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UNIP – Fichamento A Aluno: Laura Pereira Sampaio Livro: OFICINA, Goma (org.) Arquiteturas Contemporâneas no Paraguai. São Paulo, Romano Guerra Editora e Editora Escola da Cidade, 2019. Disciplina: Arquitetura e Urbanismo Integrados / Docente: Gustavo Soares Pires de Campos. - A base central do livro é um grupo de arquitetos estabelecidos em Assunção desde a década de 1990. O objetivo é a investigación, no espanhol, pode ser traduzida como pesquisa ou experimentação – teórica ou prática. Pag. 53 - Dinâmica presente na relação de sobreposição entre o arquiteto e o empreiteiro, pois o desenho alimenta a construção e vice – versa. - Trata a concentrações de responsabilidades dos profissionais como maior autonomia e controle sobre as decisões em suas obras, pois o arquiteto passa a não somente fazer o projeto detalhadamente, e sim é o responsável técnico da obra, é ele quem desenha, contrata a mão de obra e faz os orçamentos. “Não é uma arquitetura do detalhe desenhado, mas sim que demanda por sujar os pés no barro e buscar um alto grau de sofisticação de recursos matéricos”. Pag. 53 - A prática se estende ao ensino. Alunos de diferentes níveis na graduação são realizam atividades e exercícios para compreender a metodologia. Onde estimula-se o erro na busca por inovação. O desenho não é o único método, maquetes e protótipos compõem os estudos do processo de construção, estes essenciais para pleno entendimento. - O ensino reflete no trabalho dos escritórios, os trabalhos dos alunos colaboram nos projetos e obras dos escritórios. - O projeto realizado pelo Coletivo Aqua Alta, para a Bienal de Veneza de 2014, exemplifica a articulação entre a pratica e o ensino. - A construção do protótipo da instalação El Peso del Agua foi resultado de um workshop que reuniu professores, arquitetos e estudantes. Pois o arquiteto Javier Corvalán não queria expor somente sua própria obra, e algo capaz de representar o país. 1 - O mutirão entre alunos paraguaios e italianos rendeu a instalação que levou a fio a ideia de construir com o peso da água. Chapas arqueadas de madeira foram tensionadas, formando um espaço semelhante ao leito de um rio. - Este elemento é o que estrutura a forma da paisagem socioeconômica no Paraguai. - A energia elétrica das usinas de Itaipu e de Yaciretá é o maior produto de exportação. As principais cidades também localizam-se as margens dos grandes rios, e as moradias que ocupam as várzeas dos rios sofrem com as enchentes. - No fim do ano de 2014 uma grande enchente na Chacaritas foi o que reuniu novamente os participantes do Coletivo Aqua Alta. Em busca de uma solução emergencial para os afetados, utilizando materiais baratos e comumente descartados. - A Puente Flotantes dispunha de um orçamento muito apertado, e a partir do uso de materiais sem requinte e quebra com normas técnicas, reduziram significativamente o custo da obra. “Ninguém pode inovar sobre o que não conhece!” Pag. 60 - O Paraguai possui um baixo desenvolvimento tecnológico e indústrias iniciantes, dependem da importação e de mão de obra precária, sendo a inventividade, uma forma de ganhar autonomia tecnológica e artística. O tijolo se destaca neste quesito, pois é um material local e com muitas possibilidades. - Com o tijolo é possível desenvolver paredes plissadas, abóbadas, placas pré- moldadas, treliças, lajes e outras soluções. Pag. 65 - Os arquitetos do OCA, do Estúdio Elgue, do Oficinas Nordestes, e do Mínimo Común Arquitectura, se apropriaram e desenvolveram a linguagem de autonomia do tijolo, e reverberam também a exploração econômica de outros materiais, como reutilização de madeiras e pneus, como ocorreu na Plaza de Nuestros, de Lukas Fuster (Imagem 1). 2 Imagem 1: Plaza de Nuestros. Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/764076/a-praca-dos-nossos-sonhos-lukas- fuster/54f6724de58ece8431000153> - Javier Corvalán, investiga em seu Laboratório de Arquitetura, parte de outra noção de contexto, na qual a especificidade de cada encargo é denotada de um universo de possibilidades, da inventabilidade contínua e da pluralidade de sua linguagem. Referindo o processo projetual como um nó. O qual ele diz: “[...] Não é linear, ainda que tudo fosse parte, aparentemente, de um mesmo fio. Mas na verdade é um nó, do qual vão desatando partes. De repente sai uma boa parte do conjunto, pode começar por cima ou por baixo... Sobretudo porque os contextos são muito variados, muito diferentes.” Pag.68 - Portanto fica claro que cada contexto encaminha a escolha de diferentes materiais e métodos, sem repetir uma premissa já utilizada. De forma, como dizem os colaboradores: “Se uma casa se parece o menos possível com a outra, estou feliz. Quer dizer que não me prendi a uma caligrafia, senão que a ideia é que eu possa comparar-me comigo mesma e siga melhorando.” Pag. 68 - A fala dos colaboradores do escritório fica clara quando vemos algumas das casas projetadas por eles. (Imagem 2, 3 e 4) 3 Imagem 2: Casa Hamaca/ Casa Rede – Laboratório de Arquitectura Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/01-143974/casa-rede-slash-laboratorio-de arquitectura/5128fe40b3fc4b11a7005996-1291604427-foto-4-jpg> Imagem 3: Umbráculo – Laboratório de Arquitectura Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/01-146699/casa-gertopan-slash- laboratorio-de-arquitectura> 4 Imagem 4: Casa Obscura – Javier Corvalán + Laboratório de Arquitectura Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/01-137220/casa-obscura-javier-corvalan- mais-laboratorio-de-arquitectura> - Outro projeto importante do Laboratório é o da Capela San Miguel. Também com orçamento restrito contou com a colaboração de estudantes que trabalhavam no escritório na época. A construção foi feita a partir de um mutirão, e o conhecimento local sobre a técnica do concreto armado fez com que fosse esta adotada. - A implantação aproveitou o desnível do terreno, aonde a capela foi elevada por pilares de madeira ao nível da rua, e assim permitiu que seu piso servisse como cobertura para uma área de atividades comunitárias (Imagem 5 e 6). Imagem 5: Capela San Miguel – Javier Corvalán + Laboratório de Arquitectura 5 Imagem 6: Capela San Miguel – Javier Corvalán + Laboratório de Arquitectura Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/898906/capela-de-cerrito-capela-san-miguel-arcangel-javier- corvalan-plus-laboratorio-de-arquitectura?ad_medium=widget&ad_name=more-from-office-article- show> - No projeto e execução da casa no bairro de Makai, na periferia de Luque em Assunção, José Cubilla utilizou abordagens semelhantes. A casa seria ocupada por uma família de órfãos. O orçamento também era restrito, por isso novamente adotou-se o mutirão formado por estudantes e professores de arquitetura e a comunidade para a construção. Neste projeto foi adotado o método de terra apiloada, terra batida, para a construção. - Após esta experiência com terra apiloada, a técnica passou a ser empregada com maior frequência por outros escritórios. “Essa pesquisa com terra é um dos desdobramentos de uma postura contextual na qual os arquitetos utilizam ao máximo os materiais disponíveis no próprio local.” - O projeto Casa Boceto, que sediaria o escritório de Arquitetura de Luis Elgue e Cynthia Solís, ao em vez de optar por demolição, resolveu desmontar a casa existente e utilizar seus tijolos para a nova construção. Sendo um exemplo claro do que foi citado acima. 6 - Ainda sobre a Casa Boceto, durante a obra vários problemas surgiram, levando os arquitetos a resolverem no próprio canteiro. - Esboço – trata-se de um croqui. Este servindo como uma representação do método de investigação: Um projeto que não esta concluído na prancheta, mas que se desenvolve dentro do espaço que ele mesmo constrói.- Esta maneira de investigação aproxima os arquitetos, que ao utilizarem o método obtém resultados plurais, nutrindo um constante diálogo. - Os projetos escolhidos para amostra inserem a produção do Paraguai, antes isolada, no contexto da arquitetura contemporânea internacional. 7
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