa, Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos 
Estados Unidos. Em seu discurso de vitória, prometeu reunir a nação e reconstruir a infraestrutura do 
país, dobrando o crescimento econômico. 
"Serei presidente para todos os americanos", disse. "Trabalhando juntos, vamos começar a tarefa 
urgente de reunir nossa nação. É isso que quero fazer agora por nosso país." 
Trump disse que Hillary ligou para ele para parabenizá-lo pela vitória. "Ela me ligou para me 
parabenizar por nossa vitória, e eu a parabenizei por uma campanha muito, muito dura. Ela lutou muito 
forte", disse presidente eleito em seu discurso. 
 
DERROTA DOLOROSA' 
Algumas horas após o anúncio da vitória de Trump, Hillary Clinton fez o discurso em que reconheceu 
a derrota. A democrata disse que o resultado foi "doloroso", agradeceu à família, aos Obama e aos 
apoiadores de campanha. “Eu sei o quão desapontados vocês se sentem. É doloroso e vai ser por muito 
tempo. Nós vimos que a nossa nação está mais dividida do que pensávamos”, afirmou. 
Hillary ressaltou a participação das mulheres na campanha e disse que uma mulher "mais cedo ou 
mais tarde" vai chegar à Casa Branca. Trump teve a campanha marcada por acusações de assédio e 
declarações machistas. 
A democrata disse que seu partido preza por uma "transferência pacífica" de poder. "Essa perda dói, 
mas nunca deixem de acreditar que lutar pelo que é certo vale a pena", disse. 
Bastante aplaudida, Hillary desejou sucesso a Trump e disse que deseja que ele trabalhe em prol de 
todos os americanos. 
Logo após o discurso de Hillary, Barack Obama fez um pronunciamento no qual disse que "não poderia 
estar mais orgulhoso" de Hillary. O presidente dos EUA disse também que "não é segredo" que ele e 
Trump têm diferenças significativas, mas afirmou que instruiu sua equipe a garantir uma transição de 
sucesso para o próximo presidente. 
 
VITÓRIA EM ESTADOS-CHAVE 
O republicano conquistou vitórias surpreendentes sobre Hillary em estados-chave para definir o 
resultado, abrindo o caminho para a Casa Branca e abalando os mercados globais que contavam com 
uma vitória da democrata. 
Contrariando as sondagens, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia votaram em um republicano pela 
primeira vez desde os anos 1980. Juntos, esses estados têm 46 delegados. Além disso, Hillary perdeu 
em Flórida, Carolina do Norte e Ohio, que são alguns dos chamados "swing states" – que têm grande 
número de delegados no colégio eleitoral e onde, historicamente, não há favorito. Quase sempre, eles 
são decisivos nas eleições americanas. A Flórida tem 29 delegados, Ohio tem 18, e Carolina do Norte, 
15. O candidato precisa ter 270 delegados para ser eleito presidente. 
Os democratas contavam com votos dos estados do Centro-Oeste, como Iowa, Ohio e Wisconsin, por 
causa do tradicional apoio dos negros e dos trabalhadores brancos. Mas muitos dos brancos dessa 
região, especialmente sem formação universitária, decidiram votar em Trump. A importância dessa classe 
para os democratas tinha sido subestimada em projeções feitas antes do pleito, segundo o jornal "The 
New York Times". Analistas dizem o apoio desses trabalhadores a Obama já tinha sido menor em 2012, 
principalmente pelo receio de perder o emprego para outros países. 
Os trabalhadores rurais de estados centrais e do Norte também escolheram em peso o republicano e 
fizeram diferença no resultado. 
 
18 09/11/2016 Fonte: http://especiais.g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2016/donald-trump-presidente-dos-eua/ 
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Quando entrou o número de delegados do estado de Wisconsin na conta da agência Associated Press, 
Trump alcançou 276 delegados, ultrapassando o limite de 270 necessários para ser o vencedor no 
Colégio Eleitoral. Mesmo tendo menos votos totais, Trump será eleito porque

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