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Aires de Andrade Sixpenze A integração no Mercosul Licenciatura em Relações Internacionais Tete, Abril de 2020 2 Aires de Andrade Sixpenze A integração no Mercosul Trabalho a ser apresentado na cadeira de Comércio Internacional, do curso de licenciatura em Relações Internacionais ] Tete, Abril de 2020 3 Índice 1. Introdução.................................................................................................................. 4 1.1. Objetivos ................................................................................................................ 4 1.1.1. Geral ................................................................................................................... 4 1.1.2. Específicos ......................................................................................................... 4 1.2. Metodologia ........................................................................................................... 5 2. Objetivos do Mercosul .............................................................................................. 6 2.1. Principais características do Mercosul .................................................................. 6 2.2. O MERCOSUL na atualidade ............................................................................... 7 2.3. Etapas do processo de integração econômica do Mercosul ....................................... 8 3. Conclusão ................................................................................................................ 11 4. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 12 4 1. Introdução O presente trabalho ira abordar acerca Mercosul onde estará patente o conceito, o objetivo da criação da mesma, as características, os países constituintes, isto é, a integração no Mercosul. O Mercado Comum do Sul, conhecido como Mercosul, é um bloco econômico sul- americano formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados e observadores. Foi criado oficialmente em 1991, na tentativa de aumentar a oferta de emprego e renda, melhorar a produtividade e intensificar as relações econômicas entre os países. Esse bloco econômico regional é muito parecido com outros existentes pelo mundo, mas apresenta peculiaridades próprias da região sul-americana. O Mercado Comum do Sul resultou de negociações que surgiram ainda na década de 1980. Na ocasião, em 1985, José Sarney (então presidente do Brasil) e Raúl Alfonsin (então presidente da Argentina) conversavam sobre um projeto de integração que envolvia Brasil e Argentina. As conversas amadureceram e, no início da década de 1990, em pleno período de Nova Ordem Mundial e predominância do capitalismo, outros dois países foram convidados a participar dessa integração: Uruguai e Paraguai. No dia 26 de março de 1991, na cidade de Assunção, capital do Paraguai, foi assinado o Tratado de Assunção, documento que oficializou a criação do Mercosul, que tem sua sede oficial localizada em Montevidéu, Uruguai. A partir dessa data, estava oficializado o bloco econômico que envolve os quatro países: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 1.1.Objetivos 1.1.1. Geral Estudar acerca da integração no Mercosul 1.1.2. Específicos Descrever de forma histórica a criação e integração da Mercosul Analisar o objetivo da criação desse bloco econômico Ilustrar as etapas do processo de integração econômica do Mercosul https://brasilescola.uol.com.br/geografia/acordos-economicos.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-jose-sarneypolitica-externa.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/nova-ordem-mundial.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/capitalismo.htm 5 1.2.Metodologia O presente trabalho foi elaborado na base da pesquisa bibliográfica e na recolha de dados em certos manuais retirados na internet, onde fez-se a análise e compilação desses dados e os respectivos autores estarão ilustrados nas referencias bibliográficas. 6 2. Objetivos do Mercosul O objetivo principal do Mercosul, no início de sua criação, era estabelecer uma zona de livre comércio entre os países envolvidos. Essa zona garantiria a circulação comercial de produtos sem precisar dos trâmites burocráticos em relação a uma exportação. Esse objetivo foi alcançado em 1994. A partir daí, outro objetivo foi idealizado: a criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC), em 1995. Essa tarifa é utilizada para produtos importados que entram nos países envolvidos. Todos os quatro (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) devem cobrar um imposto comum e único para esses produtos que vêm de fora (importados), evitando, assim, que um dos países dê preferência a um tipo de produto e que esse país seja porta de entrada de algumas mercadorias. Entretanto, alguns produtos não se enquadram na TEC, como alguns medicamentos e produtos de higiene (fraldas para bebês e absorventes), o que revela a união aduaneira (zona de livre comércio que adotou uma TEC) imperfeita do Mercosul. Essa prática é fundamentada pela Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LeTec). De forma resumida, estes são alguns dos objetivos principais do Mercosul: Zona de livre comércio, com liberação de mercadorias. Tarifa externa comum (TEC), um imposto único para produtos que entram nos países-membros; União aduaneira, que completa a TEC. 2.1.Principais características do Mercosul Além da criação de uma zona de livre comércio, a TEC e uma gradual integração entre os países-membros, o Mercosul possui livre circulação de pessoas e serviços. Isso significa que profissionais de várias áreas (médicos, professores, jornalistas, entre outros) podem exercer suas funções em qualquer um desses países (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai), com diploma validado, além da entrada permitida apenas com o documento de identidade do país de origem. Outra característica do Mercosul é o aumento das negociações entre os países fundadores. Em 1991, as trocas comerciais eram de 4,5 bilhões de dólares. Em 2018, esse número subiu quase 10 vezes, totalizando 44 bilhões. Se visto como um todo, o Mercosul seria a quinta maior economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de quase 2,8 trilhões de dólares. Além disso, esse bloco é um espaço privilegiado para investimentos, associações empresariais, turismo, comércio, entre outros cenários econômicos. https://brasilescola.uol.com.br/economia/pib.htm 7 Nos últimos anos, o número de turistas argentinos no Brasil cresceu significativamente e o oposto também ocorreu: turistas brasileiros na Argentina. Além disso, várias multinacionais abriram filiais em um país-membro para exportar para os demais. Entretanto, caso uma crise ocorra em um dos países, todos são afetados, como a que aconteceu em 1999, com a desvalorização da moeda brasileira naquele ano. Para um país se tornar membro oficial, algumas cláusulas que estão no Tratado de Assunção devem ser respeitadas. Uma delas é a de respeito à democracia (cláusula democrática). Caso um país passe por uma ditadura ou desrespeite os ritos de ampla defesa em seus processos judiciários, há a suspensão do bloco até que a ordem seja restabelecida. Em 2012, o Paraguai abriu processo de impeachment contra o então presidente Fernando Lugo em menos de 24 horas, não garantindo ao político o direito de defesa. O país foisuspenso do bloco até que fossem realizadas novas eleições, fato que ocorreu em 2013. No ano de 2016, a crise na Venezuela atingiu níveis alarmantes, com um governo autoritário e com pouca liberdade de expressão. Diante disso, esse país foi suspenso do bloco, fato que permanece até hoje. 2.2. O MERCOSUL na atualidade O MERCOSUL atravessa um processo de fortalecimento econômico, comercial e institucional. Os Estados Partes consolidaram um modelo de integração pragmático, voltado para resultados concretos no curto prazo. O sentido da integração do MERCOSUL atual é a busca da prosperidade econômica com democracia, estabilidade política e respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. Os resultados desse novo momento do MERCOSUL já começaram a aparecer. Entre os muitos avanços recentes, destacam-se: - aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, que amplia a segurança jurídica e aprimora o ambiente para atração de novos investimentos na região (2017); - conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL, que cria oportunidades de negócios para as nossas empresas, amplia o universo de fornecedores dos nossos órgãos públicos e reduz custos para o governo (2017); https://brasilescola.uol.com.br/economia/empresas-multinacionais.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/democracia.htm https://brasilescola.uol.com.br/politica/impeachment.htm https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/crise-na-venezuela.htm https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/crise-na-venezuela.htm 8 - encaminhamento positivo da grande maioria dos entraves ao comércio intrabloco (2017); - modernização no tratamento de questões regulatórias, com a reforma dos procedimentos de elaboração e de revisão de regulamentos técnicos, o que permitirá atualizá-los à luz de referências internacionais mais recentes, e com a retomada do dinamismo dos órgãos técnicos regulatórios (2017); - esforços para o fortalecimento do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM), como demonstra a assinatura de acordo-quadro entre o FOCEM e o FONPLATA (2018); e - a aprovação do programa de trabalho para a agenda digital do MERCOSUL, que nos aproximará da vanguarda de discussões internacionais com reflexos em áreas como governo digital, segurança cibernética e comércio eletrônico (2018). 2.3. Etapas do processo de integração econômica do Mercosul Um processo de integração econômica caracteriza-se por um conjunto de medidas de caráter econômico, que têm por objetivo promover a aproximação e a união entre as economias de dois ou mais países. O grau de profundidade dos vínculos que se criam entre as economias dos países envolvidos em um processo de integração econômica permite que se visualize, ou determine, as fases ou etapas do seu desenvolvimento. A teoria do comércio internacional registra a classificação de cinco tipos de associação entre países que decidem integrar suas economias: 1-A Zona de Preferência Tarifária é o mais elementar dos processos de integração, apenas assegura níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a Zona. Assim, uma ZPT estabelece que as tarifas incidentes sobre o comércio entre os países membros do grupo são inferiores às tarifas cobradas de países não membros. A ALALC, por exemplo, procurou estabelecer preferências tarifárias entre seus onze membros, ou seja, entre todos os Estados da América do Sul que aderiram à tentativa de integração comercial, excluídas apenas a Guiana e o Suriname, e incluindo-se ainda o México. 9 2- uma segunda modalidade, a Zona de Livre Comércio (ZLC), consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio entre os países que constituem a ZLC. O NAFTA (North America Free Trade Area), ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte, firmado entre os Estados Unidos, o México e o Canadá, é um exemplo de ZLC. 3- a União Aduaneira é uma Zona de Livre Comércio que adota também uma Tarifa Externa Comum (TEC). Nessa fase do processo de integração, um conjunto de países aplica uma tarifa para suas importações provenientes de países não pertencentes ao grupo qualquer que seja o produto, e, por fim, prevê a livre circulação de bens entre si com tarifa zero. O exemplo mais conhecido desse tipo de integração foi a Zollverein (União Aduaneira, em alemão), idealizada e impulsionada por Otto von Bismarck, o grande líder responsável pela unificação política da Alemanha, em 1850. A Zollverein foi criada em 1835 e dissolvida em 1866. Até 1992, a Comunidade Econômica Europeia foi uma União Aduaneira, daí avançando para um estágio mais adiantado de integração, o Mercado Comum. O Mercado Comum, o quarto estágio de integração econômica, difere fundamentalmente da União Aduaneira porque, além da livre circulação de mercadorias, requer a circulação de serviços e fatores de produção, ou seja, de capitais e pessoas. Porém, deve-se ressaltar que, além da livre circulação de bens, serviços e fatores de produção, todos os países membros de um Mercado Comum devem seguir os mesmos parâmetros para fixar a política monetária (fixação de taxas de juros), a política cambial (taxa de câmbio da moeda nacional) e a política fiscal (tributação e controle de gastos pelo Estado), ou seja, os países membros devem concordar com o avanço integrado da coordenação das suas políticas macroeconômicas. A União Europeia, até 1992, foi um exemplo acabado de integração pela via do Mercado Comum, quando, então, prosseguiu para o estágio mais avançado, passando a se constituir em uma União Econômica e Monetária. 10 4- A União Econômica Monetária é a etapa mais avançada dos processos de integração econômica, até agora alcançada apenas pela União Europeia. A União Econômica e Monetária ocorre quando existe uma moeda comum e uma política monetária com metas unificadas e reguladas por um Banco Central comunitário. A União Europeia tem, desde 2003, como moeda corrente o Euro, cuja emissão, controle e fiscalização dependem do Banco Central Europeu. De acordo com a classificação exposta nos parágrafos anteriores, o Mercosul é, desde 1º de janeiro de 1995, uma União Aduaneira, mas o objetivo dos países que o integram, e que está consubstanciado no primeiro artigo do Tratado de Assunção, é a construção de um Mercado Comum. Assim, de modo resumido, pode-se afirmar que o Mercosul é o projeto de construção de um Mercado Comum, cuja execução encontra-se na fase de União Aduaneira imperfeita. 11 3. Conclusão Chegados a esse ponto apenas realçar que as trocas dentro do bloco multiplicaram-se em nove vezes desde a criação do MERCOSUL, passando de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 40,4 bilhões em 2017 (levando-se em conta apenas o comércio entre os sócios fundadores). Nos últimos cinco anos, a média tem sido de US$ 40,8 bilhões (dados também referentes ao comércio entre os sócios fundadores). O MERCOSUL é o principal receptor de investimentos estrangeiros no continente. Segundo os últimos dados disponíveis na UNCTAD, o MERCOSUL recebeu 47% (2015) e 46% (2016) dos investimentos estrangeiros diretos na América Latina e Caribe e 65% (2015 e 2016) da América do Sul. Houve também aumento da participação percentual do bloco como destino de investimentos estrangeiros no mundo: nos anos pré-crise (2005- 2007), o MERCOSUL recebia 2% do investimento mundial; em 2015, recebeu 4,4%; e, em 2016, 3,7%. A ampliação da agenda econômica da integração contribuiu também para incremento significativo dos investimentos diretos destinados pelos Estados Partes aos demais sócios do bloco. 12 4. Referências Bibliográficas AGOSTINE, C. Acordos bilaterais são preferíveis ao Mercosul. Valor Econômico, jun. 2013.ALMEIDA, P. A economia política da integração regional latino-americana: uma visão ultrarrealista do estado da arte institucional. Florianópolis: RIDB, 2012. 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