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Parecer Jurídico atividade A2 direito civil e teoria geral do direito

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Parecer Jurídico
Assunto: Uso indevido de imagem, Invasão de privacidade, Capacidade Civil
Nome do Solicitante: Bernardete Leia 
Ementa: UTILIZAÇÃO SIMULADA DA IMAGEM DA AUTORA EM PUBLICIDADE - DANO MORAL CONFIGURADO - ADEQUAÇÃO DO VALOR DOS DANOS MORAIS. DIREITOS DA PERSONALIDADE.CAPACIDADE CIVIL. CAPACIDADE CIVIL PROCESSUAL.INTIMIDADE E PRIVACIDADE.
Relatório: Trata- se de um parecer formulado pela Doutora Gisella Carolina Gonzaga de Carvalho, referente aos supostos direitos que foram violados em relação a Bernardete Leia. Apesar da empresa Ponini alegar que não difamou Bernardete Leia em relação a utilização de sua imagem e a Wansung alegar que não usou sósia para fazer um comercial que iria ser divulgado em rede de televisão e que não se utilizou da imagem da Bernardete Leia praticando uma conduta ilícita. Tendo em vista que alguns direitos foram violados em relação a Bernardete Leia, o parecer procura esclarecer a solicitante Bernartdete a procedência do caso e as seguintes questões:
I. Pode a jogadora Bernardete Leia atuar por si ou precisa ser representada? 
II. A editora Ponini violou algum direito da atleta? 
III. A empresa dona da marca de televisão, Wamsung, violou algum direito da atleta? 
IV. O que pode a atleta Bernardete exigir da editora Ponini e da empresa Wamsung? 
Fundamentação: A digníssima senhora Bernardete Leia esclarecemos que, a capacidade civil no ordenamento jurídico brasileiro pode ser conceituada segundo Washington de Barros Monteiro como: 
“é a aptidão para adquirir direitos e exercer, por si ou por outrem, atos da vida civil”.1
Carlos Alberto Gonçalves também conceitua a capacidade: 
“A capacidade é a medida da personalidade, pois para uns é plena e, para outros, limitada.”2
1 MONTEIRO, DE BARROS WASHINGTON. Curso de Direito Civil- Parte Geral. 41ªed. São Paulo. Ed. Saraiva.2007.
2 GONÇALVES. CARLOS ALBERTO. Direito Civil Brasileiro - Parte Geral - V. 1 - 17ª Ed. São Paulo. Ed. Saraiva. 2019.
A capacidade civil pode ser divida em duas espécies, a capacidade de gozo e a capacidade de fato, que esta conceituada da seguinte maneira pelo autor Silvio de Salvo Venosa:
“A capacidade de fato é a aptidão da pessoa para exercer por si mesma os atos da vida civil. Essa aptidão requer certas qualidades, sem as quais a pessoa não terá plena capacidade de fato. A capacidade de, que todo ser humano possui é atribuída a todo ser humano”3
A Capacidade Civil está classificada e fundamentada no ordenamento jurídico pelo Código Civil Brasileiro onde se tem a especificação de cada uma das capacidades em seus artigos: 
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;  
IV - os pródigos.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial”
Os absolutamente incapazes têm que ser representados pois possuem capacidade de direito e não possuem a capacidade de fato.
Os atos praticados pelos absolutamente incapazes são nulos, isso está fundamentado no Código Civil pelo artigo: 
“Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;”
A capacidade processual está estabelecida como capacidade civil e é conquistada, instantaneamente, aos 18 anos, desde que o sujeito tenha discernimento. Os regimes que inteiram a incapacidade é a representação e a assistência. A capacidade processual esta expressa no Código de Processo Civil nos artigos: 
“Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.
3 VENOSA. SILVIO DE SALVO. Direito Civil- Parte Geral. 20ªed.São Paulo. Ed. Gen-Atlas.2020
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.”
O conceito de direito da personalidade é dado por Carlos Alberto Gonçalves em seu livro como: 
“A concepção dos direitos da personalidade apoia -se na ideia de que, a par dos direitos economicamente apreciáveis, destacáveis da pessoa de seu titular, como a propriedade ou o crédito contra um devedor, outros há, não menos valiosos e merecedores da proteção da ordem jurídica, inerentes à pessoa humana e a ela ligados de maneira perpétua e permanente. São os direitos da personalidade, inalienáveis e cuja existência tem sido proclamada pelo direito natural, destacando -se, dentre outros, o direito à vida, à liberdade, ao nome, ao próprio corpo, à imagem e à honra.” 4
Os direitos da personalidade estão disciplinados no Código Civil em seus artigos:
“art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
 Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
 Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
 Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
 Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.”
4 Gonçalves. Carlos Alberto, Direito Civil Esquematizado. 6ªed. São Paulo. Ed. Saraiva.2016.
Fundamentado também na Constituição Federal de 1988:
“art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".
 
Maria Helena Diniz conceitua sobre o direito de imagem da seguinte forma:
“o direito à imagem é autônomo, não precisando estar em conjunto com a intimidade, a identidade a honra etc. Embora possam estar, em certos casos, tais bens a ele conexos, isto não faz que sejam partes integrantes um do outro”5
Estando fundamentado esse direito também no ordenamento jurídico pelo Código civil em seu artigo: 
“art.20 Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”
Um caso parecido foi o do apresentador Cazé Peçanha em que o CNA uma escola de idiomas usou um “clone” do apresentador para realizar um comercial se utilizando de um personagem com as mesmas características do apresentador veiculando assim sua imagem. Segundo a Jurisprudência de caso similar ao referido: 
 “TJSP, APELAÇÃO CÍVEL n° 994.03.015985-0 (332.231-4/5),Rel. Antonio Vilenilson, julgado em 2 fevereiro 2010. Ementa UTILIZAÇÃO SIMULADA DA IMAGEM DO AUTOR EM PUBLICIDADE - DANO MORAL CONFIGURADO - ADEQUAÇÃO DO VALOR DOS DANOS MORAIS.
ACORDAM, em Nona Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por votação unânime, dar parcial provimento ao recurso. A r. sentença de fls. 324-330, cujo relatório adoto, acolheu em parte pedido de indenização por danos materiais e morais resultantes de simulada utilização da imagem do autor. Apela a ré. Insiste em que é parte ilegítima (a prova oral e documental mostra que ela não contatou o autor). Crê descabido o dano moral, pois a imagem utilizada é de terceiro. Tampouco há interesse processual: a imagem veiculada não se assemelha à do autor. Sobre não serem exclusividade do apelado as características "careca, terno e de óculos", o paletó e os óculos usados na propaganda não se assemelham aos dele. Sustenta que não há prova alguma de que a publicidade tinha o intuito de lembrar a imagem do Cazé.”.
5 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil. 20 ed., São Paulo: Saraiva, 2003 p.31 e 32
Conclusão: Todavia, a Sra. Bernardete Leia, ponderamos esse Parecer Jurídico.
Diante dos fatos, a Sra. Bernardete Leia por possuir 17 anos se enquadra no art.4º inciso I do Código Civil como relativamente incapaz, ou seja, ela estará limitada ao art. 71 do Código de Processo Civil, onde os menores podem ser representados ou assistidos por seus pais tutores ou curadores na forma da lei. Os menores de 16 anos serão representados, os maiores de 16 anos e menores de 18 anos serão assistidos. No caso de Bernardete ela deverá ser assistida.
Em relação a Editora Ponini, Bernardete teve o direito ao nome fundamentado no art.17 e art.18, direito de imagem art.20, a privacidade e intimidade art. 21 violados pela empresa, já a empresa Wamsung violou somente o direito de imagem da atleta, cabendo processo em relação a violação desses direitos. Bernardete Leia deve instaurar processo legal na área civil com pedido de danos morais e materiais pois as empresas atingiram um patrimônio incorpóreo de uma pessoa natural ou uma pessoa jurídica, os direitos da personalidade. No dano material busca-se a reposição do numerário que deu causa ao prejuízo sofrido, ao passo que no dano moral, a reparação se faz por meio de uma compensação ou reparação que satisfaça o autor pelo mal sofrido.
São Paulo,17 de maio de 2020
Doutora Gisella Carolina Gonzaga de Carvalho
Campos Souza Advogados
 			 		RA:820150104
 		_______________________

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