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EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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1 
 
SUMÁRIO 
1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .............................................................................. 2 
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ............................................ 4 
3 PRESSUPOSTOS ................................................................................................... 5 
4 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA ................................................................... 6 
5 CONTEÚDOS .......................................................................................................... 7 
5.1 Jogos e Brincadeiras ........................................................................................... 8 
5.2 Ginástica ............................................................................................................ 10 
5.3 Dança e Movimentos Expressivos ..................................................................... 11 
6 COORDENAÇÃO MOTORA GERAL E COORDENAÇÃO MOTORA FINA .......... 13 
6.1 Esquema Corporal ............................................................................................. 14 
7 LATERALIDADE .................................................................................................... 15 
7.1 Estruturação Temporal (NOÇÃO TEMPORAL) ................................................. 16 
7.2 Estruturação Espacial ........................................................................................ 17 
7.3 Coordenação Viso-Motora ................................................................................. 17 
7.4 Habilidades Manipulativas ................................................................................. 17 
7.5 Equilíbrio ............................................................................................................ 18 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 20 
LEITURA COMPLEMENTAR ....................................................................................... 21 
REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 22 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .................................................................................. 35 
 
 
 
 
2 
 
1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
Fonte: www.educacaofisicaa.com.br 
 A Educação Física nada mais é do que uma atividade (área de conhecimento), 
que por meios, processos e técnicas desperta, desenvolve e aprimora forças 
físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando, constituindo um dos 
fatores básicos da educação nacional (BRASIL, 1971). A Educação Física deve, 
portanto, receber o mesmo tratamento dos demais componentes curriculares 
como, por exemplo, ter horário garantido na grade curricular do turno e não ser 
utilizada como “moeda de troca” na negociação para que os alunos se comportem 
durante as outras aulas. 
 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e os Conteúdos Básicos Comuns 
(CBC) também concebem a Educação Física como componente curricular 
responsável por introduzir os indivíduos no universo da cultura corporal que 
 
3 
 
contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a 
respeito do corpo e do movimento “com finalidades de lazer, expressão de 
sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação 
e manutenção da saúde” (BRASIL, 1996). 
 Por isso a Educação Física Escolar utiliza como meios principais os exercícios 
físicos (movimentos ginásticos, atividades naturais como danças, jogos, lutas e 
desportos), favorecendo a formação integral do indivíduo, assegurando seu 
normal crescimento nos campos físicos, sociais, emocional e intelectual, para 
obter: 
 
 
Fonte: www.unicruz.edu.br 
 Saúde psicofísica; 
 Bom equilíbrio emocional; 
 Boa adaptação e ajuste social; 
 Domínio de si mesmo; 
 Educação do movimento. 
 
4 
 
Desde os primeiros momentos da vida, a criança tem necessidade de brincar. E 
essas brincadeiras são as atividades recreativas, ou seja, são as atividades físicas ou 
mental a que o indivíduo é naturalmente levado a praticar, de forma espontânea, 
prazerosa e criadora, que o indivíduo busca para melhor ocupar seu tempo livre, como 
afirma GUERRA (1996). Para GUEDES (1998), essas atividades recreativas são de 
suma importância para o desenvolvimento social dessas crianças, pois através destas a 
criança passa a perceber o meio em que vive e a si mesmo. Por isso, o Profissional de 
Educação Física que trabalha com crianças no ensino fundamental, principalmente de 1ª 
a 4ª série, deve utilizar em suas aulas atividades que venham auxiliar no seu 
desenvolvimento psicomotor. 
E uma forte aliada do Profissional de Educação Física é a Psicomotricidade, esta 
é uma ação educativa baseada e fundamentada no movimento consciente e espontâneo, 
que tem por finalidade complementar e aperfeiçoar a conduta global da criança (SNT). 
Para CARDOSO (1994) pela psicomotricidade o indivíduo vai reencontrar-se com o seu 
corpo, liberar seu potencial expressivo, conceber-se numa totalidade corpórea, definir-
se, explorar-se, analisar e avaliar suas inter-relações com o espaço-tempo, conferir aos 
símbolos seu significado, significando e compreendendo enfim a linguagem do corpo. No 
caso da criança, esta vai estar descobrindo o seu corpo com o auxílio da 
psicomotricidade. 
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 Favorecer uma boa postura; 
 Obter economia de esforços; 
 Favorecer a criação, por meio de jogos e elementos que estimulem a 
imaginação; 
 Estimular harmoniosamente o corpo, satisfazendo a necessidade de 
movimento; 
 Facilitar o domínio de espaço; 
 Obter capacidade para resolver problemas de movimento; 
 
5 
 
 Obter soltura, agilidade, destreza, forças, resistência, segurança, 
coordenação, etc; 
 Colocar o indivíduo em contato com a natureza; 
 Obter adaptação da conduta às normas que regem para todo o grupo 
(esperar sua vez, ceder lugar, acatar regras, etc.); 
 Conhecer as técnicas e destrezas básicas contidas nas modalidades 
esportivas, tanto individuais quanto coletivas (principalmente alunos da 3ª e 
4ª série); 
 Ter consciência de grupo e reconhecer o valor do trabalho em equipe 
implícitos na competição esportiva; 
 Utilizar adequadamente os espaços onde se desenvolvem as atividades 
físicas, enfatizando as regras que definem o jogo. 
3 PRESSUPOSTOS 
As atividades deverão ser desenvolvidas de maneira global ou fragmentada de 
acordo com o grau de complexidade e organização das mesmas; 
As atividades deverão ser desenvolvidas com motivação por todos os alunos, 
independentemente do grau de rendimento técnico, procurando sempre identificar e 
diferenciar a aula de educação física e o esporte de competição; 
As atividades propostas deverão respeitar o estágio em que o aluno se encontra 
nos aspectos físico, mental, psíquico, motor, afetivo e social; 
A participação nas atividades pré-desportivas e desportivas irá proporcionar aos 
alunos uma maior opção de lazer e socialização; 
O esporte deve ser utilizado como meio, e não finalidade de trabalho; 
Os desportos apresentam situações de conflito e cooperação, que trabalhados de 
maneira pedagógica, podem se tornar excelentes instrumentos de educação. O respeito 
às regras e aos adversários, ao professor e ao meio que o cerca é fundamental para o 
desenvolvimento de todos. 
 
6 
 
4 OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA 
 Informar, orientar e sensibilizar o aluno para formar um ser contextualizado, 
consciente das contradições sociais e livre para raciocinar, criar e comandar 
suas próprias ações e também reações; Oferecer condições para o desenvolvimento das qualidades físicas e 
promover a sociabilização e afetividade do educando; 
 Trabalhar a interdisciplinariedade na escola; 
 Executar os fundamentos básicos dos diversos tipos de esportes 
(individuais e coletivos) segundo a técnica específica de cada um, sem, 
entretanto cobrar performance dos alunos (principalmente alunos de 3ª e 4ª 
série); 
 Promover a consolidação de hábitos higiênicos; 
 Fazer com que o aluno descubra a variabilidade de movimentos que seu 
corpo é capaz através da dança e da ginástica; 
 Estimular a discussão sobre a importância do movimento; 
 Preparar o aluno para exercer com consciência a autonomia que lhe é 
atribuída nas aulas de Educação Física; 
 Participar das atividades recreativas; 
 Adotar atitudes de respeito uns com os outros; 
 Adotar atitudes de respeito às normas e regras do jogo; 
 Adotar atitudes de respeito com os professores; 
 Favorecer as atividades em grupo e a descentralização da criança; 
 Trabalhar a criança de forma completa, explorando as particularidades dos 
diversos esportes em prol do seu desenvolvimento geral; 
 Auxiliar no desenvolvimento de uma atitude não competitiva em relação ao 
sexo oposto; 
 Desenvolver uma postura positiva em relação a novas aprendizagens e às 
limitações dos colegas; 
 
7 
 
 Buscar um aumento da tensão e concentração das atividades, 
possibilitando o exercício de auto- avaliação e a avaliação coletiva das 
próprias atividades; 
 Promover jogos cujo conteúdo implique em relações sociais: criança-
família, criança-professor, criança-adulto; 
 Promover jogos cujo conteúdo implique na vida de trabalho do homem, da 
própria comunidade, das diversas regiões do país e de outros países. 
5 CONTEÚDOS 
Como área do conhecimento, a Educação Física deve tratar das práticas corporais 
construídas ao longo dos tempos. Todavia, não se trata de qualquer prática ou 
movimento, e sim daqueles que se apresentam na forma de esporte, ginástica, jogos, 
brincadeiras, dança, movimentos expressivos, dentre outros. Essas vivências, seus 
conceitos, sentidos e significados são conteúdos legítimos a ser problematizados em 
todos os níveis da educação básica. 
É importante lembrar que o trabalho educativo do corpo não é exclusivo da 
Educação Física. A educação corporal envolve todas as áreas do conhecimento e está, 
dentro da escola, articulada com outras práticas, muitas vezes ocultas – por exemplo, na 
organização dos espaços e tempos escolares, nas formas de se movimentar, nos 
regulamentos, nos conteúdos e metodologias de ensino, nos livros didáticos e eventos 
comemorativos, nas filas, nas formas de se assentar, dentre outros. 
A Educação Física é desafiada a propiciar ao aluno as oportunidades de: 
 Aprender a conhecer e a perceber de forma permanente e contínua seu 
corpo, suas limitações, na perspectiva de superá-las, e suas 
potencialidades, no sentido de desenvolvê-las, de maneira autônoma e 
responsável; 
 Aprender a conviver consigo, com o outro e com o meio ambiente. 
 Aprender a ser cidadãos conscientes, autônomos, responsáveis, 
competentes, críticos, criativos, sensíveis. 
 
8 
 
 Aprender a viver plenamente sua corporeidade, de forma lúdica, tendo em 
vista a qualidade de vida, promoção e manutenção da saúde. 
Os conteúdos de ensino que estruturam e identificam à área de conhecimento da 
Educação Física como componente curricular são denominados de eixos temáticos, a 
saber: esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, dança e movimentos expressivos. 
Cada um desses eixos temáticos é constituído por uma rede de conhecimentos 
denominados temas, os quais por sua vez, se desdobram em subtemas/tópicos. Cada 
tópico é entendido como a menor unidade de ensino a ser trabalhada em sala de aula, 
tendo em vista as competências e as habilidades que se deseja desenvolver. 
Nos anos iniciais de ensino, podem ser trabalhados todos os eixos temáticos 
descritos acima, porém esses não devem visar à competição e sim a aprendizagem dos 
movimentos e conhecimento corporal. 
5.1 Jogos e Brincadeiras 
Brincar é uma invenção humana “um ato em que sua intencionalidade e 
curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade 
e o presente” (COLETIVO DE AUTORES, 1992). 
Os jogos e brincadeiras são ações culturais cuja intencionalidade resultam em um 
processo lúdico, autônomo, criativo, possibilitando a (re)construção de regras, diferentes 
modos de lidar com o tempo, lugar, materiais e experiências culturais, isto é, o imaginário. 
Alguns autores consideram os termos jogo, brinquedo e brincadeira como 
sinônimos, pois todos eles sintetizam a vivência do lúdico. 
 
Temas: 
 
 Jogos Populares. 
 Jogos de salão. 
 Jogos derivados dos esportes coletivos. 
 Os jogos e as brincadeiras como fenômeno sociocultural. 
 
9 
 
 
Exemplos de atividades de educação física: 
 
 Telefone sem fio. 
 Criação de peças teatrais. 
 Leituras infantis e criação de coreografias dessas leituras. 
 Atividades com a corda: brinquedos cantados, trabalhando o alfabeto. 
 Amarelinha com as vogais ou consoantes. 
 Atividades em roda, desenvolvendo a identificação do alfabeto. 
 Coelhinho sai da toca. 
 Atividades com o arco. 
 Atividades com corda. 
 Amarelinha. 
 Queimada. 
 Pique-bandeira. 
 Andar em cima da corda. 
 Atividades com os blocos lógicos. 
 Desenhos de linhas retas, semi- retas, curvas abertas e fechadas no pátio 
e também no papel. 
 Atividades no pátio sobre a importância da limpeza do pátio (após o recreio). 
 Atividades para o conhecimento do corpo humano: brinquedos cantados e 
vídeos. 
 Desenhar o corpo do colega no pátio. 
 Ser o espelho do colega. 
 Em círculo o aluno deverá ir ao centro e relatar a sua história: onde nasceu, 
quantos anos tem, etc. 
 Pedir aos alunos para trazerem fotos de sua família e identificar as 
semelhanças e diferenças com eles de seus familiares. 
 Atividades em roda, desenvolvendo a atenção e o raciocínio. 
 
10 
 
 Atividades que trabalhão a coordenação motora fina: recortar, copiar, 
desenhar, colorir e pintar. 
 Confecção de maquetes. 
 Caminhada ecológica. 
 Teatro sobre a preservação da natureza. 
 Jogos que auxiliem no desenvolvimento do raciocínio, etc. 
5.2 Ginástica 
O estudo e a vivência da Ginástica envolvem o conhecimento sobre as diversas 
formas de exercitar e conhecer o próprio corpo. Por isso, consideramos a ginástica uma 
prática cultural, patrimônio da humanidade, legítima de ser problematizada e vivenciada 
nas aulas de Educação Física. 
A ginástica geral é uma das possibilidades de trabalho da Educação Física, 
considerando-se a realidade de nossas escolas e alunos e as opções que ela oferece. 
Essa expressão abarca ações caminhar, correr, saltar, rolar, pular, transportar, 
suspender, alongar, dentre outras. Por não ter finalidade competitiva, a motivação 
acontece pela auto- superação do outro. Ela possibilita o desenvolvimento de trabalhos 
com grupos mistos ou heterogêneos em termos de performance e habilidades. 
Além da ginástica geral, temos também a ginástica acrobática que engloba 
movimentos de solo da ginástica artística ou olímpica, os movimentos isolados e os 
exercícios estáticos. A experimentação dessas práticas não requer necessariamente o 
uso de materiais. Entretanto, podemos utilizar objetos como pneus, bastões, madeiras, 
cordas, arcos, bancos, caixotes. As aulas poderão ser organizadas em forma de temas 
específicos ou, então, em circuito, quando várias habilidades básicas – flexibilidade, 
força, resistência,equilíbrio, coordenação, dentre outras – serão trabalhadas ao mesmo 
tempo. 
 
 
 
 
11 
 
Temas: 
 
 Ginástica Geral. 
 Ginástica de Solo. 
 O corpo na ginástica. 
 A ginástica como fenômeno sociocultural. 
 
Exemplos de atividades de educação física: 
 
 Atividades em solo: andar em linha reta, rolar, saltar, etc. 
 Atividades com arco. 
 Atividades com corda. 
 Atividades para desenvolver a coordenação motora grossa e fina, força, 
equilíbrio, etc. 
 Rolamentos para frente, trás, etc. 
 A importância da ginástica em seu dia a dia. 
5.3 Dança e Movimentos Expressivos 
A dança assim como as demais práticas corporais é uma manifestação da cultura 
de movimento também importante e relevante em todo o mundo. 
Como forma de expressar a vida, sonhar e brincar com o corpo, a dança pode 
promover o desenvolvimento orgânico, social e cultural. Dançando, o corpo desenha 
formas, conta histórias, denuncia e anuncia, constrói significados, penetra no tempo e no 
espaço criando e expandindo-se neles e com eles. 
A dança é uma rica possibilidade de trabalhar os movimentos expressivos, mas 
não é a única forma. Podemos criar oportunidades para os alunos vivenciarem a 
pantomima, a produção de sons com o próprio corpo, a dramatização. 
- Temas: 
Dança criativa. 
 
12 
 
Dramatização. 
O corpo na dança e nos movimentos expressivos. 
A dança como fenômeno sociocultural. 
 
Exemplos de atividades de educação física: 
Dança para a festa junina. 
Dança para as festividades da Escola. 
Dança Folclórica. 
Dança de rua. 
Cantigas de roda. 
 
- Esportes: 
 
Além dos eixos temáticos descritos acima, nas Fases do Ciclo Complementar será 
introduzido também o Esporte. 
O Esporte nada mais é do que uma manifestação específica da cultura de 
movimento que, na sociedade contemporânea, vem se constituindo como principal 
referência, seja como prática corporal propriamente dita, seja pelos princípios e valores 
que expressa e ajuda a consolidar. 
O esporte no contexto educacional será baseando no esporte educacional, 
praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se 
a seletividade de seus participantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento 
integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer. 
 
- Temas: 
Handebol, Futsal, Basquete, Atletismo e Voleibol (história, características, 
elementos técnicos básicos, estratégias e táticas de jogo, risco e benefícios da prática 
esportiva). 
O corpo no esporte. 
O esporte como fenômeno sociocultural. 
 
13 
 
 
Exemplos de atividades de educação física: 
Voleibol. 
Futsal. 
Mini basquete. 
Atletismo. 
Handebol. 
Peteca. 
Com base em tudo que foi dito acima, o professor de Educação Física não pode 
deixar de trabalhar com todas as crianças e adolescentes independente de sua idade e 
série as seguintes estruturas psicomotoras: 
6 COORDENAÇÃO MOTORA GERAL E COORDENAÇÃO MOTORA FINA 
É entendida como a atuação conjunta do sistema nervoso e da musculatura 
esquelética na realização de um movimento. Implica harmonia de movimentos e a 
capacidade de controle dos atos motores. 
A coordenação Motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento 
físico. Supõe a integridade e maturação do sistema nervoso. Pode ser subdividida em 
coordenação dinâmica global ou geral, viso manual ou fina e visual. 
A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo 
(cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo coloca 
grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de 
movimentos voluntários mais ou menos complexos. 
 A coordenação viso manual engloba movimentos dos pequenos músculos em 
harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos. 
A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais 
variadas direções. 
A coordenação Motora fina exige movimentos pequenos, e pode ser desenvolvida 
através da pintura, do cortar, etc. 
 
14 
 
Exemplo de atividades: 
Trabalhar os movimentos naturais: engatinhar, andar, rolar, saltar, pular, correr, 
etc. 
Trabalhar com objetos: bastões, arcos, bolas, cordas, assim favorecendo a 
aprendizagem Motora. 
Trabalhar alguns jogos, para que assim os alunos obtenham noções sobre as 
regras de determinados esportes. 
Trabalhar brincadeiras cantadas. 
Trabalhar com pinturas dentro de sala de aula. 
6.1 Esquema Corporal 
É o conhecimento das partes do corpo e dele como um todo, da sua relação com 
o espaço e com os objetos à sua volta. Para Wallon apud MATTOS (1999) o Esquema 
Corporal é o elemento indispensável para a formação da personalidade da criança. 
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo 
ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente 
cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A 
noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e 
adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o 
universo. O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da 
evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de 
elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco se encaixar 
uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. 
Exemplo de atividades: 
 Andar em linha reta em cima de uma corda; 
 Andar de lado; 
 Andar para trás; 
 Andar com mudança de direção; 
 Saltar dentro de um arco, executando uma palma; 
 
15 
 
 Dar um salto e executar uma palma, etc. 
 Pular arcos, pular cordas, etc. 
7 LATERALIDADE 
 
Fonte: universoespecial.wordpress.com/ 
É uma qualidade funcional interna que determina a diferença entre direita e 
esquerda, tomando como referência o próprio corpo. Para isto o profissional de Educação 
Física deve trabalhar com um grande número de atividades, pelas quais os dois lados 
possam ser comparados, proporcionando assim experiências bilaterais, unilaterais e 
alternadas às crianças. Neste sentido o trabalho do profissional deve objetivar: 
Fixar a dominância de um segmento sobre o outro mediante um máximo de 
vivências motoras; 
Tomar consciência da simetria corporal; experimentar ao máximo os movimentos 
que requerem o uso diferenciado de um lado e do outro do corpo; 
Movimentar os segmentos independentes; 
 
16 
 
Fixar a lateralidade e aprimorar os movimentos dos segmentos dominantes. 
Exemplos de atividades: 
Andar em linha reta em cima de uma corda; 
Andar de lado; 
Andar para trás; 
Andar com mudança de direção; 
Pular arcos, pular cordas, etc. 
Realizar jogos que trabalhem a lateralidade. 
7.1 Estruturação Temporal (NOÇÃO TEMPORAL) 
Como afirma MATTOS (1999) o movimento da criança se desenvolve através de 
um tempo. Tem um começo, um meio e um fim. A criança que planeja a sua ação Motora 
deve prever a sua duração, a distribuição dos componentes ao longo de um período de 
tempo e o ritmo de execução para tal ação. Ou seja, ao estabelecer um plano de ação a 
criança vê-se diante da necessidade de ordenar as suas ações respeitando a sequência 
e classificação das mesmas. O desenvolvimento da Orientação Temporal deve objetivar: 
A aquisição de noções de antes, durante, agora, depois, primeiro, último; 
Aquisição de noções de simultaneidade e sucessão; 
Percepção de duração; 
Percepção de pausa e sua duração; 
Apreciaçãode estruturas rítmicas e; 
Apreciação de velocidades e aceleração. 
A dimensão corporal influi diretamente no resultado da ação Motora. Por isto, 
deve-se desenvolver a noção temporal nas aulas recreativas, pois assim a criança 
aprenderá mais facilmente. 
As atividades para o desenvolvimento da noção temporal, será trabalhado 
juntamente com outras estruturas psicomotoras. 
 
17 
 
7.2 Estruturação Espacial 
Para MATTOS (1999) é a tomada de decisão do seu corpo em um ambiente, isto 
é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas. A estruturação 
espacial possibilita à criança organizar-se diante do mundo que a cerca, organizar os 
objetos entre si e movimentá-los e colocá-los em um determinado lugar. São objetivos da 
Estruturação Espacial: 
Tomar consciência do espaço em que vive; 
Perceber o solo como ponto de apoio; 
Perceber a medida e a forma dos espaços percorridos; 
Adquirir a noção de direção e localização espacial; 
Conseguir localizar-se dentro e fora de um espaço limitado; 
Observar o tempo de duração de um espaço percorrido e; 
Perceber a direção de um espaço percorrido. 
7.3 Coordenação Viso-Motora 
A coordenação Viso-Motora é a capacidade de coordenar a visão com movimentos 
de uma ou mais partes do corpo, ou seja, é a coordenação dos movimentos orientados 
pela visão. Uma criança com coordenação Viso-Motora deficiente terá dificuldade de 
ajustar-se em várias exigências de seu ambiente como: vestir-se, executar tarefas de 
casa, esportes, habilidades escolares (cortar, colar, desenhar, escrever, etc.). Poderá, 
portanto sentir-se rejeitada e assim excluída do meio em que vive. 
7.4 Habilidades Manipulativas 
As habilidades manipulativas são aquelas que envolvem as mãos ou os pés na 
execução dos movimentos, através dos quais podemos observar o desenvolvimento da 
coordenação Viso-Motora. As principais habilidades manipulativas utilizadas na 
programação para crianças são: lançar, receber, quicar, bater, rolar, chutar, amassar, 
 
18 
 
rasgar, cortar, puxar, etc. E todas essas habilidades podem e devem ser trabalhadas nas 
aulas recreativas. 
7.5 Equilíbrio 
O equilíbrio é o resultado de uma ação harmoniosa entre o tônus muscular 
(capacidade que o músculo tem de se manter firme) e a motricidade. 
Para saber se uma criança tem problemas de psicomotricidade é preciso fazer 
uma avaliação psicomotora através de exercícios específicos, que verifiquem aspectos 
como (COELHO et al, 2000): 
Qualidade Tônica (rigidez ou relaxamento muscular); 
Qualidade Gestual (dissociação manual e dos membros superiores e inferiores); 
Agilidade; 
Equilíbrio; 
Coordenação; 
Lateralidade; 
Organização Temporoespacial; 
Grafomotricidade. 
Essa avaliação pode revelar na criança respeitadas as características próprias do 
seu desenvolvimento, se existem atrasos no desenvolvimento motor e perturbações de 
equilíbrio, coordenação, lateralidade, sensibilidade, esquema corporal, estrutura e 
orientação espacial, grafismo, afetividade, etc. 
O professor pode ajudar e muito, em todos os níveis, na estimulação para o 
desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e habilidades, na 
formação de atitudes através de uma relação afetiva saudável e estável (que crie uma 
atmosfera de segurança e bem-estar para a criança) e, sobretudo, respeitando e 
aceitando a criança do jeito que ela é. 
Essas estruturas serão trabalhadas em atividades recreativas, ou seja, nos jogos 
e brincadeiras, nos esportes, na dança e movimentos expressivos e na ginástica, pois 
 
19 
 
estas estão associadas uma as outras, por isso quando se trabalha uma diretamente 
estará sendo trabalhada outra indiretamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
BORGES, Célio José. Educação Física para o pré-escolar. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 
1987. 
BRASIL. Decreto 69.450. 1971. 
BRASIL. Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996. 
CARDOSO, Márcio Auril Santos. Educação Física, Recreação e Jogos. 1a ed. Brasília: 
Fubrae, 1994. 
CATUNDA, Ricardo. Recriando a Recreação. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. 
COELHO et al, Maria Tereza. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000. 
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: 
Cortez, 1992. 
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia do Desenvolvimento. 2ª ed. São Paulo: 
Ática, 1998. 
GUEDES, Maria Hermínia de Souza. Oficina da Brincadeira. Rio de Janeiro: Sprint, 
1998. 
GUERRA, Marlene. Recreação e Lazer. 5ª ed. Porto Alegre: Sagra, 1996. 
LE BOUCH, Jean. Desenvolvimento Psicomotor de 0 a 6 anos. Santa Catarina: Artes 
Médicas, s/d. 
MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física Infantil: 
Construindo o movimento na escola. 2ed. São Paulo: Phorte, 1999. 
SILVA, Elizabeth Nascimento. Atividades Recreativas na Primeira Infância 2 e 3 anos. 
2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. 
SILVA, Elizabeth Nascimento. Recreação 4 e 5 anos. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. 
 
21 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Nome do autor: Daniele Maria Kuzminski 
Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/ educere2005/ anaisEvento/ 
documentos/ com/TCCI109.pdf 
Data do acesso: 10/06/2016 
 
O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO 
FUNDAMENTAL – SÉRIES INICIAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem por objetivo elencar a importância do professor de 
Educação Física nas escolas de ensino fundamental – séries iniciais no município de São 
José dos Pinhais, tendo em vista a importância da Educação Física Escolar para as 
crianças nesta etapa de escolaridade. Sendo a Educação Física uma disciplina de 
fundamental importância na formação das crianças, se faz necessário um profissional 
capacitado para o desenvolver deste trabalho que é de grande relevância no futuro das 
mesmas, e que muitas vezes não se é dado muito valor dentro do âmbito escolar. Este 
trabalho foi realizado com 17 professoras do município que ministram as aulas de 
Educação Física. Elas responderam, a um questionário, do qual foi possível verificar a 
sua formação, o tempo de trabalho na área e descobrir o que elas pensam sobre a 
Educação Física e o desenvolvimento motor. Nos resultados, pode-se indicar que as 
professoras que ministram as aulas de Educação Física não estão preparadas para atuar 
nesta área, pois no grupo pesquisado nenhuma delas tem conhecimento específico para 
trabalhar, todas são formadas na área do magistério e deveriam atuar dentro das salas 
de aula. 
 
22 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
Educação Física Escolar 
A Educação Física contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos 
pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. Consideram-se fundamental para a 
Educação Física as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, 
expressão de sentimentos, afetos e emoções e com possibilidades de promoção, 
recuperação e manutenção da saúde. 
Na Educação Física Escolar é necessário que a aprendizagem garanta ao aluno o 
acesso ao conhecimento prático e conceitual. Para isso, deve-se mudar a ênfase na 
aptidão física e do rendimento que caracteriza a Educação Física. É necessário torná-la 
uma concepção mais abrangente, que complete todas as dimensões envolvidas na 
prática corporal. É importante que fique claro que, os objetivos da educação física escolar 
não são os mesmos do esporte, da dança, etc., o objetivo da educação física escolar é 
dar oportunidade a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades,tornando-o um ser humano autônomo, crítico, organizado, sabendo respeitar aos outros 
e ser respeitado (PCN’s 1997). 
GALLARD citado por GRESPAN (2002, p.27) afirma que na educação física 
escolar “a criança é vista como um ser historicamente situado, dona de um saber que é 
importante para sua vida em sociedade. Ao mesmo tempo, tem capacidade crítica para 
situar-se no mundo, para ser por ele modificado e para transformá-lo”. 
Porém, encontramos ainda hoje escolas que julgam a educação física escolar 
como uma disciplina sem importância, deixando-a para ser aplicada em horários de 
contra turno, ou para ser praticada quando o tempo está muito quente, deixando o 
material didático como se fosse um monte de bagulho, jogado em um canto 662 qualquer, 
assim dificultando ou, muitas vezes, impedindo o trabalho do professor (GRESPAN, 
2002). 
Quando os alunos chegam até aos professores, eles já possuem esquemas 
característicos de desenvolvimento cognitivo e motor, adquiridos pelas experiências no 
cotidiano, que determinam sua maneira de pensar, de agir e de ser. 
 
23 
 
É por este motivo que, os professores devem respeitar a individualidade de cada 
aluno, pois alguns têm mais experiências que outros. Esse respeito ao aluno só é possível 
quando o professor possui uma bagagem de conhecimentos, estudos e pesquisas, que 
lhe facilite a relação e compreensão professor-aluno. 
É papel da escola e do professor trabalhar com o repertório das experiências já 
vividas, e também garantir a ela novas experiências, agora em grupo. É importante que 
toda criança se sinta valorizada e acolhida em todos os momentos de sua escolaridade, 
principalmente no ciclo inicial onde ela ainda está se adaptando e criando vínculos com 
a instituição, professores e colegas. 
Para o professor de educação física o desafio de fazer com que a criança se sinta 
à vontade é um pouco maior, pois no que diz respeito às habilidades motoras, algumas 
crianças são mais vividas que outras. Além disto nas aulas de educação física as crianças 
ficam mais expostas: nos jogos, brincadeiras, desafios corporais, entre outros (PCN, 
1997). 
 
OS CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
Das finalidades apontadas nos objetivos gerais e específicos da Educação Física 
Escolar para o ensino fundamental de 1a a 4a série, emergem os critérios para a seleção 
e organização curricular dos conteúdos. Portanto, os critérios devem levar em 
consideração a relação entre a relevância social dos conteúdos e as características dos 
alunos. 
Todo o conteúdo significativo não é apenas o que faz parte da realidade social do 
aluno, mas sim, aquele em que é produzido historicamente. O professor de Educação 
Física deve permitir ao aluno a exploração da motricidade cultural, as descobertas, 
realização, vivências através das diversas atividades propostas, momentos que lhe 
permitam criar novos caminhos partindo de suas próprias experiências, podendo dessa 
forma, melhorar suas habilidades motoras bem como o seu conhecimento de uma forma 
global. 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE 5 A 10 ANOS 
 
24 
 
À medida que a criança cresce, sua habilidade motora vai se aprimorando, e a 
capacidade de controlar seus músculos e mover-se com desenvoltura aumenta 
consideravelmente. 
Não se pode forçar esse processo de maturação. É necessário que músculos, 
ossos e sistema nervoso tenham atingido determinado estágio de desenvolvimento para 
que, naturalmente, as crianças possam desenvolver atividades específicas. Segundo 
GALLAHUE (2003, p. 6) “o desenvolvimento é um processo contínuo que se inicia na 
concepção e cessa com a morte. O desenvolvimento inclui todos os aspectos do 
comportamento humano e, como resultado, somente artificialmente pode ser separado 
em “áreas”, “fases” ou “faixas etárias”. 
Quando a criança chega ao ambiente escolar é necessário que o professor de 
Educação Física trabalhe com o seu acervo motor. A brincadeira, ou o brincar das 
crianças ocupa a maior parte do seu tempo, quando acordada. As brincadeiras 663 
ajudam as crianças a assimilarem o aprendizado de forma lúdica, além de mostrar regras 
e os valores dos familiares mais velhos do indivíduo. (GALLAHUE, 2003). 
 
O PROFESSOR 
É papel do professor a transmissão de conhecimentos que possibilitem ao aluno 
entender a dinâmica da sociedade, bem como se apropriar de informações cientificas das 
diferentes áreas de conhecimento, com intuito de avaliar e validar a necessidade dos 
mesmos. “É importante que o professor num processo de avaliação continua consiga 
expressar com clareza e objetivação as ideias e conceitos relacionados aos conteúdos 
trabalhados” (CERPM – EF, 2004. p.17). 
É necessário que o professor domine o conteúdo de ensino, reconhecendo os 
conceitos básicos do assunto em pauta e das relações que se estabelecem entre elas, 
para desta forma ter tranquilidade para passar o conhecimento necessário ao seu aluno. 
Cabe ao professor, relacionar os conteúdos e trabalhá-los de forma articulada, coerente 
com objetivos propostos e com as necessidades dos alunos. O professor desempenha 
um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos alunos, isto é, da 
 
25 
 
consciência crítica que supera o senso comum, e torna os assim homens e mulheres 
pensantes, necessários à intervenção e transformação da sociedade. 
 
O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ser professor de Educação Física é, antes de tudo, ser educador. Ser professor é 
preocupar-se com o “ser” do aluno. O profissional de Educação Física é um especialista 
em atividades físicas, nas suas diversas manifestações, seja na ginástica, exercícios 
físicos, jogos, lutas, danças, atividades rítmicas, expressivas, lazer, recreação e 
relaxamento corporal, a Educação Física contribui para a capacitação de níveis 
adequados de desempenho, visando à consecução do bem estar e da qualidade de vida, 
contribuindo também para a autonomia e autoestima. Compete ao professor de 
Educação Física coordenar, planejar, programar, dinamizar, dirigir, ensinar em todas as 
suas aulas (CONFEF,2005). 
A prática pedagógica do professor de Educação Física na escola deve, além das 
vivencias físico-motoras, promover uma ação dialógica-crítica que ajude na ampliação da 
visão de mundo das crianças, dando a elas ferramentas necessárias para que, enquanto 
cidadãs, possam ser agentes de resistência e transformações na sociedade. 
O professor de Educação Física é entendido como elemento mediador para a 
operacionalizar a ação criadora e inovadora, e ao desenvolver o seu trabalho, pautado 
numa concepção de cultura corporal, ajuda a construir uma Educação Física Escolar para 
o exercício da cidadania (CERPM – EF, 2004). 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
O tipo de pesquisa a ser adotada foi a descritiva exploratória, que segundo 
LAKATOS (2003.p188) é “uma investigação de pesquisa em périca cujo objetivo é a 
formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, 
aumenta a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a 
realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos”. 
A população para a pesquisa foram professores de Educação Física. 
 
26 
 
A amostra desta pesquisa foi definida de modo voluntário aleatório probabilístico, 
a partir dos seguintes critérios: 
a) ministrar aulas de educação física; 
b) atuar na rede municipal de São José dos Pinhais; 
c) atuar nas séries iniciais do ensino fundamental. 
Nesse sentido foram identificados, 17 professoras que ministram aulas de 
Educação Física nas Escolas Municipais centrais de São José dos Pinhais. 
Foi aplicado para cada professor um questionáriosemiestruturado. Este 
questionário foi composto por perguntas sobre: a formação dos professores; fatores que 
influenciam as aulas de educação física tanto na parte física (quadras, materiais, etc.), 
como na pessoal com os alunos (comportamento, relação professor/aluno, etc.). 
Foi analisado também a proposta de educação física de cada escola. 
Primeiramente o projeto foi encaminhado para a aprovação do Comitê de Ética. 
Depois do projeto ser aprovado foi entregue para cada professor e para cada 
escola municipal escolhida aleatoriamente um termo de consentimento para a execução 
do questionário de pesquisa e para a liberação da proposta pedagógica. 
Após os termos entregues e aceitos pela escola e professores, foram entregues 
aos professores um questionário velado para não gerar constrangimento entre os 
professores de educação física formados e não formados. E após a liberação da proposta 
pedagógica da escola foi feita a análise dos documentos. 
Os dados das perguntas fechadas, estão apresentadas em forma de gráficos e 
analisado através da porcentagem das respostas obtidas. 
As informações das perguntas abertas, estão analisadas através de categorias de 
análise, identificadas após a aplicação do questionário. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Depois de realizada a pesquisa nas escolas e recolhido os 17 questionários 
respondidos chegamos as seguintes respostas. Nos questionários foi pedido para que as 
professoras marcassem somente uma alternativa, porém, muitas delas marcaram mais 
de uma, portanto, muitas vezes, os gráficos não fecharam 100% corretamente. 
 
27 
 
Dos respondentes, nenhuma é formada em Educação Física, 47% tem Magistério 
Superior, 29% Magistério Normal, 12% Pedagogia e 12% Letras Português/Inglês. 
Pode-se perceber que grande número da amostra iniciou o trabalho a menos de 
seis meses ou tem menos de um ano de experiência. Esse dado aliado à informação da 
pergunta anterior demonstra que as crianças têm aulas com profissionais sem formação 
especifica e com pouca experiência. 
Nas escolas de ensino fundamental de 1a a 4a série as professoras com mais 
tempo de magistério tem a preferência de escolher em que turma gostaria de trabalhar, 
diante disto fizemos uma pergunta às professoras que ministram as aulas de Educação 
Física, perguntando a elas o motivo pelo qual escolheu trabalhar nesta área. 45% das 
professoras responderam que é por que gostam, nenhuma delas respondeu que é por 
compensação salarial, 15% responderam que foi porque não havia outra pessoa para 
desempenhar o trabalho e 40% diz ser por indicação da própria escola. 
Foi perguntado as professoras que material elas utilizam para se orientar para 
ministrar as aulas. 48% delas se orientam segundo o PCN de Educação Física, 14% 
segue o Projeto Político Pedagógico da escola, 5% fazem sua própria escolha das aulas 
e 33% dizem usar outro material. Este outro material refere-se ao currículo base de São 
José dos Pinhais, material fornecido pela própria Prefeitura do Município, porém o que 
muitas das professoras não sabem é que, o mesmo PCN de Educação Física é o 
conteúdo deste currículo base. 
Quando foi perguntado sobre especialização e em que área, pode-se perceber que 
menos da metade do grupo tem algum tipo de especialização, mas nenhuma na área de 
Educação Física. Esse dado torna-se importante, pois indica que além de não terem a 
formação inicial, elas não buscam conhecimentos específicos em algum curso de pós-
graduação. 
Foram feitas duas perguntas abertas no questionário respondido pelas 
professoras, as perguntas eram especificas da área de Educação Física. A primeira 
pergunta era sobre o Papel do Professor de Educação Física na formação dos alunos. 
As respostas para essa pergunta foram as mais variadas possíveis. 
 
28 
 
Para as professoras que ministram as aulas de Educação Física o seu papel nas 
aulas está relacionada a: 5 aspectos pessoal-social, 4 desenvolvimento motor, 3 
desenvolvimento psicológico, 2 desenvolvimento intelectual, 2 contribui para a 
participação, 4 favorece o lado critico, 1 acha que auxilia para o esporte saudável, 2 
integração e inserção, 4 para a qualidade de vida. As professoras que tem especialização 
na área de Educação Infantil se mostram confiantes diante do seu papel na formação do 
aluno, pois possuem maior acervo no conhecimento das necessidades das crianças 
nesta faixa etária. O exemplo é a resposta de uma das professoras que possui esta 
especialização que responde o seguinte: 
• “promover a inserção e integração dos alunos nas aulas de Educação Física 
visando o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades, tornando-os críticos através 
do diálogo e resolução de conflitos” (Respondente nº4)”. 
A segunda pergunta era sobre o que elas compreendem sobre o desenvolvimento 
motor das crianças. Assim como na pergunta anterior as respostas continuaram as mais 
variadas possíveis. 
Para elas o desenvolvimento motor está relacionado a: 2 desenvolvimento Global 
do Corpo, 3 Desenvolvimento dos movimentos do corpo, 2 coordenação, 2 habilidades, 
1 movimentos e 1 articulação dos movimentos. Nesta resposta fica claro que além das 
professoras não terem experiência e nem formação para trabalhar com a Educação 
Física, elas não tem ideia do que seja o desenvolvimento motor para as crianças. As 
professoras que responderam que o desenvolvimento motor é o desenvolvimento global 
do corpo se mostram mais capacitadas e são aquelas que possuem a especialização na 
área de Educação Infantil. 
 
CONCLUSÃO 
Partindo dos resultados, pode-se indicar que as professoras que ministram as 
aulas de Educação Física não estão preparadas para atuar nesta área, pois no grupo 
pesquisado nenhuma delas tem conhecimento específico para trabalhar, todas são 
formadas na área do magistério e deveriam atuar dentro das salas de aula. A maior parte 
delas começou a trabalhar com a Educação Física a menos de um ano, sem nenhuma 
 
29 
 
experiência anterior; outras só trabalham com a Educação Física por terem sido indicadas 
pela escola ou por não haver lugar para ministrar aulas dentro da sala. 
Através desta pesquisa, foi possível atingir os objetivos propostos, pois é 
realmente importante que, para ministrar as aulas de Educação Física na escola o 
professor seja formado na área e conheça as necessidades do aluno, saiba trabalhar 
com o “corpo” das crianças e tenha um conhecimento específico para a área. Porém, na 
amostra atingida, as professoras não possuem esta formação e estes conhecimentos, 
desta forma não podem ajudar seus alunos de maneira efetiva. Na faixa etária em que 
as crianças se encontram de 1a a 4a série elas tem a cada ano necessidades diferentes, 
o corpo de cada uma delas está se desenvolvendo para que se tornem adultas. Sendo 
assim, é necessário que as professoras trabalhem segundo as necessidades de cada 
uma, para que nenhuma das fases de crescimento e desenvolvimento seja 
comprometida. 
“A Educação Física Escolar tem como objetivo dar oportunidade a todos os alunos, 
para que eles desenvolvam suas potencialidades” (PCN, 1997). As 668 professoras que 
ministram estas aulas tem por objetivo desenvolver os aspectos físico, motor, cultural, 
intelectual de cada criança, porém muitas delas não conhecem seu papel dentro das 
próprias aulas, e não sabem da importância da Educação Física para a criança, portanto 
se elas não trabalham de maneira correta com seus alunos, os mesmos não terão 
acréscimo em seu acervo motor. A Educação Física Escolar deve ser bem trabalhada 
com objetivos claros e metodologia adequada, fazendo-se necessário, que o professor 
passe para o aluno segurança nas atividades propostas, para que destamaneira os 
mesmos tornem-se autônomos e cientes das capacidades que eles tem sobre o próprio 
corpo e seus movimentos. 
Esta pesquisa mostrou que a Educação Física é deixada de lado nas escolas do 
município de São José dos Pinhais, sendo conhecida como a “hora de brincar” das 
crianças. As escolas ainda não se deram conta da importância que a Educação Física 
Escolar tem na vida de uma criança. É claro que são necessárias mais pesquisas, com 
um grupo maior e talvez comparando com outro município, pois o grupo pesquisado foi 
muito reduzido e somente da área central, entretanto, por este grupo podemos ter ideia 
 
30 
 
que o profissional de Educação Física não tem grande valor diante dos outros 
professores. 
 
REFERÊNCIAS 
BORGES, Cecília Maria Ferreira. O Professor de Educação Física e a construção do 
saber. Campinas, SP: Papirus, 1998. 
 
CERPM-EF. Currículo para as Escolas da Rede Pública Municipal Ensino Fundamental 
– 1ª a 4ª séries. Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais – Secretaria Municipal de 
Educação, 2004. 
 
CONFEF. www.confef.com.br acesso dia: 17/06/2005. 
 
COSTA, Allan José Silva da. Finalidades e objetivos da educação física escolar. Revista 
Virtual EFArtigos, Natal. v. 2. n. 1. mai. 2003. Disponível em: <www.efartigos.com.br>. 
Acesso: 09/09/2004. 
 
DAOLIO, Josimar. Educação Física escolar: em busca da pluralidade. Revista Virtual 
EFArtigos, Natal. v. 2. n. 1. mai. 2004. Disponível em: <www.efartigos.com.br>. Acesso: 
09/09/2004. 
 
FERREIRA, Ricardo Lucena. Futsal e a iniciação. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2001. 
 
GALLAHUE, David L. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. São Paulo, SP: Phorte, 2003. 
 
GESELL, Arnold. A Criança dos 5 aos 10 anos. São Paulo, SP: Martins Fontes,1998. 
 
GRESPAN, Márcia Regina. Educação Física no Ensino Fundamental: primeiro ciclo. 
Campinas, SP: Papirus, 2002. 
 
31 
 
 
GUIRALDELLI, Paulo Junior. Educação Física Progressista: a pedagogia crítico social. 
São Paulo, SP: Loyola, 1992. 
 
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia 
científica. São Paulo, SP: Atlas, 1991. 
 
PCN. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação Física. Brasília: 1997. 
 
PICCOLO, Vilma L. Nista. Educação Física Escolar: Ser ou não ter? Campinas, SP: 
Unicamp, 1993. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS PARA ALUNOS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
Eric Carvalho Miquelin1 
Mara Cléia Fernandes2 
Mario Mecenas Pagani3 
Robson Lima da Silva4 
RESUMO: Este trabalho objetivou discorrer sobre a importância da Educação Física no 
Ensino Fundamental I devido a sua relevância e efetividade no âmbito educacional, uma 
vez que esta preza pela formação de indivíduos críticos, seletivos e reflexivos, com alta 
capacidade de desenvolver e aprimorar suas habilidades motoras e psicomotoras, 
interagindo com o mundo ao seu redor. Com base em pesquisa de cunho bibliográfica 
qualitativa buscou-se ressaltar a importância da Educação Física para o processo de 
ensino-aprendizagem, descrevendo os benefícios desta disciplina para o Ensino 
Fundamental I. Nessa perspectiva ressaltamos a protuberância da Educação Física e a 
inserção dos temas transversais para a construção de uma sociedade embasada em 
respeito mútuo e sem qualquer tipo de distinção ou discriminação, empenhada em 
minimizar e sanar a crise civilizatória da que acomete a sociedade na 
contemporaneidade. 
 
 
32 
 
Palavras-chave: Educação Física; Ensino Fundamental l; Parâmetros Curriculares 
Nacionais. 
 
ABSTRACT: This study aimed to discuss the importance of Physical Education in 
Elementary Education l because of their relevance and effectiveness in the educational 
context, since it values the formation of critical, selective and reflexive individuals with 
high ability to develop and enhance their motor skills and psychomotor, interacting with 
the world around you. Based on qualitative research literature we attempted to stamp out 
the importance of physical education for the teaching-learning process, outlining the 
benefits of this course for Elementary Education I. From this perspective emphasize the 
bulge of Physical Education and integration of cross-cutting themes the construction of a 
society grounded in mutual respect and without any distinction or discrimination, seek to 
minimize and remedy the civilizational crisis that affects society nowadays. 
 
Keywords: Physical Education; Elementary Education l; National Curriculum Standards. 
 
INTRODUÇÃO 
A temática deste estudo tem por finalidade discorrer sobre a importância da 
Educação Física no Ensino Fundamental I, que segundo a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação – LDB (2003) compreende do 1º ano até o 5º ano, com faixa etária que varia 
entre os 06 anos aos 10 anos de idade, não sendo relevante a distorção série/idade, 
destacando a contribuição da Educação Física como instrumento facilitador no processo 
de ensino-aprendizagem. Piaget discorre que através destas atividades a criança estará 
construindo um padrão intelectual que fixará durante a vida adulta. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs de 1997, a Educação 
Física é de suma relevância nesta primeira etapa educacional, uma vez que tal prática 
ende a propiciar aos educandos envolvidos no processo a possibilidade de desenvolver 
e aprimorar habilidades corporais, bem como auxiliá-lo na interação social e como o meio 
que os cercam, uma vez que o desenvolvimento humano é mais ágil quando há interação 
social. 
Zunino (2008) relata que a Educação Física é uma das formas mais eficientes pela 
qual o indivíduo pode interagir e, também é uma ferramenta relevante para a aquisição e 
aprimoramento de novas habilidades motoras e psicomotoras, pois é uma prática 
 
33 
 
pedagógica capaz não somente de promover a habilidade física como a aquisição de 
consciência e compreensão da realidade de forma democrática, humanizada e 
diversificada, pois nesta etapa educacional a Educação Física deve ser vista como meio 
de informação e formação para as gerações. Para a realização deste estudo nos 
embasamos em pesquisa bibliográfica qualitativa em literatura condizente com o tema e, 
pretendeu-se com este ensaio auxiliar o educador e a comunidade interessada a se tornar 
conhecedora acerca da importância da Educação Física desde os primeiros anos do 
Ensino Fundamental. 
 
METODOLOGIA 
O presente estudo foi realizado a partir de pesquisa de cunho bibliográfico, onde 
seguimos três etapas distintas, onde se considerou a proeminência do tema para a 
sociedade acadêmica e civil, visando discorrer sob a apreciação de diversos autores 
acerca da importância das aulas de Educação Física no Ensino Fundamental I. 
As referências bibliográficas utilizadas para o desenvolvimento deste estudo são 
extremamente atuais, compreendendo aos anos de 1996 a 2013 e pertinentes ao tema. 
Por ser uma pesquisa de revisão sistemática bibliográfica nos foi possível 
oportunizar uma fundamentação científica que permitiu através de material já publicado 
discorrer sobre a importância da Educação Física para o processo de ensino-
aprendizagem, tal tipo de pesquisa ainda nos propiciou uma compreensão mais ampla 
do tema, conduzindo-nos a um resultado extremamente satisfatório. 
 
REVISÃO DA LITERATURA 
CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL 
 
A história da Educação Física no Brasil se iguala ao seu descobrimento em 1.500, 
onde houve certamente a primeira aula de ginástica e recreação, sendo relatada pelo 
escrivão Pero Vaz de Caminha que em uma carta enviada para a coroa portuguesa 
descreve que osindígenas ao som de uma gaita dançavam, saltavam e giravam 
 
34 
 
alegremente, enfim praticavam atividades físicas de forma natural e ao mesmo tempo 
utilitária (SOARES, 2012). 
Estas atividades desenvolvidas pelos indígenas eram essencialmente naturais e 
tinham o intuito não só de divertimento como também o de garantir a sua sobrevivência, 
uma vez que suas habilidades corporais os auxiliavam a superar grandes obstáculos e 
ao mesmo tempo, buscava-se garantir a disseminação de “costumes, cantos, danças, 
rituais de adoração e, sobretudo, o uso da linguagem, que se constitui o principal 
instrumento educativo, de comunicação e” de transmissão da cultura. Aguiar e Frota 
(2002, p. 2) “Nos povos primitivos a educação era essencialmente natural e 
predominavam as atividades vitais à sobrevivência, englobando tanto o aspecto imitativo 
e coparticipativo quanto o aspecto lúdico. O seu cotidiano caracterizava-se por uma 
exercitação intensa que marcavam de forma decisiva a vivência de movimentos corporais 
diversificados e necessários à superação dos obstáculos presentes na vida diária”. 
A Educação Física desde o descobrimento do Brasil sempre foi de suma relevância 
e, ao longo de nossa história sempre ocupou um lugar de destaque, no entanto, foi 
somente a partir da reforma de Couto Ferraz e após Rui Barbosa ditar seu parecer acerca 
do ensino no Brasil é que a Educação Física ainda intitulada de ginástica passou a ser 
encarada não somente como uma atividade de cunho lúdico, mas como disciplina 
fundamental no desenvolvimento dos brasileiros, surgindo a partir deste ponto a 
Educação Física Escolar, Soares (2012, p. 3) “No Período que compreende o pós 2ª 
Guerra Mundial, até meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do 
período da Ditadura brasileira), a Educação Física nas escolas mantinham o caráter 
gímnico e calistênico do Brasil república [...] Com a tomada do Poder Executivo brasileiro 
pelos militares, ocorreu um crescimento abrupto do sistema educacional, onde o governo 
planejou usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar”. 
O governo era um grande investidor para a prática de Educação Física nas escolas 
públicas e privadas do país, pois este acreditava que está prática era um sustentáculo 
ideológico, uma vez, que a partir do Darido e Rangel (2005) “êxito em competições 
esportivas de alto nível” suprimiam-se as críticas internas e deixava-se transparecer um 
clima de prosperidade e desenvolvimento. “Fortalece-se então a ideia do esportivismo, 
 
35 
 
no qual o rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais 
presente na Educação Física escolar”. 
A relevância da Educação Física Escolar é de fato irrefragável em decorrência de 
sua concepção pedagógica focada em realizar a interação e a inclusão no âmbito social 
dos envolvidos e, com a formulação e reformulação dos PCNs sua relevância foi 
exasperada, uma vez que se deu uma ênfase maior a sua disparidade dimensional de 
conteúdos. É importante que a partir da Educação Física a criança conheça os valores 
que englobam o esporte, estabeleça hábitos de vida saudável e adquira outros 
conhecimentos relacionados com as distintas áreas de educação. (SÁNCHES, 2011). 
Em 1996, com a reformulação dos PCNs, é ressaltada a importância da articulação 
da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como 
relacionar-se nesse saber (Brasil, 1997). De forma geral, os PCNs trazem as diferentes 
dimensões dos conteúdos e propõe um relacionamento com grandes problemas da 
sociedade brasileira, sem, no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão 
na esfera da cultura corporal. Os PCNs buscam a contextualização dos conteúdos da 
Educação Física com a sociedade a qual estamos inseridos, devendo a Educação Física 
ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, 
favorecendo o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia. Em síntese o que se 
afirma é que a amplitude da Educação Física no âmbito escolar foi em decorrência de 
mudanças respeitáveis no plano político-social “e que atualmente é vista como um 
elemento essencial para a formação do cidadão Brasileiro” fato este reforçado pela Lei 
9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 
(BRASIL, 2003). 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
A Educação Física tem por finalidade promover o desenvolvimento psicomotor das 
crianças, ajudando-as a adquirirem uma consciência que as auxiliará em seu cotidiano e, 
sua prática deve essencialmente fazer parte no âmbito escolar, uma vez que a escola é 
 
36 
 
o meio educacional mais efetivo e eficiente para a realização desta prática (SILVA, ET 
AL, 2011). 
A atividade física é essencial para a manutenção e melhoria da saúde e na 
prevenção de enfermidades, para todo as pessoas em qualquer idade. A atividade física 
contribui para a longevidade e melhora sua qualidade de vida, através dos benefícios 
fisiológicos, psicológicos e sociais. (PIZARRO, 2011). 
Ressalta-se que é na escola que muitas crianças têm seu primeiro contato com 
atividades físicas planejadas, daí sua importância como promotora de desenvolvimento 
e aprimoramento “das esferas cognitivas, motoras e auditivas”, este contato planejado 
faz com que as crianças envolvidas possam compreender e/ou adaptar suas habilidades 
não somente no ambiente escolar, mas também em todos os outros a que tenha acesso. 
Conclui-se que a Educação Física na esfera escolar tornou-se cogente para a 
matriz curricular devido a sua contribuição irrefutável no “fortalecimento do organismo”, 
melhorando a saúde física e mental das crianças, “propiciando o desenvolvimento de 
habilidades úteis à vida, criando hábitos culturais de higiene” (RODRIGUES, 2013). 
Educação Física escolar e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação A Educação 
Física exasperou sua relevância no plano educacional a partir da promulgação de lei 
ordinária que passou a integrar a Educação Física a proposta pedagógica escolar e, a 
partir daí passando a ser parte do Componente Curricular da Educação Básica Nacional, 
ajustando-se as distintas faixas etárias e as condições socioeconômicas da comunidade 
escolar (OLIVEIRA, 2010). 
“As novas atribuições da unidade escolar presentes no texto da LDB abrem 
caminho para a construção de uma escola mais democrática para os alunos e para os 
professores. Mas há muito a ser construído nessa direção, incorporando práticas que 
favoreçam a permanência na escola, a solidariedade, a igualdade” (BRASIL, 2003). 
Os alunos da Educação Básica devem participar das aulas de Educação Física 
“independente de cor, raça, etnia e classe social”, pois a Educação Física é uma fonte 
necessária para formação de cidadãos críticos e reflexivos, sendo somente facultativa 
sua prática em casos presentes no rol taxativo da LDB em seu art. 26 §3º, incisos de I a 
VI (Darido, Rangel, 2001) e, este dispositivo legal passou a determinar e a compreender 
 
37 
 
o currículo como um todo, ou seja, toda matriz curricular, antes de qualquer coisa deve 
ter como base as características da comunidade escolar, para que desta forma nenhum 
educando possa ser lesado (BRASIL, 2003). 
Em 2001 houve uma alteração no § 3º do art. 26 da LDB que a partir deste ponto 
passou a atribuir o termo OBRIGATÓRIO para o ensino de Educação Física na Educação 
Básica e em 2003 tivemos uma nova alteração no referido artigo e parágrafo agora no 
que tange a facultabilidade às aulas de Educação Física. (BRASIL, 2003a). 
Em 2003, com a Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003, que alterou, 
novamente, o 3º parágrafo do artigo26º da LDB, a facultabilidade às aulas de Educação 
Física foi modificada, não se restringindo a todas as pessoas que estudam em período 
noturno, mas àquelas que, independente do período de estudo, se enquadram nas 
seguintes condições: mulheres com prole, trabalhadores, militares e pessoas com mais 
de 30 anos (BRASIL, 2003b). Tais alterações só alavancaram a relevância do ensino da 
Educação Física na Educação Básica, evidenciando que a mesma deve fazer parte 
obrigatória da matriz curricular nacional “o que atribui aos docentes desta, a mesma 
responsabilidade educacional dos demais professores”. 
O ensino de Educação Física na Educação Básica em sua concepção favorece a 
constituição do ser humano desde a fecundação até constituição do ser perfeito, 
entendendo-se que a mesma colabora para o aprimoramento e desenvolvimento do 
educando como cidadão crítico e reflexivo e não apenas como preparação física e, diante 
desta proeminência faz-se importante a ministração/aplicação destas aulas por 
profissionais capacitados (RODRIGUES, 2013). 
Educação Física escolar no Ensino Fundamental: quem deve aplicar? 
Diante da relevância inquestionável da disciplina de Educação Física é necessário 
que o profissional seja apto para ministrá-la, isto é, que seja graduado e capacitado para 
exercer tal tarefa, principalmente nestas primeiras fases educacionais, onde o 
profissional deve estar familiarizado com a comunidade escolar, a fim de beneficiar o 
desenvolvimento dos envolvidos (RODRIGUES, 2013). 
“O profissional de Educação Física é um especialista em atividades físicas, nas 
suas diversas manifestações, sejam elas ginásticas, exercícios físicos (...) lazer, 
 
38 
 
recreação (...) e é de sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento 
da educação e da saúde(...)” (BRASIL, 2003c). O mesmo para ministrar as aulas de 
Educação Física deverá ter nível superior com no mínimo licenciatura curta e, somente 
desta forma estará hábil para exerce a docência na Educação Básica. 
Apesar dos respaldos, a própria lei abre precedentes que possibilitam a atuação 
de dois distintos profissionais, um seria o professor (a) regente, com formação em 
magistério ou com nível superior em Pedagogia, e o outro seria um “(a) professor (a) 
especialista, graduado em licenciatura plena em Educação Física, também em nível 
superior” e, em lei ordinária encontramos somente de forma explícita e taxativa a 
obrigatoriedade do ensino de Educação Física em toda a Educação Básica, porém esta 
não dita qual o profissional responsável pela ministração desta tão relevante disciplina. 
Este fato atualmente tem gerado grandes discussões e diante de sua 
proeminência está matéria vem sendo apreciada pelo Senado Federal onde tramita um 
projeto de lei que pretendo tornar OBRIGATÓRIA a ministração das aulas de Educação 
Física por um profissional licenciado na área em todas as fases da Educação Básica, isto 
é da Educação Infantil ao Ensino Médio. 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS 
As atividades motoras são indiscutivelmente de grande importância na educação, 
pois elas ajudarão as crianças a interagirem com o mundo que as cercam e, essas 
crianças serão participativas e sociáveis nas mais diversificadas práticas corporais, seja 
uma simples caminhada no parque, uma prática esportiva ou simplesmente andar, estas 
experiências motoras devem fazer parte do cotidiano educacional da criança e essa 
prática deve ser mais ampla nas aulas de Educação Física e, por ser este o momento de 
maior encanto das crianças elas conseguirão desenvolver com maior facilidade suas 
habilidades motoras de modo adequado (ZUNINO, 2008). 
“O objetivo da Educação Física no Ensino Fundamental não é desenvolver nos 
alunos padrões de desenvolvimento motor, mas, a partir de atividades planejadas, 
favorecer o desenvolvimento de habilidades motoras, capacidades perceptivo-motoras e 
capacidades físicas e motoras” (ZUNINO, 2008). 
 
39 
 
O desenvolvimento das habilidades motoras embora para alguns doutrinadores 
esteja relacionado à idade, isso não se restringe, visto que as atividades a serem 
desenvolvidas pelo professor de educação física não se limita a um determinado grupo 
etário, mas as condições individuais e coletivas, visando a interação e desenvolvimento 
de todos os envolvidos “[...] embora o desenvolvimento motor seja relacionado com a 
idade, ele não é dependente da idade. Como resultado disso, as decisões do professor 
concernentes a o que ensinar, quando ensinar e como ensinar são baseadas 
primeiramente na adequação da atividade para o indivíduo, e não na adequação da 
atividade para um determinado grupo etário” (GALLAHUE, DONNELY, 2001). 
O desenvolvimento das habilidades motoras através das aulas de educação física 
não deve ser encarado e ministrado como um processo extasiado, pois este envolve 
fatores não somente biológicos, mas também engloba todas as condições físicas, 
biológicas e ambientais a que está inserido os discentes, sendo incontestável sua 
relevância para aquisição e desenvolvimento tanto de atividades motoras básicas como 
equilíbrio, locomoção ou coordenação como das capacidades 
perceptivo-motoras que envolvem a lateralidade e orientação tempo-espaço 
(GALLAHUE, DONNELY, 2001). 
As atividades planejadas e desenvolvidas dentro das aulas de Educação Física 
são propícias a favorecerem Ferreira (2011) as habilidades motoras como também “é 
possível educar, aprimorar e melhorar” por meio dos movimentos. 
Algumas atividades devido a sua significância devem fazer parte do planejamento 
das aulas de Educação Física pertinentemente, pois são essenciais para o 
desenvolvimento de habilidades conexas a esse primeiro ciclo do Ensino Fundamental I 
(ZUNINO, 2008). 
Esse desenvolvimento das habilidades motoras devido à amplitude de sua 
capacidade deve estar inserido no dia a dia dos discentes de forma irrefragável já nos 
primeiros anos do Ensino Fundamental, tendo em vista que é durante este período que 
as crianças poderão através das experiências motoras adquirir informações irrefutáveis 
sobre si mesma e do mundo que as cercam, daí sua importância desde o Ensino 
Fundamental I (RODRIGUES, 2013). 
 
40 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA E OS TEMAS TRANSVERSAIS 
Com o advento dos PCNs tivemos a inclusão e a obrigatoriedade da abordagem 
dos temas transversais (ética, meio ambiente, saúde, pluralidade cultural, orientação 
sexual, trabalho e consumo) dentro da matriz curricular de Educação Física e devido a 
sua comprovada efetividade essa inserção facilitaria a integração dessas novas áreas 
dos saberes extracurriculares, levando os educandos a atingirem não somente aptidões 
no campo educacional, como também no âmbito social (BRASIL, 1997). 
A Educação Física dentro de sua especificidade deverá abordar os temas 
transversais, apontados como temas de urgência para o país como um todo, além de 
poder tratar de outros relacionados às necessidades especificas de cada região. 
Sobre cada tema este documento traz algumas reflexões para serem tratadas pela 
área, com a intenção de ampliar o olhar sobre a prática cotidiana e, ao mesmo tempo, 
estimular a reflexão para a construção de novas formas de abordagem dos conteúdos 
(BRASIL, 1997). 
Os temas transversais inseridos no currículo da Educação Básica são de suma 
importância para o desenvolvimento dos envolvidos, pois estes conteúdos perpassam 
todos os outros, uma vez que estão relacionados às questões contemporâneas que são 
proeminentemente cruciais para a formação sociointelectual dessa nova sociedade que 
prezará o respeito ao ser humano sem qualquer distinção. “[...] acreditamos ser uma 
importante contribuiçãona formação de uma nova sociedade onde o respeito ao ser 
humano, à vida, à natureza, seja regra e não a exceção. Reconhecemos que a tão 
sonhada transformação social se dará pela escola, mas também por ela. Daí a 
importância da abordagem de questões sociais, que permitiria ao aluno fazer uma leitura 
do mundo e uma interpretação da realidade” (BRASIL, 1997). 
A Educação Física propicia a “integração e articulação de conhecimentos” e, 
devido ao seu caráter irrefutável está incumbida a inserir a transdisciplinaridade de forma 
didática e ao mesmo tempo dinâmica favorecendo e aprimorando a construção de 
indivíduos seletivos, críticos e reflexivos, sociáveis e humanizados, livres de qualquer tipo 
de preconceito e preocupados com as questões ambientais, éticas, políticas e sociais 
(BRASIL, 1997). 
 
41 
 
A transversalidade dentro da Educação Física é protuberante, pois cada tema 
apresenta a sua importância dentro deste cenário caótico ao qual fazemos parte ora como 
sujeitos ativos ora como sujeitos passivos e, ao se abordar a ética, por exemplo, 
estaremos ressaltando valores e aspectos morais que fazem parte da nossa construção 
cultural, de fato é inquestionável a abordagem da transversalidade, pois esta de forma 
expressiva enriquece o árduo processo de ensino-aprendizagem (COSTA, 1999). 
A relevância dos temas transversais se deve a constante “crise civilizatória” em 
todos os âmbitos, ou seja, estamos vivenciando inúmeras crises seja no cenário 
ambiental, social, econômico ou político e, para lidarmos com tais crises precisaremos de 
uma geração crítica, reflexiva e tolerante com as diversidades proeminentes dessa época 
tão contraditória e de imensa disparidade (BRASIL, 1997). 
 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I 
 
No que se refere à importância da prática de Educação Física, levando-se em 
consideração as condições adequadas para sua efetivação como atividade que trabalha 
o corpo e os movimentos, os Parâmetros Curriculares Nacionais destaca que: 
“[...] entende-se que a Educação Física como uma área do conhecimento da 
cultura corporal de movimento e a Educação Física escolar como uma disciplina que 
introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai 
produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos 
esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da 
cidadania e da melhoria da qualidade de vida” (RODRIGUES, 2013). 
No que tange ao ensino de Educação Física, esta traz como contribuição para a 
reflexão e discussão da pratica pedagógica, três aspectos fundamentais: “Princípio da 
inclusão, a sistematização de objetivos, conteúdos, procedimentos de ensino e 
aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão na cultura corporal de movimento, 
por meio da participação e reflexão concretas e efetivas. [...] O princípio da diversidade 
aplica-se na construção dos processos de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de 
objetivos e conteúdos, visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura 
 
42 
 
corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem. [...]Categorias de conteúdos, os 
conteúdos são apresentados segundo sua categoria conceitual (normas, valores e 
princípios), procedimental (ligados ao fazer) e atitudinal (normas, valores e atitudes)” 
(BRASIL, 1997). 
Os princípios que norteiam a Educação Física no ensino fundamental levam o 
leitor a refletir e discutir sobre a sua prática pedagógica, pois apresenta algumas 
discussões que tem sido levantada na disciplina didática do ensino da dança e prática do 
ensino da dança, do curso de licenciatura em Dança da Unicamp. As questões 
ressaltadas são extremamente básicas se comparadas às discussões realizadas no 
âmbito da educação nacional. Apesar de básicos, são polêmicos os temas discutidos, 
como a introdução do ensino da Dança nas escolas pública a utilização de uniforme para 
aulas de dança na escola e as apresentações de conclusão de curso (STRAZZACAPPA, 
2003). 
Ao analisarmos alguns aspectos concernentes ao ensino da Educação Física 
observou-se o horário da disciplina dentro do currículo da escola e as dificuldades 
enfrentadas pelos professores e os pedidos de dispensas das aulas, sendo necessário 
que o professor crie mecanismos que instiguem os alunos a sempre participarem deste 
momento tão primordial dentro do ambiente educacional. 
Para se entender a importância da Educação Física deveremos antes de tudo 
conjeturar sobre o seu papel nesta fase que não se prende somente a construção e 
aprimoramento das habilidades motoras, mas estará também focada na inserção de 
informação e formação (ZUNINO, 2008). 
De fato, a Educação Física no Ensino Fundamental I é mais do que favorecer o 
desenvolvimento de habilidades anatômicas, é aquisição de conhecimento em áreas 
diversas, é desenvolver a interação e a participação individual e coletiva seja em 
atividades práticas recreativas como forma de aquilatar a qualidade de vida dos 
envolvidos, visto que a Educação Física é uma disciplina integradora e provocadora que 
serve de mediadora entre o social, a cultura corporal e o exercício da cidadania 
(GONÇALVES, 2009). 
 
43 
 
A proeminência da Educação Física em todas as fases da Educação Básica em 
especial no Ensino Fundamental I é inquestionável porque instiga o aluno a desenvolver 
o seu próprio aprendizado tendo no professor a figura de um mediador entre ele e o 
conhecimento a ser adquirido ou aprimorado, é um estimulo constante fundamentada na 
interação coletiva, na liberdade intelectual (BRASIL, 1997). 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
Observamos durante nossas anotações que a Educação Física é uma disciplina 
de suma importância para o currículo escolar, não apenas porque tem a capacidade de 
desenvolver e aprimorar as habilidades motoras, mas por contribuir de forma relevante 
para o processo de ensino-aprendizagem, dinamizando o ensino. 
Devido a sua relevância é papel do professor de Educação Física instigar os 
alunos a sempre participarem das atividades que foram planejadas para este momento, 
frisando sempre que esta prática os ajudará, melhorando sua qualidade e os tornando 
conscientes de suas habilidades e capacidades de percepção e interação do meio em 
que estão inseridos. 
Por essa ser a disciplina mais amada do currículo escolar, a inserção e aquisição 
de conhecimentos pelos discentes, ocorre de forma lúdica e dinâmica e gradativa, com 
melhora no rendimento escolar, é um meio de transformação positiva no comportamento, 
entre muitos outros aspectos. 
O aprendizado por meio das aulas de Educação Física possibilita uma melhora 
significativa no comportamento social dos alunos, uma vez que ao se trabalhar a 
transversalidade entre outros conteúdos, além de desenvolver os aspectos cognitivos e 
motores, há a formação de cidadãos críticos, formadores de opiniões e ideais, 
conscientes com a realidade caótica que nos afligem, sendo éticos, maleáveis, tolerantes 
e respeitosos diante de tanta disparidade. 
Diante de todo o exposto na elaboração deste estudo, acabamos por compreender 
que a Educação Física no espaço escolar é de fundamental relevância, pois promove o 
desenvolvimento psicomotor e é a maior promotora de interação entre os educandos, 
 
44 
 
fornecendo-os não somente conhecimento corporal, mas também ensinando e 
aprimorando seus valores éticos, morais, sociais, políticos e culturais, e devido a essas 
peculiaridades devemos dar a Educação Física à mesma importância dispensada a 
outras disciplinas do currículo por entendermos que somente a Educação Física é capaz 
de atingir e provocar

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