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direito constitucional
MP-AL
Funções Essenciais à Justiça
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Funções Essenciais à Justiça
Prof. Aragonê Fernandes
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SUMÁRIO
Funções Essenciais à Justiça ........................................................................4
1. Ministério Público ....................................................................................6
1.1. Considerações Iniciais e Ingresso na Carreira ...........................................6
1.2. Princípios Institucionais .........................................................................8
1.2.1. Unidade ...........................................................................................9
1.2.2. Indivisibilidade ................................................................................11
1.2.3. Independência Funcional ..................................................................12
1.3. Princípio do Promotor Natural ..............................................................13
1.4. Autonomia Funcional, Administrativa e Orçamentária ..............................14
1.5. Diferentes Ramos Existentes no Ministério Público ..................................15
1.5.1. Ministério Público junto aos Tribunais de Contas (MP/Contas) ................16
1.5.2. Chefia do MPU ................................................................................16
1.5.3. Chefia dos MPEs e do MPDFT ............................................................18
1.5.4. Quadro Comparativo entre PGR e PGJ ................................................19
1.6. Foro por Prerrogativa de Função ...........................................................20
1.7. Garantias .........................................................................................21
1.7.1. Vitaliciedade ...................................................................................22
1.7.2. Inamovibilidade ..............................................................................22
1.7.3. Irredutibilidade de Subsídios .............................................................23
1.8. Proibições .........................................................................................23
1.8.1. Exercício de outro Cargo ou Função ...................................................23
1.8.2. Quarentena de Saída .......................................................................24
1.8.3. Dedicação a Atividades Político-Partidárias ..........................................25
1.8.4. Exercício da Advocacia e Recebimento de Custas ou Honorários .............25
1.9. Funções Institucionais ........................................................................26
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1.10. Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP ...................................31
2. Advocacia Pública .................................................................................34
2.1. Defensor Legis ...................................................................................40
3. Advocacia Privada .................................................................................42
4. Defensoria Pública ................................................................................45
4.1. Princípios Institucionais .......................................................................49
4.2. Autonomia Administrativa, Funcional e Orçamentária ..............................49
4.3. Foro por Prerrogativa de Função ...........................................................52
4.4. A Atuação da Defensoria Pública nas Tutelas Coletivas ............................52
4.5. A Percepção de Honorários Advocatícios ................................................53
Questões de Concurso ...............................................................................55
Gabarito ..................................................................................................74
Questões Comentadas ............................................................................ 75e
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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Apresentação
As Funções Essenciais à Justiça são tratadas logo após o Poder Judiciário – ao 
longo dos artigos 127 a 135 da Constituição. Elas abrangem o Ministério Público, 
a Advocacia – pública e privada – e a Defensoria Pública. É aqui que começam as 
perguntas em provas, colocando outros órgãos e entidades no rol aí de cima.
Se você olhasse as provas de alguns anos atrás, veria uma grande proeminência 
de questões sobre o MP em detrimento da Defensoria Pública e da Advocacia (pú-
blica ou privada). Hoje em dia, essa disparidade é bem menor. A advocacia pública, 
por exemplo, tem sido explorada em diversas questões relativamente simples. Isso 
também acontece com a Defensoria Pública, instituição que ganhou muito relevo 
nos últimos anos. 
Aliás, não sei se você sabe, mas, quando parti para os concursos de alto ren-
dimento na área jurídica, queria ser Defensor Público. O curioso é que passei para 
Defensor, para Promotor e para Juiz, mas o único cargo em que não tomei posse foi 
exatamente o de Defensor...
ARAGONÊ FERNANDES
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu 
qualificado percurso profissional, já se dedicou a ser Promotor de Jus-
tiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além 
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito 
Constitucional em variados cursos preparatórios para concursos.
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A razão para isso? O cargo de Defensor Público era no querido Estado do Rio 
Grande do Sul, enquanto Promotor e Juiz eram no DF, minha terra natal (nas aulas 
você notará um sotaque nordestino, fruto da convivência com um monte de parai-
banos lá de casa – tenho orgulho de minhas origens!).
Acabei ficando apenas alguns meses na Promotoria de Justiça, pois os concur-
sos da Magistratura e do MP caminharam juntos. Foi, sem dúvidas, a decisão mais 
difícil de minha vida.
Confesso que nunca me arrependi da escolha que fiz, pois adoro o meu traba-
lho, embora ele seja uma árdua tarefa.
Essa vida de concurseiro é curiosa! 
Ah, também aqui, como já deve ser do seu costume, citarei os julgados mais 
importantes sobre o tema.
Venha comigo!
As funções essenciais à Justiça são o Ministério Público, a Advocacia (pú-
blica e privada) e a Defensoria Pública. Não estão nesse rol o Judiciário ou as 
Polícias Civil e Militar. 
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1. Ministério Público
1.1. Considerações Iniciais e Ingresso na Carreira
Uma coisa: o Ministério Público também recebe o nome de Parquet (palavra 
de origem francesa, que remete aos antigos procuradores do rei da França, que 
ficavam em pé sobre o assoalho (parquet) da sala de audiência). Você ainda pode 
ouvir expressões como custos legis (fiscal da lei), custos constitucionis (fiscal da 
Constituição) ou ouvidor da sociedade. 
Mas fique atento(a) a uma coisa: custos legis (fiscal da lei) é o MP, enquanto 
defensor legis (curador da lei) é o Advogado-Geral da União, que atua defen-
dendo a norma questionada no STF. Eu falo isso para você não trocar alhos com 
bugalhos.
Avançando, a primeira Constituição brasileira a fazer referência ao Ministério 
Público foi a de 1891. De lá para cá, a instituição constou em todos os textos 
constitucionais – seja com maior ou menor grau de atuação. No entanto, não há 
dúvidas de que foi a atual Constituição a que maior autonomia deu ao MP.
A própria Constituição, em seu artigo 127, conceitua o MP dizendo que ele “é ins-
tituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individu-
ais indisponíveis”.
Você vai ver que quase todas as regras de ingresso, garantias e proibições 
aplicáveis aos magistrados são estendidas aos membros do MP. Note que eu disse 
quase...
Começando, o artigo 129, § 3º, da Constituição aponta que se aplicam ao MP, 
no que couberem, as regras do artigo 93.
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Dentro desse cenário, o candidato deve se submeter a concurso público de pro-
vas e títulos, sendo obrigatória a participação da OAB em todas as fases da 
disputa.
A chamada quarentena de entrada, introduzida pela EC n. 45/2004, vale 
para a Magistratura e para o MP. Ela é a exigência feita ao bacharel em Direito de 
demonstração de no mínimo três anos de atividade jurídica. O dispositivo sur-
giu com o claro intuito de que o futuro profissional tenha mais experiência, dada a 
relevância das funções que exercerá.
Lembro que no conceito de “atividade jurídica” não há a obrigatoriedade de o 
candidato exercer a advocacia, sendo essa apenas uma das diversas hipóteses – 
eu, por exemplo, no concurso de Promotor de Justiça do MPDFT, usei o período em 
que fui Analista Judiciário do STF e Assessor de Ministro do STJ.
Ah, o STF entende que a contagem do prazo de três anos se inicia com 
a conclusão do curso, e não com a colação de grau. Ou seja, a interpretação 
é mais benéfica ao candidato.
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a 
vida do amigo concurseiro!): “a comprovação de atividade jurídica pode con-
siderar o tempo de exercício em cargo não privativo de bacharel em Direi-
to, desde que, ausentes dúvidas acerca da natureza eminentemente jurídica das 
funções desempenhadas” (STF, MS 27.601). 
Assim, nada impede que o candidato que trabalhe como técnico judiciá-
rio de um Tribunal ou técnico administrativo no Ministério Público (ambos 
de nível médio) se candidate ao concurso da Magistratura, do MP ou da 
Defensoria, quando comprovar que desempenhava a chamada atividade-fim.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados 
no ato da posse (STJ, Súmula n. 266). No entanto, para a Magistratura e para o 
MP, a comprovação deve ser feita na inscrição definitiva (STF, RE 655.265). 
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Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” que é um con-
curso desse porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, subme-
te-se a provas objetivas e subjetivas, onde enfrentará questões e a elaboração de 
peças práticas. Após a segunda fase (e antes da prova oral), é hora da inscrição 
definitiva, oportunidade de comprovação também dos três anos de atividade ju-
rídica. Finalizando, acontecem as provas orais e de títulos, esta última de caráter 
meramente classificatório – o STF já entendeu que fase de títulos não pode 
ter caráter eliminatório.
Os requisitos para ingresso nas carreiras do Ministério Público e da Magistratura 
devem ser comprovados na inscrição definitiva, e não na posse.
1.2. Princípios Institucionais
O artigo 127, § 1º, da Constituição elenca três princípios institucionais do 
Ministério Público: unidade, indivisibilidade e independência funcional.
As questões mais simples nas provas se limitam a perguntar quais são os prin-
cípios ou ainda quais não são. Ou seja, mera decoreba.
O problema é que só isso não será suficiente para a maior parte das provas que 
são aplicadas atualmente.
Então, vou detalhar para você o que pode ser cobrado, para não o(a) deixar em 
um mato sem cachorro...
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1.2.1. Unidade
A unidade significa que os membros do Ministério Público integram um só órgão 
sob a direção de um só Procurador-Geral. 
Contudo, você tem que lembrar que a unidade existe dentro de cada MP. Em 
outras palavras, há uma chefia para o Ministério Público da União – PGR – e 
uma chefia no Ministério Público Estadual – PGJ.
É dentro desse cenário que o STF reconhece a legitimidade do membro do 
MP Estadual para recorrer diretamente no STF e no STJ nos processos que 
ele tenha atuado na primeira instância. 
Aliás, também se confere essa mesma possibilidade em relação ao ajuizamento 
de reclamação, quando a instância de origem não quiser dar cumprimento à deci-
são do Tribunal Superior ou do STF (STF, RCL 7.245).
Para você entender melhor a polêmica, segundo a legislação, quem atuaria 
no STF e nos Tribunais Superiores seriam somente os membros do MPU (PGR e 
Subprocuradores-Gerais). 
Porém, dando uma interpretação mais contextualizada, abriu-se a possibilidade 
de o membro do MP Estadual acompanhar o processo até o final, sem precisar “pe-
dir benção” aos membros do MP da União (STF, RE 848.286).
Agora que você deve ter entendido, vou partir para um entendimento – impor-
tantíssimo nas provas – que ao menos aparentemente vai contra o que falei 
até aqui...
Deixe-me explicar: lá no artigo 102 da Constituição se atribui ao STF a compe-
tência originária para o julgamento de conflito federativo. Ou seja, quando a ação 
envolver União x Estado; Estado x Estado; União x DF; Estado x DF, inclusive as 
respectivas entidades, o processo deve começar lá em cima.
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Pois é, era nessa ótica que o STF entendia (passado!) ser o competente para 
o julgamento de conflitos de atribuições envolvendo membros do Ministério Público 
Federal x Ministério Público Estadual. Isso porque o MPF é um dos quatro ramos do 
MPU (MPF, MPT, MPM e MPDFT).
Contudo, modificando seu posicionamento, o Tribunal transferiu para o Pro-
curador-Geral da República a competência para dirimir conflitos de atri-
buições entre os membros do MP Federal x MP Estadual (STF, ACO 1.567). 
É certo que não faltaram críticas à nova orientação, porque o membro do MP 
Estadual não possui nenhum vínculo de subordinação ou hierarquia com o PGR, 
que chefia apenas o MPU.
No entanto, prevaleceu a ideia (vencidos os dois Ministros mais antigos do Tri-
bunal) segundo a qual o PGR ocuparia um papel diferenciado na instituição, poden-
do esse conflito interno do MP ser resolvido lá mesmo – afinal, “roupa suja se lava 
em casa” (STF, PET 4.863).
Seja como for, minha ideia aqui é dar subsídio para você resolver a sua prova, 
de modo que os apontamentos aí de cima serão mais que suficientes.
Os membros do Ministério Público Estadual dispõem de legitimidade para atuar 
diretamente no STF, ajuizando reclamação ou mesmo na interposição de recursos 
nos processos em que tenham atuado na primeira instância. 
Foi também com base no princípio da unidade que o STF decidiu ser desneces-
sária a ratificação da denúncia quando apresentada anteriormente por membro 
do MP incompetente. A hipótese envolvia membro pertencente ao mesmo MP e 
também do mesmo grau funcional (STF, HC 85.137). 
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Cabe ao PGR a tarefa de dirimir conflitos de atribuições entre membros do MP Es-
tadual e do MP Federal.
1.2.2. Indivisibilidade
O princípio da indivisibilidade é uma decorrência do postulado da unidade. Por 
meio dele, é possível que um membro do MP substitua outro, dentro da mesma 
função, pois quem exerce os atos não é a pessoa do Promotor, e, sim, a instituição 
Ministério Público.
Exemplificando, um processo de homicídio qualificado que tramita na Vara do 
Júri da Comarca de Belo Horizonte pode ter a denúncia oferecida pelo Promotor de 
Justiça José, mas as audiências podem ser feitas pelo Promotor João. Nada impe-
diria, ainda, que outro Promotor, Alfredo, fizesse o júri.
“Aragonê, você quer dizer então que podem mandar qualquer Promotor para 
fazer um júri específico?” Calma lá, eu não disse isso, até porque a figura do Pro-
motor Natural impede que haja designações casuísticas. Mas isso você verá mais à 
frente. Fique firme aí, pois não demora.
Também por conta da indivisibilidade, o STF entendeu que o pedido de arquiva-
mento de inquérito em trâmite naquele Tribunal formulado pelo PGR não poderia 
ser recusado. E essa orientação se aplicaria mesmo na hipótese em que um novo 
PGR ofereça denúncia (STF, INQ 2.028).
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1.2.3. Independência Funcional
Este princípio é muito importante, principalmente dentro do Direito Processual 
Penal. Aqui, no Constitucional, ele também é lembrado, mas acredito que a grande 
aposta para as provas esteja no princípio da unidade.
Avançando, no exercício de suas funções, o membro do MP é livre e indepen-
dente, não ficando sujeito às ordens de seu superior hierárquico ou mesmo de 
outro Poder. O que há é hierarquia no sentido administrativo, mas nunca de índole 
funcional.
Comentando esse princípio, Alexandre de Moraes, hoje Ministro do STF, diz que 
“nem seus superiores hierárquicos podem ditar-lhes ordens no sentido de agir des-
ta ou daquela maneira dentro de um processo. Os órgãos de administração superior 
do Ministério Público podem editar recomendações sobre a atuação funcional para 
todos os integrantes da Instituição, mas sempre sem caráter normativo” (Moraes, 
2008).
Voltando ao Processo Penal, no artigo 28 do CPP consta que se o juiz não con-
cordar com o pedido de arquivamento de inquérito feito pelo Promotor de Justiça, 
deveria remeter os autos ao Chefe da Instituição. Este, por sua vez, teria três op-
ções: a) oferecer, ele próprio, a denúncia; b) indicar que outro Promotor ofereça 
a denúncia, agindo em seu nome (longa manus); e c) insistir pelo arquivamento, 
opção em que o juiz deveria arquivar.
Note que o Chefe da Instituição jamais poderá obrigar que aquele primeiro 
membro do MP atue em sentido diverso de seu entendimento.
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1.3. Princípio do Promotor Natural
De antemão, lembre-se: existe o princípio do juiz natural (artigo 5º da 
Constituição); existe o princípio do defensor natural (artigo 4º-A da LC n. 
80/1994), mas não existe o princípio do delegado natural.
Agora é hora de falarmos sobre o princípio do promotor natural.
Embora haja certa resistência (minoritária), prevalece a orientação segundo a 
qual também se admite o princípio do promotor natural. Ele decorreria da 
norma contida no art. 5º, inciso LIII (“ninguém será processado nem senten-
ciado senão pela autoridade competente”).
No STF, a questão referente à existência do princípio do promotor natural não é 
pacífica. No ano de 1992, houve julgamento do Plenário, no qual quatro Ministros 
defenderam a inexistência desse princípio. No entanto, as decisões mais recentes 
mencionam a sua existência, razão pela qual acredito ser essa a posição atual do 
Tribunal (STF, HC 95.447). 
“Mas o que se entenderia pelo princípio do promotor natural? Ele não se 
choca com o princípio institucional da indivisibilidade?”
Como você viu logo acima, um membro do MP pode ser substituído pelo outro, 
pois quem atua é a instituição, e não a pessoa. A partir disso, criou-se um entendi-
mento (minoritário) no sentido de que não haveria o princípio do promotor natural.
Contudo, o que se impede é a figura do promotor de exceção, que, a par-
tir de manipulação casuística, recebe uma designação específica, em nítido 
caráter de perseguição (STF, HC 136.503).
Exemplificando, pense aí que um grande criminoso, já conhecido pelos promo-
tores da capital, pratique um crime de homicídio doloso em uma pequena cidade 
no interior daquele Estado.
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Naquela longínqua comarca, o Promotor que atua acabou de ingressar na insti-
tuição. Então, “para não perder o júri”, o MP designa seu melhor quadro para não 
deixar escapar uma sentença de condenação.
Note que, no bizarroexemplo por mim criado, o Promotor experiente no júri 
foi mandado “por encomenda” para aquela comarca, a fim de participar apenas do 
julgamento do “bandidão”.
O princípio do Promotor Natural impede a figura do promotor de exceção, que, a 
partir de manipulação casuística, recebe uma designação específica, em nítido ca-
ráter de perseguição. 
1.4. Autonomia Funcional, Administrativa e Orçamentária
Em relação à autonomia administrativa, a Constituição prevê que o MP poderá 
propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxi-
liares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, política 
remuneratória e os planos de carreira.
É com base na autonomia deferida pela Constituição que o STF assentou o en-
tendimento segundo o qual o Ministério Público não se submete a controle 
interno, feito pelo Executivo (STF, ADI 2.513). 
Ao contrário, essa instituição, assim como todo o Poder Público, está sujeita ao 
controle externo, realizado pelo Legislativo com o apoio dos Tribunais de Contas.
Quanto à autonomia financeira, assim como acontece em relação ao Poder Judici-
ário, o próprio MP é responsável pela elaboração de sua proposta orçamentária, ob-
viamente dentro dos limites estabelecidos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
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Sobre o tema, entende-se que o MP pode deflagrar o processo legislativo de lei 
concernente à política remuneratória e aos planos de carreira de seus membros e 
servidores. Em outras palavras, é dele a iniciativa para projetos de lei de seu inte-
resse (STF, ADI 603). 
Ah, tal qual acontece com as propostas de iniciativa do Executivo e do Judiciário, 
não cabe emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Ministério 
Público que importe aumento de despesa (ADI 4.075).
1.5. Diferentes Ramos Existentes no Ministério Público
Além do Ministério Público da União (MPU), existe também o Ministério Público 
Estadual (MPE) e aquele que atua junto aos Tribunais de Contas (MP/Contas). 
De outro lado, convém alertar que não existe Ministério Público municipal – 
também não há Judiciário ou Defensoria Pública na esfera municipal.
O MPU abrange quatro ramos:
a) Ministério Público Federal – MPF;
b) Ministério Público do Trabalho – MPT;
c) Ministério Público Militar – MPM;
d) Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios – MPDFT.
Eu já falei isso ali em cima, mas vou repetir: o STF entendia (passado!) ser 
o competente para o julgamento de conflitos de atribuições envolvendo membros 
do Ministério Público Federal x Ministério Público Estadual. Isso porque o MPF é um 
dos quatro ramos do MPU (MPF, MPT, MPM e MPDFT).
Contudo, modificando seu posicionamento, o Tribunal transferiu para o Pro-
curador-Geral da República a competência para dirimir conflitos de atri-
buições entre os membros do MP Federal x MP Estadual (STF, ACO 1.567). 
Vou cuidar primeiro do MP/Contas, pois ele merece tratamento especial.
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1.5.1. Ministério Público junto aos Tribunais de Contas (MP/
Contas)
De acordo com o artigo 130 da Constituição, aos membros do Ministério Público 
junto aos Tribunais de Contas se aplicam as mesmas disposições pertinentes a di-
reitos, vedações e forma de investidura inerentes aos outros membros do MP.
Um ponto importantíssimo: o MP/Contas não se insere na estrutura do MP 
comum, sejam os dos Estados, seja o da União. Em razão disso, não podem 
os membros do MP Estadual atuar junto ao Tribunal de Contas, ainda que 
transitoriamente (STF, MS 27.339).
Além disso, também se entende que o MP/Contas estadual não dispõe das 
garantias institucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Es-
tados-membros, notadamente das prerrogativas que concernem à autonomia 
administrativa e financeira, ao processo de escolha, nomeação e destituição de 
seu titular e ao poder de iniciativa dos projetos de lei relativos à sua organização 
(STF, ADI 2378).
É por essa razão que cabe ao respectivo Tribunal de Contas a iniciativa 
de projetos de lei de interesse do MP/Contas. Isso é o oposto do MP comum, 
que conta com o poder de dar o start nos projetos de lei de seu interesse.
1.5.2. Chefia do MPU
Um alerta inicial: depois de tratar das chefias do MPU e do MPE/MPDFT, eu farei 
um quadro comparativo para facilitar a visualização, ok?
O chefe do MPU é o Procurador-Geral da República – PGR. Ele é nomeado pelo 
Presidente da República, dentre integrantes da carreira, com mais de 35 anos, após 
a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, 
para mandato de dois anos, permitida a recondução.
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Note que não há limitação no número de reconduções. Ou seja, pode o 
PGR ser reconduzido ao cargo quantas vezes o Presidente da República quiser. Con-
tudo, em todas as reconduções será necessária a aprovação pelo Senado. 
Para tentar ajudar – talvez você não se lembre –, quando o Brasil era presidido 
por Fernando Henrique Cardoso, o então PGR, Geraldo Brindeiro, ficou oito anos 
consecutivos no cargo.
Outra coisa: na escolha do PGR, não há elaboração de lista tríplice. Ape-
nas se exige que a indicação recaia sobre um integrante da carreira. 
Daí você me fala; “Professor, eu vi no noticiário que foi elaborada uma lista trí-
plice recentemente para a escolha do novo PGR”.
Pois é, o que acontece é que informalmente a Associação Nacional dos Pro-
curadores da República – ANPR – elabora uma lista como espécie de sugestão ao 
Presidente da República. 
Desde o primeiro mandato do Presidente Lula, passando por Dilma e agora por 
Temer, o escolhido sempre foi algum dos integrantes da lista. Repito: não há obri-
gatoriedade de o Presidente escolher um nome da lista.
Avançando, antes do término do prazo de dois anos, é possível a destituição do 
PGR, que dependerá de iniciativa do Presidente da República e de autoriza-
ção de maioria absoluta do Senado. Veja que o Senado e o Presidente participa-
riam do processo de escolha e também de destituição antes do término do biênio.
Cabe, ainda, lembrar que o PGR será o Presidente do Conselho Nacional 
do Ministério Público, sendo membro nato. Em outras palavras, o tempo em que 
ele ficar como PGR permanecerá à frente do CNMP. 
Na escolha do PGR, não há formação de lista tríplice. O nome indicado pelo 
Presidente da República precisa ser sabatinado por maioria absoluta do Senado 
Federal. 
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1.5.3. Chefia dos MPEs e do MPDFT
Tanto no âmbito estadual quanto no Distrito Federal, o Ministério Público é che-
fiado pelo Procurador-Geral de Justiça – PGJ. 
Diferentemente do que você viu com o PGR, aqui há lista tríplice. Ela deve ser 
elaborada entre integrantes da carreira, sendo que todos os membros (Promotores 
e Procuradores de Justiça) participam da votação. 
Formada a lista, ela é encaminhada para o Chefe do Poder Executivo para 
que faça a escolha de um nome. O indicado terá mandato de dois anos, permitida 
uma recondução. 
Você notou quando eu falei que a escolha caberia ao Chefe do Executivo, e não 
ao Governador? É que só caberá ao Governador fazer a escolha se estiver-
mos tratando de MP Estadual. 
Contudo, no caso do MPDFT, cabe ao Presidente da República indicar um 
nome entre os integrantes da lista. Isso porque, como você viu, o MPDFT é um 
dos ramos do Ministério Público da União.
Em nova diferença em relação ao PGR, o PGJ só pode ser reconduzido uma 
vez. A propósito, o STF já decidiu que será inconstitucional norma estadual que 
permita reconduções sucessivas (STF, ADI 3.077).
Também é possível a destituição do PGJ antes do prazo de dois anos, com a 
prévia deliberação de maioria absoluta do Legislativo – Assembleia Legislativa no 
MP Estadual, e Senado Federal no caso do MPDFT.
Um ponto importantíssimo para as provas: o STF entende ser inconstitucio-
nal norma da Constituição Estadual que preveja a participação da Assem-
bleia Legislativa na escolha do PGJ (STF, ADI 452). 
Aliás, também declarou a inconstitucionalidade de outra norma estadual, que 
previa que, vagando o cargo de PGJ no curso do biênio, o novo titular apenas com-
pletaria o período restante, e não iniciando novo biênio (STF, ADI 1.783). 
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Na escolha do PGJ, há formação de lista tríplice, mas não existe a previsão 
de sabatina do nome. Será inconstitucional norma da Constituição Estadual que 
exija aprovação da Assembleia Legislativa. 
1.5.4. Quadro Comparativo entre PGR e PGJ
Algumas linhas aí para cima eu avisei que faria um quadro comparando os cri-
térios de escolha dos Chefes do MPU e do MPE/MPDFT. Chegou a hora!
DIFERENÇA ENTRE PGR e PGJ
CRITÉRIO PGR PGJ
O que o cargo significa? É o chefe do MPU. É o chefe do MP Estadual e 
do MPDFT.
Quem escolhe? É escolhido pelo Presi-
dente da República entre 
integrantes da carreira.
É escolhido pelo Chefe do 
Executivo entre integran-
tes de lista tríplice elabo-
rada por toda a carreira.
MPE: Governador esco-
lhe.
MPDFT: Presidente 
escolhe.
Há lista tríplice? Não Sim
Há sabatina pelo órgão 
do Legislativo (Senado ou 
Assembleia Legislativa)?
Sim, pelo voto de maioria 
absoluta dos Senadores, 
em votação secreta.
Não! Se norma esta-
dual previr sabatina, será 
inconstitucional.
É possível a destituição 
antes do término do biênio?
Sim Sim
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1.6. Foro por Prerrogativa de Função
É do Tribunal de Justiça a competência para julgar todos os membros do 
Ministério Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, res-
salvada a competência da Justiça Eleitoral. 
Agora, quanto aos membros do MPU, é a hora que a porca torce o rabo... 
Antes de detalhar as regras, eu lembro que o MPU possui quatro ramos, a 
saber: MP Federal; MP do Trabalho; MP Militar; e MPDFT.
Veja como fica:
1. O PGR, chefe da instituição, será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, 
nos crimes de responsabilidade, pelo Senado.
2. Os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou 
superiores) serão julgados, nos crimes comuns + de responsabilidade, pelo STJ.
3. Os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, 
nos crimes comuns + de responsabilidade, pelo respectivo TRF (sempre ressal-
vada a competência da Justiça Eleitoral). 
Cuidado com uma particularidade: os membros do MPDFT recebem o mesmo 
nome dos membros do MP Estadual. Ou seja, temos Promotores de Justiça, Procu-
radores de Justiça e o Procurador-Geral de Justiça. 
E, embora o TJDFT também seja organizado e mantido pela União, o STF, invo-
cando o princípio da especialidade, entendeu que não cabe ao TJ julgar os 
membros do MPDFT. Em outras palavras, os membros de nenhum dos ramos do 
MPU serão julgados pelos TJs (STF, RE 418.852).
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Dito isso, eles serão julgados pelo TRF (Promotores de Justiça) ou pelo 
STJ (Procuradores de Justiça e o Procurador-Geral de Justiça).
Para facilitar sua visualização, usarei o mesmo quadro esquemático empregado 
lá na aula sobre Poder Judiciário:
Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público Estadual Ministério Público da União
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime 
comum
STF
Em crime de 
responsabilidade
TJ (STF, ADI 541)
Em crime de 
responsab i l i -
dade
Senado Federal
Se atuar em 2ª 
instância
TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribu-
nal
(2ª instância ou 
superior)
STJ
Se atuar em 1ª 
instância
TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar na 1ª ins-
tância
TRF, exceto crime 
eleitoral
Os membros do MPDFT que atuam na primeira instância (Promotores de Justiça) 
serão julgados pelo TRF. Já os que trabalham na 2ª instância (Procuradores de Jus-
tiça) respondem perante o STJ. 
1.7. Garantias 
As garantias e vedações do Ministério Público seguem, em linhas gerais, as 
mesmas regras já estudadas em relação ao Poder Judiciário. É claro que as diferen-
ças, embora sutis, são perguntadas nas provas.
Vamos começar pelas garantias!
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1.7.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício para aqueles que ingres-
sam, mediante concurso público, na 1ª instância. 
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se 
confundem. Desse modo, pode um Promotor titular não ser vitalício, assim como 
pode um Promotor já vitalício ainda ser substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidade apresentam algumas distinções. Para 
se olhar para apenas uma delas, o prazo para a aquisição da estabilidade é bem 
maior – 3, e não 2 anos. 
Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (magistrados, membros 
do Ministério Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do 
cargo após a aposentadoria, mas uma delas – talvez a mais importante para 
as provas – não é mantida: o foro especial.
Então, peço sua atenção porque o STF entende que,com a aposentadoria, 
acaba o foro por prerrogativa de função. Exemplificando, um Procurador-Ge-
ral da República que esteja respondendo a ação penal perante o STF, caso 
se aposente, o processo passará a tramitar na 1ª instância (STF, RE 549.560)! 
1.7.2. Inamovibilidade
Os membros do MP não podem ser removidos de ofício, salvo se houver 
motivo de interesse público. A decisão para afastar a inamovibilidade do magis-
trado será tomada pela maioria absoluta dos membros do próprio órgão. Fique 
de olho, pois esse quorum era de 2/3 até a EC 45/04.
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1.7.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento 
de tributos. 
Ah, é importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (por exemplo, 
férias pagas em pecúnia) não se submetem ao teto constitucional.
Com a aposentadoria do magistrado ou membro do Ministério Público termina o foro 
especial e também a proibição para a dedicação a atividades político-partidárias. 
1.8. Proibições
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro con-
sagra diversas vedações, justificadas pela importante função exercida por esses 
agentes estatais. 
Veja as principais proibições previstas no artigo 128, § 5º, II, bem assim as 
pontuações que diferenciam os membros do MP dos magistrados:
1.8.1. Exercício de outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, 
salvo uma de magistério.
Quando se fala “salvo uma de magistério”, não há uma restrição numérica, mas, 
sim, ligada à compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função (STF, 
ADI 3.126).
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Lá no Poder Judiciário eu citei decisão do CNJ, por meio da qual se entendeu 
pela proibição do exercício de atividades de coaching, mentoria ou simila-
res aos juízes (Resolução n. 226/2016). 
Pois é, mas, até o momento, os membros do MP não possuem essa res-
trição. Exemplificando, o Conselho Superior do MPDFT acabou por arquivar proce-
dimento que visava apurar supostas irregularidades com tais atividades.
Ainda com base nesse dispositivo, proíbe-se que membros do Ministério Público 
ocupem cargos que estejam fora da estrutura da própria instituição (STF, ADI 3.574).
Tente aí puxar pela memória um acontecimento relativamente recente: a então 
Presidente Dilma, já mais para o final do mandato, indicou para o cargo de Ministro 
da Justiça um Procurador de Justiça do MP/BA. 
Dentro da proibição ora comentada, decidiu-se que para ocupar o cargo de Mi-
nistro de Estado ele deveria abandonar o MP/BA, o que não aconteceu.
Então, a Ex-Presidente nomeou outro membro do MP para o cargo de Ministro 
da Justiça. A diferença é que o escolhido, o Subprocurador-Geral da República, Eu-
gênio de Aragão, havia ingressado no MP antes de 1988, não lhe sendo imposta a 
proibição (STF, ADPF 388).
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação 
lícita de cargos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo 
isoladamente e não na somatória dos valores, é possível que, na prática, os ganhos 
do membro do MP superem o subsídio mensal pago aos Ministros do STF.
1.8.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando este assunto. 
Você viu que são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira 
(quarentena de entrada). Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que 
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nada mais é do que o período em que se proíbe que o membro do MP exerça 
a advocacia no juízo ou Tribunal no qual oficiava, também pelo período de 
três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal de onde o membro oficiava, ainda que 
a Corte tenha jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia o PGR após 
a sua aposentadoria advogar em processos na 1ª instância, sem a necessidade de 
aguardar o triênio.
1.8.3. Dedicação a Atividades Político-Partidárias
Para os Magistrados, essa vedação já estava prevista desde o texto ori-
ginal da Constituição, do ano de 1988. Por sua vez, a proibição só alcançou 
os membros do Ministério Público com a EC n. 45/2004.
Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, 
com a aposentadoria, o membro do MP poderia candidatar-se a mandato eletivo. 
1.8.4. Exercício da Advocacia e Recebimento de Custas ou 
Honorários
Note que os membros do Ministério Público não podem exercer a advocacia nem 
mesmo em causa própria (STF, HC 76.671).
A proibição, contudo, encontra uma exceção: os membros que ingressaram an-
tes da Constituição de 1988 puderam optar entre a vitaliciedade e a estabilidade. A 
quem optou pela estabilidade, foi permitido o exercício da advocacia.
Tirando tal excepcionalidade, também não poderá haver o recebimento de ho-
norários, percentagens ou custas processuais.
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1.9. Funções Institucionais
Esse é o ponto alto das provas relacionadas ao Ministério Público. O artigo 129 
lista algumas atribuições, chamando-as de funções institucionais. Vou apresentar 
cada uma delas e fazer comentários às mais importantes:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Vamos por partes! O MP é o titular da ação penal pública. Logo, é ele quem atu-
ará como órgão acusador.
O primeiro ponto que enseja grande discussão é sobre a (im)possibilidade de o 
MP fazer investigações, coletar provas.
Embora o artigo 144 da Constituição diga que cabe exclusivamente à polícia fe-
deral e à polícia civil a tarefa de polícia judiciária (responsável pelas investigações), 
prevaleceu no STF e no STJ a orientação segundo a qual seriam legítimas 
as provas coletadas pelo MP (STF, HC 91.661).
Adotou-se, no caso, a teoria norte-americana dos princípios implícitos – “quem 
pode o mais, pode o menos”.
“Como assim?” Ora, se o MP é o titular da ação penal, cabe a ele oferecer a 
acusação. Mas para isso ele precisa de provas, certo?
Então, ele pode requisitar as provas à autoridade policial ou ainda coletá-las di-
retamente. Afinal, quem pode o mais (acusar), pode o menos (coletar provas para 
acusar)!
De todo modo, não esqueça que a presidência do inquérito policial é ativi-
dade privativa do delegado de polícia, não podendo ser exercida pelo Ministério 
Público (STF, RHC 81.326). 
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“Aragonê, você me disse que o MP é o titular da ação penal. Mas e se ele per-
manecer inerte, mesmo diante da notícia de um grave crime?”
É justamente nesses casos que se permite o uso da ação penal privada subsi-
diária da pública, prevista lá no artigo 5º, LIX, da Constituição. Falando abreviada-
mente – o assunto é mais afeito ao Processo Penal –, temos quatro tipos de ações 
penais. 
a) Ação penal pública: subdivide-se em incondicionada (regra em nosso 
ordenamento); condicionada à representação do ofendido; e condicionada 
à requisição do Ministro da Justiça (crimes contra o Presidente da República).
b) Ação penal privada: o particular age com uma queixa-crime. Seria para 
aqueles crimes em que o maior interessado na condenação seja a própria vítima. 
Exemplo: crime contra a honra.
c) Ação penal privada subsidiária da pública: mencionada aí em cima. É 
aquela possibilidade dada aos cidadãos para que iniciem a ação penal, ante a inér-
cia do órgão acusador (Ministério Público).
d) Ação penal pública subsidiária da pública: pouco conhecida da grande 
maioria dos concurseiros. Ela é a possibilidade dada a outro ente público de promo-
ver a denúncia diante da inércia do MP. Está presente, por exemplo, no artigo 80 
do Código de Defesa do Consumidor.
Eu acrescento, por fim, que a peça inicial da ação penal pública é chamada de 
denúncia, ao passo que, na ação penal privada, ela recebe o nome de queixa-crime.
Outra coisa: cabe prioritariamente ao MP propor a ação de cobrança de multa 
decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado (STF, ADI 3.150). 
Deixe-me explicar melhor: suponha que a pessoa tenha sido condenada, por 
roubo, a cumprir pena de 5 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, além 
do pagamento de 12 dias-multa. 
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O STF entendeu que a multa penal deverá ser cobrada prioritariamente pelo 
MP, pois continua a ser uma sanção criminal, embora possa ser considerada como 
dívida de valor.
Assim, a legitimidade prioritária para a ação de execução é do Ministério Públi-
co, que ajuizará ação perante a vara de execuções penais (VEP). Entretanto, caso 
o titular da ação penal, devidamente intimado, não proponha a execução da multa 
no prazo de noventa dias, o juiz da execução criminal deverá dar ciência do feito ao 
órgão competente da Fazenda Pública (federal ou estadual, conforme o caso) para 
a respectiva cobrança na própria vara de execução fiscal.
Embora se admita a possibilidade de o Ministério Público investigar, a presidência 
de inquérito policial é ato privativo de delegado de polícia. 
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública 
aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua 
garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimô-
nio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
A promoção do inquérito civil é privativa do Ministério Público. Ou seja, 
nenhum outro ente público pode presidir o inquérito civil, que serve muitas vezes 
como preparativo para a ação civil pública.
Traçando um paralelo, o inquérito policial é usado para instruir a ação penal pú-
blica, enquanto o inquérito civil é usado para dar suporte à ação civil pública.
Diferentemente do que acontece com o inquérito civil, na ação civil pública há 
outros legitimados. A esse respeito, veja o teor do artigo 5º da Lei n. 7.357/1985 
(LACP):
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Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I – o Ministério Público; 
II – a Defensoria Pública; 
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V – a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
Ainda sobre o tema, foi questionada junto ao STF a legitimidade da Defensoria 
Pública para atuar nas tutelas coletivas. O Tribunal, então, confirmou a possibi-
lidade de a Defensoria Pública ajuizar ações civis públicas (STF, ADI 3.943). 
Lembro, na linha do que acabamos de ver, que ela (a Defensoria) não poderá 
promover inquérito civil.
Outra observação se impõe: a Lei n. 4.717/1965 (Lei da Ação Popular – LAP) diz 
que o legitimado para o ajuizamento da ação popular é o cidadão, vale dizer, 
o brasileiro no gozo de capacidade eleitora ativa (quem pode votar). 
A LAP também prevê que, caso o cidadão desista da ação popular, o Ministério 
Público poderá prosseguir com a ação – repare que não falou que o MP pode ajuizar. 
Mesmo sem previsão legal, mas atento ao novo enquadramento conferido às 
tutelas coletivas, o STJ vem conferindo ao Ministério Público a possibilidade 
de ajuizar a ação popular. Mais que isso: se reconhece a legitimidade do MP tam-
bém na impetração de mandado de segurança coletivo (STJ, RESP 700.206).
Existem diversas espécies de inquéritos. Destacam-se: inquérito policial, civil, ad-
ministrativo, policial militar, judicial, parlamentar de inquérito, policial legislativo.
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IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de 
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
São cinco as ações do controle concentrado de constitucionalidade (sempre digo 
que elas cabem nos dedos de uma mão): ADI, ADO, ADC, ADPF e ADI Interventiva.
As quatro primeiras (ADI, ADO, ADC e ADPF) podem ser ajuizadas por 
nove legitimados, que são listados no artigo 103 da Constituição Federal: a) 
Presidente da República; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da Câmara dos De-
putados; d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; e) 
Governador de Estado ou do DF; f) Procurador-Geral da República (PGR); g) Con-
selho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); h) partido político com 
representação no Congresso; e i) confederação sindical ou entidade de classe de 
âmbito nacional.
A única ferramenta do controle concentrado que conta com regra diferente é a 
ADI Interventiva, exatamente sobre o que estamos tratando agora.Segundo a Constituição, ela só pode ser proposta pelo PGR, que fica sendo o 
único legitimado. A ADI Interventiva é cabível se houver violação a um dos prin-
cípios constitucionais sensíveis, previstos no artigo 34, VII, da Constituição. 
Eles são chamados de sensíveis, pois, se forem violados, autorizam a interven-
ção federal, medida extrema em uma Federação. Vale lembrar que a característica 
central de uma Federação é a autonomia dos entes que a compõem, e ela (autono-
mia) será afastada no processo de intervenção.
Ao contrário das outras ferramentas do controle concentrado, a ADI Interventiva 
possui apenas um legitimado para a propositura, que é o PGR. 
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V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, re-
quisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar 
respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complemen-
tar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, 
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua 
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entida-
des públicas.
Repare que a própria redação do inciso IX do artigo 129 já deixa claro que o rol 
de atribuições do Ministério Público é meramente exemplificativo, poden-
do ser ampliado.
1.10. Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP
Na aula sobre o Judiciário, eu ressaltei a importância do CNJ para as provas de 
concurso. No caso do CNMP, as questões aparecem em número bem menor, e nor-
malmente estão ligadas à composição do órgão. Avançando, o CNMP também foi 
criado pela EC n. 45/2004, também conhecida como Reforma do Judiciário.
Ele é competente para fazer o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de 
seus membros.
Em sua composição, conta com quatorze membros, sendo oito deles da 
própria carreira, enquanto outros seis vêm de fora da estrutura da instituição.
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Aliás, traçando um paralelo, o CNJ tem quinze membros (um a mais, certo?). 
Deles, nove vêm do Judiciário e há também seis de fora. A paridade nos seis 
membros de fora do Poder/Instituição, inclusive, é a mesma, como você logo verá.
Voltando ao CNMP, ele será presidido pelo PGR. O cargo de Corregedor será 
preenchido por um dos sete membros do Ministério Público – Estadual ou da 
União. 
A duração do mandato é de dois anos, admitida uma recondução. Há 
duas exceções a essa regra: a primeira, relativa ao PGR, que ficará na presi-
dência do CNMP enquanto for PGR – mesmo que haja reconduções sucessivas, 
como aconteceu à época de Geraldo Brindeiro. A segunda em relação ao Correge-
dor, que não pode ser reconduzido – art. 130-A, § 3º, da Constituição. 
Veja então a composição do Conselho:
Composição do CNMP
Oriundos 
do
MP
** Procurador-Geral da República Será o Presidente do Conselho
04
Membros do MP da União, assegurada a 
representação de cada uma das carreiras 
(MPF, MPT, MPM e MPDFT)
Indicados pelo Ministério Público 
respectivo
03 Membros do MP dos Estados
Vindos de 
fora
02 Juízes 1 indicado pelo STF e 1 pelo STJ
02 Advogados
Indicados pelo Conselho 
Federal da OAB
02
Cidadãos (notório saber jurídico + reputa-
ção ilibada)
Indicados: 
1 pelo Senado Federal
1 pela Câmara dos Deputados
* O corregedor será um dos membros oriundos do MPU ou do MPE (um dos sete)
** O Presidente do Conselho Federal da OAB oficiará junto ao CNMP
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Vamos ver agora as atribuições do Conselho, previstas no artigo 130-A, § 2º:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, po-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar 
providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a 
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério 
Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para 
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo 
da competência dos Tribunais de Contas;
Eu já disse isso lá no CNJ e repito aqui: os dois conselhos não têm compe-
tência para efetuar controle de constitucionalidade de lei, seja na via difusa 
ou na concentrada (STF, MS 27.744).
O que se permitiu, em relação ao CNJ – e não haveria razão para entendimento 
diverso no CNMP –, é que o Conselho poderia deixar de aplicar norma que entenda 
ser inconstitucional. 
Relembrando, o caso julgado pelo STF envolvia uma determinação dada pelo 
CNJ para que um TJ exonerasse servidores nomeados sem concurso público para 
cargos em comissão que não se amoldavam às atribuições de direção, chefia ou 
assessoramento. 
Frisou-se que a decisão do CNJ não configuraria controle de constitucionalidade, 
sendo exercício de controle da validade dos atos administrativos do Poder 
Judiciário (STF, PET 4656/PB).
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Minis-
tério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem 
prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar proces-
sos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria 
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa;
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IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de 
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de 
um ano;
Note que a competência do CNMP é para rever processos disciplinares 
apenas contra membros do MPU e do MPE. O que quero dizer com isso é que 
o Conselho não tem competência para rever punição imposta a servidor do 
MP (STF, MS 28.827).
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a 
situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar 
a mensagem prevista no art. 84, XI.
No mais, uma distinção importante: as ações contra o CNJ são julgadas pelo 
Plenário do STF, enquantoas que forem propostas contra o CNMP serão julgadas 
pelas Turmas do Tribunal.
E por que então tal diferença? É que o CNJ é presidido pelo Presidente do STF, 
autoridade que atrairia o julgamento para o Pleno.
A competência do CNMP para rever processos disciplinares abrange apenas os 
Membros do MPU e do MPE, não se estendendo para punições impostas a servidor 
do Ministério Público.
2. Advocacia Pública
Logo de cara tem a parte que hoje aparece nas “paradas de sucesso” das Ban-
cas Examinadoras.
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Preste atenção no trecho que vem agora, pois depois vou decompô-lo: é que se-
gundo o artigo 131 da Constituição, “a Advocacia-Geral da União é a instituição 
que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e 
extrajudicialmente, cabendo-lhe as atividades de consultoria e assessora-
mento jurídico do Poder Executivo.”
Repare você que a Constituição deferiu à AGU a missão de representar a União, 
sem restringir a atuação a nenhum dos Poderes da República. Em razão disso, a re-
presentação judicial ou extrajudicial vale para todos os Poderes da União.
Quer um exemplo? Outro dia, eu vi um caso em que o Presidente do TJDFT 
impetrou mandado de segurança contra decisão do CNJ a qual obrigava que 
todos os juízes do Tribunal fizessem plantão – aqui no TJDFT, apenas os juízes 
substitutos fazem os plantões.
Advinha então quem foi o advogado responsável pela impetração do MS? 
A AGU, claro!
Ah, para você saber, o STF deferiu a liminar, suspendendo o ato do CNJ, mas 
ainda não houve julgamento definitivo sobre o tema. Vamos aguardar as cenas dos 
próximos capítulos (STF, MS 32.462).
Prosseguindo, se de um lado, a União representa judicial e extrajudicialmente 
todos os Poderes da República, de outro, quando o assunto é a prestação de 
consultoria e assessoramento jurídico, a missão abrange apenas o Poder 
Executivo.
Como você vai fazer para lembrar isso? Fácil! Basta você ter em mente que nós 
temos os Consultores Legislativos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
Ou seja, o Legislativo já tem seu corpo próprio de consultores, que prestam a as-
sessoria jurídica necessária.
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Já em relação ao Judiciário, ninguém melhor do que ele para entender do “juri-
diquês”. Logo, não teria cabimento algum o Judiciário pedir consultoria e assesso-
ramento jurídico à AGU.
É dentro desse contexto que a atuação de consultoria e assessoramento 
jurídico prestada pela AGU se restringe ao Poder Executivo.
Agora que já falei sobre a missão da instituição – a AGU –, vou tratar do seu 
chefe, que é o AGU.
Pois bem, o Advogado-Geral da União ocupa cargo de livre nomeação pelo 
Presidente da República, dentre cidadãos com mais de 35 anos, de notável 
saber jurídico e de reputação ilibada.
Note-se que, na escolha do AGU, não há formação de lista, nem a necessi-
dade de aprovação do nome pelo Senado Federal.
Repare que, assim como os Ministros de Estado, o cargo é de livre nomeação 
e livre dispensa. No entanto, há dois pontos que diferenciam o AGU dos demais 
Ministros.
Primeiro: a idade mínima para ser Ministro de Estado é de 21 anos, enquanto 
para o AGU se exige no mínimo 35 anos. 
Segundo: nos crimes de responsabilidade, o AGU será julgado pelo Senado Fe-
deral, estando ou não em conexão com o Presidente ou Vice-Presidente da Repú-
blica (artigo 52, II). Se você bem lembra a situação dos Ministros de Estado, eles 
serão julgados pelo STF tanto nos crimes comuns quanto nos de responsabilidade. 
A única hipótese de eles irem para o Senado na responsabilidade é em caso de co-
nexão com o Presidente ou Vice.
Só pelas duas ponderações aí de cima você já percebe que o AGU tem um status 
diferenciado. O problema é que não lhe foi dado foro especial nos crimes comuns. 
Vale dizer, em tais crimes ele responderia perante o Juiz de 1ª instância.
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Foi daí que se editou medida provisória (posteriormente convertida em 
lei) equiparando o AGU ao cargo de Ministro de Estado. Houve questiona-
mento no STF, mas o Tribunal entendeu pela constitucionalidade da norma 
(STF, INQ 1.660).
Então, nos crimes comuns, o AGU será julgado pelo STF, indo para o Se-
nado Federal nos crimes de responsabilidade.
Mudando de assunto, para ingressar na carreira da advocacia pública é exigido 
que o concurso seja de provas + títulos. Não há na Constituição Federal a neces-
sidade de comprovação de três anos de prática jurídica – quarentena de entrada. 
Porém, nada impede que a regra própria da carreira exija a comprovação de algum 
período de experiência.
Ainda na advocacia pública federal, há uma ramificação em três carreiras: o 
Advogado da União, que atua na Administração Direta; o Procurador Federal, 
o qual representa a União na Administração Indireta; e, por fim, o Procurador da 
Fazenda Nacional, que é o advogado do governo em matéria tributária.
A propósito, o § 3º do artigo 131 diz que, na execução da dívida ativa de 
natureza tributária, caberá à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) 
representar a União.
As funções de AGU serão exercidas, nos planos estadual, distrital e municipal, 
respectivamente pelos Procuradores-Gerais dos Estados (PGE), do Distrito Federal 
(PGDF) e dos municípios (PGM).
Note que nós acabamos de ver que o STF disse ser constitucional a medida pro-
visória que equiparou o AGU a Ministro de Estado, a fim de lhe dar foro especial nos 
crimes comuns perante o STF, certo?
Pois é, mas indo em direção oposta, o Tribunal disse ser inconstitucional 
lei complementar estadual que equiparou o cargo de Procurador-Geral do 
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Estado (PGE) aos Secretários de Estado, também visando lhe dar foro es-
pecial.
Isso porque a Constituição do Estado não poderia delegar ao legislador ordi-
nário (infraconstitucional) a tarefa de estabelecer as competências do TJ. Essa 
missão – definição das competências do TJ – cabe apenas à CE, conforme o 
artigo 125, § 1º, da Constituição (STF, HC 103.803).
Na ocasião, estava em discussão uma situação ocorrida no Estado de Roraima. 
O PGE da época acabou envolvido em um esquema de pedofilia, apurado na de-
nominada Operação Arcanjo. Na sentença, ele foi condenado a quase 300 anos de 
prisão e buscava (sem sucesso) anular a ação penal, ao argumento de que deveria 
ser processado no TJ (foro especial), e não na 1ª instância!
Ainda sobre o PGE,o cargo também é de livre nomeação, podendo o Governa-
dor escolher o nome entre os membros da carreira ou não. De igual modo, não 
pode a legislação estadual condicionar a destituição do PGE à autorização 
da Assembleia Legislativa (STF, ADI 291).
Outra coisa: você viu que magistrados, membros do Ministério Público e dos 
Tribunais de Contas adquirem vitaliciedade. 
Por sua vez, os membros da Advocacia Pública e da Defensoria Pública 
não são vitalícios. Ao contrário, eles adquirem estabilidade após três anos 
de efetivo exercício.
Já a garantia da inamovibilidade só alcança os magistrados, membros 
do Ministério Público e da Defensoria Pública. Mais uma vez, ficam de fora 
os advogados públicos (STF, ADI 291).
Quanto ao foro especial, ENTENDIA o STF que, embora ele não tenha sido 
dado pela Constituição Federal, nada impediria que fosse conferido por Cons-
tituição Estadual (STF, ADI 2.587).
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No entanto, em 2019, o Tribunal mudou a sua orientação, para deixar claro 
que não caberia à Constituição Estadual conceder foro especial a autoridades, indo 
além daqueles casos já disciplinados na Constituição Federal. Isso porque a própria 
CF já estabelece autoridades estaduais e até municipais (Prefeito e membro de 
TCM) que contam com a prerrogativa.
Ao final, prevaleceu a tese de que o foro especial só seria aplicável àquelas 
autoridades mencionadas na CF, ou naqueles casos em que o foro previsto 
na CE derivasse diretamente dos artigos 27 e 28 da Constituição – ou seja, 
deputados estaduais e distritais, vice-governador, secretários de Estado e chefes 
das forças policiais (STF, ADI 2.553).
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2.1. Defensor Legis
Cuidado com a terminologia: custos legis (ou custos constitucionis) é a missão 
de fiscal da lei, atribuída ao Ministério Público.
Agora, quando se fala em defensor legis, ou curador da lei, estamos 
tratando da missão atribuída ao AGU de, no controle concentrado, fazer a 
defesa da lei ou ato normativo questionado junto ao STF.
Perceba que não se restringiu o papel do AGU às leis ou atos normativos fede-
rais. É dele também a incumbência de defender as normas estaduais e as distritais 
de natureza estadual que sejam atacadas via ADI.
É que de acordo com o § 3º do artigo 103 da Constituição, quando o STF apre-
ciar a inconstitucionalidade, em tese (controle concentrado), de norma legal ou ato 
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o 
ato ou texto impugnado.
Repare bem que o texto constitucional usa expressão afirmativa, quase pe-
remptória, determinando que o AGU faça a defesa da norma.
A necessidade de defender a norma seria para formar um contraditório, na 
medida em que se a ADI foi ajuizada, é porque alguém está entendendo que ela é 
inconstitucional – “estão batendo na lei”. É nessa toada que chegaria o AGU para 
atuar no sentido contrário.
Entretanto, o STF entende que o AGU não estará obrigado a defender a 
norma questionada em algumas hipóteses. Veja quais são:
a) se já houver manifestação anterior, proferida pelo STF, declarando a inconsti-
tucionalidade da norma em controle concentrado de constitucionalidade – STF, ADI 
1.616;
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b) se ele assinar, juntamente com o Presidente da República, a petição da ação 
direta de inconstitucionalidade.
Cabe lembrar que o AGU não possui legitimidade para o ajuizamento da ADI. 
Porém, quando o Presidente da República seja o autor da ação, é natural que a pe-
tição tenha sido redigida pelo AGU. Então, nada impede que ele também assine o 
pedido de declaração de inconstitucionalidade.
Em tal hipótese, não se poderia exigir um comportamento esdrúxulo, no sentido 
de primeiro assinar a petição dizendo que a norma é inconstitucional e, na sequên-
cia, passar a defendê-la.
c) se a norma questionada contrariar o interesse da União – STF, ADI 3.916.
Uma pergunta: deve o AGU exercer defesa de norma que contrarie os interesses 
da União? A resposta tende a ser negativa, pois, como o nome do cargo por ele 
ocupado dá mostras, ele advoga para a União.
Em uma interpretação mais alargada, o STF considerou que a AGU teria direi-
to de manifestação, e não propriamente a obrigação de defender a norma 
questionada.
Por fim, devemos fazer uma observação: a jurisprudência do STF era no sentido 
de que na ação direta de inconstitucionalidade por omissão – ADI por omissão – 
não se fazia necessário ouvir o AGU (STF, ADI 480). 
Esse raciocínio se justificava na medida em que se o AGU deve fazer a defesa 
da norma e a ação direta é ajuizada exatamente por conta do vácuo legislativo 
(ausência da norma), o que lhe restaria defender?
No entanto, com a edição da Lei n. 12.063/2009, que deu novo tratamento à 
ADI por omissão, se a omissão for parcial, será necessária a manifestação 
do AGU.
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A nova sistemática não passou despercebida, uma vez que a própria Lei n. 
12.063/2009, em seu artigo 12-E, § 2º, diz que “o relator poderá solicitar a 
manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no 
prazo de 15 (quinze) dias”. 
Enquanto o Ministério Público é chamado de custos legis (fiscal da lei), cabe ao Ad-
vogado-Geral da União a missão de defensor legis (curador da lei).
3. Advocacia Privada
Você vai notar que a Constituição trata da advocacia privada em apenas um ar-
tigo e, ainda assim, de forma muito resumida.
No entanto, será preciso saber bem mais do que está no texto constitucional 
para se sair bem nas provas.
Vou começar pelo que consta no artigo 133: “o advogado é indispensável à 
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exer-
cício da profissão”.
Você viu que destaquei as palavras “indispensável” e “inviolável”, não foi? 
Pois é, tem uma razão para isso...
Começando pela primeira, embora a Constituição diga que o advogado é 
indispensável, sua presença não será obrigatória em algumas situações.
Exemplificando, não há necessidade de a parte estar assistida por advogado na 
impetração de habeas corpus, no ajuizamento de ações nos juizados especiais 
cíveis com valor da causa até vinte salários mínimos e nas ações trabalhistas.
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