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DAS VARIAS ESPECIES DE CONTRATOS 1

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DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO
I - DA COMPRA E VENDA
I.1.- Conceito:
A definição do instituto pode ser extraída do art. 481, CC: “Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”.
Assim, trata-se de um contrato donde defluem obrigações recíprocas para cada uma das partes. Para o vendedor, a obrigação de transferir o domínio da coisa; para o comprador, a de entregar o preço.
I.2) O caráter obrigacional da compra e venda
No direito brasileiro, os efeitos derivados do contrato são meramente obrigacionais, e não reais, pois a compra e venda não transfere, por si só, o domínio da coisa vendida, mas apenas gera para o vendedor a obrigação de transferi-lo.
Há a necessidade, portanto, no tocante aos bens móveis, da tradição para a transferência da propriedade.
Demonstra tal tese o art. 1.267, CC, que afirma que a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Seguiu o nosso código a orientação do direito romano, desprezando a tradição francesa para quem do contrato de compra e venda derivam efeitos reais, visto que, através dele, e sem outras formalidades, o comprador adquire o domínio.
I.3) Natureza Jurídica
A compra e venda é contrato:
Consensual; em oposição aos contratos reais, se aperfeiçoa independentemente da entrega do objeto, pela mera coincidência da vontade das partes sobre o preço da coisa (art. 482, CC)
Sinalagmático; envolve prestações recíprocas de ambas as partes;
Oneroso; implica sacrifício patrimonial para ambos os contratantes;
Comutativo; a estimativa da prestação a ser recebida por qualquer das partes pode ser feita no ato mesmo em que o contato se aperfeiçoa.
Em alguns casos, no entanto, nos deparamos com contratos aleatórios – art. 458, CC e art. 459, CC. Exemplificamos a questão com a “venda de coisa futura”: frutos de uma colheita esperada.
Alguns casos sujeito à forma prescrita em lei, mas no mais das vezes independendo de qualquer formalidade.
I.4) Elementos da Compra e Venda
Extrai-se do art. 482, CC três elementos:
a) consensualismo: basta o acordo de vontades, deve recair sobre o objeto e sobre o preço;
b) preço: deve ser em dinheiro sob pena, em determinados casos, de caracterizar contrato de troca; deve também ser sério sob pena de ser entendido como doação.
Deve ser determinado ou, ao menos, determinável. Nesse sentido, a lei autoriza que as partes deixem a sua fixação a critério de terceiros (art. 485, CC), ou a taxa de mercado (art. 486, CC).
Não se admite, porém, que uma das partes exclusivamente posso fixar o preço (art. 489, NCC)
c) coisa: engloba todas as coisas móveis e imóveis que não estejam fora do comércio.(escapam as insuscetíveis de apropriação e as legalmente inalienáveis).
I.5) Da Venda de Coisa Alheia:
De regra é nula, pois ninguém pode alienar o que não é seu. Duas exceções:
a) o vendedor, ao depois e antes que o comprador sofra a evicção, torne-se proprietário da coisa.
b) se as partes souberem desde o início que a coisa pertence a terceiro, o negócio valerá como promessa de fato de terceiro, uma vez que o alienante estará prometendo que obterá a anuência do proprietário para vender a coisa.
I.6) Conseqüências subsidiárias decorrentes da compra e venda:
a) obrigações acessórias: responsabilidade pela evicção e pelos vícios redibitórios:
O alienante responde pela perda que o adquirente venha a sofrer ao ser privado da coisa comprada, em virtude de sentença judicial que a atribuir a terceiro, como também responde pelos vícios ocultos de que a coisa vendida por acaso seja portadora.
b) despesas do contrato:
As partes podem fixar quem deverá arcar com as despesas mas, no silêncio, o art. 490, CC, determina que as despesas de escritura ficarão a cargo do comprador e as de tradição a cargo do vendedor.
c) o problema dos riscos:
O art. 492, CC, determina que “até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador”
O parágrafo 1o. do art. 492 estipula que os casos fortuitos ocorridos no ato de contar, marcar ou assinalar coisa que já estiverem a disposição do comprador, correrão por conta destes. Veremos exceção a esta regra quando o comprador estiver em mora de receber a coisa comprada (parág. 2o. do art. 492, CC)
d) a questão da garantia:
Por seu um contrato bilateral, não sendo ajustado prazo diferenciado, a permuta das prestações deve ser simultânea. Nesse sentido, o art. 491, CC. Verifica-se, aqui, que a lei mune o vendedor de uma “direito de retenção”.
O art. 495, CC, determina que o vendedor poderá sobrestar a entrega da coisa pactuada a termo sempre que o comprador estiver em insolvência, exigindo caução. Este artigo deve ser lido em consonância com o artigo art. 477, CC.
II.- Cláusulas especiais à compra e venda:
a) Retrovenda
A retrovenda é a cláusula adjeta à compra e venda pela qual o vendedor se reserva ao direito de reaver, em certo prazo, o imóvel alienado, restituindo ao comprador o preço ou valor recebido, mais as despesas por ele realizadas durante o período de resgate, desde que autorizadas por escrito, inclusive as empregadas em melhoramentos necessários do imóvel.
Apenas admissível nas propriedades de bens imóveis.
O adquirente terá propriedade resolúvel que se extinguirá no instante em que o alienante exercer o seu direito de reaver o bem.
O CC, em seu art. 512, fala que o prazo para a resgate ou retrato é de três anos. Se as partes fixarem prazo com excesso será considerado não escrito.
Se a coisa vier a perecer em virtude de caso fortuito ou força maior, extingue-se o direito de resgate, uma vez que houve perda do bem para o comprador, sem que ele seja obrigado a pagar o seu valor, e do direito para o vendedor. Se o imóvel se deteriorar, o vendedor não terá direito à redução proporcional do preço, que deverá restituir ao comprador.
O comprador, enquanto detiver a propriedade sob condição resolutiva, terá direitos aos frutos e rendimentos do imóvel, não respondendo pelas deteriorações surgidas dentro do prazo reservado para resgate, salvo se agir dolosamente.
Se a cláusula de retrovenda for nula, tal nulidade não afetará a validade da obrigação principal.
Na retrovenda, o vendedor conserva a sua ação contra terceiros adquirentes da coisa retrovendida, ainda que eles não conhecessem a cláusula de retrato (art. 507, CC). Assim, se o vendedor fizer uso do seu direito de retrato, resolver-se-á a posterior alienação do imóvel feita pelo adquirente a terceiro, mesmo que o pacto de retrovenda não tenha sido averbado no registro imobiliário.
b) Venda a Contento
É a que se realiza sob a condição de só se tornar perfeita e obrigatória se o comprador declarar que a coisa adquirida lhe satisfaz.
O negócio somente se aperfeiçoa com a manifestação de agrado da coisa pelo adquirente.
O vendedor não poderá discutir a manifestação de desagrado do comprador que tem julgamento de caráter subjetivo e interno.
Destina-se geralmente àqueles negócios que têm por objeto gêneros que se costumam provar, medir, pesar ou experimentar antes de aceitos.
A matéria vem tratada nos artigos 509 a 512 do CC.
O CC (art. 509) entende que é uma venda realizada sob condição suspensiva (ainda que a coisa lhe tenha sido entregue), somente se aperfeiçoando se o adquirente manifestar sua vontade.
Consequências:
a) enquanto não advier a manifestação de concordância do adquirente, e a despeito de ter havido a tradição, o domínio continua com o alienante, que sofre as perdas advindas do fortuito;
b) não tendo adquirido o domínio, o comprador é, antes da ocorrência da tradição, mero comodatária, com o dever de restituir o bem respondendo por perdas e danos por culpa, sem ter direito a cobrar as despesas de conservação (salvo extraordinárias).
A lei não determina tempo para a manifestação de interesse do comprador. Assim, se no contrato não tiver prazo, poderá o vendedor intimar o adquirente para que, num intervalo improrrogável, declare se a coisa lhe satisfaz ou não, sobpena de considerar perfeita venda (art. 512, CC)
c) Preempção
Preempção ou preferência é o pacto adjeto à compra e venda em que o comprador de uma coisa móvel ou imóvel fica com a obrigação de oferecê-la a quem lhe vendeu, para que este use de seu direito de prelação em igualdade de condições, no caso de pretender vendê-la ou dá-la em pagamento.
Somente existirá se o comprador resolver vender a coisa, o vendedor quiser adquiri-la, e estivermos dentro de um prazo determinado. Caso contrário, não será exigível.
A matéria vem regulada nos artigos 513 a 520 do CC.
Alteração: art. 513, parágrafo único: o prazo para exercício do direito de preferência não poderá exceder 180 dias se for bem móvel ou 2 anos se for bem imóvel.
O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, tendo conhecimento de que a coisa vai ser vendida, intimando o vendedor. (art. 514, CC)
Não observado o direito de preempção, não se inibe a venda feita a terceiro mas responderá o alienante por perdas e danos. (art. 518, CC)
Segundo o art. 516, CC, inexistindo outro prazo, o direito de preempção caducará se não exercido em 3 dias (bens móveis) ou 60 dias (bens imóveis).
O art. 519, CC, estipula que se a coisa expropriada para fins de utilidade pública ou interesse social, se não for adotada para o destino desapropriatório, conferirá ao expropriado o direito de preempção pelo preço atual da coisa.
Diferenças para a Retrovenda:
a) enquanto na retrovenda o negócio original se resolve, no pacto de preferência há uma aquisição feita pelo vendedor primitivo ao primitivo comprador;
b) enquanto a retrovenda recai tão-só sobre bens imóveis, o pacto de preferência não sofre igual restrição;
c) enquanto que na retrovenda o vendedor conserva o direito de readquirir a coisa, desde que o queira e pelo preço que vendeu, na preempção o pretendente só pode recomprar a coisa se o proprietário a quiser vender e pelo preço que for alcançado no mercado.
d) Reserva de Domínio
A matéria vem regulada no CC nos artigos 521 a 528.
Tem-se a reserva de domínio quando se estipula, contrato de compra e venda, em regra de coisa móvel infungível, que o vendedor reserva para si a sua propriedade até o momento em que se realize o pagamento integral do preço.
O comprador só adquire o domínio da coisa se integralizar o preço, momento em que o negócio terá plena eficácia.
Negócio confere ampla garantia ao vendedor uma vez que, se não for pago o preço, poderá optar entre reclamar o preço ou reaver a coisa, por meio de ação de busca e apreensão ou reintegração de posse.
Caso decida pela recuperação do bem, nos termos do art. 527, CC, poderá reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais de direito que lhe for devido, sendo o excedente devolvido ao comprador.
Deverá ser o devedor constituído em mora mediante o protesto do título ou interpelação judicial antes do ajuizamento de qualquer ação.
O comprador deverá suportar os riscos da coisa durante todo o período em que estiver como bem (pode se utilizar até de interditos), uma vez que, embora o vendedor conserve o domínio, com a tradição passou o adquirente a usar e gozar do bem, retirando todas as vantagens que a coisa puder lhe oferecer.
A cláusula de reserva de domínio não impede que a coisa seja vendida a terceiro, desde que haja permissão do alienante, situação em que o ônus se transmitirá.
e) Venda sobre documentos
Em razão da ampla utilização nos negócios de importação e exportação da venda contra documentos, a matéria vem regulada pelo CC em seus artigos 529 a 532.
A grande novidade é justamente a substituição da figura da tradição da coisa pela entrega de seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato.
O pagamento, salvo estipulação em contrário deverá ser feitos no ato da entrega dos documentos, e o comprador não poderá recusar-se ao pagamento, alegando defeito de qualidade ou de estado na coisa vendida, exceto se o vício já estiver comprovado.
 
Exercício resolvido:
O que significa o caráter obrigacional do contrato de compra e venda?
No direito brasileiro, os efeitos derivados do contrato são meramente obrigacionais, e não reais, pois a compra e venda não transfere, por si só, o domínio da coisa vendida, mas apenas gera para o vendedor a obrigação de transferi-lo. Há a necessidade, portanto, no tocante aos bens móveis, da tradição para a transferência da propriedade. Demonstra tal tese o art. 1.267, CC, que afirma que a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.  Seguiu o nosso código a orientação do direito romano, desprezando a tradição francesa para quem do contrato de compra e venda derivam efeitos reais, visto que, através dele, e sem outras formalidades, o comprador adquire o domínio.
 
 
Exercício 1:
Quanto às frases abaixo:
I – Na compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio  de certa coisa, e o outro, pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
II – Na compra e venda apenas um dos contratantes assume obrigações, qual seja aquele que estiver obrigado a pagar opreço do negócio, razão pela qual é considerado o mesmo uma espécie de contrato bilateral.
III - A compra e venda, em regra, é um contrato formal
Podemos afirmar que:
A)
 
Apenas a assertiva I é verdadeira;
B)
Apenas a assertiva II é verdadeira;
C)
Todas as assertivas são verdadeiras;
D)
Todas as assertivas são falsas.
 
E)
somente a assertiva III está correta
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) É um contrato bilateral onde as partes tem obrigação
Exercício 2:
A venda de ascendente para descendente:
A)
é nula;
B)
é anulável, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido,
C)
não está regulamentada no atual Código Civil;
D)
independe da anuência dos demais descendentes.
E)
nda
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) É anulável pode ser entendida como um benefício
Exercício 3:
Com relação à venda a contento:
 
 
A)
reputar-se-á feita sob condição resolutiva;  
 
B)
esta espécie de venda constitui pacto adjeto a contratos de compra e não se constituirá perfeita enquanto o comprador não manifestar o seu agrado; 
 
C)
impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender;  
 
D)
exige que o vendedor, não pago, desfaça o contrato;
E)
A venda a contento foi revogada pelo atual Código Civil.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) O vendedor não poderá discutir a manifestação de desagrado do comprador que tem julgamento de caráter subjetivo
Exercício 4:
A venda e compra entre cônjuges:
A)
é nula;
B)
é anulável;
C)
é lícita em relação a qualquer bem;
D)
é lícita apenas em relação aos bens excluídos da comunhão.
E)
somente é possível de ser realizada no casamento submetido ao regime da comunhão universal de bens;
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B) dispensa- se o consentimento salvo se o regime de bens for o da separação obrigatória
E) dispensa- se o consentimento salvo se o regime de bens for o da separação obrigatória
D) dispensa- se o consentimento salvo se o regime de bens for o da separação obrigatória
Exercício 5:
Nos contratos de compra e venda, assinale, dentre as respostas abaixo, a única alternativa correta:
A)
O contrato de compra e venda é real, uma vez que sempre há necessidade da tradição.
B)
A fixação de preço não pode ser feita em função de índices e parâmetros, ainda que suscetíveis de objetiva determinação.
C)
Quando se tratar de bem móvel o vendedor pode reservar para si a propriedade até que o preço seja integralmente pago.
D)
É impossível ocorrer a evicção, pois está somente ocorre nos contratos gratuitos.
E)
É possível juridicamente o contrato de compra e venda de herança de pessoa viva.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
B) Também pode ser fixado por taxa de bolsa em certo e determinado lugar
C) Também pode ser fixado por taxa de bolsa em certo e determinado lugar
Exercício6:
Adotou o direito brasileiro teoria segundo a qual a aquisição de um bem móvel, decorrente de um contrato de compra e venda, ocorre: 
A)
no ato do pagamento;
B)
no ato da assinatura do contrato;
C)
no ato da tradição;
D)
todas as situações acima podem ser consideradas como efetivação do contrato.
E)
pela transcrição
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
D) Desde que as partes estejam em comum acordo, as alternativas legitima o ato contratual
C) Desde que as partes estejam em comum acordo, as alternativas legitima o ato contratual
Exercício 7:
O contrato de compra e venda: 
A)
Considera-se obrigatório e perfeito quando as partes acordem no objeto e no preço.
B)
Não pode ter por objeto coisa futura, uma vez que a coisa ainda não existe.
C)
É lícita a venda quando deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
D)
É impossível ser realizada sobre documentos, pois sempre se exige a tradição da coisa.
E)
A retrovenda é uma cláusula que pode ser inserida quando o objeto for bem móvei.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Obriga as partes a deveres e obrigação
Exercício 8:
A venda "ad mensuram": 
A)
Não foi previsto no Código Civil.
B)
É a mesma coisa que venda "ad corpus".
C)
É um venda que recai sobre bens incorpóreos.
D)
É uma venda realizada à vista de amostras, protótipos ou modelos, em que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
E)
É uma venda em que o preço é estipulado com base nas dimensões do imóvel (alqueire, hectare ou metro quadrado).
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) É a venda de bem com medida exata
Exercício 9:
Assinale a alternativa correta:
 
A)
A clausula de retrovenda prevê a possibilidade do vendedor de bem imóvel em recobrar o bem no prazo decadencial de 3 anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador
 
B)
O clausula de preempção impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que vai vender, ou dar em pagamento, desde que seja pago valor superior
C)
 Não é possível a celebração de contrato de troca ou permuta de bens imóveis. Nesse caso, será necessário a realização de dois contratos de compra e venda
D)
a cláusula de preferência é considerada abusiva.
E)
não há prazo máximo para que seja exercido o direito inserido na cláusula de retrovenda.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Inclusive as que durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, realização de benfeitoria
DA TROCA
I.1- Conceito:
A troca ou permuta, é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro.
As prestações dos permutantes são em espécie e não em dinheiro como na compra e venda. Necessário a presença de dois bens, sendo certo que se um dos contratantes prestar um serviço, não será troca.
Aliás, vale ressaltar que a compra e venda é espécie do contrato de troca uma vez que àquele é posterior a este, já que a compra e venda somente surgiu após o aparecimento da moeda.
Da mesma forma que a compra e venda a troca é negócio jurídico bilateral, oneroso, comutativo, translativo de propriedade e consensual (de regra, podendo ser solene se forem permutadas coisas móveis).
A matéria vem regulada pelo artigo 533 do CC.
I.2 – Regramento:
Aplicam-se para a troca, em geral, as mesmas disposições aplicáveis à compra e venda, vale dizer, evicção, vícios redibitórios, etc. Duas, porém, são as particularidades:
a) Como ambas as partes são ao mesmo tempo adquirentes e alienantes, as despesas do contrato, salvo convenção em contrário, serão repartidas entre os permutantes. - Observa-se que na compra e venda, as despesas de escritura ficam a cargo do comprador e as da tradição correm por conta de vendedor (art. 490, CC).
b) Da permuta de valores desiguais:
Observa-se, a princípio, que nem sempre os valores permutados são equivalentes, razão pela qual para compensar a diferença, necessário se faz a complementação em dinheiro da eventual diferença.
Ainda assim, com quantias em dinheiro envolvidas no negócio, estaríamos diante de troca ou passaríamos a contar com a compra e venda?
A corrente defendida por Silvio Rodrigues sustenta que até a concorrência de valores há permuta, sendo que se transforma o negócio em compra e venda se o desembolso em dinheiro é excessivo.
Ainda que a distinção seja em parte meramente teórica na medida em que aplicam-se para a troca as mesmas disposições para a compra e venda.
Assim, se houver diversidade de valores, o negócio, no que concerne ao excesso, constitui uma liberalidade (se não houver torna) ou, então, uma compra e venda no que diz respeito ao sobrepreço, se este for superior ao valor da permuta.
b.1) Entre descendentes:
Há necessidade de observação quando se tratar de negócio envolvendo ascendentes e descendentes, o artigo 496 do CC diz ser anulável a troca com valores desiguais neste caso ser não houver a concordância dos demais descendentes e do cônjuge do alienante.
Note-se que o parágrafo único do artigo 496 do CC, dispensa o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
LOCAÇÃO DE COISAS
I – CONCEITO
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder à outra o uso e gozo de uma coisa não fungível, temporariamente e mediante remuneração (Carlos Roberto Gonçalves).
 
II ) NATUREZA JURIDICA :
- Contrato bilateral oneroso,
- comutativo (cada parte desde o momento do ajuste,pode antever a prestação que lhe será fornecida, a qual subjetivamente é equivalente a que se dispõem a dar),
- consensual (tendo em vista que se aperfeiçoa com o acordo de vontades, gerendo um direito pessoal).
III) ELEMENTOS
A) TEMPO: A locação pode ser convencionada por tempo determinado ou indeterminado.
B) REMUNERAÇÃO: A remuneração, na locação de coisas, é denominada de aluguel.
C) OBJETO DO NEGÓCIO: a locação pode ter por objeto uma coisa móvel ou imóvel
 
Exercício resolvido:
O que é contrato de permuta?
A troca ou permuta, é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro. As prestações dos permutantes são em espécie e não em dinheiro como na compra e venda. Necessário a presença de dois bens, sendo certo que se um dos contratantes prestar um serviço, não será troca.
 
DOAÇÃO
 
Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere de seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. É um contrato previsto nos artigos 538 a 564, do Código Civil.
O artigo 538 do Código Civil menciona a transferência de "bens ou vantagens", Objeto da doação é, portanto, a prestação de dar coisa ou vantagens . Pode ser objeto da doação todo bem que esteja "in commercium", ou seja, qualquer coisa que tenha expressão econômica e possa ser alienada, Incluem-se os bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, consumíveis e inconsumíveis.
Assim como há promessa (ou compromisso) de compra e venda, pode haver, também, promessa de doação. Há controvérsias, entretanto, a respeito da exigibildiade de seu cumprimento. A promessa de doação em favor da prole é admitida quando realizada dentro de acordo homologado judicialmente.
Os elementos da doação são os seguintes:
. "animus donandi" - é o elemento subjetivo, é a intenção de fazer a doação.
. transferência - é o elemento objetivo.
.aceitação - a aceitação deve ser expressa, tácita ou presumida.
 
Espécies de doação:
. doação purae simples:  é aquela que constitui uma liberalidade, pois o doador não exige uma contraprestação.
. doação onerosa (com encargo, gravada ou modal): não há uma liberalidade total, pois o doador impõe um determinado encargo ao donatário. Assim, por exemplo, o autor da liberalidde impõe ao município donatário a construir uma escola na área urbana doada.
. doação remuneratória: é aquela que se destina ao pagamento de serviços prestados que não podem ser mais cobrados. É o caso do paciente que paga serviços prestados ao seu médico, mas quando a ação  de cobrança já estava prescrita. 
. doaçãoem contemplação do merecimento do donatário: ocorre quando o doador declara que o motivo da doação é o merecimento do donatário.
. doação em contemplação de casamento futuro: é uma doação condicional, pois somente valerá se o casamento ocorrer.
. doação com cláusula de retorno: caso o donatário faleça antes do doador o bem doado retorna a este.
. doação feita ao nascituro: o artigo 542 do Código Civil dispõe que tal espécie de doação valerá se for aceita pelo seu representante legal.
. doação em forma de subvenção periódica: é aquela que fornece auxilio ao donatário de modo periódico.
. doação de pais a filhos: importa o adiantamento da legítima (herança).
. doação inoficiosa: quando o doador possuir herdeiros necessários somente é possível dispor da metade disponível do patrimônio. Quando ultrapassar esse limite, fala-se que houve doação inoficiosa.
. doação manual: é a doação verbal de bens móveis de pequeno valor.
 
Restrições à liberdade de doar.
. doação do devedor já insolvente, uma vez que poderá configurar fraude contra credores.A regra procura proteger os credores do doador.
. doação de todos os bens, uma vez que é nula a doação que não prevê reserva de parte ou renda suficiente para a subsistência do doador.
. doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice, uma vez que a Lei procura desestimular qualquer violação aos deveres do casamento. Tal proibição tem o propósito de protegera a família e repelir o adultério, que constitui afronta à moral e aos bons costumes,
. doação da parte inoficiosa: o artigo 549 do Código Civil proclama ser nula a "doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento."
 
Revogação da doaçao.
A revogação da doação pode se dar por descumprimento do encargo ou ingratidão do donatário, nos termos dos artigos 555 a 564 do Código Civil.
O encargo não se confunde com a condição. A doação com encargo é aquela em que há um ônus imposto ao donatário. O encargo não suspende a eficácia do ato, mas poderá ser revogada a doação se o donatário incorrer em mora. Às vezes, a doação é feita no interesse do donatário ou de terceiro. O Ministério Público pode promover a ação de a doação foi feita no interesse geral e o doador já tiver falecido sem ter exigido o cumprimento do encargo.
A revogação da doação pode decorrer por ingratidão do donatário.  Somente aqueles fatos previstos no artigo 557, do Cógigo Civil são definidos como ingratidão. 
- se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele,4
- se cometeu contra ele ofensa física,
- se o injuriou ou o caluniou gravemente,
se, podendo ministrá-los, recusou ao doador alimentos de que necessitva.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 1:
Da locação de coisas,  assinale a alternativa correta.
I - Uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. 
II - O locador é obrigado a garantir ao locatário, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa.
III - O locatário não é obrigado a pagar o aluguel quando o contrato estiver vencido por prazo indeterminado.
 
A)
as alternativas I e II estão corretas.
B)
as alternativas I e III estão corretas
C)
só a alternativa I está correta.
D)
só a alternativa III está correta.
E)
Todas as alternativas são falsas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Obriga as partes a obrigação e deveres recíprocos
Exercício 2:
A diferença entre a compra e venda e a permuta:
 
A)
A compra e venda é bilateral enquanto a troca é unilateral.
 
B)
A compra e venda por envolver dinheiro é oneroso, enquanto a troca não.
 
C)
A compra e vendo pode ser para qualquer objeto, já a troca deve ser regulada pela lei.
 
D)
A única diferença é que a compra e venda envolve dinheiro e a troca envolve uma coisa.
E)
A compra e venda pode ser feita verbalmente e a troca somente se formaliza por contrato escrito.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B) entende que a troca envolve apenas coisa sem uso de dinheiro
D) entende que a troca envolve apenas coisa sem uso de dinheiro
Exercício 3:
A troca pode poderá ser anulada quando:
A)
houver negócio envolvendo valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
B)
houver a troca de valores iguais entre ascendente e descendente, sem consentimento do cônjuge do alienante.
 
C)
houver a troca de valores iguais entre ascendente e descendente, sem consentimento dos demais descententes.
 
D)
o objeto for lícito
E)
o agente for capaz
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) deve haver o consentimento das partes para a legitimidade da troca
Exercício 4:
A locação de coisas: 
A)
Não cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, sendo necessário notificação ou aviso.
B)
O locatário não é obrigado a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito.
C)
Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo determinado.
D)
O locatário jamais tem o direito de retenção no caso de benfeitorias necessárias por ele introduzidas.
E)
Se durante a locação a coisa se deteriorar sem culpa do locador cabe ao locatário pleitear perdas e danos.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
D) Desde que as benfeitorias sejam pré autorizadas pelo locador
A) Desde que as benfeitorias sejam pré autorizadas pelo locador
C) Desde que as benfeitorias sejam pré autorizadas pelo locador
Exercício 5:
A locação deve ser:
A)
sempre a título oneroso
B)
a título oneroso ou gratuito
C)
a título gratuito somente se assim as partes pactuarem
D)
gratuita, mas poderá se cobrar as despesas com o uso da coisa.
E)
NDA
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Por entender ser o bem alugado deve ser oneroso
Exercício 6:
Quanto às assertivas abaixo:
I – As partes, no contrato de permuta, devem sempre realizar o negócio mediante autorização marital ou outorga uxória.
 II – Válido será o contrato de permuta que se deixa a fixação do preço ao arbítrio exclusivo de uma das partes.
III -  O  contrato de permuta pode ser considerado uma espécie de venda "ad mensuram" bilateral,
Podemos afirmar que:
A)
Apenas a assertiva I é verdadeira;
B)
Apenas a assertiva II é verdadeira;
C)
Todas as assertivas são verdadeiras;
D)
Todas  as assertivas são falsas
E)
Somente a assertiva III é verdadeira
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
E) Deve sempre mencionar detalhes ficando as partes cientes das obrigações recíprocas
C) Deve sempre mencionar detalhes ficando as partes cientes das obrigações recíprocas
B) Deve sempre mencionar detalhes ficando as partes cientes das obrigações recíprocas
A) Deve sempre mencionar detalhes ficando as partes cientes das obrigações recíprocas
D) Deve sempre mencionar detalhes ficando as partes cientes das obrigações recíprocas
Exercício 7:
Considera-se contrato de permuta:
A)
a aquisição de um bem, sendo que uma das partes faz a reposição parcial em dinheiro em valor superior a 50% do contrato.
B)
É o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro.
C)
a aquisição de um bem, sendo pago com 70% em dinheiro e 30% com um outro bem.
D)
a restituição do bem em função da obrigação de fazer
E)
Somente recai sobre bens móveis, uma vez que o bem imóvel somente pode ser obejto de compra e venda.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) Pode ser um acordo onde as partes acertem quais as regras devem ser recíprocas
Exercício 8:
A doação pode ser revogada: 
A)
Somente quando o doador manifestar arrependimento por meio de notificação judicial ou extrajudicial ao donatário.
B)
Em nenhuma hipótese, pois a doação é considerada ato jurídico perfeito.
C)
Quando se comprovar que o doador fez uma doação inoficiosa.
D)
Quando houver ingratidão do donatário ou por inexecução do encargo.
E)Quando se comprovar que a doação foi feita ao cúmplice no adultério.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário
Contrato de Locação
1. Introdução
Trata-se de um dos contratos mais presentes no dia-a-dia das relações sociais, para moradia, lazer, turismo, dentre outros.
É muito frequente atualmente a locação de bicicleta e patinete por meio de aplicativos.
Os romanos utilizavam a palavra locação também para prestação de serviços (locação de serviços) ou realização de obra (locação de obra).
O CC/1916 já tratava de forma diferente chamando de empreitada e prestação de serviços, contratos que serão estudados separadamente.
 
2. Conceito de locação de coisas
É o negócio jurídico por meio do qual o locador se compromete a ceder ao locatário, por tempo determinado ou indeterminado, o uso e o gozo de determinado bem infungível, mediante remuneração.
 
2.1 Partes
Locador: Quem cede o bem uso e gozo
Locatário: Quem recebe o bem para uso e gozo
 
Obs.: as diversas modalidades de locação constituem um microssistema jurídico com princípios e regras próprios, a exemplo das locações imobiliárias urbanas que são reguladas pela Lei 8245/91.
 
Serão feitas diversas referências a essa lei, mas não haverá um estudo aprofundado. A atenção maior será às regras previstas no Código Civil.
 
3. Elementos essenciais
3.1 Tempo
Se refere a duração do contrato de locação que é essencialmente temporário. Não pode ser considerado um contrato vitalício, ainda que não haja tempo determinado no contrato.
Assim, o contrato de locação pode ter prazo determinado ou indeterminado.
 
Prazo determinado
 
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
 
Dies interpellat pro homine
 
Se o contrato tem prazo determinado não é preciso interpelar o locatário para restituir o bem, passando a ter posse ilícita após o decurso do prazo.
Entretanto, pode ser que o locador releve essa fato não se opondo à continuidade da posse do locatário, sendo considerada prorrogada a locação por prazo indeterminado.
 
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo determinado.
 
Assim, para considerar posse de má-fé do locatário é preciso que o prazo tenha sido ultrapassado e oposição à continuidade desta posse pelo locador.
 
Prazo indeterminado
Neste caso é preciso interpelação do locador exigindo que o locatário restitua a coisa em um prazo razoável, sob pena de incidir os efeitos da mora.
 
Prazo razoável é aquele compatível com a entrega do bem. É conceito indeterminado, devendo ser analisado o caso concreto.
Pablo Stolze sugere que o prazo para restituição seja o mesmo da periodicidade do pagamento.
Ex.: pagamento deve ser diário, o prazo para devolução será de um dia.
Obs.: na locação imobiliária existe regra específica exigindo antecedência de 30 dias (art. 6º).
 
Aluguel-pena
Caso o locatário se negue a restituir o bem deverá pagar um aluguel arbitrado pelo locador correspondente ao dano que venha sofrer.
É uma sanção imposta pelo descumprimento do contrato. Entretanto, não é permitida a abusividade, podendo ser revisto o valor judicialmente, caso se torne excessivamente oneroso.
 
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade.
 
Como está em mora, responderá o locatário pela perda ou deterioração da coisa, ainda que proveniente de caso fortuito ou força maior.
 
Limite temporal
Não existe limite de período de vigência do contrato de locação. Entretanto, na locação imobiliário com prazo igual ou superior a 10 anos é necessária a anuência do cônjuge de qualquer das partes (art. 3º).
Se não houver anuência não há nulidade, mas apenas ineficácia da cláusula para o cônjuge que não concordou com ela.
 
3.2 Coisa
É o objeto do contrato de locação.
Pode ser qualquer bem móvel ou imóvel, desde que, seja infungível. Não seria possível pensar em restituição de bem fungível ou consumível.
 
Propriedade da coisa
A coisa locada não precisa necessariamente ser do locador, pois é possível que o possuidor alugue mesmo não possuindo o domínio do bem.
 
3.3 Retribuição
É o preço, aluguel ou renda da locação, ou seja, a retribuição pela disposição da coisa.
A locação é contrato essencialmente oneroso.
Carlos Roberto Gonçalves deixa claro que o preço deve ser sério. Se fixado em valor ínfimo ou irrisório descaracterizará o contrato de locação.
 
Atenção!
Deve ser pago preferencialmente em dinheiro ou ao menos parte dele em dinheiro. Se for pago exclusivamente em benfeitorias, frutos ou produtos, é considerado contrato inominado.
 
4. Características do contrato de locação
4.1 Típico
4.2 Nominado
4.3 Bilateral
4.4 Oneroso
4.5 Comutativo
4.6 Consensual
4.7 Não-solene
 
5. Modalidades
 
5.1 Locação de bens móveis 
Regida pelo CC/02
5.2 Locação imobiliária urbana 
Regida pela Lei 8245/91
5.2.1 Locação residencial (art. 46 e 47)
5.2.2 Locação para temporada ou time sharing (art.48 a 50)
5.2.3 Locação não residencial (art. 51 a 57)
5.3 Arrendamento rural (locação para exploração agrícola ou pecuária)
Disciplinado pelo Estatuto da Terra (Lei 4504/64)
 
Obs.: Contratos de hospedagem
Apart-hotel e hotel-residência não são regulados pela Lei 8.245/91.
Se a locação não é alcançada pela lei do inquilinato não cabe ação de despejo, mas ação possessória.
 
Obs.: Locação em site especializado (Airbnb)
O TJSP no processo nº 1124567-87.2017.8.26.0100 equiparou a locação para temporada não considerando contrato de hospedagem. Não foi permitido ao condomínio proibir tais contratos de locação.
 
6. Conteúdo do contrato de locação (Direitos e deveres)
 
6.1 Obrigações do locador (Art. 566)
6.1.1 Entregar a coisa alugada ao locatário (art. 566, I, CC + art. 22 Lei 8245)
O locador deve entregar a coisa locada ao locatário com as pertenças em estado que possa utilizá-la do modo convencionado.
Caso o locatário se negue haverá resolução do contrato e indenização pelas perdas e danos.
Deve, além de entregar a coisa, respeitar o tempo de contrato quando tiver prazo determinado.
 
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato.
 
O Juiz pode rever a multa caso ela se torne excessiva.
 
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis.
 
Obs.: o art. 4º, p. único, da Lei 8245 dispensa da multa caso a extinção do contrato decorra de fato de terceiro (transferência de localidade pelo empregador).
 
6.1.2 Manter a coisa alugada no mesmo estado
O locador tem o dever de conservação do bem locado durante o tempo de contrato, exceto se houver estipulação em sentido contrário no contrato.
As despesas necessárias para conservação devem ser suportadas pelo locador (art. 566, I, 567 e art. 22, II e X, da Lei 8245/91).
Obs.: despesas ordinárias de condomínio cabem ao locatário (art. 23, XII, Lei 8245).
Obs.: demais despesas ordinárias (impostos e taxas) são do locador (art. 22, VIII).
Obs.: a regra do art. 25 tem a intenção apenas de facilitar a cobrança do locatário pelo locador.
 
Deterioração da coisa
Se a coisa deteriorar, sem culpa do locatário, durante a locação, ele poderá requerer uma diminuição no valor pago ou a resolução do contrato, caso ela não sirva mais ao fim a que se destina.
 
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorara coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
 
Obs.: reparos urgentes
O locatário deve permitir que o locador promova os reparos urgentes no imóvel.
Se o tempo necessário para os reparos for superior a 10 dias, ele terá direito ao abatimento no preço e, se o prazo for superior a 30 dias o contrato pode ser extinto (art. 26 da Lei 8245).
 
6.1.3 Garantir o uso pacífico da coisa
O locatário tem direito à posse mansa e pacífica do bem.
Deriva desta obrigação a garantia contra vício redibitórios (art. 568 e art. 22, IV, Lei 8245).
 
6.2 Obrigações do locatário (art. 569)
 
6.2.1 Utilizar da coisa de acordo com a finalidade contratada
O contrato de locação tem natureza causal, não admitindo o desvio de finalidade.
Dar destinação à coisa diferente da prevista no contrato é ilícito contratual, autorizando a resolução do contrato e a cobrança de perdas e danos.
É uma forma de inadimplemento contratual.
 
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
 
6.2.2 Tratar a coisa alugada como se fosse sua
O locatário deve utilizar a coisa com o máximo dever de cuidado.
Ao final do contrato a coisa deverá ser restituída pelo locatário.
 
6.2.3 Pagar pontualmente o aluguel
O pagamento da locação normalmente é pós-retributivo, ou seja, o pagamento se dá após o uso.
Obs.:  art. 20 da Lei 8245 proíbe o pagamento antecipado, exceto nos contratos de temporada ou sem garantia (caução, seguro-fiança, fiança, etc).
 
6.2.4 Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros
Isso é necessário para que o locador exerça a defesa da coisa locada.
Nada impede que o locatário também defenda a sua posse.
 
6.2.5 Restituir a coisa no estado em que recebeu
Ao terminar a locação deve restituir a coisa no mesmo estado que a recebeu, exceto em relação aos desgastes naturais decorrentes do uso.
 
7. Indenização por benfeitorias nas coisa locada
É comum que o locatário realize benfeitorias na coisa durante a locação. Ele somente terá direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis expressamente autorizadas.
 
8. Direito de Retenção
Ele pode reter o bem até a restituição dos valores pagos.
É uma forma de autotutela permitida pelo ordenamento.
 
9. Extinção do contrato de locação
9.1 Extinção natural
Se dá com o advento do termo final.
 
9.2 Resilição bilateral
Quando as partes consensualmente resolvem colocar um fim na relação contratual.
 
9.3 Resilição unilateral
Nos contratos com prazo indeterminado a parte deve notificar a outra com prazo razoável colocando fim ao contrato.
 
Denúncia vazia
Quando uma das partes, sem necessidade de justificar, coloca fim ao contrato (Art. 6º da Lei 8245).
 
Obs.: morte de uma das partes e mudança de estado civil não são causas de extinção do contrato (art. 12 Lei 8245 alterado pela Lei 12.112/2009).
 
9.4 Inadimplemento
Descumprimento das obrigações pelo locador ou locatário.
 
9.5 Realização de reparos urgentes
Já estudado.
 
9.6 Extinção de usufruto ou fideicomisso
Caso a locação tenha sido celebrada pelo usufrutuário ou fiduciário, uma vez extinto o usufruto ou o fideicomisso estará extinta a locação.
Prazo para desocupação é de 30 dias.
 
 
10. Da Lei nº. 8.245/91
A Lei nº 8.245/91, popularmente conhecida como Lei do Inquilinato, dispõe da locação de imóveis urbanos e procedimentos a ela inerentes.
Trata-se de um verdadeiro microssistema regido por lei especial, e, nos casos de lacuna deve ser aplicado o Código Civil.
Serão analisados os artigos mais importantes relativos a esta lei.
Neste tópico serão abordados os principais artigos da referida lei (alguns temas já foram abordados acima).
 
Sublocação
Art. 13, caput: Diz o dispositivo que a sublocação depende do consentimento (prévio e escrito) do locador.
Art. 15: Depreende-se do dispositivo que rescindida a locação, resolve-se a sublocação.
Obrigações:
Obrigações do locador:
Art. 22. O locador é obrigado a:
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina;
II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado;
III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;
IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;
V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes;
VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica;
VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador;
VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato;
IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas;
X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente:
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel;
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas;
c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao início da locação;
e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de lazer;
f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;
g) constituição de fundo de reserva.
 
Obrigações do locatário
 
Art. 23. O locatário é obrigado a:
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato;
II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu;
III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal;
IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros;
V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;
VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador;
VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário;
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto;
IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27;
X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos;
XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;
XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.
 
Direito de Preferência
A lei confere ao inquilino a prioridade na aquisição do bem locado nas mesmas condições ofertadas.
O locador deve interpelar o inquilino, com as informações das condições do negócio, para exercer seu direito no prazo de 30 dias.
Por ser tratar de umdireito potestativo do inquilino, caso este não seja exercido no prazo haverá decadência.
Caso o locatário seja preterido pelo locador, terá direito de exercer a preferência depositando o preço pago, acrescido das despesas com o registro.
O contrato de locação deve estar averbado na matrícula do imóvel ao menos 30 dias antes da alienação.
O prazo para o exercício é de 30 dias, contados da averbação da alienação no registro de imóveis.
Não pretendendo adquirir o bem, pode o locatário requerer indenização pelas perdas e danos.
 
Benfeitorias e Direito de Retenção
No silêncio do contrato, as benfeitorias necessárias realizadas pelo locatário e as úteis, autorizadas pelo locador, deverão ser indenizadas.
Caso o locador não indenize, terá direito o locatário à retenção do imóvel.
 
As benfeitorias voluptuárias não serão indenizadas, podendo ser retiradas pelo locatário, desde que não cause danos a estrutura do imóvel.
 
Garantias Locatícias
As garantias estão previstas no artigo 37.
 
Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia:
I - caução;
II - fiança;
III - seguro de fiança locatícia.
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento.
 
A caução é garantia real que recai sobre bens móveis ou imóveis. Já a fiança é uma garantia pessoal, quando um terceiro se compromete a cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça.
O seguro fiança locatícia é modalidade de garantia decorrente de um contrato entre o locatário e uma seguradora.
Na cessão fiduciária há cessão da propriedade resolúvel das cotas em favor do locador que consolidará a propriedade em caso de inadimplemento.
Não é permitido ao locador exigir mais de uma garantia. Além de ilícito civil, a conduta caracteriza contravenção penal.
 
 
Locação residencial
As locações residenciais com prazo igual ou superior a 30 meses, poderão ser resilidos unilateralmente sem qualquer justificativa (denúncia vazia). Já as locações com prazo inferior a 30 meses somente poderão resilidos unilateralmente havendo justa causa (denúncia cheia).
Locação para temporada
A locação para temporada é aquela destinada à residência temporária do locatário por prazo não superior a 30 dias.
Como dito anteriormente, neste caso é possível exigir o pagamento do aluguel antecipadamente.
 
Locação não residencial
Nas locações não residenciais é possível ao locatário a propositura da ação renovatória que é a ação destinada a renovação compulsória do contrato de locação.
São requisitos da ação renovatória:
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos.
 
O locador não estará obrigado a renovar o contrato nas seguintes hipóteses:
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.
 
Estas matérias podem ser alegadas pelo locador em sua defesa na ação renovatória.
 
Prazo para propositura da ação
A ação renovatória deve ser interposta no primeiro semestre do último ano do contrato de locação.
Art. 51
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.
Assim, nos primeiros 6 meses do 5º ano do contrato de locação, deverá o locatário (cessionário, sucessor ou sublocatário) promover ação.
O prazo para o exercício desse direito é decadencial, ou seja, caso não seja proposta a ação perde-se o direito.
 
Procedimentos
O art. 58 traz regras gerais para as ações previstas na Lei nº 8.245/91.
Os processos não se interrompem durante as férias forenses.
Em relação à competência territorial, será o foro do local do imóvel, exceto de o contrato estipular regra diferente.
O valor da causa deve será o correspondente a 12 vezes o valor do aluguel ou se decorrente da relação de emprego, o valor correspondente a 3 salários.
 
AÇÃO DE DESPEJO
Será processada pelo procedimento comum.
É possível a concessão de liminar, inaudita altera pars, nos seguintes termos:
Art. 59, §1º:
I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento;
II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia;
III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato;
IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei;
V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário.
VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)
VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)
 
Obs.: Concordância do réu com a desocupação na contestação
Art. 61 Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do art. 47, se o locatário, no prazo da contestação, manifestar sua concordância com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando prazo de seis meses para a desocupação, contados da citação, impondo ao vencido a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer dentro do prazo fixado, o réu ficará isento dessa responsabilidade; caso contrário, será expedido mandado de despejo.
Será concedido prazo de seis meses para desocupação.
 
FALTA DE PAGAMENTO
A lei permite a cumulação de pedido de cobrança com o despejo quando houver inadimplemento do locatário.
Ao invés de contestar, é direito do locatário e do fiador purgar a mora, depositando o valor devido, acrescido de multa, juros, custas e honorários advocatícios, evitando-se a extinção do contrato de locação.
Caso se constate que o valor não foi integral, será concedido prazo de 10 dias para o locatário complementar.
 
CONSIGNAÇÃO DE ALUGUEL E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO
Ação que tem por objetivo pagamento judicial dos aluguéis e acessórios, em caso de mora do locador.
Após a citação o autor terá 24 horas para realizar o depósito.
É possível que o réu além da contestação apresente reconvenção com pedido de despejo e cobrança dos aluguéis.
O autorpoderá complementar o depósito após a citação, acrescido de 10%, além de arcar com as custas e honorários advocatícios.
 
Matérias arguidas na contestação:
O réu poderá arguir as seguintes matérias na contestação:
a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;
b) ter sido justa a recusa;
c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
d) não ter sido o depósito integral;
 
O réu poderá levantar os valores depositados.
 
REVISIONAL
É cabível nas locações residenciais e não residenciais.
Apesar da lei declarar que será processada pelo rito sumário, o CPC/2015 aboliu este rito, devendo ser adotado o procedimento comum.
Na petição inicial deve ser indicado o valor pretendido que não poderá ser superior a 80%, se proposta pelo locador, nem inferior a 80% se proposta pelo locatário.
É possível a execução da diferença entre o valor provisoriamente arbitrado e o definitivo nos próprios autos.
A contestação deverá ser apresentada na audiência de instrução e julgamento.
 
 
Exercício resolvido:
O que é direito de preferência do locatário?
Locatário tem prioridade em igualdade de condições e preço, quanto a aquisição do imóvel locado que for colocado a venda.
O que é denúncia vazia?
É a resilição unilateral do contrato de locação sem necessidade de justificativa.
Exercício 1:
Não se considera locação para temporada:
A)
para a pratica de lazer.
B)
para a prática de cursos
C)
para tratamento de saúde.
D)
contratados por prazo não superior a 120 dias.
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A) Quando o tempo de uso for inferior a dez dias
B) Quando o tempo de uso for inferior a dez dias
C) Quando o tempo de uso for inferior a dez dias
D) Quando o tempo de uso for inferior a dez dias
Exercício 2:
Sobre a renovação do contrato de locação não residencial, assinale a alternativa incorreta.
A)
o contrato tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado.
B)
o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de 5 anos
C)
o locatário esteja explorando seu  comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3  anos.
D)
o locatário terá que propor a renovação no prazo de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
C) Quando se desenvolve no local atividades comerciais
D) Quando se desenvolve no local atividades comerciais
B) Quando se desenvolve no local atividades comerciais
A) Quando se desenvolve no local atividades comerciais
E) Quando se desenvolve no local atividades comerciais
Exercício 3:
Durante o período estipulado para a duração do contrato para fins residencias poderá o locador reaver o imóvel quando:
A)
para uso próprio.
B)
para uso próprio mediante indenização e danos causados.
C)
para uso de ascendente ou descendente.
D)
Nenhuma das alternativas
E)
necessita de mudar seu domicílio
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) somente no período que encerrar o prazo específico
Exercício 4:
Sobre o valor do aluguel:
 
 
A)
Deve ser sempre em moeda nacional;
 
B)
Pode ser fixado em moeda estrangeira;
 
C)
Pode ter variação de acordo com o salário mínimo;
 
D)
não incide correção monetária
E)
nda
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Sempre em moeda nacional
Exercício 5:
São obrigações do locador:
 
A)
 Servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse;
 
B)
Pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar;
 
C)
A levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito;
 
D)
A restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular;
 
E)
A entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato;
Exercício 6:
Caio e Tício celebram contrato de locação de imóvel com fim residencial por prazo de 30 meses, sendo o termo final previsto no dia 22/02/2020.
Ocorre que, após esta data, Tício não restituiu o imóvel a Caio e, decorridos 30 dias, não apresentou qualquer oposição.
Diante da situação apresentada responda:
 
A)
a posse de Caio é ilícita, pois é desnecessária a sua interpelação para restituição do bem (dies interpellat pro homine);
 
B)
o contrato de locação está automaticamente prorrogado pelo mesmo prazo nele previsto (30 meses);
 
C)
Tício poderá exigir a desocupação do imóvel no prazo de 24 horas, pois já transcorreu o prazo para Caio restituir o bem;
 
D)
Em razão da não oposição de Tício, o contrato está prorrogado por prazo indeterminado.
 
E)
Nda.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez que não houve objeção
Exercício 7:
Analise as afirmações abaixo e responda:
I - Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, não poderá o juiz fixá-la em bases razoáveis.
II - Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
III - A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
A)
Somente a afirmativa I está correta.
 
B)
Somente a afirmativa II está correta.
 
C)
As afirmativas I e II estão corretas
 
D)
As afirmativas II e III estão corretas
 
E)
As afirmativas I, II e III estão corretas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
C) Não havendo objeção após o término do contrato o mesmo se renova por tempo indeterminado
D) Não havendo objeção após o término do contrato o mesmo se renova por tempo indeterminado
Exercício 8:
Na ação de consignação de aluguel prevista na Lei nº 8.245/91, o réu, na contestação, além das questões de mérito,poderá alegar:
 
 
A)
não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;
 
B)
ter sido justa a recusa;
 
C)
não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
 
D)
não ter sido o depósito integral;
 
E)
todas as alternativas estão corretas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
E) o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
Exercício 9:
Caio e Tício celebraram contrato de locação de imóvel.
Ocorre que, Tício, com medo da garantia não ser suficiente, está exigindo de Caio além da fiança, a caução de um imóvel.
Com base nessa conduta, responda:
A)
não há qualquer ilegalidade na conduta de Tício, pois as garantias existem justamente para a parte se precaver dos riscos.
 
B)
Tício está exigindo apenas as garantias previstas na lei, não havendo qualquer ilicitude na conduta.
 
C)
a conduta é lícita, pois as duas garantias estão previstas na Lei 8245/91.
 
D)
exigir mais de uma garantia é contravenção penal punível com prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário.
 
E)
Nda
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) que não poderá exceder o equivalente a três meses de aluguel, será depositada em caderneta de poupança
Exercício 10:
Caio e Tício celebraram contrato de locação de imóveisresidencial por prazo de 30 meses.
Após a assinatura do contrato, Tício informou que para receber a chaves do imóvel Caio deverá antes pagar o aluguel.
A conduta de Tício é:
 
A)
Lícita, pois não há qualquer impedimento legal na cobrança antecipada do aluguel;
 
B)
É apenas um ilícito civil, não havendo consequências na esfera penal;
 
C)
É ilícita, sendo considerada contravenção penal punível com prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário;
 
D)
É ilícito penal grave, sendo considerado crime hediondo.
 
E)
Nda.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A) Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades
C) Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades
DO EMPRÉSTIMO
I – Conceito:
Empréstimo é o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, para que dela se sirva, com a obrigação de a restituir.
II – Espécies:
Duas são as espécies de empréstimo: o Comodato e o Mútuo.
III – Do Comodato:
Comodato é o contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. (art. 579 do CC).
IV - Características:
- unilateral: coloca só uma das partes na posição de devedor, ou seja, o comodatário.
- gratuito: é um contrato gratuito, observando-se, porém, que o comodatário poderá assumir a obrigação de pagar impostos ou taxas que recaiam sobre o bem, sem que com isso se descaracterize o contrato.
- real: é um contrato que só se complementa com a tradição da coisa. Recorde-se que a posse indireta ficará com o proprietário.
- intuito personae: o objeto do contrato de comodato não poderá ser cedido pelo comodatário a terceiro. O contrato é feito tendo em vista características do próprio contratante, daí o seu caráter personalíssimo.
- infungibilidade e não consumibilidade do bem: o bem objeto do contrato de comodato deve ser infungível e não poderá ser consumido, tendo em vista que, ao final do contrato, deverá haver a restituição do mesmo ao proprietário.
- temporariedade: Diz o art. 581 do CC que “se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado”.
- obrigação de restituir a coisa emprestada: caso não haja a devolução pacífica do bem objeto , poderemos dizer que está havendo esbulho, sendo cabível reintegração de posse.
V - Requisitos:
1) Subjetivo: Exige-se dos contratantes a capacidade genérica para praticar os atos da vida civil. Observar que o art. 580 do CC traz restrições a algumas figuras de representação no ato de praticar o comodato.
2) Objetivo: só podem ser dados em comodato bens infungíveis e inconsumíveis, móveis ou imóveis.
3) Formal: a forma do contrato de comodato é livre, não exigindo qualquer solenidade. Admite-se que seja feito, também, sob a forma oral, observando-se que a jurisprudência tem decidido que, na dúvida, entre este e a locação, presume-se a última.
VI - Obrigações do Comodatário:
São obrigações do comodatário:
1o.) guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua (art. 582 do CC);
2o.) limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato;
3o.) restituir a coisa empregada in natura;
4o.) responder pela mora derivada da não devolução do bem no prazo estipulado;
5o.) responder pelos riscos da coisa no caso do art. 583 do CC;
6o.) responsabilizar-se, solidariamente, se houver mais comodatários.
VII - Obrigações do Comodante:
1o) não pedir a restituição do bem dada em comodato antes do prazo ajustado, salvo as hipóteses previstas no art. 581 do CC. Se o prazo for indeterminado, o bem poderá ser retomado a qualquer tempo sem qualquer justificativa.
2o.) pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo comodatária na conservação da coisa.
3o.) responsabilizar-se pela posse útil e pacífica da coisa por parte do comodatário. Não terá, porém, o comodante, responsabilidade pela evicção ou pelos vícios redibitórios, que se presumem comutativos (art. 441 do CC) e onerosos (art. 447 do CC).
 
VIII – Extinção do comodato:
1o.) advento do prazo.
2o.) resolução por inexecução contratual: O comodante poderá requerer a resolução antes do final do contrato, pleiteando perdas e danos, se o comodatário utilizar o bem de maneira diversa da estipulada.
3o.) resilição unilateral:
a) O comodante, devido a gratuidade do contrato, poderá resolve-lo, se provar a superveniência de necessidade urgente e imprevista à época do negócio;
b) o comodatário poderá, a qualquer tempo, resilir tal negócio porque, se foi contratado em seu interesse, não está obrigado a conservar objeto de cujo uso se desinteressou.
4o.) distrato.
5o.) morte do comodatário se fora convencionado que o uso da coisa era estritamente pessoal.
6o.) a alienação da coisa emprestada (exceto quando o adquirente assumir a obrigação de manter o comodato).
Mútuo:
I – Conceito:
Mútuo é o contrato pelo qual um dos contratantes transfere a propriedade de bem fungível ao outro, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade (art. 586 do CC).
II - Características:
- unilateral: uma vez entregue o bem emprestado, apenas o mutuário contrairá obrigações.
- gratuito: de regra o mutuante nada recebe do mutuário em troca do favor que lhe faz. Pode, porém, vir a se tornar oneroso se houver a estipulação de juros.
- real: o contrato de mútuo só se perfaz com a tradição da coisa.
- translatividade do domínio do bem emprestado: por ser fungível, e em regra, consumível, se possibilita a transferência de sua propriedade para terceiros. Assim, o mutuário pode consumi-lo, abandoná-lo, aliená-lo, sem autorização do mutuante.
- Fungibilidade da coisa emprestada: o bem objeto do contrato de mútuo deve ser fungível.
- temporariedade: O art. 592 do CC, traz hipóteses de prazos do contrato de mútuo:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
- obrigação de restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade. Não há que se falar em devolução in natura, ou seja a própria coisa emprestada. O mutuário, conforme o art. 590 do CC, poderá exigir garantia dessa restituição, se, antes do vencimento do prazo, o mutuário vier a sofrer notória mudanças na sua situação econômica.
Requisitos:
1) Subjetivo: Necessária a capacidade dos contratantes.
Pelo art. 558 do CC, o mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não poderá ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. Referida norma deixa de ser aplicada:
a) 589, I, do CC: se houver ratificação posterior da pessoa responsável pelo menor;
b) 589, II, do CC: se o empréstimo contraído for para alimentos (abrangendo estudos, vestuário, etc.);
c) 589, III, do CC: se o menor tenha adquirido bens com seu trabalho, situação em que a execução não poderá ultrapassar o patrimônio do menor;
d) 588, IV do CC: se o empréstimo se reverteu em benefício do menor;
e) 180 do CC: se o menor obteve o empréstimo maliciosamente, por exemplo, ocultando a sua idade. (ninguém pode invocar a sua própria malícia – art. 589, V, do CC).
2) Objetivo: o objeto do contrato de mútuo deve ser fungível, por se tratar de empréstimo de consumo.
3) Formal: o contrato de mútuo não requer forma especial, exceto se oneroso, situação em que se exigirá seja convencionado expressamente.
Efeitos Jurídicos:
1o) gera obrigações ao mutuário: a) restituir o que recebeu em coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade, dentro do prazo estipulado e; b) pagar juros, se oneroso.
2o.) confere direitos ao mutuante: a) exigir garantia da restituição nos termos do art. 590 do CC; b) reclamar a restituiçãode coisa equivalente, uma vez vencido o prazo ajustado. No silêncio, pode haver o reclamo em qualquer tempo; c) demandar a resolução do contrato se o mutuário deixar de pagar os juros.
Extinção:
1o.) vencimento do prazo convencionado para a sua duração.
2o.) resolução por inadimplemento das obrigações contratuais: ex: não-pagamento dos juros convencionados no tempo e forma devidos.
3o.) resilição unilateral por parte do devedor: presume-se que se o prazo foi concedido em seu favor, poderá pôr fim ao negócio a qualquer momento.(art. 133 do CC)
4o.) distrato.
5o.) ocorrência das hipóteses do art. 592 do CC (prazos).
 
 Exercício resolvido:
O que é contrato de comodato? Quais são as suas características?
Comodato é o contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. As suas características são: gratuidade é um contrato gratuito, observando-se, porém, que o comodatário poderá assumir a obrigação de pagar impostos ou taxas que recaiam sobre o bem, sem que com isso se descaracterize o contrato; rea, já que é um contrato que só se complementa com a tradição da coisa; intuito personae, pois o objeto do contrato de comodato não poderá ser cedido pelo comodatário a terceiro. O contrato é feito tendo em vista características do próprio contratante, daí o seu caráter personalíssimo; infungibilidade e não consumibilidade do bem, uma vez que o bem objeto do contrato de comodato deve ser infungível e não poderá ser consumido, tendo em vista que, ao final do contrato, deverá haver a restituição do mesmo ao proprietário; temporariedade:
 
Exercício 1:
Quanto as proposições abaixo:
 
I - Mútuo e Comodato são as espécies do contrato de empréstimo.
 
II - Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.
 
III - Descaracteriza o comodato de um imóvel o fato do comodatário se responsabilizar pelo pagamento das despesas condominiais.
 
IV - Admite-se tanto o comodato de coisas móveis como imóveis.
A)
Todas são falsas
B)
Apenas as proposições I e II são verdadeiras
C)
Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras
D)
Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras
E)
Todas são verdadeiras
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
E) Comodato quando se empresta com a obrigação do cuidado mantendo o bem em estado de uso até o fim do prazo especificado no contrato
D) Comodato quando se empresta com a obrigação do cuidado mantendo o bem em estado de uso até o fim do prazo especificado no contrato
Exercício 2:
Assinale a alternativa correta quanto o contrato de comodato:
A)
O comodato sem prazo estipulado se extingue automaticamente em dois anos.
B)
O comodatário não deve conservar o bem dado em comodato.
C)
Poderá o comodante, mesmo antes do término do prazo contratual previsto para o comodato, requerer judicialmente a rescisão do pacto justificando necessidade imprevista e urgente
D)
O comodatário em mora quanto à restituição do bem responde pela sua perda ou deterioração, salvo nas hipóteses comprovadas de caso fortuito
E)
O comodatário poderá cobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada, desde que estas sejam devidamemnte comprovadas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
D) Desde que aja prejuízo os danos serão ressarcido
E) Desde que aja prejuízo os danos serão ressarcido
C) Desde que aja prejuízo os danos serão ressarcido
Exercício 3:
Quanto às proposições abaixo:
I - O depósito distingue-se do comodato pois enquanto neste último o comodatário recebe a coisa para seu uso, no depósito o depositário não poderá se servir da coisa depositada sem licença expressa do depositante;
II - Há depósito e não contrato de transporte quando a coisa é entregue para ser transportada, com cuidado, de um Estado para outro;
III - Se a coisa é entregue para ser administrada, há contrato de mandato e não contrato de depósito.
 
A)
Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
B)
Todas as assertivas são verdadeiras.
C)
Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
D)
Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
E)
Todas as afirmativas são falsas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
B) É obrigação manter o bem envolvido em comodato em estado de uso como se fosse dono do bem
C) É obrigação manter o bem envolvido em comodato em estado de uso como se fosse dono do bem
Exercício 4:
São obrigações do comodatário:
I - guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua (art. 582 do CC);
II - limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato;
III - restituir a coisa empregada in natura;
IV - pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo comodatária na conservação da coisa;
Estão corretas as assertivas:
 
 
A)
Estão corretas I e II apenas;
 
B)
Estão corretas II e III apenas;
 
C)
Estão corretas I e IV apenas;
 
D)
Estão corretas I, II e III apenas;
 
E)
Todas as assertivas estão corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
E) Cuidar do bem como se fosse dono
B) Cuidar do bem como se fosse dono
D) Cuidar do bem como se fosse dono
Exercício 5:
Leia as assertivas abaixo e responda:
I – O comodato não é necessariamente temporário.
II - Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
III – Não podem ser objeto de comodato os bens para ornamentação, pois são bens fungíveis.
A)
Somente a assertiva I está correta;
 
B)
Somente a assertiva II está correta;
 
C)
Somente a assertiva III está correta;
 
D)
As assertivas I e III estão corretas;
 
E)
As assertivas II e III estão corretas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A) O comodato poder ser por indeterminado
D) O comodato poder ser por indeterminado
C) O comodato poder ser por indeterminado
E) O comodato poder ser por indeterminado
Exercício 6:
Caio celebrou contrato de comodato com Tício de uma moto.
Ocorre que, inesperadamente, uma tempestade abalou a cidade onde morava, causando enorme enchente que atingira sua residência.
Ao perceber que não haveria tempo de salvar seu carro e a moto de Tício, Caio optou pelo primeiro.
A conduta de Caio está:
A)
Está correta, pois qualquer pessoa em seu lugar salvaria seu patrimônio em primeiro lugar e o Código Civil não estabelece qualquer regra em sentido contrário.
 
B)
Está correta, não havendo nenhum prejuízo pela perda da moto, pois res perit domino. O prejuízo será de Tício e Caio não é obrigado a indenizá-lo.
 
C)
Está incorreta, pois a moto se perdeu em razão do comportamento culposo de Caio.
 
D)
Está incorreta, pois Caio deveria salvar a moto antes de salvar seu patrimônio.
 
E)
Nda
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) Devia salvar a moto em razão de em caso de perda responde pelo danos e a reparação
Exercício 7:
Analise as afirmações abaixo e responda
I - O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas ordinárias feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
II – O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas extraordinárias feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
III - O comodatário só poderá reter o bem por benfeitorias necessárias. Não terá direito às indenizações por benfeitorias úteis e voluptuárias. 
A)
A assertiva I e II estão corretas.
B)
A assertiva II e III estão corretas.
C)
As assertivas I e III estão corretas
 
D)
As assertivas I, II e III estão corretas.
 
E)
Nenhuma assertiva está correta.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
B) Havendo a ruptura em data antes do prazo acertado, deve este ressarcir as despesas extraordinárias
C) Havendo a ruptura em data antes do prazo acertado, deve este ressarcir as despesas extraordinárias
Exercício 8:
Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
A)
imediato, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
 
B)
de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;

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