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Aula 10 - DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE - DIREITO PENAL

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Capítulo XVII
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Largamente utilizada nas modernas legislações, a prisão tão somente surgiu como pena no Direito canônico, através do recolhimento, em cela, dos religiosos que houvessem perpetrado delitos eclesiásticos, bem como daqueles submetidos a julgamento pelos tribunais da Igreja. Tinha, predominantemente, caráter de expiação, com o objetivo primeiro de estimular o arrependimento dos condenados.
As penas que afetam a liberdade do condenado podem consistir em sua completa privação, através do enclausuramento daquele em um estabelecimento penal, ou somente na limitação ou restrição do jus libertatis, quando se constrange o réu a permanecer em determinado lugar.
Com efeito, observa Basileu Garcia que “as penas privativas da liberdade não se confundem com as restritivas da liberdade, em que se limita o poder de locomoção do condenado – obrigando-o a manter-se em certo lugar, fixando-se-lhe o domicílio, ou a não se transportar para determinada região”.1
O Código Penal prevê como penas principais, privativas de liberdade, a reclusão e a detenção – tendo aquela maior gravidade. Consignam-se, como modalidades de pena privativa de liberdade, a reclusão e a detenção, com os traços distintivos entre ambas sensivelmente atenuados.
É de ser observado que, conquanto se reconheça o fracasso da pena de prisão, esta última continua a ser o eixo em torno do qual gira todo o sistema penalógico somente por não se ter ainda encontrado o modo de substituí-la integralmente.2
1. SISTEMAS PENITENCIÁRIOS
De primeiro, é preciso esclarecer que os sistemas penitenciários não se confundem com os regimes penitenciários, posto que, enquanto aqueles “representam corpos de doutrinas que se realizam através de formas políticas e sociais constitutivas das prisões”, estes são as “formas de administração das prisões e os modos pelos quais se executam as penas, obedecendo a um complexo de preceitos legais ou regulamentares”.3
São quatro os sistemas penitenciários concernentes à execução das penas privativas de liberdade, a saber:
a) Sistema filadélfico (belga ou celular): seu surgimento deu-se na prisão de Walnut Street, em Filadélfia, no ano de 1790, tendo sido posteriormente implantado nas prisões de Pittsburgh (Western Penitenciary) e Cherry Hill (Eastern Penitenciary), em 1818 e 1829, respectivamente.
De acordo com esse sistema, o condenado deveria permanecer em constante isolamento celular (solitary system), vedado o contato com o mundo exterior (proibição de visitas), possibilitando-se apenas passeios esporádicos pelo pátio e a leitura da Bíblia, com vistas ao seu arrependimento e à manutenção da ordem e disciplina. Não se admitia o trabalho prisional, para que o preso se dedicasse exclusivamente à educação religiosa.
b) Sistema auburniano: surgiu na cidade de Auburn (Nova Iorque), nos Estados Unidos da América, no ano de 1818. Permitia-se, de início, o trabalho dos presos em suas próprias celas; posteriormente, podiam realizar suas tarefas em grupos, durante o dia, desde que em silêncio (silent system), o que acabou não funcionando na prática. Demais disso, tal sistema defendia o isolamento celular noturno, sendo proibidos a visita de familiares, o lazer, a prática de exercícios físicos e as atividades educacionais.
Entre os sistemas filadélfico e auburniano não se constatam diferenças substanciais. Ambos defendiam a separação dos condenados, para impedir a comunicação, e o isolamento noturno em celas individuais. No sistema filadélfico, porém, a segregação ocorria durante todo o dia, enquanto no auburniano permitia-se o trabalho coletivo por algumas horas. Esses sistemas sustentam o caráter retributivo e punitivo da sanção penal.
c) Sistemas progressivos (inglês e irlandês): a autoria do sistema progressivo é partilhada pelo inglês Alexander Maconochie e pelo irlandês Walter Crofton. Aquele, diretor da colônia penal da ilha de Norfolk, na Austrália, criou um sistema baseado em marcas (mark system), exposto em sua obra Thoughts on Convict Management (1838), pelo qual o condenado poderia obter vales ou marcas conforme sua conduta e rendimento de seu trabalho. Poderia o sentenciado ir, pouco a pouco, melhorando sua condição e, assim, reduzir a duração da pena inicialmente imposta.
Assim, de acordo com o sistema progressivo inglês, “a duração da pena não era determinada exclusivamente pela sentença condenatória, mas dependia também do aproveitamento do preso, demonstrado pela dedicação ao trabalho e boa conduta. Levavam-se em conta, ainda, a gravidade e as circunstâncias do delito. O preso recebia marcas ou vales (daí o nome de mark system) se seu comportamento fosse positivo e perdia ganhos quando se comportasse de modo censurável”.4
A princípio o condenado passava pelo isolamento celular (período de prova), para depois, segundo sua conduta, trabalhar em comum dentro da penitenciária, em silêncio, recolhendo-se ao isolamento durante a noite. O estágio seguinte consistia na semiliberdade, culminando, ao fim, com a liberdade sob vigilância até o término da pena (ticket of leave).
Dividia-se o cumprimento da sanção penal em estágios, progressivamente menos severos.
d) Reformatórios: com base no sistema progressivo, os reformatórios foram instituições de reeducação concebidas nos Estados Unidos, destinadas inicialmente sobretudo aos adolescentes e jovens adultos infratores.
O reformatório de Elmira (1876) serviu de modelo para inúmeros outros, entre os quais os estabelecimentos Borstal, na Grã-Bretanha (1908).
Em síntese, o sistema de reformatórios repousa na indeterminação da sentença e na vigilância após o cumprimento da pena, com vistas à correção, educação e readaptação social do condenado.5
Nitidamente superiores em comparação com os sistemas precedentes, os sistemas progressivos contribuíram decisivamente para a melhoria da individualização da execução penal.
A progressão atualmente se encontra subordinada ao cumprimento de pelo menos um sexto da pena no regime anterior e a necessidade de o preso ter mérito, aferido pelo bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão (art. 112, caput, LEP), além de outros elementos julgados relevantes no caso concreto.
2. RECLUSÃO E DETENÇÃO
Não obstante a existência de robusto movimento propugnando a completa eliminação da dualidade de penas privativas de liberdade, o atual Código Penal rejeitou, na reforma de 1984, a tendência de unificação do sistema prisional. Manteve, portanto, a distinção da pena privativa de liberdade em reclusão e detenção, de cunho eminentemente formal.
A diferenciação entre reclusão e detenção hoje se restringe quase que exclusivamente ao regime de cumprimento da pena, que na primeira hipótese deve ser feito em regime fechado, semiaberto ou aberto, enquanto na segunda alternativa – detenção – admite-se a execução somente em regime semiaberto ou aberto, segundo dispõe o artigo 33, caput, do Código Penal. Contudo, é possível a transferência do condenado a pena de detenção para regime fechado, demonstrada a necessidade da medida.
Não existe nenhuma distinção ontológica entre as modalidades de pena privativa de liberdade.
De conseguinte, a diferença entre reclusão e detenção é meramente quantitativa, fundada basicamente na maior gravidade da primeira. Não se trata de diferença ontológica – referente ao ser categorial, isto é, à sua natureza. Na verdade, não há qualquer diversidade estrutural e de essência entre as duas espécies de pena privativa de liberdade.
Ademais, a legislação penal brasileira, além de não oferecer outro critério de diferenciação que não seja o quantum da pena, apresenta inúmeras hipóteses de manifesta desproporção entre a pena privativa de liberdade abstratamente cominada e a gravidade do crime praticado.
Todavia, a espécie de pena privativa de liberdade aplicada influi na sequência de sua execução, quando da imposição cumulativa na hipótese de concurso material (vide art. 69, caput, CP), e também em relação ao estabelecimento penal de cumprimentoda pena (de segurança máxima, média e mínima), à incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela (art. 92, II, CP) e à submissão do agente inimputável a tratamento ambulatorial (art. 97, caput, CP).
3. REGIMES PENAIS
Preceitua o atual Código Penal (art. 33, caput) que a pena de reclusão deverá ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto; a pena de detenção, porém, será executada em regime semiaberto ou aberto – admitindo-se, excepcionalmente, a regressão para o regime fechado.
São, portanto, três os regimes de cumprimento das penas privativas de liberdade, a saber:
a) regime fechado: neste a pena privativa de liberdade será executada em estabelecimento de segurança máxima ou média (art. 33, §1.º, a);
b) regime semiaberto: admite a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (art. 33, §1.º, b);
c) regime aberto: o cumprimento da pena dá-se em casa de albergado ou estabelecimento adequado (art. 33, §1.º, c).
Desse modo, tem-se que no regime fechado o cumprimento da pena é feito em penitenciária, construída – quando se tratar de condenados homens – em local afastado do centro urbano, a distância que não restrinja a visitação (arts. 87 e 90, LEP).
O sentenciado aí alojado estará sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno (art. 34, §1.º, CP). A unidade celular (cela individual), além da infraestrutura essencial (dormitório, aparelho sanitário e lavatório), conterá também alguns outros requisitos básicos: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de seis metros quadrados (art. 88, LEP).
Já no regime semiaberto a pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou similar. Poderá o condenado ser alojado em compartimento coletivo, observados, porém, os requisitos de salubridade ambiental supramencionados, bem como as exigências básicas das dependências coletivas: a) seleção adequada dos presos; b) limite de capacidade máxima que atenda aos objetivos de individualização da pena (cf. arts. 91 e 92, LEP).
Na hipótese de saída para frequência a curso profissionalizante, de instrução do segundo grau ou superior, o tempo é o necessário para o cumprimento das atividades discentes; nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra (art. 124, §§2.º e 3.º, LEP).
O benefício é automaticamente revogado caso o condenado pratique crime doloso, seja punido por falta grave, desatenda as condições impostas na autorização ou revele baixo grau de aproveitamento do curso (art. 125, LEP).
A monitoração eletrônica, instituída pela Lei 12.258/2010, autoriza a fiscalização pelo método eletrônico de controle nas hipóteses de autorização de saída temporária no regime semiaberto e prisão domiciliar (art. 146-B, LEP).
Também, o artigo 319, IX, do Código de Processo Penal institui a monitoração eletrônica como modalidade de medida cautelar, substitutiva da prisão provisória.6
Por fim, o regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado (art. 36, caput, CP).
O cumprimento da pena privativa de liberdade é feito, em tese, em casa de albergado. O prédio desta deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga, devendo conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras, bem como instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados (arts. 94 e 95, LEP).
No regime aberto o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga (art. 36, §1.º, CP).
Assinala-se que a principal vantagem da prisão aberta consiste em permitir que o sentenciado “faça uma experiência de liberdade concreta, e não apenas simulada, pois tem oportunidade de viver e de trabalhar como um homem livre, embora ainda esteja cumprindo pena”.7
4. REGIME INICIAL
O juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade (cf. arts. 59, III, CP; 110, LEP).
Encontra-se obrigatoriamente sujeito às regras do regime fechado, desde o início da execução da pena privativa de liberdade, o condenado a pena de reclusão reincidente ou aquele a quem foi aplicada pena superior a oito anos (art. 33, §2.º, a, CP).
Convém ressaltar que os condenados reincidentes podem iniciar o cumprimento de pena em regime semiaberto desde que sua pena privativa de liberdade seja fixada em até quatro anos, e lhes sejam favoráveis as circunstâncias.8
Permite-se a progressão de regime ao condenado por crimes hediondos, segundo os critérios para sua concessão constantes da Lei 8.072/1990 (art. 2.º, §2.º).
Também, a Lei 9.455/1997 (define os crimes de tortura) estabelece que o condenado por crime nela previsto – salvo na hipótese do artigo 1.º, §2.º (omissão em face das condutas tipificadas, quando o agente tinha o dever de evitá-las ou apurá-las).
Em que pesem as previsões legais de cumprimento inicial da pena em regime fechado (crime hediondo e tortura), o Supremo Tribunal Federal declarou, de forma incidental, a inconstitucionalidade do artigo 2.º, §1.º da Lei 8.072/1990,9 afastando a obrigatoriedade de fixação do regime inicial fechado para condenados a crimes hediondos e equiparados (tortura, terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes).
Dessa forma, se o quantum de pena aplicada, em relação aos delitos citados, autoriza o início da execução da pena privativa de liberdade em regime semiaberto, o regime fechado não deve ser determinado de forma automática, apenas por força de lei.
É possível que o juiz fixe regime de pena inicial mais gravoso do que aquele autorizado pelo quantum da pena privativa de liberdade estabelecido, atendendo às circunstâncias judiciais desfavoráveis, em razão do disposto no próprio artigo 33, §3º do Código Penal. Porém, tal decisão deve ser motivada de forma adequada, para a qual não serve a mera “opinião” do julgador acerca da gravidade abstrata do delito.10
Quanto aos condenados à pena de detenção, calha observar que o caput do artigo 33 do Código Penal é expresso ao estabelecer que a detenção deve ser cumprida em regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de transferência para regime fechado. Isso significa que o sentenciado a pena de detenção não inicia a sua execução em regime fechado.
Corroborando essa afirmação, a Lei de Execução Penal (art. 87) dispõe que a penitenciária se destina ao condenado a pena de reclusão em regime fechado.
Entretanto, segundo o §2.º do artigo 33 do Código Penal, o condenado a pena de detenção reincidente, independentemente da quantidade aplicada, sempre iniciaria o seu cumprimento em regime fechado. Sobretudo em razão das distorções que esse entendimento geraria, propugna-se pela prevalência da regra geral constante do caput do artigo 33, permitindo que os condenados à pena de detenção reincidentes, assim como os não reincidentes condenados a pena superior a quatro e igual ou inferior a oito anos, iniciem seu cumprimento em regime semiaberto.
O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, a seu turno, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto (art. 33, §2.º, c, CP).
A pena de prisão simples, cominada para as contravenções penais, deverá ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto, vedada, portanto, a imposição de regime fechado (cf. art. 6.º, caput, LCP).
Para a determinação do regime inicial de cumprimento da pena concorrem, pois, dois fatores: a quantidade da pena imposta (art. 33, §2.º) e as condições pessoais do condenado (arts. 33, §3.º, e 59, CP).
No que diz respeito ao regime aberto, cumprido em prisão albergue, é imprescindível o atendimento pelo condenadodas seguintes circunstâncias, a fim de que possa nele ingressar: a) estar trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; b) apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime (art. 114, LEP).
Para a concessão de regime aberto, é impositivo o estabelecimento, pelo juiz, das seguintes condições gerais, sem prejuízo de outras especiais: a) permanência do condenado no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; b) saída para o trabalho e retorno nos horários fixados; c) compromisso de não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; d) comparecimento a juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado (cf. art. 115, LEP). O ingresso do condenado nesse regime menos rigoroso, porém, encontra-se condicionado à aceitação de seu programa e das condições impostas pelo juiz (art. 113, LEP).
5. REGIME ESPECIAL
As mulheres são submetidas a regime especial para a execução da pena privativa de liberdade. Assim, determina o artigo 37 do Código Penal que esta será cumprida em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal e as demais regras concernentes às penas privativas de liberdade.
Além dos requisitos básicos de cada unidade celular (art. 88, LEP), a penitenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar criança maior de seis meses e menor de sete anos, com a finalidade de assistir o menor desamparado cuja responsável esteja presa (art. 89, LEP).
O §3.º do artigo 83 da LEP (inserido pela Lei 12.121/2009) determina que a segurança das dependências internas dos estabelecimentos penais destinados a mulheres seja feita única e exclusivamente por agentes do sexo feminino.
Nessa perspectiva, a Constituição Federal de 1988 assinala que o cumprimento da pena deverá ser feito em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (art. 5.º, XLVIII), assegurando-se às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação (inc. L).
A Lei 9.460/1997, modificando o §1.º do artigo 82 da LEP, acrescentou que os maiores de sessenta anos – assim como as mulheres – deverão ser recolhidos a estabelecimentos próprios e adequados à sua condição pessoal.
O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), ao fixar o marco etário de 60 (sessenta) anos, veio a confirmar a regra constante do §1.º do artigo 82 da LEP.
6. PROGRESSÃO E REGRESSÃO
Após o início do cumprimento da pena privativa de liberdade segundo o regime fixado na sentença condenatória, permite-se, em razão da adoção, pelo ordenamento jurídico brasileiro, de um sistema progressivo, a transferência do condenado para um regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz.
A Lei 10.792/2003, que modifica a LEP e o Código de Processo Penal, suprime um dos requisitos para a progressão do acusado, qual seja o “mérito”, exigindo o cumprimento ao menos de um sexto da pena no regime anterior e atestado de bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento.
No entanto, verifica-se que o artigo 33, §2.º, do Código Penal não foi objeto de alteração pela nova lei, o que significa sua vigência plena no sentido de que as penas devem ser executadas progressivamente, segundo o mérito do condenando.
O mérito, salienta a doutrina, “traduz-se no merecimento, ou seja, in casu, na habilitação do condenado à progressão. E deve ser aferido em razão dos respectivos valores intrínsecos, morais e laborais, que o façam merecer o correspondente resultado, tal como na lei estabelecido – uma verdadeira recompensa, enfim, pelo seu comportamento prisional”.12
Portanto, para aferir o mérito do apenado o magistrado deve valer-se do exame criminológico, onde uma equipe multidisciplinar fornece elementos de ordem psíquica, psicológica, moral e ético-social sobre a eventual capacidade do acusado de progredir para um regime mais brando; atestado de boa conduta carcerária, além de outros elementos julgados essenciais para concessão da progressão de regime, tais como a reparação do dano, total ou parcial, a remanescente repercussão social no delito etc.
Enfim, o mérito vem a ser um elemento de conteúdo material indispensável para a progressão.
Assim, para a progressão do regime, além do requisito formal, objetivamente comprovado (cumprimento de ao menos um sexto da pena no regime anterior13), faz-se necessário, ainda, o requisito material representado pelo mérito do acusado (art. 33, §2.º, CP), que é objetivamente comprovado pela ostentação de bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, além de outros elementos valorados como relevantes para caracterizar o citado mérito. Dessa forma, os referidos artigos não estão numa relação de antinomia, mas sim de complementaridade.
Desse modo, é possível a transferência progressiva do condenado de um regime para outro, de menor rigor, ou seja, do regime fechado para o semiaberto, e deste para o aberto.
Como a tortura é equiparada aos crimes hediondos, não mais é aplicável essa obrigatoriedade quando for possível, por exemplo, em razão do quantum de pena aplicado, o início da execução em regime semiaberto. Isso em razão da declaração incidental de inconstitucionalidade do artigo 2.º, §1.º, da Lei 8.072/1990, referida anteriormente.
Através desse sistema, portanto, evolui-se progressivamente de um regime a outro, menos severo, desde que se comprove a presença concomitante de dois requisitos básicos: o cumprimento de pelo menos um sexto da pena no regime anterior (formal) e o mérito, avaliado pelo bom comportamento carcerário do preso, comprovado pelo diretor do estabelecimento, e, eventualmente, outros elementos necessários para a formulação de um juízo mais perfeito versando sobre o conceito de mérito, em razão das peculiaridades próprias da hipótese sob exame (material).
7. REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
A Lei 10.792/2003 introduz no ordenamento jurídico o regime disciplinar diferenciado (art. 53, V, LEP) para os presos provisórios e condenados, que pode ser aplicado nas seguintes hipóteses: a) quando a prática de fato previsto como crime doloso ocasione subversão da ordem ou disciplina internas (art. 52, caput, LEP); b) para presos nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52, §1.º, LEP); c) para o acusado em que recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando (art. 52, §2.º, LEP).
O regime disciplinar diferenciado apresenta as seguintes características: duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; recolhimento em cela individual; visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho do sol (art. 52, I, II, III, IV, LEP).
Ressalve-se, contudo, que a autoridade administrativa poderá determinar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias.
8. EXAME CRIMINOLÓGICO
Com o propósito de demarcar o início da execução científica das penas privativas da liberdade e da medida de segurança detentiva, além de buscar efetivar antiga norma geral do regime penitenciário, a classificação dos condenados, segundo preceitua a Exposição de Motivos da Lei de Execução Penal, é o desdobramento lógico do princípio da personalidade da pena, bem como exigência dogmática da sua proporcionalidade.
Desse modo, conhecendo-se a personalidade do condenado e analisado o fato cometido, permite-se a realização de um tratamento penitenciário mais adequado (item 26).
Em sede de exame criminológico, consagra-se a regra da facultatividade em qualquer forma de progressão (art. 112, LEP).Não obstante seja essa a orientação legislativa, revela-se imprescindível a realização do exame criminológico, principalmente nos delitos com violência, grave ameaça ou morte, uma vez que o juiz, promotor ou diretor do estabelecimento não têm, de regra, formação técnica – médica ou psicológica – para avaliar se o preso se encontra efetivamente apto para progredir de regime e, por fim, retornar ao convívio social14.
Incumbe à Comissão Técnica de Classificação existente em cada estabelecimento penitenciário a feitura do exame criminológico, que não se confunde com o exame de personalidade.
9. DIREITOS E DEVERES DO PRESO
O preso, durante o cumprimento da pena, conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral (art. 38, CP).
Também a Lei de Execução Penal preceitua com clareza que “ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela Lei” (art. 3.º).15
Com efeito, o próprio texto constitucional em vigor determina ser assegurado aos presos “o respeito à integridade física e moral” (art. 5.º, XLIX), já que é expressamente previsto que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante” (art. 5.º, III, CF).
A Lei de Execução Penal indica, em seu artigo 41, o repertório dos direitos do condenado, “a fim de evitar a fluidez e as incertezas resultantes de textos vagos ou omissos” (item 75 da Exposição de Motivos), nos seguintes termos:
“Constituem direitos do preso:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente”.16
10. TRABALHO PRISIONAL
O condenado a pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade (art. 31, LEP) – exceção feita ao condenado por crime político (art. 200, LEP).
Dispõe o artigo 39 do Código Penal que o trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva, sendo aplicáveis à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene (art. 28, caput e §1.º, LEP).
A jornada normal de trabalho interno não será inferior a seis, nem superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados (art. 33, LEP).
11. REMIÇÃO
A remição, introduzida no ordenamento jurídico por meio da Lei 7.210/1984, alterada pela Lei 12.433/2011, busca abreviar, pelo trabalho e pelo estudo17, parte do tempo da condenação.
Desse modo, o sentenciado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto18 poderá remir, pelo trabalho ou pelo estudo, parte do tempo de execução da pena (art. 126, caput, LEP), sendo que, para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem (art. 126, §3.º, LEP).
Prescreve o §1.º do citado dispositivo que a contagem do tempo, para esse fim, será feita, no caso do inciso I, à razão de um dia de pena a cada doze horas estudadas,19 sendo que, na hipótese do inciso II, à razão de um dia de pena por três dias de trabalho20. Exemplo: se o réu foi condenado a dois anos e oito meses de detenção e trabalhou por cento e vinte dias ou tenha acumulado quatrocentas e oitenta horas de estudo durante a execução, deverá cumprir dois anos, seis meses e vinte dias da pena privativa de liberdade aplicada, uma vez que teria direito de remir quarenta dias.
12. DETRAÇÃO
O artigo 42 do Código Penal, disciplinando a matéria, assinala que são computados, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo 41.
É preciso esclarecer que a prisão provisória mencionada pela lei é a prisão processual (cautelar), ou seja, a prisão que pode ocorrer previamente à sentença condenatória irrecorrível.
De igual modo, computa-se o tempo durante o qual o condenado encontrava-se internado em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou em outro estabelecimento adequado.
Porém, se sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental quando do curso da execução da pena privativa de liberdade, poderá o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, determinar a substituição da pena por medida de segurança (arts. 41, CP; 183, LEP), mas, nesse caso, o tempo de internação será regulado pelos dispositivos relativos às medidas de segurança (vide art. 97, CP).
Embora não se refira o mencionado artigo ao tempo de execução de penas restritivas de direitos (sobretudo nas modalidades de limitação de fim de semana e de prestação de serviços à comunidade), o entendimento dominante – e mais coerente – é o de que também nessa hipótese é perfeitamente cabível o reconhecimento da detração penal.22
Insere-se também na detração o tempo de prisão administrativa (não vale para a prisão civil). Por exemplo, a prisão administrativa em seara militar.
13. LIMITE DAS PENAS
Dispõe o artigo 75 do Código Penal que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a trinta anos.
Assim, quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior àquele limite máximo, devem elas ser unificadas para atendê-lo. Sobrevindo outra condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
A esse respeito, é oportuno destacar que a Constituição Federal de 1988 proíbe expressamente a existência de penas de caráter perpétuo (art. 5.º, XLVII, b).
Desse modo, na hipótese de condenação a várias penas privativas de liberdade – ex.: concurso material (art. 69, caput), concurso formal impróprio (art. 70, caput, 2.ª parte), crime continuado (art. 71, caput e parágrafo único) –, estas deverão ser somadas para efeito de concessão de livramento condicional (art. 84, CP), respeitado o limite máximo de trinta anos.
Quadro sinótico
	PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
	Sistemas penitenciários
	1. Sistema filadélfico (1790): defendia o completo isolamento celular.
2. Sistema auburniano (1818): baseado no trabalho coletivo, sob a regra do silêncio absoluto.
3. Sistemas progressivos:
a) modelo inglês – três períodos:
1.º isolamento celular;
2.º trabalho em comum, regido pelo silêncio;
3.º liberdade condicional;
b) modelo irlandês: aperfeiçoou o modelo inglês, introduzindo um período intermediário:
1.º isolamento celular;
2.º isolamento celular noturno e trabalho diurno em obras públicas;
3.º período intermediário, com trabalho externo e pernoite em estabelecimento penal;
4.º liberdade condicional.
4. Reformatórios: instituições prisionais destinadas principalmente aos adolescentes e jovens adultos infratores.
	Reclusão e detenção
	Diferenças entre reclusão e detenção restringem-sequase que exclusivamente ao regime de cumprimento da pena, que naquela deve ser feito em regime fechado, semiaberto ou aberto, e nesta somente em regime semiaberto ou aberto (art. 33, caput, CP). Há possibilidade de transferência do condenado à pena de detenção ao regime fechado, demonstrada a necessidade da medida.
	Regimes penais
	1. Regime fechado: pena executada em estabelecimento de segurança máxima ou média (art. 33, §1.º, a, CP);
2. Regime semiaberto: execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (art. 33, §1.º, b);
3. Regime aberto: cumprimento da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado (art. 33, §1.º, c).
	Regime inicial
	a) condenado a pena superior a oito anos inicia a pena em regime fechado (art. 33, §2.º, a, CP);
b) condenado não reincidente a pena superior a quatro anos e não excedente a oito poderá cumpri-la desde o início em regime semiaberto (art. 33, §2.º, b);
c) condenado não reincidente à pena igual ou inferior a quatro anos poderá desde o início cumpri-la em regime aberto (art. 33, §2.º, c).
Para a determinação do regime inicial de cumprimento da pena concorrem dois fatores: a quantidade da pena imposta (art. 33, §2.º) e as condições pessoais do condenado (arts. 33, §3.º, e 59, CP).
	Regime especial
	Maiores de sessenta anos (art. 82, §1.º, LEP) e mulheres são submetidos a regime especial para a execução da pena. Nesse caso ela será cumprida em estabelecimento próprio, observados os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal e regras concernentes às penas privativas de liberdade (cf. arts. 37, CP; 88 e 89, LEP).
	Progressão e regressão
	1. Progressão: transferência do condenado para um regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, tendo o preso cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e sendo merecedor da progressão (isto é, o mérito do apenado deve ser avaliado através do bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, além de outros elementos julgados relevantes no caso concreto).
2. Regressão: transferência do condenado para regime mais rigoroso na ocorrência de qualquer das hipóteses descritas nos artigos 118, da LEP, e 36, §2.º, do CP.
	Regime disciplinar diferenciado
	É cabível para os presos provisórios e condenados, e pode ser aplicado nas seguintes hipóteses: a) quando a prática de fato previsto como crime doloso ocasione subversão da ordem ou disciplina internas (art. 52, caput, LEP); b) para presos nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52, §1.º, LEP); c) para o acusado em que recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando (art. 52, §2.º, LEP). Possui as seguintes características: duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; recolhimento em cela individual; visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol (art. 52, caput e incisos I a IV, LEP).
	Exame criminológico
	Realizado pela Comissão Técnica de Classificação, é instrumento indispensável ao tratamento penitenciário, destinado a classificar e individualizar a execução.
	Direitos e deveres do preso
	Conservação, durante o cumprimento da pena, de todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral do preso (arts. 38, CP, e 40, LEP).
	Trabalho prisional
	a) obrigatório, desde que na medida das aptidões e capacidade do preso (art. 31, LEP);
b) remunerado, com jornada normal não inferior a seis nem superior a oito horas, além de descanso nos domingos e feriados (art. 33, LEP);
c) em comum e dentro do estabelecimento prisional, sendo o regime fechado, de acordo com as aptidões ou ocupações anteriores do condenado (art. 34, §2.º, CP); sendo o regime semiaberto, será realizado em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (art. 35, §1.º, CP).
	Remição
	
	
	Nos casos de cumprimento da pena em regime fechado ou semiaberto haverá resgate, pelo trabalho e estudo, de parte do tempo de execução (art. 126, caput, LEP), à razão de um dia de pena por três dias de trabalho e um dia de pena para cada 12 horas de frequência escolar, sendo os dias remidos considerados como tempo de pena cumprida.
Condenado punido por falta grave (arts. 50 e 52, LEP), o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido (art. 127, LEP).
	Detração
	Descontam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no exterior, o de prisão administrativa e o de internação em quaisquer dos estabelecimentos referidos no artigo 41 do CP.
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