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DISTÚRBIOS MENSTRUAIS Prof. Msc Amanda Portugal AMENORREIA É a falta de menstruação nas mulheres em idade fértil. Pode ser classificado em amenorreia primária ou secundária. AMENORREIA PRIMÁRIAS A menarca não ocorre até os 13 anos e não há nenhum desenvolvimento das características sexuais secundárias – crescimento das mamas, pelos no púbis e nas axilas, gordura nos quadris. Ou quando ocorre o desenvolvimento das características sexuais, mas a menarca não ocorre até os 16 anos. AMENORREIA SECUNDÁRIAS Ausência de menstruação por pelo menos 6 meses em mulheres com ciclos irregulares. Ou por um período equivalente a 3 ciclos menstruais em pacientes que anteriormente menstruavam de forma regular. Períodos de tempo inferiores são denominados atraso menstrual. A incidência de casos ocorre em cerca de 3% a 4%. CAUSAS DE AMENORREIA Gestação é a causa mais comum. Depois de excluída a gestação, as causas mais comuns são: * causas ovarianas (40%) * disfunção hipotalâmica (35%) * doença pituitária (19%) * causas uterinas (5%) * outras causas (1%) CAUSAS DE AMENORREIA Pacientes que suspendem o uso de anticoncepcional hormonal, após uso prolongado, podem não ter o retorno imediato da função hipotalâmica, devido ao bloqueio do eixo hipotálamo hipófise por longo período de tempo. Pode ocorrer amenorreia fisiológica por até 6 meses após o último comprimido ou 12 meses após a última administração da injeção de acetato de medroxiprogesterona. CONDUTAS O teste de gravidez (ßhCG) é o primeiro passo na avaliação laboratorial da paciente com amenorreia. Depois de descartada a gestação, solicita-se a dosagem de prolactina. INVESTIGAÇÃO DA PROLACTINA A secreção de prolactina pode ser transitoriamente elevada pelo estresse ou pela alimentação. Por esta razão, a dosagem deve ser repetida antes da solicitação do exame de imagem. PROLACTINA É hormônio secretado pela adenoipófise. Tem como principal função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas. Nas mulheres causa alteração menstrual e infertilidade No homem, gera impotência sexual por prejudicar a produção de testosterona e também o aumento das mamas (ginecomastia). INVESTIGAÇÃO DA PROLACTINA Prolactina < 50ng/ml sugere elevação discreta. Medicações que elevam a prolactina >100ng/ml: Metoclopramida, Verapamil, Risperidona, Fenotiazidas (clorpromazina), Butirofenonas (haloperidol) e antidepressivos. Investigar doença tireoidiana (hipotireoidismo) e insuficiência renal. INVESTIGAÇÃO DA PROLACTINA Prolactina > 100ng/ml sem nenhuma causa citada, sugere a presença de prolactinoma (adenoma da hipófise - tumor benigno), nesse caso deve ser solicitado exame de imagem. Em mulheres com hiperprolactinemia, a prevalência de tumor de hipófise é 50% a 60%. OUTRAS CAUSAS DE AMENORREIA Alterações hormonais: SOP, Hipotireoidismo, Hipertireoidismo. Transtornos alimentares, como anorexia, bulimia ou obesidade. Exercício físico em excesso, comum em atletas. Tumores ovarianos Histerectomia total Quimioterapia e radioterapia Lactação DISMENORREIA É a dor uterina por volta do período menstrual. Pode ocorrer com a menstruação ou precedê-la em 1 a 3 dias. A dor tende a alcançar a intensidade máxima 24 h após o início da menstruação e diminuir após 2 a 3 dias. Pode ser em cólica, lancinante, latejante ou surda, podendo irradiar-se para as pernas ou lombar. Pode vir acompanhada de dor de cabeça, náuseas, constipação ou diarreia, vômitos, mal estar e fadiga. DISMENORREIA PRIMÁRIA Causada pelo aumento na produção de prostaglandina pelo endométrio (potente vasoconstritor do miométrio). Mais contração e menos irrigação sanguínea (isquemia). A dismenorreia primária começa em 1 ano após a menarca e ocorre quase sempre em ciclos ovulatórios. FATORES DE RISCO: Idade precoce da menarca Períodos menstruais longos ou intensos Tabagismo Histórico familiar de dismenorreia Cerca de 5 a 15% das mulheres com dismenorreia primária, tem cólicas graves e incapacitantes. DISMENORREIA SECUNDÁRIA Resultante de alterações patológicas no aparelho reprodutivo: Endometriose (a causa mais comum) Adenomiose uterina Mioma Tumores pélvicos Doença Inflamatória Pélvica DIUs de cobre Malformações congênitas do útero CONDUTA Teste de gravidez (ßhCG) para exclusão de possível gravidez ectópica Ultrassonografia pélvica (cistos ovarianos, miomas, endometriose, localizar DIUs perdidos e anormalmente localizados) TRATAMENTO SINTOMÁTICO Repouso e sono adequados Prática regular de exercício físico aeróbicos – liberam endorfina Dieta pobre em gordura, rice em fibras, ômega-3, linhaça, magnésio, vitamina E, zinco e vitamina B1 Aplicação de calor local AINEs (que aliviam a dor e inibem as prostaglandinas) Pílula para mulheres com vida sexual ativa que não desejam engravidar Substituição do DIU de cobre pelo DIU liberador de levonorgestrel ENDOMETRIOSE Endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas pelo canal vaginal, migram no sentido oposto pelas tubas, caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. ENDOMETRIOSE Presença do endométrio em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga. O tecido pode permanecer sobre a superfície das estruturas ou pode penetrá-las profundamente (invadir) e formar nódulos. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente tem em torno dos 30 anos. Acomete entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) e há risco de 30% de causa infertilidade. ENDOMETRIOSE A gravidade dos sintomas da endometriose não depende da quantidade de tecido endometrial ectópico. Algumas mulheres com alto volume de tecido ectópico não apresentam os sintomas. Outras com uma pequena quantidade sentem dores incapacitantes. A endometriose severa pode causar infertilidade, quando os blocos de tecido ectópico bloqueiam a passagem do óvulo do ovário para o útero. SINTOMAS Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor 60% têm dor e infertilidade e 20% apenas infertilidade. 3Ds Dismenorreia Dispareunia Dor Pélvica Fadiga crônica e exaustão; Sangramento menstrual intenso ou irregular; Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação; Dificuldade para engravidar e infertilidade. SINTOMAS de acordo com a localização: Intestino grosso: Inchaço abdominal, dor durante as evacuações ou diarreia, constipação, sangramento retal durante a menstruação. Bexiga: Dor acima do osso púbico, ao urinar, urina com sangue e uma necessidade frequente e urgente de urinar. Ovários: Formação de uma massa cheia de sangue (endometrioma) que, por vezes, se rompe ou vaza, causando dor abdominal súbita e aguda. DIAGNÓSTICO Difícil de ser concluído, pode levar até 8 anos até o fechamento do quadro. Ultrassonografia transvaginal Laparoscopia Ressonância Magnética Exame de sangue - marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. FATORES DE RISCO Carga genética Mulheres que tiveram o primeiro bebê após os 30 anos Nunca tiveram um bebê Têm ciclos menstruais mais curtos (<27 dias) Fluxos abundantes e que duram muito tempo Menarca precoce Têm determinadas anomalias estruturais do útero Consumir muito álcool e cafeína FATORES PROTETORES Mulheres que tiveram múltiplas gestações Amamentaram por muito tempo Usam um contraceptivo oral de baixa dose Praticam atividade física regularmente (>4 horas por semana) TRATAMENTO AINEs para dor Medicamentos para suprimir a atividade dos ovários Cirurgia para remover ou eliminar o tecido endometrial ectópico Às vezes, cirurgia para remover apenas o útero ou o útero e os ováriosMIOMATOSE UTERINA Os miomas uterinos são os tumores pélvicos mais comuns, ocorrendo em cerca de 70% das mulheres até 45 anos de idade. Muitos miomas são pequenos e assintomáticos. A maioria dos miomas é múltiplo, e cada um se desenvolve de uma única célula do músculo liso. Como respondem a estrogênio, os miomas tendem a aumentar durante os anos reprodutivos e a diminuir de tamanho após a menopausa. LOCAIS DE CRESCIMENTO Miomas podem ser Intramurais (na parede do útero) Submucosos (sob o revestimento do útero) Subserosos (sob a superfície externa do útero) Pedunculados (crescem em um pedúnculo) SINAIS E SINTOMAS Menorragia e Metrorragia Se os miomas crescerem e se degenerarem ou se os miomas pediculados sofrerem torção, pode ocorrer pressão ou forte dor aguda ou crônica. Aumento do volume abdominal. Polaciúria ou urgência urinária podem resultar da compressão da bexiga. Constipação intestinal pode resultar da compressão do intestino. Varizes e edemas de MMII se ocorrer compressão dos vasos pélvicos. SINAIS E SINTOMAS Miomas podem aumentar o risco de infertilidade. Durante a gestação, podem causar abortamentos recorrentes, contrações prematuras, posicionamento fetal anormal, ou tornar necessária a cesariana. FATORES DE RISCO Raça negra Índice de massa corporal elevado DIAGNÓSTICO Ultrassonografia geralmente transvaginal TRATAMENTO Os miomas assintomáticos não necessitam de tratamento. As pacientes devem ser reavaliadas periodicamente (a cada 6 a 12 meses). TRATAMENTO Em casos de miomas sintomáticos são administrados agonistas do GnRH, que irão reduzir o tamanho dos miomas e o sangramento. Esses medicamentos não devem ser utilizados por muito tempo, pois é comum ocorrer um crescimento rebote, fazendo com que os miomas voltem ao mesmo tamanho de antes do tratamento em 6 meses, além de poder ocorrer desmineralização óssea. Miomectomia via laparoscópica. Histerectomia via laparoscópica, vaginal ou por laparotomia. SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) A SOP é uma endocrinopatia com componente genético, que se caracteriza por 3 sinais combinados. Os Critérios de Rotterdam que auxiliam no fechamento do diagnóstico. Hiperandrogenismo Menos de 6 ciclos menstruais no ano ou Anovulação Cistos Ovarianos – Aumento do Ovário Hiperandrogenismo Cistos Ovarianos – Aumento do Ovário 20 microcistos vistos na USG ou volume ovariano total >10ml) Acne persistente e hirsutismo intenso (face, tórax, entre as mamas, abdome, costas) CLÍNICO: LABORATORIAL: Testosterona alta > 50 ng/dl com aumento do LH > 2 SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) Para o fechamento do diagnóstico, é necessário que tenha a presença de pelo menos 2 critérios. Sendo o fenótipo tipo A (clássico), a mulher que apresenta os 3 critérios. Existem 4 fenótipos possíveis do diagnóstico da SOP. FISIOPATOLOGIA DA SOP Hipersecreção do hormônio liberador de gonadotrofinas no hipotálamo; Gerando uma hipersecreção de Hormônio Luteinizante (LH) E uma Baixa secreção de FHS O LH age nos folículos ovarianos estimulando a produção de hormônios androgênicos (testosterona) em grande quantidade, devido o seu aumento. O FSH que está em concentração abaixo do normal, não dá conta de estimular a aromatase o suficiente. Enzima que converte toda a testosterona extra em estrogênio, por isso ocorre hiperandrogenemia. PTG FISIOPATOLOGIA DA SOP A ausência do pico de LH, devido ao aumento constante desse hormônio, inibe a ovulação. A baixa concentração de FSH impede o desenvolvimento completo de 1 folículo, que seria o responsável por liberar o óvulo durante a ovulação, fazendo com que vários folículos crescem até a metade do caminho e estagnem, tornando-se cistos ovarianos que não regridem de tamanho. Isso confere ao ovário a morfologia policística. SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) Hiperinsulinemia, devido à resistência à insulina contribui para o aumento da produção ovariana de androgênios. A longo prazo, o hiperandrogenismo aumenta o risco de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão e hiperlipidemia. SINAIS E SINTOMAS (SOP) Ovário Policístico Menstruação Irregular Anovulação Infertilidade Hirsutismo Aumento do peso Queda de cabelo Fadiga Acne Resistência a Insulina Labilidade emocional ACANTOSE NIGRICANS (SOP) Espessamento e hiperpigmentação nas áreas de dobras relacionada a endocrinopatias, resistência à insulina e ao aumento da produção de andrógenos. SINAIS E SINTOMAS (SOP) Muco cervical abundante, refletindo níveis altos de estrogênio. DIAGNÓSTICO Critérios clínicos Níveis de testosterona, FSH, prolactina e TSH (hormônio estimulante da tireoide) Ultrassonografia pélvica TRATAMENTO O tratamento visa equilibrar os hormônios e, assim, reduzir os riscos de excesso de estrogênio (hiperplasia endometrial), excesso de androgênio (doenças cardiovasculares) e infertilidade. Dieta e exercícios físicos representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina e retorno dos ciclos ovulatórios. SOP não tratada na gestação pode ocasionar abortos espontâneos recorrentes ou bebê PIG. MEDICAÇÕES: ● Progesterona intermitente ou contraceptivos orais. ● Metformina para ajudar a aumentar a sensibilidade à insulina e reduzir os níveis de testosterona livre. ● Infertilidade: Clomifeno e FIV. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42
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