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fisiopatologia litiase renal

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Litíase Urinária 
É uma doença cosmopolita, frequente e recidivante, que afeta principalmente os adultos, com ocorrência 2 a 3 vezes mais elevada no gênero masculino. 
Os principais mecanismos fisiopatogênicos responsáveis pela sua formação são distúrbios metabólicos, infecções urinárias, anormalidades anatômicas e causas idiopáticas. 
Outros fatores envolvidos na litogênese são o pH urinário, o volume urinário e a dieta (baixa ingestão hídrica, dieta pobre em cálcio e rica em proteína animal e sódio), história prévia pessoal ou familiar de nefrolitíase, uso de medicamentos (aciclovir, sulfadiazina e indinavir); hipertensão, diabetes e obesidade 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
A litíase urinária afeta a população numa proporção de três homens para cada mulher, principalmente na faixa entre 20 e 50 anos de idade.
Os países industrializados e de clima tropical têm maior incidência de cálculo urinário quando comparados aos países em desenvolvimento, 
Observa-se também que essa doença acomete mais os indivíduos que compõem as camadas mais altas da pirâmide social. 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
A probabilidade de formar cálculo urinário varia consideravelmente nas diferentes partes do mundo. 
1 a 5% da população na Ásia
5 a 10% na Europa 
13% na América do Norte
No Brasil, estima-se que haja 5% de pacientes litiásicos
ETIOLOGIA
 Embora os fatores genéticos influenciem o risco de desenvolver litíase renal, alterações a este nível surgem a um ritmo muito lento, sendo os fatores ambientais os prováveis determinantes das alterações que se verificaram nos últimos anos.
Distúrbios metabólicos
Anormalidades anatômicas 
Infecções urinárias
Causas idiopáticas
PH urinário
Volume urinário 
A dieta 
Hipertensão, Diabetes e obesidade 
Outros fatores envolvidos na litogênese são:
FISIOPATOLOGIA
Nucleação: É a formação da menor unidade de um cristal, o primeiro passo na formação de um cálculo.
Agregação: É o processo em que ocorre a junção dos cristais, resultante de forças intermoleculares e que leva ao aparecimento de grandes partículas que podem ficar retidas no sistema coletor.
Retenção: Para formação do cálculo é necessário a retenção do cristal. Se cristais que sofreram nucleação e agregação forem eliminados com o fluxo urinário, um cálculo clinicamente evidente não se formará 
A formação de cálculos no trato urinário decorre da supersaturação urinária, nucleação, crescimento e a agregação dos cristais. A saturação urinária, por sua vez, depende da concentração de solutos como cálcio, magnésio, sódio, potássio, amônio, fosfato, oxalato e sulfato que formam complexos de elevada força iônica
Formação do calculo renal
NUCLEAÇÃO
AGREGAÇÃO
RETENÇÃO
Fisiopatologia 
INIBIDORES FISIOLÓGICOS
Água: Dissolve a urina;
Citrato: Se junta ao cálcio e impede a formação do oxalato;
Magnésio: Se junta ao oxalato e impede que o oxalato se junte ao cálcio.
MECANISMO DE FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS URINÁRIOS
Cálculos de oxalato de cálcio
É o tipo mais comum de cálculo renal, isolado ou associado a fosfato, correspondendo a mais de 65% de todos os cálculos renais. A causa mais comum de cálculos de oxalato de cálcio é a hipercalciúria idiopática 
Cálculos de estruvita
Os cálculos compostos de estruvita (fosfato amôniomagnesiano) são relacionados à infecção urinária por germes produtores de urease. Representam o tipo mais comum de cálculo coraliforme.
Cálculos de ácido úrico
A litíase de ácido úrico está relacionada a pH urinário baixo, pouca ingestão de líquidos e hiperuricemia, geralmene secundária a dieta rica em purinas ou a distúrbios metabólicos, como gota.
Cálculos de cistina
Ocorrem em pacientes com cistinúria, que é uma doença autossômica recessiva relacionada ao transporte intestinal e renal da cistina.
FISIOPATOLOGIA
Localização dos cálculos na litíase renal. Tipos de calculo.
Manifestações clinicas 
Sintomas classicos 
Colica renal 
Assintomático 
Sintomas atipicos 
Dor abdominal 
Obstrução fluxo urinario 
Colica renal 
hematuria
Irradiar-se região lombar ao flanco
Nausea 
Alteração jato urinario
Dor no penis ou testiculo 
Diagnostico 
Apesar de a tomografia computadorizada ter mais sensibilidade e especificidade que a urografia excretora ou a ultrassonografia, a ultrassonografia é capaz de detectar praticamente todas as pessoas que não eliminaram o cálculo urinário espontaneamente 
Raio -x ou ecografia de vias urinarias
Se um dos exames for negativo (raio-x ou ecografia), sugere-se solicitar o outro exame caso a dúvida diagnóstica persista.
tomografia computadorizada helicoidal 
O exame de maior probabilidade de identificar o cálculo é a tomografia computadorizada helicoidal sem contraste , porém tem a desvantagem de exposição à irradiação e acesso restrito na Atenção Primária a Saúde 
Tratamento 
cálculos ureterais menores ou iguais a 10 mm em pacientes que apresentam sintomas controláveis e não apresentam razão para remoção cirúrgica imediata, o acompanhamento pode ser conservador com analgesia e terapia medicamentosa que aumenta a probabilidade de liberação do cálculo 
Tratamento inicial 
Tratamento inicial da colica renal é realizado com analgésico potente opiáceo ou AINE.
Tratamento hospitalar urgencia 
pacientes sem controle adequado da dor, se existir a possibilidade de gravidez ectópica ou aneurisma de aorta, infecção urinária, litíase com suspeita de obstrução em rim único e/ou anúria 
Avaliação com urologista 
É pouco provável que cálculos ureterais maiores que 10 mm sejam expelidos. Portanto, nesses casos, a avaliação com o urologista é necessária
Tratamento 
Bloqueador Alfa-adrenergico(tanusolina 0,4mg/dia por 4 semanas 
Bloqueador canais de calcio (nifedipina 30mg/dia)
Nesses casos, o paciente deve estar atento para a eliminação do calculo e caso não seja expelido deve-se scolicitar um novo exame de imagem em 6 semanas para identificar sua expulsão
Tratamento dietético 
Aconselhamento nutricional 
Prevenção e recorrência de cálculos 
Consumo de magnésio
Frutas frescas 
Cereais integrais 
Hidratação a todos indivíduos com nefrolitiase 
Considerações finais 
 
A ocorrência da litíase renal é alta em todo o país e deve ser tratada como um problema de saúde pública. Por afetar maior número de pessoas jovens e não idosas, o tratamento se torna mais fácil e é mais fácil de prevenir. Precisa-se de conscientização para aumentar o consumo de água e melhorar os hábitos dietéticos para evitar essa patologia.
 
REFERÊNCIAS
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